Política - Discussão ou algo do género.

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Cthulhu_Dawn
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Cthulhu_Dawn » quinta mai 05, 2011 8:02 am

Audiokollaps Escreveu:O mal de Portugal é o "português", é a nossa mentalidade, é a nossa postura, é a nossa forma de encarar o trabalho e as responsabilidades, é a nossa forma de encarar o correcto e o errado, é a nossa forma de agirmos... é uma questão cultural e histórica, seja ele um funcionário de um banco privado ou um funcionário público.


Curiosamente:

Passos anuncia apoio a medidas da troika em programa de humor na RTP2



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MeBathory
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor MeBathory » quinta mai 05, 2011 8:23 am

Oh Morning Star, os emigrantes foram para frança trabalhar, e como qualquer outro francês pagam impostos e beneficiam das mesma regalias sociais “milionarias”.
A diferença é que na França os empresarios criam empresas e investem nelas, em Portugal investem na casa e no carro .
O empresario frances tem mais encargos sociais com os seus funcionarios, que os portugueses, e a fortuna paga impostos à grande e à francesa lol, e não cantam o fado.
Queixar até se queixam, mas pagam!

aqui é bonito ver a fuga aos impostos, vais ao Só dr, ou ao mecanico e eles perguntam logo se quer recibo, é que com recibo é mais caro. Mas andar atras destes tipos cansa muito, fode-se quem ja esta de quatro, dá menos trabalho!

E quanto ao aumento da idade da reforma, esta prende-se mais com o facto da esperança de vida ter aumentado MUITO nos ultimos anos, e cada reformado em vez de receber entre 5/10 anos, passou a receber de 10/20, e ainda as depesas de saude ligadas com a velhice, e nao propriamente com o montante ds reformas e outras prestaçoes. Claro que agora ha que se adaptar a realidade actual, vive-se mais tempo, deve-se trabalhar até mais tarde ( tendo em conta a profissao, claro esta).

E dizes tu que “os padrinhos e tachos, no privado é raro” ?! Oh valha-me deus e a santissima trindade e o raio que os parta que até fico religiosa!

Again...
Politica – Discussão ou The Fallacy of assertion without knowledge.

E para terminar
Audiokollaps Escreveu:Enquanto as pessoas não perceberem que o nosso problema, a nossa questão não é sobre direita VS esquerda, capitalismo VS comunismo, Liberalismo VS Estado Social, mas sim uma questão cultural, Portugal nunca irá criar um futuro mais risonho.

O mal de Portugal é o "português", é a nossa mentalidade, é a nossa postura, é a nossa forma de encarar o trabalho e as responsabilidades, é a nossa forma de encarar o correcto e o errado, é a nossa forma de agirmos... é uma questão cultural e histórica, seja ele um funcionário de um banco privado ou um funcionário público.
Awaiting the exorcist....

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KonigLowe
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor KonigLowe » quinta mai 05, 2011 8:27 am

O que é preciso é muita fairness!!!



Rir dos políticos para não chorar.
Mas livrai-nos do Malamén

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Brilhando
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Brilhando » quinta mai 05, 2011 11:20 am

Indigente Escreveu:Eish, tu vens sempre com a mesma retórica e eu não me apetece estar a escrever testamentos para justificar uma opinião minha que já debati várias vezes contigo em pessoa para tu estares sempre a voltar ao mesmo. Eu falo numa perspectiva de bom senso e praticabilidade, tu continuas a trazer idealismos económicos para a discussão que não vão ter lugar neste país nem daqui a 20 anos. Ganhas por default. Pode ser que o Portas tenha a mesma sorte.


Mas qual retórica? O que é que há de mais bom senso e praticabilidade do que analisar medidas económicas conforme não só os efeitos a curto e a longo prazo como nos benefícios que trazem para todos ou não? Perdes nem uma hora a ler o tal "economics in one lesson" e ver como esse raciocínio se aplica a coisas que não tÊm nada a ver com "idealismos económicos" mas sim com a nossa realidade do dia a dia.


EDIT: e o que é que terá mais "idealismo económico", a fé que um organismo, que tem o monopólio de violência e coerção e formado pelas mesmas pessoas que fora dele são igualmente gananciosas, individualistas e afins, terá a omnisciência de gerir mais eficaz e neutralmente a actividade económica (e não só) a todos os níveis de milhões de pessoas, seja num sistema socialista, comunista, intervencionista (+ ou - light), ou deixar essas milhões de pessoas interagirem livre e voluntariamente, com mecanismos de respeito à propriedade privada, e na procura do melhor para elas próprias, livres de arriscar, ganhar e perder na medida em que a responsabilidade cairá sempre nelas próprias?

Se a Portugal não se podem aplicar esses "idealismos económicos" (suponho que, com essa expressão, mais valia dizeres que os ideias intervencionistas são, pura e simplesmente, dogmas indiscutíveis ou perto disso), não sei porque é que, a nível mundial, existem em simultâneo países pobres em recursos naturais que são riquíssimos e países ricos em recursos naturais que são miseráveis.
Se Portugal está cheio de oportunistas, maus gestores, exploradores e quejandos, é porque os incentivos presentes levam a que tal assim seja o seja. Enquanto não removeres proteccionismos disfarçados, subsídios, sentimento de impunidade e a "filosofia" que o Governo é que sabe o que é melhor para a economia, Portugal está condenado ao fracasso, seja com Sócrates, Coelhos ou Portas.


Se também quiseres vir a perder 7 minutos da tua vida a ver o vídeo que o Morning Star colocou há uns posts sobre o 2º debate (o I também é bastante pertinente tendo em conta a abordagem aos ciclos económicos) em forma de rap de Hayek (que no fundo ainda tinha bastantes tiques de intervenciosta) VS Keynes (o menino-prodígio de qualquer estatista e intervencionista, que de novidade para o pensamento económico só trouxe uma recauchutagem de medidas mercantilistas rebatidas anos antes apresentadas numa forma statist-friendly), também verás um resumo de conceitos e expressões que de "idealistas" terão pouco, como "Quem planeia para quem" e a "pretensão do conhecimento", coisas que realmente interessam no debate Estado VS Mercado Livre por oposição a "idealismos" ou "moralismos" anedóticos.
Setze jutges d'un jutjat mengen fetge d'un penjat; si el penjat es despengés es menjaria els setze fetges dels setze jutges que l'han jutjat.

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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor JVELHAGUARDA » quinta mai 05, 2011 2:28 pm

"Pedir ajuda mais cedo poderia ter suavizado algumas medidas"
«já havia medidas desenhadas pelo Governo, que eram um bom ponto de partida, mas faltava-lhes especificidade»«As medidas orçamentais não eram tão concretas e, por isso, o objectivo não estava a ser conseguido» - - Representantes da Comissão e do FMI
:roll: E agora Sócras opta pelo não comento, pelo menos até terem ido embora do pais.
http://www.agenciafinanceira.iol.pt/eco ... -1730.html

“Tenho uma sensação de dever cumprido” - Teixeira dos Santos
:roll: Desemprego vai subir para taxa histórica de 13%, isto e outras penalizações é o dever cumprido?? Vergonha
http://economico.sapo.pt/noticias/tenho ... 17363.html


"Passos anuncia apoio a medidas da troika em programa de humor na RTP2"
E dizia o que?? que era contra, para fazer humor. Ao menos não foi recebido com o hino da russia, que mau gosto. :?
(Alvim e Sócras que combinação :lol: )

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Vooder
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Vooder » quinta mai 05, 2011 2:38 pm

http://vimeo.com/15248048

O grande Casino e a Dívida Pública e Privada.
Vejam, são apenas 3 minutos
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Cthulhu_Dawn
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Cthulhu_Dawn » quinta mai 05, 2011 3:50 pm

As medidas preconizadas pela troika para a área da justiça "correspondem ao que tem vindo a ser diagnosticado e proposto, mas que não tem tido uma aplicação eficaz", disse hoje o sociólogo Boaventura Sousa Santos.

"A troika vem dar um impulso para que haja vontade política e do poder judicial para resolver problemas" da área da justiça, conclui Boaventura Sousa Santos.


Quando até o Boaventura faz o elogio da troika, é sinal que o fim está próximo...

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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor raxx7 » quinta mai 05, 2011 3:59 pm

Brilhando Escreveu:O mercado não é "perfeito" mas sim dinâmico (evenly rotating economy), e o estado de "equilíbrio ideal" que os famigerados modelos matemáticos neo-clássicos tanto usam são construções meramente artificiais. Se houvesse um equilíbrio perfeito não haveriam lucros nem prejuízos de todo.
Esse mecanismo principal de correcção do mercado que são os lucros e os prejuízos, reflectem a satisfação dos consumidores, permitem o cálculo económico que o socialismo e as outras vertentes intervencionistas são incapazes de permitir e que levam às distorções do mercado - Este é o principal argumento que refuta definitivamente o socialismo ou qualquer outra forma de planeamento central, é de 1922 e ainda ninguém conseguiu contra-argumentar baseado na lógica ou na razão. Já dos seus argumentos morais nem é preciso falar.
Outro problema do planeamento central é a falácia da informação necessária para gerir a economia. NINGUÉM consegue ser suficientemente omnisciente para saber tudo o que se está a passar na economia para gerir de um modo eficiente a alocação de recursos e de capitais. Além de que, historicamente, intervenções "ligeiras" levaram sempre a intervenções gradualmente maiores e mais danosas.
Volto a frisar também o que disse no post anterior: as políticas interessam um grupo em particular à custa de outros ou interessam a todos? São benéficas a curto prazo mas não serão prejudiciais no longo prazo?


O mercado tem vários outros problemas.
O consumidor e os fornecedores priveligiam os benefícios individuais e a curto prazo e evitam investimentos cujo retorno seja demasiado demorado e/ou demasiado dependentes de factores macro-económicos.
Uma das consequências disso é a sobre-exploração de recursos comuns até à exaustão de recursos comums (Tragedy of Commons).

Efectivamente, o mercado e a iniciativa privada funcionam bem mas só quando quando se reunem duas condições:
- O mercado é suficientemente grande para sustentar vários fornecedores e não há entraves a que os consumidores individuais tenham efectivamente escolha de fornecedores, em vez de estarem sujeitos monopólios ou quase monopólios.
- O retorno do investimento é suficientemente rápido e independente de cenários macro-económico para que efectivamente haja investidores que arrisquem o seu dinheiro na criação destas empresas.

A mim parece-me que o problema de "liberais" como tu e o Morning Star é que não percebem isto.
Deixado à iniciativa privada, há uma fracção da população que não teria nem àgua, nem electricidade nem internet, porque nenhum investidor com dois dedos de testa ia arriscar o seu dinheiro nisso.

E é melhor nem pensar em estradas...
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor aftermath » quinta mai 05, 2011 4:59 pm

Enkidu Escreveu:http://vimeo.com/15248048

O grande Casino e a Dívida Pública e Privada.
Vejam, são apenas 3 minutos


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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor The Morning Star » quinta mai 05, 2011 5:27 pm

raxx7 Escreveu:A mim parece-me que o problema de "liberais" como tu e o Morning Star é que não percebem isto.
Deixado à iniciativa privada, há uma fracção da população que não teria nem àgua, nem electricidade nem internet, porque nenhum investidor com dois dedos de testa ia arriscar o seu dinheiro nisso.
E é melhor nem pensar em estradas...


Bem, segundo o funcionamento do mercado, essas pessoas para ter acesso a essas coisas, teriam que se deslocar para onde as há, as pessoas têm que se adaptar. Se umas pessoas vivessem no meio de Deserto Sahara seria correcto o governo intervir no mercado para fazer estrada até lá, deslocar água, electricidade, net, etc? Ou as pessoas teriam que ir para a civilização? E quando isso não dá sempre há os voluntários, caridades e outras organizações. Sei que isto parece obscuro, mas em muitos casos até tem acontecido assim. Veja, antigamente as pessoas viviam em aldeias remotas porque teriam que subsistir da agricultura, da sua própria micro produção no quintal. Hoje em dia a realidade mudou muito, os filhos e netos dessas pessoa já la não estão, e devido ao mercado :!: . É claro que não podem ser abandonadas as que ficaram, não defendo um mercado livre ausente de humanismo.

The Morning Star Escreveu:Quanto aos padrinhos e tachos, no privado é raro
Vá, bom, admito, não é raro quanto isso, ouvi episódios, confesso (É preciso é lutar contra isso). Mas existe menos no privado, lá isso sim. E sabe porquê? Porque no público quem gere o dinheiro, gere-o pior, e isso é inevitável, é psicológico. É porque o dinheiro não é deles, (aliás sabe de muitas asneiras que os governantes fazem, não sei se sentem peso na consciência quando fazem emissões a juros assassinos, quando podiam pedir ajuda no outono, e pagar muito menos). Sabe quanto dinheiro dos contribuintes foi ao ar dessa maneira? Se fosse no privado, e se o mesmo gestor do público fosse o seu dono, já não se dava ao luxo de desperdícios, porque o dinheiro é dele, porque dói, porque sai do seu próprio bolso.

Ouça, os franceses, pela vida que levavam e levam, têm tido poucos filhos, insuficientes para manter o peso do estado social francês, se não fossem os emigrantes, o sistema deles teria dado o berro há muito. Foi uma solução que encontraram. Se concordo ou não, isso é outra história. (PS: Concordo).

A propósito da emigração:
Volta e meia inventamos ideias que, de tão repetidas, se vão transformando em verdades. Acreditamos, por isso, que é a presente crise que está a fazer com que nos transformemos de destino de imigrantes num país de expedição de emigrantes.

Não é assim - a vaga de emigração portuguesa resiste há muito; mesmo nas décadas em que recebemos mais imigrantes foram mais os portugueses que decidiram emigrar ou se mantiveram emigrados; somos - e sempre fomos - um país de emigração fácil que, lá no fundo, acredita que os seus cidadãos devem ser bem acolhidos no estrangeiro mas que está disposto a muito pouco para bem acolher e integrar os estrangeiros que decidem trabalhar em Portugal.

A verdade é que a emigração faz parte do nosso sentir social como acontece com muito poucos, ou nenhuns, outros povos da Europa - parecido só se encontra a Leste, pela Roménia, e com especiais razões étnicas. É por isso que, apesar das incompletas estatísticas que teimamos em maltratar, Portugal tem, à sua escala, uma das maiores comunidades de emigrantes do mundo e terá, certamente, uma das mais longas tradições de emigração - sempre os portugueses recorreram à emigração como forma de escapar às recorrentes insuficiências do mercado de trabalho português.

Mas algo muda agora. Ao longo da história, a nossa emigração sempre enriqueceu Portugal, seja, durante a Monarquia e a colonização africana, por factores geopolíticos, seja, já durante o século XX, pelos volumes de remessas enviados pela comunidade emigrante. Perdidas as razões políticas, a soma de uma emigração pouco qualificada com elevados volumes de remessas foi gerando um saldo positivo que durante muitos anos foi mesmo acarinhado. Agora, no entanto, as coisas estão a mudar. Basta ir a Luanda, onde o número de emigrantes tem aumentado exponencialmente nos últimos dez anos, ou a São Paulo (ou a Maputo, ao Rio de Janeiro, a Londres ou Paris), para ver a olho nu que a emigração portuguesa está a ganhar novas características de transversalidade - ao lado da emigração não qualificada estamos agora a exportar quadros qualificados; ao lado das origens de emigração tradicionais temos agora uma emigração urbana de gente que, pura e simplesmente, desistiu de Portugal; ao lado da emigração para comunidades portuguesas temos agora uma emigração cada vez mais integrada que, por isso, cortará as suas raízes com mais facilidade. Precisamente aqueles em cuja formação o país investiu nos últimos trinta anos e que agora, por um passe de mágica, está a perder para, em muitos casos, nunca mais voltarem. E vai continuar a perder, num terrível ciclo vicioso. Um país que não cuida dos seus, perde-os. E Portugal vai assim perder muitos dos seus melhores. - Jorge Brito Pereira, Advogado.

Post Scriptum: Pergunto-me porque têm medo dos liberais, e preferem Sócrates? Até parecem uns seres "maus" que querem destruir tudo. Ou o medo é originário da ignorância, ou da desinformação ou daqueles que vendem medo.
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Vooder » quinta mai 05, 2011 5:45 pm

Fdx, Estrela, quanto mais escreves mais me convences do contrário do que que defendes.
Se não nasceste num berço de ouro ou não fores para a católica, das duas uma, ou a experiência de vida vai derrubar alguma das coisas que defendes, ou nem quero pensar se um dia chegasses ao poder :?

Por curiosidade, em quem vais votar? o PPC já veio dizer que não se considera liberal (e muito menos o CDS, o que nestas alturas diz muito do que é a política portuguesa). Acho que há um partido novo que se chama mesmo Partido Liberal!
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor raxx7 » quinta mai 05, 2011 6:16 pm

Morning Star,
não basta as pessoas concentrarem-se em cidades para garantir serviço a todos.
Não é uma questão apenas de ser teóricamente rentável, mas é ainda uma questão de risco, de segmentação de mercado e de maximização de lucro.

Considera o caso de uma comodity como a produção de electricidade. Enquanto as capacidade de produção das centrais existentes for, digamos, 99% das necessidades, essas centrais têm mercado garantido. Mas à medida que te aproximas dos 100%, o risco de investir numa central aumenta expoencialmente.
Sem garantias do Estado a proteger-lhes o coiro, quem é que quer construir a central que vem depois dos 99%?

Isto é uma característica clássica dos mercados: há sempre uma fracção de clientes que é mais lucrativo não servir.
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Audiokollaps » quinta mai 05, 2011 6:27 pm

The Morning Star Escreveu:
raxx7 Escreveu:A mim parece-me que o problema de "liberais" como tu e o Morning Star é que não percebem isto.
Deixado à iniciativa privada, há uma fracção da população que não teria nem àgua, nem electricidade nem internet, porque nenhum investidor com dois dedos de testa ia arriscar o seu dinheiro nisso.
E é melhor nem pensar em estradas...


Bem, segundo o funcionamento do mercado, essas pessoas para ter acesso a essas coisas, teriam que se deslocar para onde as há, as pessoas têm que se adaptar. Se umas pessoas vivessem no meio de Deserto Sahara seria correcto o governo intervir no mercado para fazer estrada até lá, deslocar água, electricidade, net, etc? Ou as pessoas teriam que ir para a civilização? E quando isso não dá sempre há os voluntários, caridades e outras organizações. Sei que isto parece obscuro, mas em muitos casos até tem acontecido assim. Veja, antigamente as pessoas viviam em aldeias remotas porque teriam que subsistir da agricultura, da sua própria micro produção no quintal. Hoje em dia a realidade mudou muito, os filhos e netos dessas pessoa já la não estão, e devido ao mercado :!: . É claro que não podem ser abandonadas as que ficaram, não defendo um mercado livre ausente de humanismo. .


Não defendes, mas escreves exactamente isso.

O interior que se foda, os idosos que se fodam, que tivessem trabalhado para poder pagar bens privados. Os deficientes, os autistas, os doentes crónicos que tivessem pais ricos para pagar os tratamentos....

The Morning Star Escreveu:
Quanto aos padrinhos e tachos, no privado é raro


Vá, bom, admito, não é raro quanto isso, ouvi episódios, confesso (É preciso é lutar contra isso). Mas existe menos no privado, lá isso sim. E sabe porquê? Porque no público quem gere o dinheiro, gere-o pior, e isso é inevitável, é psicológico. É porque o dinheiro não é deles, (aliás sabe de muitas asneiras que os governantes fazem, não sei se sentem peso na consciência quando fazem emissões a juros assassinos, quando podiam pedir ajuda no outono, e pagar muito menos). Sabe quanto dinheiro dos contribuintes foi ao ar dessa maneira? Se fosse no privado, e se o mesmo gestor do público fosse o seu dono, já não se dava ao luxo de desperdícios, porque o dinheiro é dele, porque dói, porque sai do seu próprio bolso.


Tenho um tio que trabalha nos serviços centrais de um grande banco privado em Lisboa.... e guess what, há mais compadrio, cunhas, conhecidos, padrinhos que na secção da câmara municipal onde trabalha a minha mãe. E mais, a avaliação de desempenho funciona perfeitamente nessa secção, já que o o responsável máximo pela secção é um pessoa exemplar, rigorosa, excelente profissional e que não admite qualquer situação que coloque em causa o bom desempenho profissional. Já no banco as queixas de favorecimento aos favoritos do superior hierárquico são mais que muitas.

E mais, tens 2 exemplos perfeitos da gestão que se faz do dinheiro:

Caixa geral de Depósitos (estatal) - testes provam a solidez da gestão da CGD.

BPN/BPP (privados) - Dois bancos privados que geriram de uma forma genial o seu dinheiro.

The Morning Star Escreveu:Ouça, os franceses, pela vida que levavam e levam, têm tido poucos filhos, insuficientes para manter o peso do estado social francês, se não fossem os emigrantes, o sistema deles teria dado o berro há muito. Foi uma solução que encontraram. Se concordo ou não, isso é outra história. (PS: Concordo).

A propósito da emigração:
Volta e meia inventamos ideias que, de tão repetidas, se vão transformando em verdades. Acreditamos, por isso, que é a presente crise que está a fazer com que nos transformemos de destino de imigrantes num país de expedição de emigrantes.

Não é assim - a vaga de emigração portuguesa resiste há muito; mesmo nas décadas em que recebemos mais imigrantes foram mais os portugueses que decidiram emigrar ou se mantiveram emigrados; somos - e sempre fomos - um país de emigração fácil que, lá no fundo, acredita que os seus cidadãos devem ser bem acolhidos no estrangeiro mas que está disposto a muito pouco para bem acolher e integrar os estrangeiros que decidem trabalhar em Portugal.

A verdade é que a emigração faz parte do nosso sentir social como acontece com muito poucos, ou nenhuns, outros povos da Europa - parecido só se encontra a Leste, pela Roménia, e com especiais razões étnicas. É por isso que, apesar das incompletas estatísticas que teimamos em maltratar, Portugal tem, à sua escala, uma das maiores comunidades de emigrantes do mundo e terá, certamente, uma das mais longas tradições de emigração - sempre os portugueses recorreram à emigração como forma de escapar às recorrentes insuficiências do mercado de trabalho português.

Mas algo muda agora. Ao longo da história, a nossa emigração sempre enriqueceu Portugal, seja, durante a Monarquia e a colonização africana, por factores geopolíticos, seja, já durante o século XX, pelos volumes de remessas enviados pela comunidade emigrante. Perdidas as razões políticas, a soma de uma emigração pouco qualificada com elevados volumes de remessas foi gerando um saldo positivo que durante muitos anos foi mesmo acarinhado. Agora, no entanto, as coisas estão a mudar. Basta ir a Luanda, onde o número de emigrantes tem aumentado exponencialmente nos últimos dez anos, ou a São Paulo (ou a Maputo, ao Rio de Janeiro, a Londres ou Paris), para ver a olho nu que a emigração portuguesa está a ganhar novas características de transversalidade - ao lado da emigração não qualificada estamos agora a exportar quadros qualificados; ao lado das origens de emigração tradicionais temos agora uma emigração urbana de gente que, pura e simplesmente, desistiu de Portugal; ao lado da emigração para comunidades portuguesas temos agora uma emigração cada vez mais integrada que, por isso, cortará as suas raízes com mais facilidade. Precisamente aqueles em cuja formação o país investiu nos últimos trinta anos e que agora, por um passe de mágica, está a perder para, em muitos casos, nunca mais voltarem. E vai continuar a perder, num terrível ciclo vicioso. Um país que não cuida dos seus, perde-os. E Portugal vai assim perder muitos dos seus melhores. - Jorge Brito Pereira, Advogado.

Post Scriptum: Pergunto-me porque têm medo dos liberais, e preferem Sócrates? Até parecem uns seres "maus" que querem destruir tudo. Ou o medo é originário da ignorância, ou da desinformação ou daqueles que vendem medo.


Concordo com o Jorge Brito Pereira, mas o que é que tem a ver com liberalismo? Que relação tem com o Post Scriptum e com o PSocialista? Não vejo qualquer relação....

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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor spiegelman » quinta mai 05, 2011 8:14 pm

The Morning Star Escreveu:Quanto aos padrinhos e tachos, no privado é raro. Vá, bom, admito, não é raro quanto isso, ouvi episódios, confesso (É preciso é lutar contra isso). Mas existe menos no privado, lá isso sim.



The Morning Star Escreveu:E sabe porquê? Porque no público quem gere o dinheiro, gere-o pior, e isso é inevitável, é psicológico. É porque o dinheiro não é deles, (aliás sabe de muitas asneiras que os governantes fazem, não sei se sentem peso na consciência quando fazem emissões a juros assassinos, quando podiam pedir ajuda no outono, e pagar muito menos). Sabe quanto dinheiro dos contribuintes foi ao ar dessa maneira? Se fosse no privado, e se o mesmo gestor do público fosse o seu dono, já não se dava ao luxo de desperdícios, porque o dinheiro é dele, porque dói, porque sai do seu próprio bolso.


Sim, então o dinheiro dos bancos é todo dos administradores e accionistas. Todinho, todo mesmo. É que é mesmo todos deles.

E os valores transaccionáveis... São só dinheiro? O trabalho não é um valor? E esse trabalho... Tem um retorno correspondente ao seu valor? Vais-me dizer que todo o trabalho tem o mesmo retorno monetário e produtivo?
"Sim, esta veio do silêncio E livres habitamos a substância do MU!" (HumbertoBot)

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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Audiokollaps » quinta mai 05, 2011 9:20 pm

Meanwhile in central Europe....



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