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Criticas destrutivas / construtivas - reflexão

Enviado: domingo mar 15, 2009 1:43 am
por CarlosC
Creio que em geral todos nós não suportamos aquelas pessoas que estão sempre de acordo com tudo e mais alguma coisa, que para eles tudo é uma maravilha, que tudo o que há é o melhor que existe e nada pode melhorar, parece que há algo insuportavelmente irritante.
Ninguém sente a mesma aversão, às pessoas que estão em desacordo com tudo, que criticam num sentido destrutivo sempre que podem?

Estou a reanimar aquilo que seria uma conversa com potencial iniciada noutro tópico recentemente destruído, por isso agradeço sinceramente que não partam para conflitos/insultos no meu tópico, para beneficio de todos.

Não acredito que falar mal de uma banda seja necessariamente uma crítica destrutiva, pois pode-se falar em aspectos a ser melhorados, estamos no entanto a afirmar que o objecto de julgamento em questão não é tão bom quanto o poderia ser, mas que tem possibilidade de melhorar. No entanto também não sou complacente com a crítica sem conhecimento por justa causa.

Denoto que estou em tom de reflexão, com o fim de tentar perceber porque é que cada vez há mais críticos de bolso aliando ao facto que qualidade da industria musical tende a piorar, não deveria ser o oposto? Alias, se antes havia muito menos crítica porque é que a arte era mais apreciada?

Uma conclusão plausível seria, porque agora em vez de apreciarmos criticamos... mas quis descarta-la por me parecer insultuosa às pessoas que realmente se dedicam a apreciar arte são assertivas na crítica e sábias no julgamento.

PS- desculpem o pleonasmo mas reforço que dispenso diálogos avessos e enaltecidos na embriagues de tons pouco civilizados!

Re: Criticas destrutivas / construtivas - reflexão

Enviado: domingo mar 15, 2009 2:58 am
por Phobos [RIP 2012/08/19]
Vou criticar-te :D

Não concordo com muito do que escreves. Primeiro não julgo que a qualidade da industria musical tenha vindo a cair. Isto se por estar a cair a qualidade da industria entendes o cair da qualidade da música em si. Acho que cada vez mais há melhor música. E há mais críticos de bolso porque hoje há mais de tudo, existem pessoas ligadas por todo mundo a partilharem informação... há mais críticos de bolso porque existe espaços como o MU, e outros tantos, que juntam pessoas num tipo de comunidade que apesar de não ser de presença física comporta uma troca bastante intensa entre os "seus". Se um fórum tem milhares de membros e se alguém abre um tópico para se falar de um álbum, obviamente que vão aparecer os críticos. Em suma, acho que existem mais críticos, assim como melhor música, por ter havido uma democratização dos meios de comunicação, com a internet claramente à cabeça.

Depois, na questão da natureza das críticas, acho que grande parte das destrutivas se deve somente aos trolls. Que no fundo, por motivos pessoais que os fizeram de alguma forma "odiar" uma banda, são pessoas amarguradas. E alcoviteiras sempre as houve, a internet, mais uma vez, veio expor esse lado com mais ênfase, também porque a natureza humana simplesmente não é nobre, tão simples quanto isso.

Terminando, e tendo em conta toda a conjectura :D, há que ter em conta por parte das bandas os seguinte, não podem querer usufruir da riqueza dos meios, sem terem de ter a capacidade de comportar os seus custos. Se por um lado há o tal problema dos trolls, não é menos que também era de evitar as bandas virem alimentar também o circo, também me irrita especialmente as birras dos "artistas" seja aqui no fórum seja numa coluna de opinião de uma revista.

E pronto, é mais ou menos oq acho :?

Re: Criticas destrutivas / construtivas - reflexão

Enviado: domingo mar 15, 2009 9:01 am
por Zyklon
porque agora em vez de apreciarmos criticamos

Mas o apreciar/gostar ou não de algo tambem é lá no fundo ou acaba por ser uma critica ou não?
Ficar com ela para si ou dize-la não tem mal,porque tal como referes
Não acredito que falar mal de uma banda seja necessariamente uma crítica destrutiva, pois pode-se falar em aspectos a ser melhorados,

Mas lá está volta-se com isso a outros aspectos como o já demasiadamente batido "o que não é bom para uns é excelente para outros".
O grande problema a meu ver é existirem as criticas sem a tal base musical para se falar,não que seja uma coisa unicamente essencial para se citicar algo mas as vezes ajuda já para não falar no refinar dos gostos e com isso tentar ver aquilo que realmente é interessante ou não,mas mesmo neste aspecto as frases acabam por não funcionar,alias basta ver o que se passa as vezes nos espaços ciber.
Dando um exemplo meio "troll",não sei se conheces os franceses Alcest,pois bem é uma banda que apesar de se inserir no movimento BM lançou um album que foi motivos de enorme hype tanto quase em todo o lado,desde as revistas até a net.
Até aqui nada de mal o album em si até está bem conseguido,mas o que se passou estranhamente foram ter vindo criticas elogiosas ao algum por parte de pessoas que passavam a vida a criticar algumas bandas que os influenciaram,não vou dizer quais porque acho que são evidentes.
Pois bem este caso só demonstra uma coisa as pessoas os criticos como chamas lá no fundo quando falam das duas uma ou seguem a corrente anti do momento ou então não têm cabeça para pensar.
Com isto não quero entrar nas tipica discusão do que é Metal ou não (que as vezes me dá gozo trollar,confesso) ou cenas similares mas dou-te outro exemplo mais controverso.
A cena do metalcore(é apenas um exemplo como podia ser outro),quantas vezes não ouvimos frases a deitar abaixo a coisa?
Agora pergunto-me,mas será que todas as bandas são assim tão más para haver tanta coisa anti?
Que bandas esta gente acaba por ouvir serão apenas os It Dies Today ou Sonic Syndicate?
E isto passa-se em todos estilos o ultimo foi o caso de Hammerfall que mais parecem uns Lordi a tocar covers idioticamente parvas de Helloween,desculpem lá mas é o que penso,mas mesmo assim gerou uma avalanche de mau estar nos puristas que meteu dó e logo eles que gostando mais de um determinado estilo deviam ter capacidade de separar o bem e o mal.
Desde que tenha os cliches do estilo quer sejam visuais ou musicais é o que basta para se venerar,pode não o ser mas dá a ideia sempre e depois perdem tempo a discutir o mau do vizinho que tipo de credibilidade poderá haver para fans assim?
Já o disse e volto a dizer isto acaba por matar qualquer estilo musical,sinceramente.
Dentro do BM passa-se a mesma coisa desde os Ortodoxismos religiosos até aos ambientes mais Post.
Fala-se mal mas depois diz-se que se ouve Gorgoroth e se adora uns Elend ou DCD(exemplos),ora se se gosta dos sons porque raio se critica e fala mal de bandas que unem os dois estilos num album?
Secalhar as pessoas atras dessas bandas tem exatamente os mesmos gostos e por isso mesmo juntam varios universos podendo-o fazer bem ou mal.
Epah sinceramente não sei e tambem já nem perco tempo com isso as vezes é mais para o trollanço,porque num mundo onde eles ditam as regras as vezes podemos escolher duas opções a dos Depeche Mode e curtir o silencio ou a dos Mayhem e esmaga-los.

Re: Criticas destrutivas / construtivas - reflexão

Enviado: domingo mar 15, 2009 3:00 pm
por CarlosC
Lol se tivesses falado algo sobre a minha pessoa, talvez chegasses a criticar-me, agora fazeres julgamentos sobre a minha opinião não me pareceu crítico, pareceu-me exprimires a tua opinião. Há users que sim em vez de exprimirem opiniões criticam quem as faz, mas não me parece que aqui seja o caso ;)

Concordo com o teu 2º paragrafo, mas quanto à industria musical tenho uma visão algo complexa da coisa:
Certos músicos independente de serem bons ou maus, têm um grau de exposição arrasador para a ‘concorrencia’. Não vejo com rivalismos mas com injustiças, visto que todos estamos no mesmo barco. Desde ñseikêBlackMetal, pop, alternativo, jazz, punk, etc… Existe uma técnica de marketing que tenta transformar certas bandas em sucessos de massas, com uma máquina por trás e influencias que tornam o mercado musical um mero “investimento na bolsa” em vez de uma forma de divulgação de arte.

Mesmo entre músicos prestigiados é fácil encontrar músicos de qualidade que o seu sucesso aparente está relacionado com esse sistema monetário.

Quanto à democratização, para mim é de certo modo uma ditadura das maiorias porque de certo modo, há sempre uma ‘consciencia geral’ que segue ‘modas’ ‘tendencias’ ou ‘marés’ ou qualquer coisa que lhe queiram chamar. Para mim isso é o mais absurdo.

É que aquilo que muitos criticavam há vários anos atrás agora é aquilo que muitos ouvem e adoram, por exemplo. E nem todos os julgamentos são baseados em conhecimentos verídicos dos factos.

As bandas sujeitam-se, umas mais que outras, não sou senhor da razão para falar de bandas no geral visto que há inúmeros factores a ter em consideração sobre cada caso, quem está de fora não sabe o que se passa no seio das bandas.



porque agora em vez de apreciarmos criticamos

tentei expressar-me de forma resumida aqui, mas vou ser extensivo…
acho que se perde o intuito da arte na sua apreciação espiritual para termos uma visão detalhada, e por vezes mesquinha, de tudo o que os artistas fazem, já para não falar quando se criticam os artistas em vez das obras, pois isso é o cumulo…
quando digo que criticamos, é no sentido pejurativo, é aquela atitude de estar a coca a ver quem mete a pata na possa para ir lá picar, estilo abutre…

Pois bem este caso só demonstra uma coisa as pessoas os criticos como chamas lá no fundo quando falam das duas uma ou seguem a corrente anti do momento ou então não têm cabeça para pensar.

Pois estás de acordo com o que eu respondi ali em cima ao Contorno nos parágrafos 4º e 5º.

O caso de Hammerfall, até foi uma banda que já ouvi mas foi material mais antigo… não tinha ideia de que tal acontecesse, ainda por cima nem vou tão pouco à bola com Lordi…

Desde que tenha os cliches do estilo quer sejam visuais ou musicais é o que basta para se venerar,pode não o ser mas dá a ideia sempre e depois perdem tempo a discutir o mau do vizinho que tipo de credibilidade poderá haver para fans assim?

aqui estou tão de acordo, que até lanço uma pergunta bem bonita ao ar:
se o pessoal não gosta de popstars produzidas com maquilhagem a dançar …
porque raio gostam de blackmetalstars com maquilhagem a cuspir sangue?
Porque dá mais style du powa? Wtf a filosofia de marketing é a mesma…
(prontos um desabafo vá lá…)

isto acaba por matar qualquer estilo musical, sinceramente.

no jazz há um bom senso diferente, há mestres que tocaram desde o pop mais apimbalhado ao post-bop mais moderno, e todo o seu trabalho é valorizado.

o trollanço, num mundo onde eles ditam as regras

Aqui mais uma vez, como eu afirmei lá em cima, é a ditadura das maiorias, neste caso dos trolls segundo dizes. Devido à maravilhosa facilidade que agora todos temos de opinar seja num fórum seja nos ‘talk’ shows ridículos, é possível sem ter o dito “conhecimento por justa causa” ser considerado “crítico”. Aí reside o problema, para se assumir uma função, é preciso ter formação para tal.

Re: Criticas destrutivas / construtivas - reflexão

Enviado: domingo mar 15, 2009 3:12 pm
por Grimner
Existem bandas más. É um facto. Bandas que não evidenciam talento nenhum, nem grande esperança de algum dia vir a desenvolvê-lo, e às quais lhes falta aquela "centelha" que nem o trabalho árduo lhes consegue restituir. Não reside no saber tocar os instrumentos (há muito bom músico sem uma pinga de talento a fazer musica. É um executante, não um criador), embora onde não haja essa centelha a falta de proficiência musical se torne ainda mais pronunciada.

E por outro lado, existem bandas que pura e simplesmente não apelam a um determinado gosto.

O primeiro conceito é talvez o mais objectivo. Hoje em dia dá-se menos latitude a uma banda que aquela que se daria nos tempos, por exemplo, de Sodom (o exemplo mais perfeito de uma banda que começou sem qualquer talento musical e que acabou por se tornar clássica mais graças à mística, à garra e à sorte que propriamente pela capacidade dos seus membros. Ainda hoje não consigo ouvir o In the Sign of Evil sem esboçar um sorriso a cada prego monumental.), especialmente porque hoje em dia quase toda a gente e o cão deles tem uma banda. O facto de se tocar numa banda, de se fazer musica deixou de ser algo especial, vulgarizou-se, banalizou-se. Quem aqui não esteve numa banda ou não conhece pelo menos 2 ou 3 pessoas com algum projecto musical? De resto, e nesse caso funciona como as leis do mercado, onde há excesso de oferta, só os produtos que se destaquem vão obter procura. Quer seja por oferecerem algo de diferente, quer seja por serem muito bons naquilo que fazem, quer seja por simplesmente possuírem a tal centelha. Os outros projectos, ficam pelo caminho por não oferecerem nada de novo a uma cena já de si um bocado saturada. Não há aqui crítica construtiva a fazer, a não ser a escolha dificil entre "toquem melhor, ou deixem de tocar", e dediquem-se a outra coisa.

O segundo... usando um exemplo pessoal, eu detesto Slipknot. Não que seja mal tocado, mas simplesmente não suporto a musica, acho-a ofensiva para os meus ouvidos. No entanto, não são uma má banda, naquilo que fazem. Não há crítica construtiva, também aqui. Não estando eles a fazer nada de errado, que critica lhe poderia fazer? "Toquem antes musica que eu goste"? É como pedir a couves de bruxelas que deixem de saber a couves de bruxelas.

A critica não tem de ser necessariamente construtiva, mas sim sustentada. Se alguém se vai dar ao trabalho de comentar algo de que não gosta, convém que explique o que é que não gosta, em vez de simplesmente dizer "isto é uma merda". Pode-se ser tão crítico quanto possível em relação a banda x ou y, desde que se explique o porquê, e aquilo que achamos mal e não gostamos. Espera-se do outro lado que se seja crescidinho o suficiente para saber que, desde que não se parta para o insulto, se tem de aceitar que nem toda a gente vá adorar o chão que pisamos. Mas por isso mesmo uma critica, mesmo que inteiramente negativa não deve ser insultuosa.

A critica construtiva existe essencialmente no caso de bandas que revelam algum potencial, e onde se percebe aquilo que estão a tentar fazer, mas ainda não estão lá bem no ponto. Um exemplo para mim seria o primeiro de Amorphis, em que se notava perfeitamente bem que a banda estava a ter boas ideias, e era uma questão de tempo até sair dali bomba. Ou o Eternity de Anathema, em que arriscaram uma mudança de direcção ainda com algumas falhas e arestas por limar.

Fora isso, não há o imperativo moral para se ser construtivo no expressar de uma opinião, (na minha, passo a redundância, opinião). Convém sim, haver o discernimento para criticar sem insultar, e aceitar a critica sem a perceber como insulto.

Re: Criticas destrutivas / construtivas - reflexão

Enviado: domingo mar 15, 2009 3:36 pm
por CarlosC
A critica não tem de ser necessariamente construtiva, mas sim sustentada.

Sim aqui concordo, e embora no início não tenhas dado exemplos de críticas construtivas, também não criticaste de forma destrutiva...
Coisas como, "musica ofensiva para os meus ouvidos" são questões de gosto, as quais fundamentas-te e não fizeste o típico juízo crítico de isto é bom/mau melhor/pior por isto ou por aquilo. Mas lá está, é um exemplo que é possível ter um comportamento exemplar no entanto uma grande % dos ditos críticos tendem a ter uma atitude bem díspar dessa, o que depois puxa também outras reacções.

Segundo referiste no ultimo paragrafo, a solução parece-me ser uma questão de equilíbrio e bom senso.
No entanto parece que há sempre malta à 'trollitada' nestas áreas.

Re: Criticas destrutivas / construtivas - reflexão

Enviado: domingo mar 15, 2009 5:52 pm
por Pedro Lopes
Para mim uma critica é sempre uma opinião. Tal como entendo que todos têm direito a uma opinião, também eu tenho direito a discordar dela e ter uma visão completamente diferente de qualquer assunto.

Quando ligamos com algo tão subjectivo como é a arte então parece-me evidente que os gostos e sentimentos de cada um impedem a instrumentalização da criação humana.

Actualmente, com a internet e o desenvolvimento cibernáutico, todos somos chamados a dar a nossa opinião sobre tudo, nomeadamente sobre a musica. Ora, a nossa opinião vale o que vale enquanto gosto pessoal e nada mais do que isso.

No limite, o que se criam são zonas de influência, ou seja, eu dou mais atenção às referências trazidas pelo Inmist ou pelo Ele porque me identifico mais com o que penso serem os seus gostos.

Outros identificam-se mais com o Converge ou com o Zyklon mas todos temos naturalmente a nossa opinião.

De qualquer forma, tenho o entendimento de que, por exemplo, em foruns com este não faz sentido ir a um tópico de uma banda para dizer mal só porque não se identifica com o som da mesma.

O próprio conceito de qualidade é para mim subjectivo. Eu posso aceitar que determinada banda tem musicos com elevada capacidade tecnica (como os Dream Theater) mas ainda assim preferir os Ramones.

Ou seja, não gosto de Dream Theater e gosto de Ramones, e agora, quem é que me vai julgar?

Também prefiro Salvador Dali ao Picasso e Fernando Pessoa a Luis de Camões, e então?

Eu só ligo às criticas para saber se determinado disco saiu e ler as referências. Depois, só julgo depois de ouvir.

Re: Criticas destrutivas / construtivas - reflexão

Enviado: domingo mar 15, 2009 8:39 pm
por Venøm
do meu ponto de vista, acho um pouco triste ver o metal nacional a ser tomado por musicos "eruditos" que se gabam da sua cultura musical elevada e que ouvem Jazz, Blues e querem misturar isso com o Metal, olhando os outros trabalhos feitos anteriormente com um certo desprezo aclamando que se trata da inovação musical. Não sei se sou só eu, mas noto isso um pouco nas revistas, como a Loud e não me levem a mal porque pessoalmente não gosto disso.

Acho que aqui está o problema, e é onde as revistas e os programas de metal nacional deveriam agir. Isto porque, a meu ver, o Metal tem a ver com a "Simplicidade" musical, tem a ver realmente com o feeling que a musica nos dá.
E quando me refiro a simplicidade não me refiro a sonoridades simples, embora sejam essas as mais apelativas, mas sim a evitar conjugações sem nexo de outros generos musicais, temos aí tantos exemplos, por exemplo Ironsword, que adoro, tipo, um gajo ouve aquilo, tem os solos, tem boas liricas, a musica é simples, nada de muito complexo, mas atinge o seu objectivo, tocar cá dentro. Dou outro exemplo de uma banda estrangeira agora - cacophony - tocavam speed metal neoclassico, coisa arrojadíssima, cheio de escalas, arpejos tecnicismos, grandes melodias. Primavam pela musica que faziam, a estética nestes casos é irrelevante, basta ouvir para se gostar. A coisa está bem feita e cumpre o seu objectivo musical, seja portuguesa ou de fora.
E é esse o problerma cá em portugal, vêm daí N bandas a aparecer, a querer sobressair, a competir por um lugar no podio nacional, já com grandes produtoras à frente à procura de um espacinho dentro de uma revista, uma reportagem, uma entrevista, qualquer coisa, quando por si só ainda vão no primeiro album Full Length.
O mais irónico é que o que só se vê nas revistas são essas bandas, ali cheias de estética, como que impostas à força para o desgraçado do leitor ouvir. Mas depois as que normalmente ganham nos tops de final de ano são precisamente as outras que a unica coisa que apareceu em revista foi uma entrevistazinha e a publicidade ao CD. E pronto, as pessoas ouvem, não são bombardeadas de merchandise e de estetica e gostam pela musicalidade, e pela simplicidade das musicas, e no caso de Ironsword, a sua classificação deveu-se ao facto de o album se ter inserido no Bom Metal, naquele que as pessoas no meio de tanta trampa, desculpem-me o termo, estão à procura, porque sabem que aquilo não tem tecnicismos, intelectualismos, mas sim musica, puro Heavy Metal, pouco paleio e mais acção.

Por isso a minha critica vai precisamente para aí. Faz-me impressão ver bandas, portuguesas ou não, sairem para aí com ideias um bocado esquisitas dizendo que estão a trazer algo novo para o Metal ou a substituir sonoridades. Muito paleio, muita promessa de inovação que depois no fim cai por terra e acaba de ser uma panóplia de tecnicismos soltos que acabam por não dar tusa nenhuma.
~Isso é uma barbaridade, ao menos não lhe chamem Metal, arranjem outro termo. IMO.

De resto, criticar as bandas em específico para que? Se não gosto, só posso dizer que não gosto. Se gosto ouço, apoio a banda. Acho que não sou forçado a apoiar uma banda que faz um estilo do qual nao gosto só porque é portuguesa como se fosse um gesto muito patriótico.

Portugueses ou não, somos todos humanos, todos farinha do mesmo saco, assim como ha bandas la de fora que não apoio e critico severamente, também há bandas de cá que me fazem fazer o mesmo. É simples.

Re: Criticas destrutivas / construtivas - reflexão

Enviado: domingo mar 15, 2009 8:53 pm
por Pedro Lopes
Venøm Escreveu:do meu ponto de vista, acho um pouco triste ver o metal nacional a ser tomado por musicos "eruditos" que se gabam da sua cultura musical elevada e que ouvem Jazz, Blues e querem misturar isso com o Metal, olhando os outros trabalhos feitos anteriormente com um certo desprezo aclamando que se trata da inovação musical. Não sei se sou só eu, mas noto isso um pouco nas revistas, como a Loud e não me levem a mal porque pessoalmente não gosto disso.

Acho que aqui está o problema, e é onde as revistas e os programas de metal nacional deveriam agir. Isto porque, a meu ver, o Metal tem a ver com a "Simplicidade" musical, tem a ver realmente com o feeling que a musica nos dá.
E quando me refiro a simplicidade não me refiro a sonoridades simples, embora sejam essas as mais apelativas, mas sim a evitar conjugações sem nexo de outros generos musicais, temos aí tantos exemplos, por exemplo Iron Sword, que adoro, tipo, um gajo ouve aquilo, tem os solos, tem boas liricas, a musica é simples, nada de muito complexo, mas atinge o seu objectivo, tocar cá dentro. Dou outro exemplo de uma banda estrangeira agora - cacophony - tocavam speed metal neoclassico, coisa arrojadíssima, cheio de escalas, arpejos tecnicismos, grandes melodias. Primavam pela musica que faziam, a estética nestes casos é irrelevante, basta ouvir para se gostar. A coisa está bem feita e cumpre o seu objectivo musical, seja portuguesa ou de fora.
E é esse o problerma cá em portugal, vêm daí N bandas a aparecer, a querer sobressair, a competir por um lugar no podio nacional, já com grandes produtoras à frente à procura de um espacinho dentro de uma revista, uma reportagem, uma entrevista, qualquer coisa, quando por si só ainda vão no primeiro album Full Length.
O mais irónico é que o que só se vê nas revistas são essas bandas, ali cheias de estética, como que impostas à força para o desgraçado do leitor ouvir. Mas depois as que normalmente ganham nos tops de final de ano são precisamente as outras que a unica coisa que apareceu em revista foi uma entrevistazinha e a publicidade ao CD. E pronto, as pessoas ouvem, não são bombardeadas de merchandise e de estetica e gostam pela musicalidade, e pela simplicidade das musicas, e no caso de Iron Sword, a sua classificação deveu-se ao facto de o album se ter inserido no Bom Metal, naquele que as pessoas no meio de tanta trampa, desculpem-me o termo, estão à procura, porque sabem que aquilo não tem tecnicismos, intelectualismos, mas sim musica, puro Heavy Metal, pouco paleio e mais acção.

Por isso a minha critica vai precisamente para aí. Faz-me impressão ver bandas, portuguesas ou não, sairem para aí com ideias um bocado esquisitas dizendo que estão a trazer algo novo para o Metal ou a substituir sonoridades.
~Isso é uma barbaridade, ao menos não lhe chamem Metal, arranjem outro termo.

De resto, criticar as bandas em específico para que? Se não gosto, só posso dizer que não gosto. Se gosto ouço, apoio a banda. Acho que não sou forçado a apoiar uma banda que faz um estilo do qual nao gosto só porque é portuguesa como se fosse um gesto muito patriótico.

Portugueses ou não, somos todos humanos, todos farinha do mesmo saco, assim como ha bandas la de fora que não apoio e critico severamente, também há bandas de cá que me fazem fazer o mesmo. É simples.



Do meu ponto de vista acho importante que o Metal evolua para novas sonoridades e não caia no marasmo de uma sonoridade repetitiva. E não deixo de chamar Metal a essas Bandas novas.

De resto é como dizes se não gostas não gostas! Mas...parece-me que estás a ir um pouco além disso....

Re: Criticas destrutivas / construtivas - reflexão

Enviado: domingo mar 15, 2009 9:22 pm
por Zyklon
que se gabam da sua cultura musical elevada e que ouvem Jazz, Blues e querem misturar isso com o Metal

Oh minha .... tu por acaso sabes de onde veio/surgiu/nasceu a musica Rock?
Sim porque o Metal é Rock já que se é para sermos puristas vamos ser.
Ou julgas que apareceu assim do anda?
E mais o Metal não é mais que mistura de varios estilos,tal como toda a musica que ouvimos tanto agora como no passado.
Se as bandas/musicos/pessoas não tivessem misturado punk e rock nunca terias o Thrash-Metal nem o Speed se os Deep Purple ou Black Sabbath não tivessem dando distorção ao Rock o HM provalvelmente nem existiria ou talvez fosse criado por outros e assim sucessivamente.
A musica vive de mistura/vivacidade/criação/arte num sentido pessoal e no caso do HM as coisas misturam-se com a personalidade de quem as ouve de uma forma onde se calhar só existe paralelo na musica classica.
O Metal enquanto estilo musical não é nem nunca foi um estilo fechado desde Virgin Steele,até aos Manowar ou outras bandas apesar do seu discurso patetico que as vezes se ouve acabam de uma maneira ou outra serem influenciadas por outras coisas.
Sejam elas intros acusticas,passagens classicas(musica) ou discuros guerreiros apelos ao darkside etc etc...
Metal verdadeiro?
Só se for Black Sabbath ou Led Zeppelin,mas serão estas bandas enquadradas naquilo que se diz que é o HM nos dias de hoje?

Desculpem o off topic,mas ai o tal venom continua com a o tal orgão ligado ao cerebro.
Siga :arrow:

Re: Criticas destrutivas / construtivas - reflexão

Enviado: domingo mar 15, 2009 9:23 pm
por Grimner
Não dei exemplo de críticas construtivas porque o termo é um bocado "falacioso". Em última instância, cada artista faz aquilo que quer fazer. Mas não existe um imperativo moral de ajudar uma banda na qual não vejo futuro a crescer. No fundo, uma crítica é uma opinião, e vale o que vale, e já vi muitos músicos acatar muito mal críticas perfeitamente inocentes.

O resto, também está no bom senso da pessoa. Eu não gosto de Death Metal brutal, por exemplo. Como tal, não oiço nem procuro ouvir bandas neste estilo, a não ser que alguém venha e me diga, "mas ouve tens MESMO que ouvir", e eu tiver confiança nos gostos dessa pessoa.

@ Venom: O teu post entra um pouco fora do tópico das críticas construtivas. É sim uma crítica ao facto da musica evoluir. Mas, e sem desviar muito o tópico, eu digo: Se a mentalidade fosse a que tu dizes, nem nunca teria havido Metal. Este é logo à partida uma fusão de estilos de rock, portanto... em exemplos concretos, uma audição atenta a praticamente todas as grandes bandas dos anos 80 denota que todas elas fizeram aquilo que tu criticas: pegaram em influências de fora e criaram algo novo. Metallica ou Slayer nunca teriam existido sem uma fusão de punk com a NWOBHM, e a própria NWOBHM tem o seu quê de punk à mistura, mistura essa que tem uma quota parte de Blues, como aliás bandas como Led Zeppelin ou Black Sabbath bem demonstram. Progressivo? Deep Purple é tremendamente progressivo. Manowar, os "reis" do Metal, fizeram musica de fusão entre blues, rock e influencias clássicas e operáticas. Mercyful Fate? Idem idem aspas aspas. Se forem ver a discografia desses icones do "verdadeiro" Metal, de certeza que encontram muito mais que as discografias completas de bandas de Metal clássico.

E por outro lado, com bandas como Iron Maiden ainda no activo, qual é de facto o contributo de uma cena musical que se limita a emular as glórias passadas, especialmente quando elas ainda estão vivas, e a mexer bem? A estagnação e o conformismo para mim são completamente o contrário daquilo que o Heavy Metal enquanto musica, e enquanto estilo englobam. Todas as bandas acima mencionadas chegaram onde chegaram a fazer algo diferente, não a manter uma ortodoxia. Fizeram EXACTAMENTE aquilo que tu criticas, pegaram em influências de outros estilos e incorporaram-nas na sua música. E fizeram algo diferente, tiveram os tomates, o pretensiosismo, a originalidade, e mesmo o intelectualismo (Se vamos falar de intelectualismos no Metal, temos Metallica a falar de Hemmingway em 1984, Iron Maiden com temas de História ou com menções a poemas da literatura romântica do séc. XIX, as preocupações políticas de não sei quantas dezenas de bandas thrash, ou meio album de Manowar dedicado a uma epopeia grega) para não cair no "seguidismo" fácil e conformista, como fizeram os mil e um clones de Motley Crue... e esses, onde andam agora?

Re: Criticas destrutivas / construtivas - reflexão

Enviado: domingo mar 15, 2009 10:23 pm
por Venøm
Calma! Eu sei que o meu post entrou um pouco fora do tópico porque fui um pouco mais generalista e dei ali uma opinião mais pessoal. Mas só quero esclarecer aqui uma coisa:

Eu não estou a por em causa a evolução musical do Metal. Não estou para aqui a dizer para ficarmos todos num vortex temporal de Heavy Metal, Thrash, Speed, etc.

O Metal deve evoluir sim! Tecnico, não tecnico, assim ou assado, mal ou bem, as sonoridades vão-se transformando.

O que estou a criticar, é o N numero de bandas que aparecem, cá em portugal (e tenho isto escrito no meu texto) que aparentam ser muito "Ah e tal somos tecnicos queremos inovar", grande alarido, paginas e paginas de revistas com os gajos na capa, e no fim acabam por ser fracos. Acaba por ser gente a despejar arpejos, escalas, solos, etc às pázadas e a banda acaba por não ter coesão, acaba por ser mais uma de capa de revista que depois desaparece. Mais uma banda da pseudo-inovação, mas que é so conversa.

O que estava a dizer é que as bandas que realmente inovam, são as bandas que pela sua musica conseguem chegar às pessoas. Porque se uma banda tem sucesso musical, tem disciplina, solidez, tem tudo para transportar o seu género a um novo patamar no Metal. Isto porque muitas outras bandas se irão inspirar e transformar aquilo em algo novo a longo prazo.

Agora, não são estes fulanozecos que aparecem para aí (desculpem a expressão) armados em carapaus de corrida a dizer que vão fazer X e Y e que "estamos aqui para inovar" mas depois não valem um caracol porque é uma coisa tão forçada, que vão contribuir para a evolução do Metal.

Daí concordar com o que o Zyklon disse: onde estaria o Heavy Metal se não fosse Deep Purple, Black Sabbath etc...? Acham que os gajos na altura vinham para as revistas depois de lançar um EP todos contentes, fazer grandes sessões fotográficas e reportagens e o crlh?

Não!

Simplesmente, chegaram, tocaram, fizeram a cena deles com empenho e amor à coisa, tiveram sucesso e foram recompensados pelo seu esforço, visto que muitos outros os seguiram. E daí nasceu toda uma comunidade! Fizeram a diferença pela musica!

Re: Criticas destrutivas / construtivas - reflexão

Enviado: domingo mar 15, 2009 10:45 pm
por Pedro Lopes
Venøm Escreveu:Agora, não são estes fulanozecos que aparecem para aí (desculpem a expressão) armados em carapaus de corrida a dizer que vão fazer X e Y e que "estamos aqui para inovar" mas depois não valem um caracol porque é uma coisa tão forçada, que vão contribuir para a evolução do Metal.



Quem são estes "fulanozecos" a que te referes? Não estás a personalizar demasiado o assunto? Quem te lê fica a pensar que te estás a referir a alguém em particular por motivos que não são estritamente os que têm a ver com a musica.

Re: Criticas destrutivas / construtivas - reflexão

Enviado: domingo mar 15, 2009 11:10 pm
por Venøm
Pedro Lopes Escreveu:
Venøm Escreveu:Agora, não são estes fulanozecos que aparecem para aí (desculpem a expressão) armados em carapaus de corrida a dizer que vão fazer X e Y e que "estamos aqui para inovar" mas depois não valem um caracol porque é uma coisa tão forçada, que vão contribuir para a evolução do Metal.



Quem são estes "fulanozecos" a que te referes? Não estás a personalizar demasiado o assunto? Quem te lê fica a pensar que te estás a referir a alguém em particular por motivos que não são estritamente os que têm a ver com a musica.

Nada disso!
Atenção, refiro-me às bandas de fraca qualidade que mencionei, não a ninguem em particular.

Re: Criticas destrutivas / construtivas - reflexão

Enviado: domingo mar 15, 2009 11:57 pm
por CarlosC
Há uns tempos tive uma troca de ideias com pessoal sobre a questão de subgeneros de fusão e até onde se podia fazer misturas e até que ponto era possível definir estilos... surgiu então alguém que dizia ser criador de "Death Metal Flamenco Fusion" algo que me deixou perplexo assim de repente...

É complicado definir supersubgeneros de subsubgeneros e por aí adiante... e não acho que seja muito cultural ter uma atitude de "overthinking" sobre algo que está mais ligado às sensações que transmite e aos gostos pessoais.

Grimmer tenho que concordar, de facto na arte todos somos livres. Não sou contra as críticas atenção... comecei o tópico pela 'ditadura das maiorias' aparente... Porque obviamente que há críticas com sentido e é possivel exitir esse tipo de dialogo de forma corente. Como dizes lá está, depende do bom senso das pessoas... não me vou meter junto de "bimbos" a falar mal de "pimba" só porque sim, não gosto, não oiço, não comento: não vou meter o bedelho onde não sou chamado.
Aquilo que gosto: oiço, escuto, aprecio, comento, defendo, divulgo e apoio, sempre de forma fundamentada. As simple as that.


"Fulanozecos" - então generalizas isso para as bandas amadoras em ascensão que deitam fogo de artificio antes de lançar o álbum é isso?
ehpa de certo modo não é uma atitude lá muito humilde, vista da forma como a descreves... mas já foge um bocado à minha reflexão embora eu não seja tão 'extremista' (se me permites o termo) como tu me pareces ser nessa questão em particular, obviamente.