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Música Suicida?

Enviado: quarta ago 27, 2008 3:04 pm
por Vooder [RIP 2011/01/03]
Mais um artigo daqueles que já estamos habituados!
Deste tipo já muitos se comentaram. Coloquei este para que também fique registado.

«"Count to six and die", grita o controverso Marilyn Manson, no álbum Holy Wood. E repete, entre outros trechos, "This was never my world / I'd kill myself to make everybody pay". Encontram-se na música, como noutras formas de arte, inúmeras mensagens que evocam o suicídio, mas será que estas o incitam? Quem as ouve tem mais tendência para estados depressivos ou comportamentos de risco? Até que ponto as escolhas musicais indicam que algo não está bem?

"Ninguém comete suicídio, apenas, por ouvir uma música. Mas é possível que, num dado contexto, uma música, como um poema ou uma imagem, possa ser a tal gota que faça transbordar o copo", explica Abílio Oliveira, autor de um extenso trabalho sobre música, morte e suicídio na adolescência, realizado no âmbito de um doutoramento e publicado pela Fundação Calouste Gulbenkian. "Os resultados mostram existir uma associação entre o maior gosto por música 'pesada' e um aumento dos comportamentos de risco e das ideias de suicídio. Mas não se pode estabelecer uma relação de causalidade. Uma coisa não implica a outra." A música, em si, não pode ser responsabilizada de incitar ao suicídio. "Não é por se falar em suicídio que o vamos suscitar. Uma música que transmita desespero pode até ter um efeito compensador, permitindo ao adolescente verificar que não está só no que sente, reflectir e vivenciar com o músico algo de que ele, no fundo, se quer libertar." Se há necessidade de extravasar, mais vale que seja através da música.

O rock/grunge, punk/rock e pop/rock foram as principais preferências musicais encontradas nesta investigação, que envolveu cerca de 1300 jovens (entre os 15 e os 19 anos). Em geral, os rapazes gostam mais de metal, rock/metal e new metal/punk, estilos genéricos "mais associados a tensão, contestação ou discursos ideológicos". Já as raparigas preferem música mais leve, alegre, emocional, romântica ou dançável, sendo as principais adeptas de pop/português, dance/pop e trip-hop/pop. O gosto por música mais pesada tende a diminuir à medida que se aproximam da idade adulta, refere Abílio Oliveira. Contudo, "quando se prolonga e acentua na fase final da adolescência, como única preferência, pode ser um sinal de alarme".

Os resultados indicam que, quanto maior é o gosto por música rock/grunge, metal e new metal, mais frequentes são os comportamentos auto-agressivos, o desejo de morrer, e eventuais ideias ou tentativas de suicídio.

"O perigo pode espreitar quando se verifica uma tendência para o isolamento e, durante semanas ou meses, só se ouve determinado grupo ou estilo de música, que evoca mal-estar, revolta, imagens de morte e desespero, perdendo-se o interesse por outras actividades", explica o psicólogo social e engenheiro informático, docente no Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE). "O problema não é a música. Mas a música nessa situação pode ser um sinal de alerta de que aquele jovem não está bem e precisa de ajuda." Um sinal a juntar a outros, como a mudança de comportamentos e a acentuada quebra do rendimento escolar.

No seu livro Ilusões na Idade das Emoções encontram-se ainda outros resultados inquietantes: 40% dos adolescentes inquiridos afirmaram ter tido comportamentos de risco, quase 35% referiram já se ter automutilado ou auto-agredido de alguma forma, cerca de metade já teve ideias de suicídio e perto de 7% fizeram pelo menos uma tentativa de suicídio. "Os comportamentos parassuicidas são cada vez mais frequentes. A nossa sociedade esconde ou mascara a dor e a morte, mas ao mesmo tempo glorifica os mortos famosos (como quase vivos) e aqueles que rompem as normas e desafiam a vida, em busca de novos limites."

A prevenção do suicídio entre os jovens foi este ano consi-derada uma "prioridade política" pelo Conselho da Europa, que defendeu, por unanimidade, mais investigação científica e a abordagem do tema nas escolas. "A música, pelo seu inigualável poder de comunicação, pode ser um meio privilegiado para se chegar ao outro, para se falar sobre a vida e a morte." Pode, afinal, revelar-se como um instrumento de prevenção.»

in http://dn.sapo.pt/2008/08/23/opiniao/mu ... icida.html

Re: Música Suicida?

Enviado: quarta ago 27, 2008 3:59 pm
por Pedro Lopes
Já agora, os miúdos que deixem de estudar Florbela Espanca, Antero de Quental, Mario de Sá Carneiro ou Hemingway.

O Teatro S.Carlos que proiba as apresentações da Opera Madame Butterlfy de Puccini e o Teatro D.Maria que não se lembre de representar a peça Romeu e Julieta de Shakespeare.

Re: Música Suicida?

Enviado: quarta ago 27, 2008 4:03 pm
por Nevoeiro
Até acredito, há sempre quem transporte para a sua vida pessoal ideias expressas em musicas, por mais malucas e surreais que sejam...No entanto isso não é culpa da musica em si mas das pessoas que confundem realidade com aquilo que é puro entretenimento. Exemplo dos vampiros, satânicos e anticristos de trazer por casa.

Re: Música Suicida?

Enviado: quarta ago 27, 2008 4:40 pm
por Sobral
Apenas um mito urbano, mas relacionado: Gloomy Sunday.

Re: Música Suicida?

Enviado: quarta ago 27, 2008 4:46 pm
por paulo figueiredo [RIP 2011/02/27]
Tenho 28 anos ainda gosto de música pesada... acho que preciso de ajuda....

Nestes termos, todos aqueles autores tipo Nietzsche, Pessoa, Baudelaire, Schopenhauer etc, etc..., tb deviam deixar de ser estudados nas escolas e faculdades....

Re: Música Suicida?

Enviado: quarta ago 27, 2008 5:06 pm
por Amphion
"Psicólogo social, engenheiro informático e docente no ISCTE" - cá para mim ele também é quiropata, nutricionista e cabeleireiro. Que associação mais estranha de cursos e profissões!


Duvido da validade do estudo. Seja como for, a única conclusão razoável é que a música ouvida será consequência da personalidade previamente existente e factores/comportamentos de risco, e não o contrário.

Re: Música Suicida?

Enviado: quarta ago 27, 2008 5:13 pm
por Pedro Lopes
Amphion(José Ramos) Escreveu:"Psicólogo social, engenheiro informático e docente no ISCTE" - cá para mim ele também é quiropata, nutricionista e cabeleireiro. Que associação mais estranha de cursos e profissões!


Duvido da validade do estudo. Seja como for, a única conclusão razoável é que a música ouvida será consequência da personalidade previamente existente e factores/comportamentos de risco, e não o contrário.


Amphion

Não estranhes! O facto é que o ISCTE tem os cursos de Psicologia Social das Organizações e Engenharia Informática (entre outros). Com a facilidade de equivalências em muitas cadeiras é relativamente rápido fazer um curso a seguir ao outro.

Abraço,

Re: Música Suicida?

Enviado: quarta ago 27, 2008 6:47 pm
por Amphion
Pedro Lopes Escreveu:
Amphion(José Ramos) Escreveu:"Psicólogo social, engenheiro informático e docente no ISCTE" - cá para mim ele também é quiropata, nutricionista e cabeleireiro. Que associação mais estranha de cursos e profissões!


Duvido da validade do estudo. Seja como for, a única conclusão razoável é que a música ouvida será consequência da personalidade previamente existente e factores/comportamentos de risco, e não o contrário.


Amphion

Não estranhes! O facto é que o ISCTE tem os cursos de Psicologia Social das Organizações e Engenharia Informática (entre outros). Com a facilidade de equivalências em muitas cadeiras é relativamente rápido fazer um curso a seguir ao outro.

Abraço,



Ai estranho estranho! :D

Re: Música Suicida?

Enviado: quarta ago 27, 2008 6:55 pm
por warrior of wisdom
Um artigo que não aquece nem arrefece. Simplesmente é mais do mesmo.
:|

Re: Música Suicida?

Enviado: quarta ago 27, 2008 7:03 pm
por Cesariny on Acids [RIP 2009/03/23]
"Ninguém comete suicídio, apenas, por ouvir uma música. Mas é possível que, num dado contexto, uma música, como um poema ou uma imagem, possa ser a tal gota que faça transbordar o copo", explica Abílio Oliveira


E quem diz isso, Abílio, diz também o exame de Biologia que correu mal, o Benfica que perdeu outra vez ou aqueles pombos que cagaram em cima do capot do nosso carrinho acabado de lavar.

Re: Música Suicida?

Enviado: quarta ago 27, 2008 7:15 pm
por warrior of wisdom
Cesariny on Acids Escreveu:
"Ninguém comete suicídio, apenas, por ouvir uma música. Mas é possível que, num dado contexto, uma música, como um poema ou uma imagem, possa ser a tal gota que faça transbordar o copo", explica Abílio Oliveira


E quem diz isso, Abílio, diz também o exame de Biologia que correu mal, o Benfica que perdeu outra vez ou aqueles pombos que cagaram em cima do capot do nosso carrinho acabado de lavar.


Ora nem mais.
Pode bastar uma pequena coisa para atear o rastilho de uma reacção extrema como é o suicídio.


*De tempos a tempos lá aparece a notícia de um estudo desse género. Além de que podiam deixar de lado a citação de letras de MM nos artigos ... falta de originalidade.*

Re: Música Suicida?

Enviado: quarta ago 27, 2008 7:24 pm
por Enigma
Pessoal, muito cuidado! Temos todos uma grande probabilidade de nos virmos a suicidar! :roll: :lol:

Enfim, mais um estudo da treta....

Re: Música Suicida?

Enviado: quarta ago 27, 2008 11:31 pm
por p41nk1ll3r
mas qual é o problema de uma pessoa se suicidar? who cares? (o Estado que recebe menos, bora fazer um suicidio em massa como golpe!!!!!)
ah e esse Abílio suck

Re: Música Suicida?

Enviado: quinta ago 28, 2008 10:43 pm
por Karamazov [RIP 2012/07/27]
Nevoeiro Escreveu:ANo entanto isso não é culpa da musica em si mas das pessoas que confundem realidade com aquilo que é puro entretenimento. Exemplo dos vampiros, satânicos e anticristos de trazer por casa.

Pois, qualquer dia é necessário obter uma licença, após fazer vários testes e exames mentais para se comprovar que se está apto mentalmente, para se poder ouvir Nocturnal Depression e Xasthur.

Re: Música Suicida?

Enviado: quinta ago 28, 2008 10:58 pm
por Nevoeiro
Heraklyon Escreveu:Pois, qualquer dia é necessário obter uma licença, após fazer vários testes e exames mentais para se comprovar que se está apto mentalmente, para se poder ouvir Nocturnal Depression e Xasthur.


Vá, não exageremos também não me referia a isso ahahah. Mas que há gente que leva a coisa demasiado a sério há. Obviamente que a culpa não é nem nunca será da música.