Beastlike Escreveu:Tanto aqui, como no teu comentário ao concerto da FIL, a impressão que me dás é que estás a fazer o papel do fã fundamentalista indignado. Podes não gostar e dizê-lo, mas as palavras que escolhes parecem mais dizer que queres ser tu a definir o que as bandas devem ou não fazer...
PhiLiz Escreveu:Claro. A minha primeira frase foi em tom irónico. […] Não acho que a manifestação da minha opinião (por vezes jocosa […])
Como salientei no que escrevi, apenas te falei na impressão com que fiquei. Se usaste tom irónico ou jocoso, é essa a parte que para mim não foi muito óbvia, daí a minha curiosidade em perceber melhor a tua posição. Não te esqueças que, para quem lê, nem tudo tem a mesma clareza que pode ter para ti. Quanto a regras do fórum ou histerismos, nem sequer mencionei tais coisas…
O meu interesse prende-se com uma situação em que alguém criticou a participação de um convidado num concerto de Theriomorphic, dizendo que não o devíamos voltar a convidar, ou algo do género. Claro que toda a gente tem o direito de dizer que não gostou da participação, mas quando dizem que não o devíamos voltar a fazer, já questiono essa suposta "legitimidade". Quando convidamos alguém é porque, para a banda, isso tem um certo significado, por haver alguma cumplicidade entre nós e essa pessoa e/ou a(s) banda(s) a que pertence, e faz parte do nosso próprio percurso. Aqui parece-me que nós é que temos a legitimidade da decisão e não quem está de fora e nem compreende essas razões.
No caso de Mão Morta e Bizarra Locomotiva, passa-se algo parecido. São também as ocasiões em que as bandas (ou os seus membros) se cruzaram que levam a este tipo de convites. Não estamos a falar de bandas de putos de 15 anos, que se entusiasmam em imitar os seus ídolos. Bizarra e, muito particularmente, Mão Morta, são bandas inigualáveis e cujos membros são pessoas com grande sentido artístico e cultural. Não são propriamente pedreiros, com a 4ª classe incompleta, a convidarem amigos para uma bebedeira na tasca. Nem me parece que estas bandas convidem alguém para ter um autocolante na capa e venderem mais discos, mas têm sim a noção de que essa participação poderá trazer algo de especial ao seu trabalho. Obviamente, não temos todos que gostar ou concordar, mas acho que a questão passa precisamente pela diferença entre o que é manifestar essa opinião e o que é entrar no campo de se dizer que não o deviam ter feito, quando muitas vezes não se tem a plena consciência do significado que isso tem para eles.