Política - Discussão ou algo do género.

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spiegelman
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor spiegelman » terça mai 03, 2011 9:36 pm

O PSD é liderado por atrasados mentais. Se é este o liberalismo que querem deixa-me já comprar um bilhete para emigrar para a Suécia... Obrigado PSD e Passos Coelho por manteres o sócrates no poder por 10 anos.

O Sócas não veio anunciar as medidas do FMI, o Sócas veio agarrar os eleitores pelos tomates (função públoica). As medidas do FMI vais senti-las devagarinho, subrepticiamente e quando deres por elas já estão em vigor sem saberes como

IVA a 25%
Cortes nos medicamentos, na educação, nas bolsas de estudp, no subsídio de desemprego, apoios culturais, nas indemnizações dos despedimentos
Mais sobretaxas no IRS, IRC, imposto automóvel, álcool, tabaco
Desaparecimento de institutos
O que seja. Mas naquilo que dá votos que é mexer na função pública não há nada que é isso que dá votos

Mas, hei, se o FMI diz que sim, quem são todos os outros para dizer que não?
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Pedrof
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Pedrof » terça mai 03, 2011 9:47 pm

Eu nem acho que o problema do PSD seja o Passos Coelho, pelo contrário.
O problema são os barões que mandam lá, e que querem é continuar a ganhar o seu, e ir atirando lenha para a fogueira, isto é, líder atrás de líder, a ver se algum pega.
O Passos Coelho parece-me que quer romper um pouco com a indefinição ideológica do PSD, e dar-lhes um ar mais liberal. Mas com as vozes do partido por trás, a não o deixarem ir mais longe...
E parece-me também que ele é um pouco ingénuo, e vai caindo nas armadilhas do Sócrates, que o vai picando, e este vai tentando responder à letra, e muitas vezes a coisa não corre muito bem.

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aftermath
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor aftermath » quarta mai 04, 2011 2:46 am

Pedrof Escreveu:Eu nem acho que o problema do PSD seja o Passos Coelho, pelo contrário.
O problema são os barões que mandam lá, e que querem é continuar a ganhar o seu, e ir atirando lenha para a fogueira, isto é, líder atrás de líder, a ver se algum pega.
O Passos Coelho parece-me que quer romper um pouco com a indefinição ideológica do PSD, e dar-lhes um ar mais liberal. Mas com as vozes do partido por trás, a não o deixarem ir mais longe...
E parece-me também que ele é um pouco ingénuo, e vai caindo nas armadilhas do Sócrates, que o vai picando, e este vai tentando responder à letra, e muitas vezes a coisa não corre muito bem.


Para o PSD ser um partido verdadeiramente liberal só há uma maneira! Brilhando: chega-te á frente!!! :mrgreen:
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And all I do is let the beast come in"
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Pedro Lopes
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Pedro Lopes » quarta mai 04, 2011 5:19 am

Estas questões dos conceitos de esquerda ou direita, ser liberal ou não liberal sempre me fizeram muita confusão. Pergunto-me a mim próprio se não haverá algo a que se possa chamar bom senso sobre o qual um partido politico possa basear a governação.

Naturalmente que o bom senso de uns não é o mesmo de outros mas em democracia (e não em partidocracia) há coisas que sao demasiado evidentes.

Ou seja, perante os discursos que vou ouvindo se sou a favor da vinda do FMI sou de direita e alimento os interesses dos grandes grupos económicos, se sou contra a privatização da CGD sou de esquerda e anti liberal, se sou contra o TGV sou de extrema direita mas se entendo que o Estado deve manter uma posição de regulação em áreas fundamentais como a saude ou a educação já sou de esquerda e se acho que os 10 estadios construidos para o Euro com o dinheiro dos contribuintes, deviam todos ir abaixo, então sou anti portugues.

Poupem-me os fanatismos e os conceitos ideológicos. O pais está numa situação demasiado grave para continuar a caminhar num sentido que é apenas o do poder e do interesse partidário.

Sejam de esquerda ou de direita, as medidas a tomar devem ser analisadas em função do que é melhor para o país, com ponderação, aceitação de ideias e...sobretudo...bom senso.

É que nem a chamada esquerda em Portugal tem argumentos para, por exemplo, condenar a actuação e a vinda da Troika para Portugal, nem a chamada direita liberal tem argumentos para privatizar a CGD por exemplo.

Porque então defender o contrário?

Já me chega ter de continuar a gramar com umas largas dezenas de matacões com olhos a levantarem-se ou a ficarem sentados nos seus lugares da Assembleia conforme as regras do partido.

Entretanto Socrates controla a informação, a comunicação social e a agenda politica mas vou ter de continuar a acreditar que Socrates se vai embora. Se perco esta esperança entro já em depressão.
Eu fui aprovado nos testes de "stress"!!! E tu??

Pedro Lopes
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Pedro Lopes » quarta mai 04, 2011 6:26 am

aftermath Escreveu:Deixa tar que muito cagão vai começar a estrebuchar, ainda os vais ver na rua aos berros. Como? O BES (só para começar) vai fechar 20 agências!

http://www.rr.pt/informacao_detalhe.asp ... did=153752


Andas distraído.

O Santander já fechou 25 agências. O BPI está a fechar 40. Mas, não estás a lidar com a função pública. Cada agência é uma unidade de negócio e se a sua rentabilidade é sistematicamente negativa, não há outra solução a não ser fechar.

E qualquer funcionário dessas agências percebe isso perfeitamente.

Mas agora dou-te um exemplo aplicado ao Estado. Um departamento de uma determinada entidade pública tem 3 pessoas para digitalizar e arquivar documentos. Cada funcionário, por força das progressões automáticas na carreira, ganha cerca entre 1.500,00 e 1.800,00 Euros liquidos por mês. O objectivo de cada um é digitalizar 5 resmas de papel por dia (objectivo diário que se consegue ainda antes de almoço). O atraso no serviço é de 3 anos.

Tens aqui duas alternativas:

Mandas este pessoal embora e contratas uma empresa para te fazer este trabalho. Custa-te menos 75% mês e colocas o trabalho em dia.

ou

Mandas este pessoal embora e contratas dois jovens a ganhar 1.200,00 Euros liquidos cada que produzem 3 vezes mais e até te colocam o trabalho em dia.

Concordas ou é preferível manter a situação como está?
Eu fui aprovado nos testes de "stress"!!! E tu??

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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor spiegelman » quarta mai 04, 2011 8:40 am

Este é o principal problema da função pública "clássica".

Para mim, enquanto há alguns resquícios ideológicos de esquerda que me permitam ser algo inflexível, há duas coisas intocáveis: o serviço Nacional de Saúde e o Sistema Público de Ensino. Porque são princípios fundamentais do estado social e as maiores democracias sociais liberais da Europa têm sistemas de ensino e de saúde universais e gratuitos

A partir daí temos de ser razoáveis. Há serviços públicos que podiam perfeitamente ser eliminados, cortados, subcontratados. Mas atenção, não é como as subcontratações que temos, que, principalmente na gestão privada de hospitais e empresas municipais, os buracos, o peso e os custos são ainda piores. mas porque não liberalizar tudo o resto?

Como o Pedro disse, digitalizar documentos ou arquivar processos é um serviço público fundamental do estado social?

Relativamente à liberalização do mercado de trabalho eu até concordo que seja mais fácil despedir. Desde que haja contrapartidas.

Outra coisa que me deixa o nariz torcido é o que é que o país faz com os funcionários despedidos.

Hoje em dia as empresas querem despedir essencialmente os funcionários mais velhos que já ganham demasiado e estão há muitos anos na empresa.

O que fazer então com toda essa gente? Temos estado para os sustentar? Temos local de trabalho em outras empresas para os empregar?

Este país não está a caminhar para novo e a força de trabalho está cada vez mais envelhecida. O que fazer com os funcionários despedidos?
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Brilhando » quarta mai 04, 2011 9:24 am

aftermath Escreveu:Para o PSD ser um partido verdadeiramente liberal só há uma maneira! Brilhando: chega-te á frente!!! :mrgreen:


Eu acho mesmo incrível como é que alguém pode considerar o PSD sequer perto de um partido liberal.

Ao mesmo tempo, nem me devia espantar muito porque "liberal" é a palavra que mais perdeu o sentido original nos últimos 100 anos (basta ver o seu rapto pela esquerda americana, que se consideram "liberals", e o bicho-papão do "neoliberalismo", que não é mais do que intervencionismo mascarado de medidinhas a favor do mercado livre a transbordar "moral hazards" por todo o lado).
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Brunhu » quarta mai 04, 2011 9:46 am

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Esta campanha/eleições não vão dar luta nenhuma....

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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Brilhando » quarta mai 04, 2011 10:38 am

Pedro Lopes Escreveu:Estas questões dos conceitos de esquerda ou direita, ser liberal ou não liberal sempre me fizeram muita confusão. Pergunto-me a mim próprio se não haverá algo a que se possa chamar bom senso sobre o qual um partido politico possa basear a governação.


Bom senso:

Imagem

(Economics in One Lesson, by Henry Hazlitt, full text in PDF)

"The one lesson is simply this: economic planning should take into account the effects of economic policies on all groups, not just some groups, and what those effects will be in the long run, not just the short run. That's it. That's the lesson. Fallacious economic policies almost invariably seek to benefit one group at the expense of all others, or to bring about short-term benefits at the expense of long-term benefits. With this as his thesis, Hazlitt examines the numerous manifestations of such fallacies in different situations."


Daí o intervencionismo, seja ele de esquerda ou de direita (e meter "liberal" ao barulho é pura ignorância), estar condenado a falhar.
Por mais cheio de boas intenções que possa ser, nunca consegue atingir os fins a que se propõe, precisamente porque nunca considera todas as consequências (as que estão à vista e as que não estão à vista) das suas medidas, e porque, invariavelmente, estas serão sempre em favor de uns à custa de outros.

Isso, mais o contínuo desrespeito pelos direitos de propriedade, a arrogância de se tomar o Estado como "capaz" de gerir algo tão complexo como a economia (ie, a interacção voluntária diária entre milhões de pessoas), a burocracia e regulamentação desenfreada, políticas monetárias aberrantes e, para terminar, as maneiras mais disparatadas, irracionais e irresponsáveis de se gastar o dinheiro dos outros com a maior impunidade.

Estão a ver algum partido em Portugal capaz de lutar contra isto? Também me parece que não.
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Cthulhu_Dawn » quarta mai 04, 2011 11:23 am

“Para aumentar as redes de protecção social (...) vamos apresentar uma proposta para aumentar a elegibilidade ao subsídio de desemprego a categorias claramente definidas de trabalhadores independentes”, segundo o texto do memorando a que a Lusa teve acesso.

O documento prevê ainda a redução, de 15 meses para 12 meses, do período contributivo para os trabalhadores terem acesso ao subsídio de desemprego, mas reduz o subsídio para um máximo de 18 meses, reduz o máximo mensal do subsídio para os 1.048,05 euros e deixa claras as novas limitações para o aumento do salário mínimo.

Para assegurar que os custos do trabalho não põem em causa a criação de emprego e a competitividade, o memorando prevê que, ao longo do programa de resgate a Portugal, “qualquer aumento do salário mínimo só terá lugar se justificado pelas condições económicas e terá de ser acordado no contexto das revisões regulares do programa” de auxílio.

O memorando de entendimento prevê, para este ano e para 2012, uma quebra no produto interno bruto (PIB) de dois por cento. “As reformas vão focar-se na criação de novos empregos”, refere o memorando, destacando a criação de postos de trabalho para os mais jovens, e sublinha a necessidade de resolver os problemas “fundamentais que impedem a transição eficiente de trabalhadores entre ocupações, empresas e sectores e que criam privilégios socialmente injustos” e promete a adopção das novas medidas em consulta com os parceiros sociais.

Para os novos contratos, o documento promete ainda alinhar as indemnizações compensatórias dos contratos a termo certo aos dos contratos sem termo, reduzir estas indemnizações, para dez dias por ano de trabalho, pagas pela empresa, ao qual se junta um valor igual, pago pelo trabalhador.

“Até Março de 2012, vamos apresentar uma proposta para alinhar os níveis das indemnizações compensatórias com a média da União Europeia (...) e vamos preparar, até ao final de Dezembro de 2011, uma proposta visando a introdução de ajustamentos à questão dos despedimentos individuais justos”.



Aquilo que se vai sabendo dos detalhes do acordo...Aqui está notícia mais detalhada

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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Indigente » quarta mai 04, 2011 11:36 am

Estás a ver algum sistema económico capaz de se auto-regular? Também me parece que não.

Apresentas sempre o argumento que graças ao intervencionismo do Estado, seja por intermédio de gestão, leis anti-monopólio ou atribuição de subsídios, castras qualquer capacidade do mercado se tornar competitivo. No entanto, haverá sempre foul-play e especulação em todos os sectores económicos e como tal o mercado nunca há-de chegar a esse tão almejado equilíbrio supostamente sabotado pelo Governo. E afirmar o contrário é negar a natureza humana e acreditar numa utopia tão fantasiosa como o Comunismo.

Não digo que o Estado deva intervir em todos os sectores de produção duma forma agressiva e/ou taxativa, mas a ideia de deixar o mercado regular-se a si próprio parece-me uma noção assustadora.
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor The Morning Star » quarta mai 04, 2011 11:39 am

Presidente do BCP diz que não precisa da ajuda do Estado - Mau Presságio

Quem conhece minimamente a Administração Pública sabe que enferma de vários males: tem funcionários a mais, é pouco produtiva (com excepção de pouquíssimos departamentos), não tem mobilidade e funciona como um empecilho ao desenvolvimento da economia.

Os problemas estão tão bem identificados que todos os partidos, mesmo os da extrema-esquerda, sabem o que tem de ser feito para reformar o Estado. Nomeadamente, sabem que não se consegue reformar o Estado sem reduzir efectivos (em moldes a analisar). É importante não esquecer isto por causa das promessas eleitorais que vamos ouvir até às eleições.
O tiro de partida foi dado Domingo pelo PSD, com Pedro Passos Coelho a dizer que, se for Governo, não vai despedir nem fazer novos cortes nos salários dos funcionários públicos. O PSD sabe perfeitamente que a reforma do Estado é fundamental para aumentar o potencial de crescimento da economia. Mas como não quer perder votos, faz demagogia.

Com outra agravante: o partido tem-se queixado que o Governo não dá informação actualizada sobre o estado das finanças públicas. O que o impede de propor soluções sérias para o país enfrentar a crise financeira. Então, se não tem essas informações como é que Passos Coelho promete não cortar postos de trabalho no Estado nem fazer novos cortes nos salários? Ainda para mais sem conhecer as propostas do FMI, Comissão Europeia e BCE para esta área (não foi o PSD que recusou divulgar o seu programa antes de saber o que a troika vai propor/impor a Portugal?).
Ao fazer promessas destas, Passos Coelho arrisca-se, se ganhar as eleições, a imitar José Sócrates: desdizer, como 1º ministro, o que prometeu como candidato. - Camilo Lourenço (A Cor do Dinheiro - Jornal de Negócios)
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Cthulhu_Dawn » quarta mai 04, 2011 11:43 am

The Morning Star Escreveu: Ao fazer promessas destas, Passos Coelho arrisca-se, se ganhar as eleições, a imitar José Sócrates: desdizer, como 1º ministro, o que prometeu como candidato. - Camilo Lourenço (A Cor do Dinheiro - Jornal de Negócios)


Ou seja, a fazer aquilo que é prática comum há 37 anos de regime democrático.

Só eu é que não escrevo em jornais, a dizer o óbvio...

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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Brilhando » quarta mai 04, 2011 1:11 pm

Indigente Escreveu:Estás a ver algum sistema económico capaz de se auto-regular? Também me parece que não.

Apresentas sempre o argumento que graças ao intervencionismo do Estado, seja por intermédio de gestão, leis anti-monopólio ou atribuição de subsídios, castras qualquer capacidade do mercado se tornar competitivo. No entanto, haverá sempre foul-play e especulação em todos os sectores económicos e como tal o mercado nunca há-de chegar a esse tão almejado equilíbrio supostamente sabotado pelo Governo. E afirmar o contrário é negar a natureza humana e acreditar numa utopia tão fantasiosa como o Comunismo.

Não digo que o Estado deva intervir em todos os sectores de produção duma forma agressiva e/ou taxativa, mas a ideia de deixar o mercado regular-se a si próprio parece-me uma noção assustadora.


O mercado não é "perfeito" mas sim dinâmico (evenly rotating economy), e o estado de "equilíbrio ideal" que os famigerados modelos matemáticos neo-clássicos tanto usam são construções meramente artificiais. Se houvesse um equilíbrio perfeito não haveriam lucros nem prejuízos de todo.
Esse mecanismo principal de correcção do mercado que são os lucros e os prejuízos, reflectem a satisfação dos consumidores, permitem o cálculo económico que o socialismo e as outras vertentes intervencionistas são incapazes de permitir e que levam às distorções do mercado - Este é o principal argumento que refuta definitivamente o socialismo ou qualquer outra forma de planeamento central, é de 1922 e ainda ninguém conseguiu contra-argumentar baseado na lógica ou na razão. Já dos seus argumentos morais nem é preciso falar.
Outro problema do planeamento central é a falácia da informação necessária para gerir a economia. NINGUÉM consegue ser suficientemente omnisciente para saber tudo o que se está a passar na economia para gerir de um modo eficiente a alocação de recursos e de capitais. Além de que, historicamente, intervenções "ligeiras" levaram sempre a intervenções gradualmente maiores e mais danosas.
Volto a frisar também o que disse no post anterior: as políticas interessam um grupo em particular à custa de outros ou interessam a todos? São benéficas a curto prazo mas não serão prejudiciais no longo prazo?

A especulação, por outro lado, não é nada de negativo per se. Aliás, é uma forma de garantir que haja produção suficiente dos bens a serem "especulados".
Por exemplo, a especulação numa commodity como um qualquer alimento, apesar de lhe fazer subir o preço, sinalizará aos produtores/empresários que uma aposta na sua produção irá trazer mais lucros. Ora se primeiro aumenta a procura, em seguida irá aumentar a oferta, baixando portanto preço inicial e no final fica-se com uma maior oferta do produto em questão.
Deitar as culpas nos "especuladores" por tudo e mais alguma é pura e simplesmente uma gratuitidade.
Se te preocupa a culpa da "especulação" nos preços do petróleo, por exemplo, basta comparares o preço do petróleo em dólares com o preço do petróleo em ouro e verás que o preço não varia assim tanto quanto isso.

Se a ti te assusta imaginar um "mercado a regular-se a si próprio", a mim assusta-me a forma como os bancos centrais (que são por sua vez controlados pelos grandes bancos privados que os governos sempre permitiram fazer o que quisessem), vão destruindo cada vez mais a economia como bem lhes apetece, e a culpa no final é sempre do "mercado" que já há dezenas de anos deixou de ter o que quer que fosse de "livre" no sentido mais geral.
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor MeBathory » quarta mai 04, 2011 1:41 pm

Morning Star, bem.... tu não precisas de ir para a Suècia, tens futuro garantido na politica nacional! :mrgreen:

Quanto à meritocracia... os padrinhos, tios, amigos que arranjam tachos uns aos outros faz parte dos usos e costumes nacionais, os politicos sao o reflexo da sociedade onde vivemos. E o teu liberalismo/discurso em nada vai alterar este lindo costume ( costume este que ja vem de tempos salazaristas). Mudar mentalidades era um bom começo. Deixa o codigo laboral para mais tarde. Como ja alguem disse, Portugal nao é a Suécia.
E ja que falaste na Suécia... que tal falares no sistema Frances?

Quanto ao resto, apetecia-me dizer umas coisas :mrgreen: mas nao posso, pq depois vem o Raxx e chama-me de gajo, esquecendo-se das regras que ele proprio criou, é que o pessoal por estes lados tem uma falta de humor do carai :mrgreen: .
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