
Os primeiros segundos de Static Impulse levam-nos logo para Systematic Chaos. Mas não por muito tempo. Logo a seguir ficamos convencidos que nos enganamos no CD. Toda aquela velocidade, agressão sónica e violência vocal não pode ser James LaBrie. O vocalista dos Dream Theater habituou-nos a trabalhos mais calmos e progressivos não só na sua banda de origem como nos diversos projectos onde tem trabalhado, nomeadamente neste seu próprio projecto que agora publica o segundo trabalho depois de Elements Of Persuasion (de 2005). Mas, certamente inspirado por alguns momentos mais agressivos que os DT tem explorado ultimamente e com vontade de abraçar novas sonoridades, o vocalista canadiano não se coibiu de arriscar na composição e abraçar novas sonoridades.
Bom, mas passada a surpresa inicial damos conta que, a partir de Mislead, progressivamente Static Impulse vai perdendo aquela brutalidade inicial para se ir aproximando de um metal mais progressivo, com apontamentos ocasionais de vocais agressivos. Isto até This Is War, um tema verdadeiramente death metal técnico onde Marco Sfogli apresenta o mais brilhante trabalho rítmico da sua guitarra em todo o álbum. No fundo trata-se de uma obra bipolar que cruza metal moderno, poderoso, obscuro, denso com o progressivo que estamos habituados a ouvir em LaBrie. Para isso terá contribuído a prestação do baterista Peter Wildoer, conhecido pelos seus trabalhos em bandas como Arch Enemy, Old Man’s Child, Pestilence e actualmente nos Darkane e que aqui assume a parte vocal mais agressiva. Ele que acaba, também, por ter um soberbo desempenho em todo álbum, com destaque para Euphoric, curiosamente a primeira faixa exclusivamente com vocais limpos, mas com um assombroso trabalho de bateria.
Uma coisa resulta clara: este álbum torna-se surpreendente a todos os níveis. Primeiro porque ninguém esperaria um trabalho tão forte; depois porque LaBrie e Guillory (companheiros de composição há onze anos) conseguiram escrever um conjunto de temas mais curtos e mais directos mas, ainda assim, extremamente complexos, intrincados e não facilmente desmontáveis. E se o álbum começa a surpreender fecha a surpreender: Coming Home mostra-nos um LaBrie calmo e intimista, recorrendo a piano e guitarra acústica para criar um momento completamente inesperado face ao que se vinha ouvindo. O que não surpreende é a superior destreza técnica de todos os elementos, com Matt Guillory e o italiano Sfogli a cruzarem, sistematicamente o limite do humanamente possível com os seus solos, ajudando também a situar Static Impulse como o melhor álbum em nome individual do vocalista.
via: Via Nocturna
Standard Edition
No. Title Length
1. "One More Time (Guillory, LaBrie)" 4:16
2. "Jekyll or Hyde (Guillory, LaBrie)" 3:46
3. "Mislead (Guillory, LaBrie)" 4:18
4. "Euphoric (Guillory, LaBrie)" 5:09
5. "Over the Edge (Guillory, Sfogli, LaBrie)" 4:20
6. "I Need You (Guillory, LaBrie)" 4:11
7. "Who You Think I Am (Guillory, LaBrie)" 3:57
8. "I Tried (Guillory, LaBrie)" 3:58
9. "Just Watch Me (Guillory, LaBrie)" 4:18
10. "This Is War (Guillory, LaBrie)" 4:30
11. "Superstar (Guillory, LaBrie)" 3:32
12. "Coming Home (Guillory, LaBrie)" 4:29
Limited Edition Digipack Bonus Tracks
No. Title Length
13. "Jekyll or Hyde (demo)" 3:48
14. "Coming Home (alternative mix)"
Desculpem lá não fazer uma critica pessoal ao álbum mas não tenho grande jeito para escrever grandes textos. Só queria dizer que fiquei bastante surpreendido com este álbum muito diferente do estilo habitual do Labrie, nos Dream Theater, e ainda bem porque está uma grande malha. Mais pesado, mais complexo, com grandes prestações de todos os elementos inclusive do próprio James e a adição do vocais mais agressivos em algumas músicas conjugam muito bem com a voz mais "clean" do Labrie. Em suma, um dos álbuns do ano para mim.
Que é que vocês acham deste álbum?