Depois de dormir 17 horas, para compensar as miseráveis 7 ou 8 em Beja, acho que já posso relatar alguns dos momentos que de momento não se encontram assim tão desfocados na minha cabeça.
Era a minha estreia no SMSF e cheguei a Beja na Sexta por volta das 18h, mas só fui para o recinto quando começou Utopium, que aguardava com grandes expectativas, por nunca os ter visto ao vivo e terem um poderio filhadaputa em estúdio. O mesmo se confirmou ao vivo, pena haver pouca interacção entre a banda e o público, e não haver grande reacção por parte dos poucos que cá estavam em baixo. Visto que também não tinha grande interesse na banda seguinte, voltei para o degredo que se vivia no campismo, apesar das excelentes condições que nos foram proporcionadas, que espero que assim se mantenham.
Hora de bailarico com VxPxOxAxAxWxAxMxC, e que puta de estrondo que foi. Tudo a bailar, a beber, a curtir, a partir chão com sorrisos de orelha-a-orelha. Sem dúvida dos melhores concertos do fest!
Pelo que me lembro, entretanto houve aquela confusão por o Rolando ainda não ter chegado com Grog do outro concerto que tinham dado não sei onde, e quem tocou foi Goatfukk, que tinha altas expectativas também por ainda não ter tido oportunidade de ver um concerto deles, e saí um bocado desapontado. Tirando as covers de Wolfpack e Exploited e um ou dois temas mais fortes, achei o concerto fraquinho e a meio-gás, mas pode ser que para a próxima curta mais.
Entretanto não me lembro quem é que tocou primeiro, mas The Sorcerer também não curti muito, visto que não é bem a minha onda. Grog foi muito bom, apesar de ter sido bastante longo, na minha opinião. Mas ver ali alguns dos melhores músicos de Portugal a disparar ali aquelas malhas como se não custasse nada, vale mesmo a pena, sem dúvida.
Entretanto o degredo continuou no acampamento e não vi o set do Nuno Thrasher (tal como não vi nenhum dos outros dj sets

), mas realmente aquela tenda parecia-me muita pequena.
No segundo dia, a primeira banda era logo uma das que gostava mais do cartaz, Revengeance. Foi a segunda vez que os vi, e já estava a espera de não curtir tanto como a primeira, que foi num sitio pequeno e fechado, e num cartaz onde eles encaixavam um pouco melhor. No entanto foi um concertão do caralho e bastante coeso. Ainda houve alguma reacção por parte do público e foi a primeira aparição do já conhecido pelo facebook "Elvis de Beja".
De seguida vieram os Morte Incandescente, banda que cheguei a acompanhar na altura em que andava a explorar mais o género e até era uma das bandas nacionais que mais gostava. No entanto nunca tinha visto ao vivo, por isso estava a contar com este concerto para rectificar essa falha... O que eu me enganei! O Elvis de Beja continuou nos seus passos de dança incansáveis, e nem olhei para o palco uma vez que fosse... Pelo que ouvi, por entre as grandes risadas, o som estava muito fraco (estava lá em cima, mesmo na ultima bancada, o que não deve ter ajudado) e a prestação não foi lá grande coisa.
Gwydion é banda que nunca gostei, muito menos do género que praticam, mas como também nunca tinha visto, e já que estava ali, ainda vi grande parte do concerto. Achei bastante fraco, mas valeu pela festa que o pessoal fez. O baterista falhava muito nos tempos, especialmente com os pés, o que se tornava bastante penoso para quem tentava ouvir. Não percebi se seria algum problema com a click track, visto que ele estava de headphones, mas uma banda deste calibre não se pode dar ao luxo de cometer esses erros.
De seguida, veio o Punk. Pelo que já tinha dado para ver no acampamento, e pelo que já era mesmo de esperar, o punk estava muito bem representado naquele festival, ora também não estivesse no cartaz uma das maiores bandas do género do nosso país e a maior banda de Crust Punk de sempre. Começando pelos Crise Total, foi um concerto do caralhão, e deu cabo das bandas de metal todas que tinham tocado até à altura. Grande alinhamento, repleto de clássicos, e os punks todos loucos em cima do palco e fora dele. Depois vieram os reis do crust, DOOM! E foi de longe um dos concertos mais brutais que já presenciei. Aquilo parecia a 3ª Guerra Mundial, um verdadeiro cenário de guerra. O som estava com um bujardão do caralho, e nem dei por estar assim tão alto. Foi clássico atrás de clássico e aquela cover da Symptom of the Universe foi simplesmente genial. Vai ficar marcado como um dos melhores concertos que já assisti.
Midnight Priest tiveram a árdua tarefa de fechar o dia, e apesar de não ser banda que aprecie muito, até me diverti. O concerto nem foi grande coisa, mas já estava bem alterado o que ajudou a deslizar melhor

Mais uma vez não vi o DJ.
Último dia começou com Irae, outra banda dum género que agora pouco ou nada me diz, apesar de já ter gostado bastante desta banda. Foi sem dúvida uma prestação muito melhor que Morte Incandescente, mas não é de todo a minha praia... "FÁTIMAAAAAAAAAAAA!"
Seguiu-se Holocausto Canibal, que tinha visto pela última vez exactamente um ano antes no Areeiro Open Air. Na altura tinha ficado bastante desapontado com o antigo-novo vocalista, no entanto desta vez achei que deram um concerto do caralhão, mas o vocalista apesar de ter melhorado, continua a não chegar aos calcanhares do Toká que, na minha opinião, encaixava muito melhor na banda e tinha um poder do caralho.
Depois foi Sacred Sin, que pouco ou nada conhecia, mas valeu pelas covers de Sepultura, Death e Motorhead, e até tinham umas malhas engraçaditas. Mas o que mete mais graça mesmo é o Tó Pica...
O cansaço começou-se a sentir, por isso foi hora de... começar a beber mais. Caguei em Iberia e Process of Guilt e fui para o acampamento retomar o degredo... até de manhã. Tenho pena de não ter visto Alcoholocaust, visto que eram a unica banda de Thrash do cartaz e uma das que até queria mais ver. Mas o álcool e demais substancias ilicitas falaram mais alto.
Um grande abraço e muitos parabéns para os Vitor's que mais uma vez fizeram um trabalho do caralho e proporcionaram-nos o melhor festival em todos os aspectos possiveis. Até para o ano!
Sugestões:
- Mais Thrash e Hardcore no cartaz. 1 banda de Thrash num festival de metal é muito pouco, ainda por cima a fechar o ultimo dia já quase de madrugada, ainda por cima sendo um género onde até há alguns nomes de qualidade no nosso país. Em relação ao hardcore, o ano passado tiveram For The Glory, e este ano sempre apostaram no Punk e lá meteram Revengeance, que cai ali para o Powerviolence, mas mais um nomezito, nem que fosse Grankapo, sempre dava mais alguma variedade ao cartaz.
- Também concordo com uma pequena cobrança de entrada. Ajudaria na evolução do festival, contribuiria para mais e melhores nomes no cartaz e melhores condições nas infraestruturas e etc e até a evitar algumas presenças indesejáveis do típico pessoal que só vai por ser de borla.
- Não concordo com reduzirem novamente para dois dias. Por mim poderiam fazer até mais um dia ou um tipo dia 0 do SWR, onde punham outras coisas, ou outras bandas mais pequenas, não sei... 3 dias a mim souberam-me a pouco, festival é festival!
- Mais variedade de comida e bebida no recinto, assim como aqueles packs promocionais de senhas que já são habituais em muitos fests e concertos de metal, tipo "1 senha = 1€, 6 senhas = 5€" ou algo do género. O pessoal sempre bebia mais no recinto e ainda conseguia poupar uns trocos.
- Em relação a bandas: Switchtense, Besta, Terror Empire, Brutal Brain Damage, Dementia 13, Merciless Saw, Prayers of Sanity, Angelus Apatrida, Chapel of Sin, We Ride, Primal Attack, e já agora, nós tambem curtiamos ir lá tocar pa compensar o cancelamento do Pax Julia do ano passado
Parabéns também para quem leu esta porra toda.