Política - Discussão ou algo do género.

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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Grimner » sexta fev 17, 2012 8:12 pm

Compare-se:

http://www.publico.pt/Mundo/presidente- ... ha-1534183

O Presidente alemão, Christian Wulff, acaba de apresentar a demissão do cargo, por causa do seu envolvimento num alegado caso de corrupção. Será substituído interinamente pelo presidente do Bundesrat, Horst Seehofer (CSU).
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Audiokollaps » sábado fev 18, 2012 2:46 pm

E agora umas curiosidades cinematográficas:


“Dama de Ferro”, ou dócil serviçal do 'establishment' britânico?

O que atinge níveis absurdos no filme é apresentar Margaret Thatcher como feminista, já que ela foi a dirigente britânica que recortou mais drasticamente os direitos das mulheres na Grã-Bretanha.

A que se deve a atual promoção de Margaret Thatcher? Existe uma perceção bastante generalizada em círculos conservadores de que, nestes momentos difíceis de crise, do que se necessita é de um líder de um governo que se atreva a fazer as mudanças necessárias, enfrentando os grupos poderosos responsáveis pela crise. Entre estes, considera-se os sindicatos como um dos maiores culpados pelo elevado desemprego. Na sua pretensa “defesa egoísta” dos seus próprios interesses (atribuindo-lhes estreiteza de vistas por se preocuparem exclusivamente com os trabalhadores que já têm trabalho – os famosos “insiders”»), os sindicatos estão a dificultar a integração no mercado de trabalho dos jovens, das mulheres e de outros coletivos – conhecidos como “outsiders”-. Do que se precisa – dizem-nos – é de enfraquecer os sindicatos e de implementar, entre outras medidas, a facilidade de despedir os trabalhadores com contratos fixos, fazendo com que seja mais fácil os ”insiders” transformarem-se em “outsiders”, o que, paradoxalmente, facilitará – de acordo com eles – a descida do desemprego.

Nesta interpretação dos factos, o elevado desemprego atribui-se ao poder excessivo dos sindicatos com os quais ninguém se atreve a meter-se. O que faz falta é alguém com tomates que os meta nos eixos e, de caminho, reduza os direitos sociais e laborais adquiridos, arrasando o Estado-Providência, porque este consome recursos que o país não tem, além de a disponibilidade de tantos benefícios sociais amolecer os cidadãos e dar-lhes segurança excessiva, fazendo-os perder a sua criatividade e atitude empreendedora. Tem de reduzir-se a pretensamente excessiva proteção social para fortalecer o espírito empreendedor da população. Competitividade e dinamismo têm de substituir a colaboração, a solidariedade e a segurança.

Durante estes anos de crise assistimos ao domínio deste pensamento em centros financeiros, empresariais, mediáticos e políticos de países dos dois lados do Atlântico Norte. A deterioração da situação económica que a aplicação das políticas derivadas deste pensamento conservador e neoliberal estão a criar, gerou o apelo, por parte destes centros, a uma figura política (que costumava chamar-se 'caudilho' e que agora se define como “personalidade a quem não tremem as mãos”) para enfrentar os “poderosos”, como os sindicatos, os funcionários públicos, as classes populares e uma longa lista de sectores da população que não se caracterizam precisamente pelo seu grande poder económico, financeiro, mediático ou político. Na realidade, “valentia ou machismo político” é atrever-se a enfrentar os fracos, em representação dos poderosos.

O que o filme não diz

Um exemplo desta pretensa coragem política é a chamada “Dama de Ferro”, Margaret Thatcher, a figura política da Grã-Bretanha que foi mais dócil e servil para com os grupos mais poderosos daquele país (desde a City, o centro financeiro, ao grande mundo empresarial). Um “líder” destes era um mero instrumento destes poderes, realidade ocultada no filme “A Dama de Ferro” (que idealiza esta figura a níveis hiperbólicos).

Longe de ser a figura antiestablishment britânica que o filme apresenta, Margaret Thatcher foi um produto desse establishment, promovida por ele próprio. A Grã-Bretanha (país onde vivi durante vários anos) é um país onde a classe social adquire uma dimensão muito marcante na vida quotidiana da população. Este establishment britânico sempre se preocupou com a imagem que o seu instrumento político (o Partido Conservador) apresenta à população. A origem social dos seus dirigentes dá uma imagem que preocupa o establishment. Daí que, num momento de grande agitação social, esse establishment tenha querido dirigentes que não procedessem das classes dominantes, que quebrassem essa imagem. Thatcher, filha de merceeiros, e Major, filho de um desempregado, foram figuras escolhidas para quebrar aquela imagem que, apesar destas mudanças, o Partido Conservador continua a ter (David Cameron é filho de uma família de grande fortuna).

Thatcher foi uma figura promovida pelo establishment com o objetivo de destruir os sindicatos, cujo grupo central e mais radical foi o sindicato dos mineiros. Reduziu também a proteção social a tal ponto, que a mortalidade na maior parte dos sectores populares (como largamente documentou Richard G. Wilkinson no seu livro Unhealthy Societies) aumentou durante o seu mandato, incluindo as taxas de suicídio, homicídio e alcoolismo, fazendo aparecer de novo um problema já extinto: a fome, em especial entre as crianças, e muito particularmente nas regiões mais pobres, como Yorkshire, Escócia e País de Gales (ver The Iron Lady: the Margaret Thatcher Movie we don’t need, de Laura Flanders, The Nation, 04.01.12).

O filme mostra os sindicalistas como sendo violentos, vociferadores e irracionais mas nunca explica por que razão as classes populares e os sindicatos se revoltaram contra as condições miseráveis que as políticas thatcherianas estavam a impor à classe trabalhadora da Grã-Bretanha. Foi ela quem tornou famosa a expressão “acreditamos na luta de classes e venceremos”. Thatcher, tal como Reagan nos Estados Unidos, tentou criar uma cultura na qual todas as vítimas do sistema darwiniano que ela desejava estabelecer se sentissem responsáveis pela sua própria situação.

Thatcher feminista?

Mas o que atinge níveis absurdos no filme é apresentar Margaret Thatcher como feminista, o que deu origem a protestos generalizados dos círculos feministas nos dois lados do Atlântico Norte. Como referiu a NOW (a maior associação feminista dos Estados Unidos), Thatcher foi a dirigente britânica que recortou mais drasticamente os direitos das mulheres na Grã-Bretanha. O seu desprezo pelas feministas e os cortes de direitos laborais e sociais que efetuou atingiram duramente as mulheres britânicas. O seu profundo reacionarismo levou-a também a apoiar as ditaduras mais reacionárias existentes no mundo, incluindo a do general Pinochet, transformando-a numa das suas maiores defensoras. E as suas políticas neoliberais foram a causa da crise que vemos agora na Europa.

Mas o seu cinismo chegou ao extremo de criar uma guerra (a guerra das Malvinas) para tentar recuperar a sua popularidade, coisa que se reconhece no filme e que os seus promotores apresentam como exemplo de equilíbrio na análise a esta figura. Mas esta apresentação crítica (excecional no filme) de Margaret Thatcher foi muito pouco explorada, porque não revela suficientemente o equacionamento oportunista na programação da guerra que Thatcher efetuou e que foi claramente documentada nos meios de comunicação. Hoje, os establishmentsconservadores e neoliberais britânicos, americanos ou espanhóis, entre outros, sentem a falta da Sra. Thatcher, uma das figuras – a par de Ronald Reagan – mais negativas e destrutivas do século XX.
Vicenç Navarro


J. Edgar e o terrorismo do filme

J. Edgar, o novo filme de Clint Eastwood, é um verdadeiro filme de terror, é um acto de violência, um acto de terrorismo. A cuidadosa construção do filme sobre J. Edgar Hoover, fundador do FBI, como um herói com defeitos sim mas justificáveis, em vez dum canalha a desempenhar as tarefas de uma instituição canalha atingiu as salas de cinema com a precisão rigorosa de um drone predador telecomandado e com igual intenção política.

Enquanto antigos antagonismos provocam novas e ameaçadoras reacções, enquanto surgem novas gerações que, por sua vez, fazem perguntas sérias sobre o planeta, a igualdade, a justiça e a auto-determinação, sejam ocupantes ou descolonizadores, Hoover regressa da morte para lembrar aos liberais, aos ricos, ao Branco que o seu lugar no topo da pirâmide social é legítimo e deve ser protegido a qualquer custo. E seja o que for que disserem, eles adoram-no.

E é por isso que grande parte da discussão em torno do filme está concentrada na vida sexual de Hoover, digna de um prémio de representação. Uma ignorância intencional permite que se admire uma tal monstruosidade política. Desde o início, Hoover é representado positivamente como um organizador bem necessário e severo da imposição da lei, um protegido dos ataques do advogado General Palmer, contra os violentos terroristas radicais da época.

E, em conformidade com o modo e a função dos meios de comunicação convencionais, esses dissidentes não merecem qualquer contexto, descrição ou reflexão honesta. Os bolcheviques, os anarquistas e os activistas dos movimentos laborais quase não são referidos e apenas quando necessário para legitimar o desejo de Hoover de catalogar e vigiar todos os cidadãos para depois deportar, aprisionar fraudulentamente ou assassinar aqueles que considera ameaças para a segurança nacional.

E, obviamente, apenas a violência deles é uma violência real. Claro que a violência da exploração capitalista e das guerras imperialistas não são postas em questão. Não. Só as acções dos inimigos são questionáveis. O que acaba por ficar sem ser posto em causa é a tentativa correcta, mesmo que imperfeitamente executada, do estado e de Hoover para pôr em ordem o trabalho da polícia e uma sociedade destinada por direito divino a ser acima de tudo Branca e capitalista.

Assim, o filme faz apenas uma breve e menor referência aos radicais Brancos. Os activistas negros nem sequer aparecem. E porque haviam de aparecer? Os Brancos radicais, como Emma Goldman, apenas aparecem rapidamente no ecrã para justificar a hostilidade actual para com os imigrantes e as chamadas campanhas anti-terrorismo. A deportação de Goldman e a referência de passagem aos anarquistas assassinados Sacco e Vanzetti, que nunca são referidos pelo nome mas apenas como os "dois italianos", apenas servem para conferir legitimidade a Hoover no passado e aos assassínios premeditados, detenções e políticas de imigração do presente.

Deportar aqueles que não é possível matar. Feito isso, nem sequer há necessidade de referir, por exemplo, Hubert Henry Harrison ou Marcus Garvey, ambos alvos precoces de Hoover, a quem ele chamava "chulos racistas" e "conhecidos agitadores pretos".

E, por causa duma necessidade inexplicável deste filme em se ater aos aspectos mundanos da carreira de Hoover, o filme dá-se ao luxo de pura e simplesmente esgotar o seu tempo. Assim, gasta infindáveis minutos com o rapto do bebé de Lindbergh – sem qualquer referência às crenças de Charles Lindbergh sobre a eugenia e o nazismo – juntamente com uma visão íntima sobre a vida pessoal de Hoover com a sua mãe e com o companheiro dele, o que garante ficarmos sem nada saber sobre o Partido dos Panteras Negras, ou sobre a vigilância e deportação de pessoas como Claudia Jones e C.L.R. James, ou sobre a culpabilidade nos assassínios de, digamos, Malcom X e Fred Hampton (para só falar destes). O Dr. King só aparece como antecedente pornográfico, a sua política e assassínio parecem ser irrelevantes. E a palavra "contra-informação" é referida no filme apenas uma vez mas não como o Programa de Contra Informação de Hoover e obviamente sem qualquer análise do impacto continuado desse programa. Portanto, claro que não podia existir qualquer referência ao envolvimento directo de Hoover nas tramóias incriminando negros radicais por crimes que não praticaram mas pelos quais alguns continuam encarcerados, ainda hoje, em 2011.

Muito em especial numa altura de poder policial militarista ampliado e de profundo encanto de um presidente imperialista, este filme representa um ataque violento contra a história com o objectivo de aterrorizar as audiências de hoje reforçando um medo irracional do estado ou uma justificação igualmente irracional para aquilo que o estado faz para sua própria preservação. Não se trata de um simples drama histórico, é um aviso flagrante para a actualidade. Os imigrantes e os radicais têm que ser vigiados, deportados, mortos ou aprisionados e tudo isso por uma boa razão, ou seja, os Estados Unidos.

Jared Ball


Há uns dias vinha a conduzir e ouvir um programa na TSF, sobre cinema, umas das criticas ao "Dama de Ferro" era que o filme era uma tentativa de limpar a imagem da Tatcher. Enquanto faziam essa critica, eu lembrei-me do filme sobre o J.E. Hoover e perguntei-me:

Porquê 2 filmes, um sobre icone da politica conservadora e austera e outro sobre um icone das secretas, da segurança e da informação, numa altura destas?

Depois lembrei-me: Austeridade, crise, FMI, troikas, internet, PIPA, SOPA, ACTA, manifestações, etc...


E depois percebi: Lá está Hollywood a cumprir o seu papel.

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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Quetzalcoatl » sábado fev 18, 2012 4:22 pm

E são pessoas como estas, que se fecham na sua própria comunidade (http://www.voxunion.com/jared-ball-cv-and-bio/ ) que são citados.
Felizmente à pessoas que entendem os assuntos de maneira inteligente e sem serem tendenciosos.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Margaret_Thatcher

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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Audiokollaps » sábado fev 18, 2012 4:29 pm

WTF?

Traduz lá isso sff.

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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Grimner » sábado fev 18, 2012 5:25 pm

Quetzalcoatl Escreveu:E são pessoas como estas, que se fecham na sua própria comunidade (http://www.voxunion.com/jared-ball-cv-and-bio/ ) que são citados.
Felizmente à pessoas que entendem os assuntos de maneira inteligente e sem serem tendenciosos.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Margaret_Thatcher

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Pedro Lopes
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Pedro Lopes » sábado fev 18, 2012 5:50 pm

Ora viva

Depois de alguns meses de ausência eis-me de regresso. As minhas previsões até ao final do ano são muito simples.

Passos vai ter de recorrer ao amigo António José Seguro para acertarem um compromisso que procure compensar os buracos do sector empresarial do estado nomeadamente nos transportes. O ideal seria esse compromisso envolver, inclusive, a inclusão de pessoas do PS em lugares de governação mas os aparelhos partidários não vão permitir tal infamia para os cartoes laranjas, azuis e cor de rosa.

A revisão que está a ser efectuada aos contratos das PPP's pouca poupança vai trazer para além de algumas renegociações de taxas de rentabilidade.

As linhas de apoio à exportação estão aprovadas mas ainda não as li. Espero que não tragam as mesmas aberrações introduzidas no tempo do Socretino.

Finalmente, alguém percebeu que os seguros de colheitas eram subsidios encapotados que se transformavam em capital circulante para cooperativas, agricultores e ifadap's. Espero que tenham em atenção a solução alternativa que está para análise porque, efectivamente, este ano vai ser muito complicado para a agricultura.

As reformas estruturais colidem cada vez mais na dependência que a nossa economia ainda mantém em relação ao Estado e nos imensos lobbies instalados. Seria importante alterar a constituição por forma a acabar com o conceito de emprego vitalicio para o sector publico. O Estado tem de criar mecanismos de supervisão e incentivos ao investimento ao invés de intervir directamente como mero distribuidor de dinheiro.

Com grande pena minha assisto à saída de pessoas qualificadas para o estrangeiro enquanto nós ficamos a gramar com muitos que não produzem.

Pode ser que este país tome consciência de que é necessário recompensar o mérito e não institucionalizar a preguiça.

Tenho pena que muitos tenham ironizado com o que Alvaro Santos Pereira quis dizer em relação à exportação dos pasteis de nata.

Ainda assim, tenho assistido a alguma capacidade de inovação e empenho por parte de muitas empresas. A conquista de novos mundos e o espirito de desafio que sempre demonstrámos em situações de dificuldade são as nossas melhores armas para darmos a volta à crise que atravessamos.

Na Grécia o Antonis Samaras anda a atirar umas bocas relativamente ao novo pacote de ajuda preparando já as eleições de Abril mas vai ter de ceder se quiser continuar a receber o seu ordenado.

Por cá vamos continuando o nosso esforço no sentido de nos distanciarmos da Grécia por forma a que, caso a Grecia tenha de cair, que caia como exemplar único.

Neste aspecto, a conversa informal entre Vitor Gaspar e Schauble induz esse sentimento. Compete-nos a nós fazer o nosso trabalho e ir negociando fora dos holofotes a negociação do novo pacote de ajuda que vai ser necessário algures em meados de 2013.
Eu fui aprovado nos testes de "stress"!!! E tu??

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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor JVELHAGUARDA » sábado fev 18, 2012 6:10 pm

"...enquanto nós ficamos a gramar com muitos que não produzem."

Pode ser que mobilidade especial resolva isso...

Dustspell
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Dustspell » sábado fev 18, 2012 7:31 pm

JVELHAGUARDA Escreveu:"...enquanto nós ficamos a gramar com muitos que não produzem."

Pode ser que mobilidade especial resolva isso...


Cuidado com esse rumo...Ou ainda se acaba por obrigar os funcionários a darem a vida pela a Pátria...
E para não falar que já existe uma lei da mobilidade e que esta proposta é demasiadamente desonesta para têr qualquer apoio...

Pedro Lopes
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Pedro Lopes » sábado fev 18, 2012 8:23 pm

Dustspell Escreveu:
JVELHAGUARDA Escreveu:"...enquanto nós ficamos a gramar com muitos que não produzem."

Pode ser que mobilidade especial resolva isso...


Cuidado com esse rumo...Ou ainda se acaba por obrigar os funcionários a darem a vida pela a Pátria...
E para não falar que já existe uma lei da mobilidade e que esta proposta é demasiadamente desonesta para têr qualquer apoio...


Não confundir mobilidade especial com a mobilidade geográfica que está em negociação e que vai ser, logicamente, aprovada após a cedência de algumas compensações exigidas pelos sindicatos. Aliás, no sector privado, a mobilidade geográfica é perfeitamente normal e muitas vezes geradora de motivação para os trabalhadores.
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor OrDoS » sábado fev 18, 2012 8:45 pm

Pedro Lopes Escreveu:
Dustspell Escreveu:
JVELHAGUARDA Escreveu:"...enquanto nós ficamos a gramar com muitos que não produzem."

Pode ser que mobilidade especial resolva isso...


Cuidado com esse rumo...Ou ainda se acaba por obrigar os funcionários a darem a vida pela a Pátria...
E para não falar que já existe uma lei da mobilidade e que esta proposta é demasiadamente desonesta para têr qualquer apoio...


Não confundir mobilidade especial com a mobilidade geográfica que está em negociação e que vai ser, logicamente, aprovada após a cedência de algumas compensações exigidas pelos sindicatos. Aliás, no sector privado, a mobilidade geográfica é perfeitamente normal e muitas vezes geradora de motivação para os trabalhadores.


Ou então geradora de indignação e providências cautelares, como foi a exigência do Montepio em transferir o antigo pessoal do Finibanco do Porto para Lisboa :roll:
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Quetzalcoatl » domingo fev 19, 2012 12:08 am

quem é que não sabe argumentar Grimner?
Fico triste por ler isso de pessoa tão sensata como tu!! E não estou a ser hipócrita, como quem me conhece sabe que não sou.
Agora vir com comentários infelizes de uma pessoa que pena ser o novo revolucionário americano sobre um filme que é apenas um filme e concerteza não vai influenciar niguém em termos idelógicos ou politicos!!!
E o que vejo aqui é ódio à sociedade em que vivemos e tentamos evoluir e isso mete me nojo!!
Tenho muito gosto em falar com voçes todos sobre politica mas não aqui!!

Grimner Escreveu:
Quetzalcoatl Escreveu:E são pessoas como estas, que se fecham na sua própria comunidade


(http://www.voxunion.com/jared-ball-cv-and-bio/ ) que são citados.
Felizmente à pessoas que entendem os assuntos de maneira inteligente e sem serem tendenciosos.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Margaret_Thatcher

Estou ansioso por ver os filme !



Quem não sabe argumentar ataca a pessoa.

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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Pedro Lopes » domingo fev 19, 2012 1:31 am

OrDoS Escreveu:
Pedro Lopes Escreveu:Não confundir mobilidade especial com a mobilidade geográfica que está em negociação e que vai ser, logicamente, aprovada após a cedência de algumas compensações exigidas pelos sindicatos. Aliás, no sector privado, a mobilidade geográfica é perfeitamente normal e muitas vezes geradora de motivação para os trabalhadores.


Ou então geradora de indignação e providências cautelares, como foi a exigência do Montepio em transferir o antigo pessoal do Finibanco do Porto para Lisboa :roll:



Samuel

O caso do Montepio não tem a ver com mobilidade geografica mas com extinção do posto de trabalho (na prática trata-se de um despedimento colectivo).

Quando o Montepio comprou o Finibanco assumiu claramente que iria manter os seus serviços centrais em Lisboa não fazendo sentido manter os serviços centrais do Finibanco que estavam sediados no Porto. Destes colaboradores, muitos pediram a rescisão do contrato, outros reformaram-se e a maior parte acedeu vir para Lisboa. Os 20 ou 30 que ainda não chegaram a acordo colocaram um providência cautelar através do Sindicato que foi suspensa pelo juiz enquanto se mantiver o processo de negociação.

Se os Sindicatos da função pública negociarem convenientemente, o processo de mobilidade geográfica pode funcionar de forma voluntária permitindo, por exemplo, progressões na carreira. Se o sistema de objectivos funcionasse convenientemente na função publica, a mobilidade poderia significar desde logo um desafio principalmente para os mais novos.

Eu, para a mesma entidade patronal, passei por 6 locais de trabalho diferentes distribuidos por 5 concelhos sendo que nenhum destes era o meu concelho de residência. E normalmente só era avisado com dois ou três dias de antecedência em relação à mudança.

Nunca me preocupei com isso pois sempre considerei a mudança como uma oportunidade em termos de evolução do meu conhecimento e da minha formação.

Se eu não tivesse saído de casa aos 17 anos para vir para Lisboa trabalhar e estudar, conhecer várias entidades patronais e diversos locais de trabalho, não teria aprendido o suficiente para, hoje em dia, poder trabalhar sem depender do meu patrão.

Já deixei aqui varios conselhos aos mais novos mas fica um que serviu de lição ao longo da minha vida: cuidem da vossa formação e desenvolvam o vosso conhecimento por forma a não estarem dependentes de alguém, muito menos do vosso patrão.

Hoje em dia não faz sentido falar em luta de classes mas sim em guerra do conhecimento.
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Venøm » domingo fev 19, 2012 1:46 am

Audiokolaps.
Esses filmes revivalistas de lideres extremistas e conservadores são um reflexo dos tempos de crise em que vivemos. A falta de soluções , estagnação política e ausência de líderes emblemáticos e ideais, faz com que as pessoas percam memória histórica e abracem ideias radicais, extremistas e conservadoras como tábuas de salvação. Não é por acaso que o pnr teve os votos que teve nas ultimas eleições.
Quanto ao filme da thatcher, falar das mulheres é pouco. A famosa poll tax mais as guerras e a pobreza extrema são o best of dessa besta. Vade retro satanae, ainda bem que está mortinha da silva!

No entanto ha que reconhecer o papelão que a merril streep faz!

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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Vooder » domingo fev 19, 2012 3:37 am

JVELHAGUARDA Escreveu:"...enquanto nós ficamos a gramar com muitos que não produzem."

Pode ser que mobilidade especial resolva isso...

Certamente não sabes do que falas!
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor OrDoS » domingo fev 19, 2012 1:22 pm

Pedro Lopes Escreveu:
OrDoS Escreveu:
Pedro Lopes Escreveu:Não confundir mobilidade especial com a mobilidade geográfica que está em negociação e que vai ser, logicamente, aprovada após a cedência de algumas compensações exigidas pelos sindicatos. Aliás, no sector privado, a mobilidade geográfica é perfeitamente normal e muitas vezes geradora de motivação para os trabalhadores.


Ou então geradora de indignação e providências cautelares, como foi a exigência do Montepio em transferir o antigo pessoal do Finibanco do Porto para Lisboa :roll:



Samuel

O caso do Montepio não tem a ver com mobilidade geografica mas com extinção do posto de trabalho (na prática trata-se de um despedimento colectivo).

Quando o Montepio comprou o Finibanco assumiu claramente que iria manter os seus serviços centrais em Lisboa não fazendo sentido manter os serviços centrais do Finibanco que estavam sediados no Porto. Destes colaboradores, muitos pediram a rescisão do contrato, outros reformaram-se e a maior parte acedeu vir para Lisboa. Os 20 ou 30 que ainda não chegaram a acordo colocaram um providência cautelar através do Sindicato que foi suspensa pelo juiz enquanto se mantiver o processo de negociação.

Se os Sindicatos da função pública negociarem convenientemente, o processo de mobilidade geográfica pode funcionar de forma voluntária permitindo, por exemplo, progressões na carreira. Se o sistema de objectivos funcionasse convenientemente na função publica, a mobilidade poderia significar desde logo um desafio principalmente para os mais novos.

Eu, para a mesma entidade patronal, passei por 6 locais de trabalho diferentes distribuidos por 5 concelhos sendo que nenhum destes era o meu concelho de residência. E normalmente só era avisado com dois ou três dias de antecedência em relação à mudança.

Nunca me preocupei com isso pois sempre considerei a mudança como uma oportunidade em termos de evolução do meu conhecimento e da minha formação.

Se eu não tivesse saído de casa aos 17 anos para vir para Lisboa trabalhar e estudar, conhecer várias entidades patronais e diversos locais de trabalho, não teria aprendido o suficiente para, hoje em dia, poder trabalhar sem depender do meu patrão.

Já deixei aqui varios conselhos aos mais novos mas fica um que serviu de lição ao longo da minha vida: cuidem da vossa formação e desenvolvam o vosso conhecimento por forma a não estarem dependentes de alguém, muito menos do vosso patrão.

Hoje em dia não faz sentido falar em luta de classes mas sim em guerra do conhecimento.


Pedro, eu não disse o contrário, o único problema é o facto de umas leis mal redigidas podem facilmente facilitar abusos. O facto de tu te teres deslocado umas 5 ou 6 vezes ou o facto de eu, durante a semana, normalmente viajar para fora do país são óptimas oportunidades, mas é preocupante quando essas mudanças não são feitas tendo em conta a melhoria de condições do trabalhador, mas sim os interesses (ilegítimos) de quem te manda deslocar.

De resto concordo contigo, não acho que a mobilidade seja má, penso é que tem de ter em conta cada caso e se a mudança é um benefício para ambas as partes. Só não percebo é como é que uma pessoa que, por exemplo, viva em Braga, ou no Porto ou em Lisboa e os mandem trabalhar para, por exemplo, imaginemos, Moncorvo, Mirandela ou Évora, respectivamente, quando o resto da família está estabilizada e o conjugue respectivo não consiga arranjar emprego nessas zonas. Cada caso, é um caso.
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