2016.03.04 / 2016.03.05 - Deafheaven + Myrkur - RCA (Lisboa) / Hard Club (Porto)
Enviado: domingo mar 06, 2016 7:39 pm
Parece que o pessoal ainda está a comentar no tópico do evento, mas é este o local indicado para o rescaldo.
Estreia na sala 2 do Hard Club (na sala 1 já estive várias vezes), destacando as boas condições da sala. Equivalerá, em termos de capacidade, ao RCA em Lisboa, sendo uma ótima opção para eventos destas dimensão. De lamentar apenas o facto de, tal como na sala 1, se fumar no seu interior (bem haja o RCA, deve ser caso único não apenas em Lisboa, mas em todo o país...).
Myrkur - a razão da minha ida ao Porto. E não defraudou em nada as minhas expetativas, embora também ache que há muito espaço para melhorar (o que é natural, a moça ainda agora começou nestas coisas de tours). A sua voz no registo limpo é, realmente, de uma grande beleza, e criou ali vários momentos muito bem conseguidos, desde logo no tema inicial - Den Lille Piges Dod (curiosamente um tema que não figura nem no álbum nem no EP) - e que mesmo um dos meus temas favoritos. O som esteve razoável, embora algo desequilibrado (a bateria abafava os outros instrumentos, o que retirou alguma da preponderância necessária às guitarras nas partes mais agressivas). A presença da Myrkur em palco nem sequer me pareceu muito misteriosa, sendo a própria a referir que o pessoal estava muito calado (ao que se seguiu uma declaração de amor de um tipo no público, prontamente retribuída pela própria.
). O set passou obviamente pelos temas do Ep e do álbum, sendo apenas de destacar, com pena minha, para a ausência da Ravnens Banner (outra das minhas favoritas). O final do set com a cover de Bathory - Song to Hall Up High - apenas com ela em palco, ao piano, foi outro momento belíssimo embora tivesse preferido que ela terminasse com algo mais rápido (mas percebo perfeitamente a opção, e resultou bem). Cômputo geral muito positivo do concerto da Myrkur.
Deafheaven - cada um gosta do que gosta e eu, decididamente, sou dos que não gosto da música dos Deafheaven. Quando digo que não gosto, não estou a dizer que detesto ou que não tolero, simplesmente doesn't do much for me. Dito isto, até estava com curiosidade a big thing do momento e poder tirar as minhas conclusões. Ora bem, relativamente à prestação da banda ao vivo, há uma grande disparidade nos vários elementos ou, melhor dizendo, há o vocalista que é um excelente frontman e, depois, há os outros todos que, não lhes tirando os méritos de bons executantes, em termos de prestação ao vivo, são um verdadeiro bocejo. Tirando o baterista da equação, tanto o baixista como os dois guitarristas devem ter tomado uns soporíferos antes de terem entrado em palco, senão seriam as pessoas mais entediadas do mundo e arredores. Não se trata aqui da falta de interação com o público (aqui está uma das poucas regras que todos seguem, à exceção do vocalista.
), mas sim da sua falta de energia e entrega à atuação. Muito estranho mesmo, pelo menos para mim, que nunca os tinha visto ao vivo. O frontman (felizmente para eles) tem a energia dos outros todos juntos e é um excelente performer e incendiou os ânimos, fazendo mesmo crowdsurf num dos últimos temas. Foi um bom concerto (quiçá até o incluiria na categoria de muito bom se fosse a minha cena), e que levou a maioria dos presentes ao delírio, especialmente no encore.
A sala estava praticamente cheia e havia por lá mesmo muuuuuita miudagem. Aliás, o ambiente pela sala, e até considerando a média etária, era mais de um concerto daquelas bandas do boralácaralho, o que até percebo, depois de ver o concerto dos Deafheaven, pois a sua atitude (do frontman, dos outros já me referi...) é bastante irreverente e juvenil. Se outro mérito não tiverem (e terão vários, dir-me-ão os apreciadores), trazerem esta miudagem para a música pesada já é de valor. quanto ao género musical que, supostamente, praticam, deixo a questão: poderá algo (black metal, perdendo a sua forma e conteúdo, continuar a ser o que era, e não passar a ser outra coisa qualquer? A minha resposta é não, mas é apenas a minha opinião.Just my 2 cents e não é nenhuma provocação gratuita aos apreciadores.
Estreia na sala 2 do Hard Club (na sala 1 já estive várias vezes), destacando as boas condições da sala. Equivalerá, em termos de capacidade, ao RCA em Lisboa, sendo uma ótima opção para eventos destas dimensão. De lamentar apenas o facto de, tal como na sala 1, se fumar no seu interior (bem haja o RCA, deve ser caso único não apenas em Lisboa, mas em todo o país...).
Myrkur - a razão da minha ida ao Porto. E não defraudou em nada as minhas expetativas, embora também ache que há muito espaço para melhorar (o que é natural, a moça ainda agora começou nestas coisas de tours). A sua voz no registo limpo é, realmente, de uma grande beleza, e criou ali vários momentos muito bem conseguidos, desde logo no tema inicial - Den Lille Piges Dod (curiosamente um tema que não figura nem no álbum nem no EP) - e que mesmo um dos meus temas favoritos. O som esteve razoável, embora algo desequilibrado (a bateria abafava os outros instrumentos, o que retirou alguma da preponderância necessária às guitarras nas partes mais agressivas). A presença da Myrkur em palco nem sequer me pareceu muito misteriosa, sendo a própria a referir que o pessoal estava muito calado (ao que se seguiu uma declaração de amor de um tipo no público, prontamente retribuída pela própria.


Deafheaven - cada um gosta do que gosta e eu, decididamente, sou dos que não gosto da música dos Deafheaven. Quando digo que não gosto, não estou a dizer que detesto ou que não tolero, simplesmente doesn't do much for me. Dito isto, até estava com curiosidade a big thing do momento e poder tirar as minhas conclusões. Ora bem, relativamente à prestação da banda ao vivo, há uma grande disparidade nos vários elementos ou, melhor dizendo, há o vocalista que é um excelente frontman e, depois, há os outros todos que, não lhes tirando os méritos de bons executantes, em termos de prestação ao vivo, são um verdadeiro bocejo. Tirando o baterista da equação, tanto o baixista como os dois guitarristas devem ter tomado uns soporíferos antes de terem entrado em palco, senão seriam as pessoas mais entediadas do mundo e arredores. Não se trata aqui da falta de interação com o público (aqui está uma das poucas regras que todos seguem, à exceção do vocalista.

A sala estava praticamente cheia e havia por lá mesmo muuuuuita miudagem. Aliás, o ambiente pela sala, e até considerando a média etária, era mais de um concerto daquelas bandas do boralácaralho, o que até percebo, depois de ver o concerto dos Deafheaven, pois a sua atitude (do frontman, dos outros já me referi...) é bastante irreverente e juvenil. Se outro mérito não tiverem (e terão vários, dir-me-ão os apreciadores), trazerem esta miudagem para a música pesada já é de valor. quanto ao género musical que, supostamente, praticam, deixo a questão: poderá algo (black metal, perdendo a sua forma e conteúdo, continuar a ser o que era, e não passar a ser outra coisa qualquer? A minha resposta é não, mas é apenas a minha opinião.Just my 2 cents e não é nenhuma provocação gratuita aos apreciadores.
