Rotten Rights - primeira banda da (tradicional) longa maratona de concertos do HMF. Musicalmente movem-se em territórios do thrash metal. Apesar de um começo muito morno (principalmente a postura apática e alheada do vocalista até pelo menos meio da atuação), acabaram por ter um desempenho razoável e à altura daquilo que se lhes exigia, ou seja, aquecer o ambiente.
Antivoid - banda de crust/grind, pareceram-me mais experientes (pelo menos, mais rodados em palco), que a banda anterior e, por conseguinte, pelo menos em termos de prestação ao vivo, estiveram melhor. Grande castanhada, com destaque para um cover mais ou menos óbvia - Morrer, de Ratos de Porão - e outra, nada, mas mesmo nada óbvia, e que acabou por ser o ponto mais divertido e animado da atuação - Yellow Submarine dos The Beatles.
Bleeding Display - apesar de não ser uma sonoridade que me apele particularmente, considero-os uma das bandas nacionais mais competentes nesta área, com atuações sempre bastante pujantes. Curiosamente, desta vez, foi das atuações menos boas que já lhes vi. Apesar da brutalidade estar toda lá, faltou alguma garra e energia em palco (pelo menos para aquilo que lhes estou habituado a ver). Ainda assim, foi razoável e a sala correspondeu (nesta altura, já com mais público).
Revolution Within - a típica banda "à Moita Metal Fest" a marcar presença no HMF e, goste-se mais ou menos (eu sou dos que gosto menos), tiveram uma excelente atuação e que foi, de longe (relativamente às bandas que já tinham atuado) a que teve a reação mais entusiástica do público. Este foi o ponto que marcou definitivamente o abrir das hostilidades no moshpit.
Irae - era uma das principais atrações do cartaz para mim. Já tinha saudades de os ver em palco (especialmente agora com a ausência do NH, há uma falta gritante de concertos de BM, pelo menos pelo Sul). E que atuação foi (Fátima, a tua ausência foi muito notada por esta altura...)! Um verdadeiro portento! Que concertão de BM! Foi pena a curta duração - uns meros 35 minutos - mas, ainda assim, para mim tocaram o tema da noite - Da Brandoa com Ódio! E terminaram com outro grande tema - A um Passo do Fim. Apesar da curta duração, foi das melhores atuações de todo o fest:metal:
Holocausto Canibal - presumo que andem com alguns problemas de line-up, ou pelo menos de agenda, pois já é a segunda vez consecutiva que os vejo apenas com uma guitarra e, desta vez, já com um novo vocalista. Ainda assim, voltaram a provar que estão no topo nacional do brutal death. Boa prestação que manteve a sala bem animada e com bailarico constante.
Panychida - estes checos eram perfeitos desconhecidos para mim até ao fest (nem sequer tive tempo de ouvir alguma coisa da banda antes do evento), por isso não tinha qualquer expetativa. Se é verdade que a sonoridade - pagan metal com influências mais ou menos óbvias de Kampfar - ajudou, e muito, a aumentar o meu interesse pela sua atuação, não é menos verdade que deram um excelente concerto. Irei seguir a carreira desta banda com atenção. Excelente descoberta no HFM.

Picture - nem eu, nem provavelmente a maioria dos presentes esperavam que este fosse O concerto do fest. Estes velhotes (com todo o respeito!) arrasaram completamente a concorrência e mostraram que "velhos são os trapos". Com uma energia em palco de fazer corar muitas bandas com metade da sua idade e com grandes malhas de heavy metal, conquistaram num ápice o público que acorreu em peso para os ver (foi das atuações em que mais pessoal esteve dentro da sala). Verdadeiro recital do bom (e nunca velho!) heavy metal.

Tokyo Blade - começando já um bocadinho pela conclusão: qual foi o seu único senão? Simples, terem tocado imediatamente a seguir a Picture que, como já referi, arrasaram por completo. Acresce que, sendo uma banda com sonoridade semelhante, as comparações se tornaram ainda mais inevitáveis. Não lhes faltou propriamente entrega e energia em palco (ok, se calhar ao vocalista até faltou um bocadinho), muito menos excelentes malhas de NWOBHM. A sua atuação foi bem competente. Simplesmente, houve Picture antes.
Acid Reign - cabeças de cartaz do evento (talvez um pouco surpreendentemente, visto a sua curta discografia, mas o Rocha lá sabe.

God Macabre - a banda de todo o cartaz que me desfez as (poucas) dúvidas em marcar presença em mais um HMF. Já é tradição o fest contar uma banda de old school death metal e a presença destes suecos era mesmo imperdível para mim. Com uma formação bem experiente e com presença em várias bandas da cena sueca (At the Gates, The Lurking Fear, Bombs of Hades, Mordbrand, Vomitory, Cut Up), não deixaram os seus créditos por mãos alheias. Foi um verdadeiro privilégio ter a oportunidade de ver esta banda em palco e reviver as malhas do enorme The Winterlong... Talvez pelas horas tardias (começaram por volta das 2h) achei o público um pouco amorfo (pelo menos para a ocasião), mas o concerto, em si, foi belíssimo! O verdadeiro som do swedish death metal.

Zurrapa - coube a esta banda fechar mais uma excelente edição do HMF. E fizeram-no da melhor forma. com uma grande punkalhada, atitude descomprometida, e diversão a rodos a todos (e foram muitos) os que se mantiveram para a última atuação do festival.
E assim foi mais uma grande edição do HMF. Que se mantenha por muitos e longos anos. Já aguardo nomes para a próxima edição.

Abraço a todos os musers com que me cruzei lá e, particularmente, aos companheiros de mais esta grande jornada.
