Política - Discussão ou algo do género.

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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Grimner » domingo fev 19, 2012 4:23 pm

Quetzalcoatl Escreveu:quem é que não sabe argumentar Grimner?
Fico triste por ler isso de pessoa tão sensata como tu!! E não estou a ser hipócrita, como quem me conhece sabe que não sou.
Agora vir com comentários infelizes de uma pessoa que pena ser o novo revolucionário americano sobre um filme que é apenas um filme e concerteza não vai influenciar niguém em termos idelógicos ou politicos!!!
E o que vejo aqui é ódio à sociedade em que vivemos e tentamos evoluir e isso mete me nojo!!
Tenho muito gosto em falar com voçes todos sobre politica mas não aqui!!

Grimner Escreveu:
Quetzalcoatl Escreveu:E são pessoas como estas, que se fecham na sua própria comunidade


(http://www.voxunion.com/jared-ball-cv-and-bio/ ) que são citados.
Felizmente à pessoas que entendem os assuntos de maneira inteligente e sem serem tendenciosos.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Margaret_Thatcher

Estou ansioso por ver os filme !



Quem não sabe argumentar ataca a pessoa.


Quando não crias um único contra argumento ( até porque a análise à pessoa e aos actos da Margaret thatcher estão, no seu geral, correctos no artigo e as suas medidas representaram retrocessos sociais não restritos a, mas incluindo questões de género) e te limitas a atacar o autor do artigo, não disputas a veracidade dos factos.

Logo, não estás de todo a argumentar.

Agora, nojo mete -me o caminho que a nossa sociedade e instituições políticas estão a seguir.
Eu já vi o raxx num papo seco
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Grimner » domingo fev 19, 2012 4:24 pm

Pedro Lopes, afirmar que não faz sentido falar de luta de classes quando se tenta erradicar toda uma classe social em detrimento de outra da forma mais selvagem que se viu nos últimos 70 anos é, no mínimo, hilariante.
Eu já vi o raxx num papo seco

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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Grimner » domingo fev 19, 2012 4:36 pm

Já agora, a quem tem seguido a informação que tenho veiculado, isto não é o trabalho que se tem feito desde então, mas as apresentações feitas no lançamento da comissão de auditoria. Para quem quer um argumento legal, posso acrescentar que uma das provisões que regula a existência de PPP's é que

a parceria apenas se justifica quando se revelar vantajosa em confronto com o comparador de sector público.

DL 86/2003


Estão aqui vários casos estudo que permitem questionar se esta provisão está ou não ser aplicada. Assim de repente, pode-se afirmar desde já que casos como o da concessão de portagens violam este princípio; não traz qualquer vantagem para o estado uma concessão em que apenas lucra a empresa privada que detém a exploração das portagens, ficando para o estado os encargos. O mesmo decreto de lei impõe também que haja uma equidade na assunção de despesas e riscos entre os parceiros. Tal não acontece no caso das portagens, como também não se sucede nos hospitais com esse modelo de gestão.

A quem tenha interesse, há aqui muito material sobre a dívida, e muitos dados concretos sobre a mesma.

http://auditoriacidada.info/content/apr ... -de-lisboa
Eu já vi o raxx num papo seco

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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Pedro Lopes » domingo fev 19, 2012 6:13 pm

Grimner Escreveu:Pedro Lopes, afirmar que não faz sentido falar de luta de classes quando se tenta erradicar toda uma classe social em detrimento de outra da forma mais selvagem que se viu nos últimos 70 anos é, no mínimo, hilariante.


Erradicar que classe social em detrimento de qual classe social?
Se queres realmente apostar numa luta de classes, então sim, vais ter de regredir no tempo e o país sairá sempre a perder.
Eu fui aprovado nos testes de "stress"!!! E tu??

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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Pedro Lopes » domingo fev 19, 2012 6:21 pm

Grimner Escreveu:Já agora, a quem tem seguido a informação que tenho veiculado, isto não é o trabalho que se tem feito desde então, mas as apresentações feitas no lançamento da comissão de auditoria. Para quem quer um argumento legal, posso acrescentar que uma das provisões que regula a existência de PPP's é que

a parceria apenas se justifica quando se revelar vantajosa em confronto com o comparador de sector público.

DL 86/2003


Estão aqui vários casos estudo que permitem questionar se esta provisão está ou não ser aplicada. Assim de repente, pode-se afirmar desde já que casos como o da concessão de portagens violam este princípio; não traz qualquer vantagem para o estado uma concessão em que apenas lucra a empresa privada que detém a exploração das portagens, ficando para o estado os encargos. O mesmo decreto de lei impõe também que haja uma equidade na assunção de despesas e riscos entre os parceiros. Tal não acontece no caso das portagens, como também não se sucede nos hospitais com esse modelo de gestão.

A quem tenha interesse, há aqui muito material sobre a dívida, e muitos dados concretos sobre a mesma.

http://auditoriacidada.info/content/apr ... -de-lisboa



Não sei quem é que anda a fazer os teus trabalhos de auditoria mas, no que diz respeito aos hospitais, os disparates são imensos.

Existem vários hospitais onde os privados estão a perder muitos milhões.

Entretanto, fiquei curioso com o teu comentário sobre informação vinculada e andei a espreitar posts mais antigos.

Confesso que os teus exemplos do Equador, Argentina, Belgica e Islandia são efectivamente, esses sim, hilariantes se os quiseres comparar com a situação portuguesa.
Eu fui aprovado nos testes de "stress"!!! E tu??

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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Grimner » domingo fev 19, 2012 8:04 pm

Pedro Lopes Escreveu:
Grimner Escreveu:Pedro Lopes, afirmar que não faz sentido falar de luta de classes quando se tenta erradicar toda uma classe social em detrimento de outra da forma mais selvagem que se viu nos últimos 70 anos é, no mínimo, hilariante.


Erradicar que classe social em detrimento de qual classe social?
Se queres realmente apostar numa luta de classes, então sim, vais ter de regredir no tempo e o país sairá sempre a perder.



Provavelmente escapou-te a atenção a existência e infiltração de elites financeiras que agravam e exploram esta dívida enquanto aproveitam para reimplementar medidas gravosas e regressivas para as classes médias.

Nem por isso ela deixa de estar a acontecer. Não aposto nessa luta, mas a despeito disso há quem não se poupe a esforços para a implementar, com os resultados que se vêem.

Os nomes de algumas das pessoas que constituem a comissão estão divulgados no site. A apresentação das PPPs nos hospitais pegou no exemplo mais gritante, o dos hospitais afectos ao grupo Mello. Haverá com toda a certeza outros casos, mas os que ali estão indicados são factos do domínio público.

Se tivesses a sobriedade de confessar que não leste bem, no entanto, terias verificado que eu nunca fiz nenhuma comparação directa, e sempre tive o cuidado de realçar diferenças entre casos. Aliás, eles são até bem diferentes entre si. A única comparação indesmentível que se faz com Portugal é a do falhanço em toda a linha das políticas de austeridade, e de a existência de alternativas que são casos estudo viáveis, se houvesse uma vontade política que não fosse a de vergar e contrair ainda mais o país. Até poderia em última análise atirar a Alemanha como exemplo, que acumula defaults como o nosso governo diz merda.


Muitas vezes, portanto.

Pode ser que este país tome consciência de que é necessário recompensar o mérito e não institucionalizar a preguiça.


Acrescentando: A "liberalização" do trabalho nestes moldes não recompensa o mérito. Pelo contrário, torna-o completamente irrelevante, face à possibilidade que dá aos empresários de dispensar funcionários com experiência e competência por estagiários assalariados, ou novos quadros mais precarizados por um salário inferior.

O institucionalizar da preguiça é, como piada, fraquinha. Ainda para mais num estado empenhado em destruir todos os apoios sociais em detrimento da caridade, modelo sopa dos pobres.
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor HFVM » domingo fev 19, 2012 8:21 pm

Pedro Lopes Escreveu:
OrDoS Escreveu:
Pedro Lopes Escreveu:Não confundir mobilidade especial com a mobilidade geográfica que está em negociação e que vai ser, logicamente, aprovada após a cedência de algumas compensações exigidas pelos sindicatos. Aliás, no sector privado, a mobilidade geográfica é perfeitamente normal e muitas vezes geradora de motivação para os trabalhadores.


Ou então geradora de indignação e providências cautelares, como foi a exigência do Montepio em transferir o antigo pessoal do Finibanco do Porto para Lisboa :roll:



Samuel

O caso do Montepio não tem a ver com mobilidade geografica mas com extinção do posto de trabalho (na prática trata-se de um despedimento colectivo).

Quando o Montepio comprou o Finibanco assumiu claramente que iria manter os seus serviços centrais em Lisboa não fazendo sentido manter os serviços centrais do Finibanco que estavam sediados no Porto. Destes colaboradores, muitos pediram a rescisão do contrato, outros reformaram-se e a maior parte acedeu vir para Lisboa. Os 20 ou 30 que ainda não chegaram a acordo colocaram um providência cautelar através do Sindicato que foi suspensa pelo juiz enquanto se mantiver o processo de negociação.


O caso do Montepio não se resume somente à transferência de Porto para Lisboa. Neste momento andam a transferir funcionários de uns locais para os outros com o único objectivo de provocar saídas voluntárias pois os mesmos são transferidos de um dia para o outro, sem ajudas de custo (transporte, etc...). No Montepio querem limpar funcionários a toda a força. E não falo pelo que leio. Falo porque tenho lá amigos. Isto para além de que o pessoal do Finibanco caiu no Montepio e não foram dadas formações para as pessoas entrarem no esquema do "novo" banco e nem os funcionários do Montepio recebem muito bem os estranhos do Finibanco.
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Cthulhu_Dawn » segunda fev 20, 2012 6:48 am

Audiokollaps Escreveu:
Há uns dias vinha a conduzir e ouvir um programa na TSF, sobre cinema, umas das criticas ao "Dama de Ferro" era que o filme era uma tentativa de limpar a imagem da Tatcher. Enquanto faziam essa critica, eu lembrei-me do filme sobre o J.E. Hoover e perguntei-me:

Porquê 2 filmes, um sobre icone da politica conservadora e austera e outro sobre um icone das secretas, da segurança e da informação, numa altura destas?

Depois lembrei-me: Austeridade, crise, FMI, troikas, internet, PIPA, SOPA, ACTA, manifestações, etc...


E depois percebi: Lá está Hollywood a cumprir o seu papel.


E qual é o papel de Hollywood quando se fazem coisas como o Boa noite e boa sorte, o Syriana ou o Hurt Locker?

Parece-me que é forçar um bocado a coisa...

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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Indigente » segunda fev 20, 2012 12:02 pm

The results are in — and they’re exactly what three generations’ worth of economic analysis and all the lessons of history should have told you would happen. The confidence fairy has failed to show up: none of the countries slashing spending have seen the predicted private-sector surge. Instead, the depressing effects of fiscal austerity have been reinforced by falling private spending.

Furthermore, bond markets keep refusing to cooperate. Even austerity’s star pupils, countries that, like Portugal and Ireland, have done everything that was demanded of them, still face sky-high borrowing costs. Why? Because spending cuts have deeply depressed their economies, undermining their tax bases to such an extent that the ratio of debt to G.D.P., the standard indicator of fiscal progress, is getting worse rather than better.

http://www.nytimes.com/2012/02/20/opini ... -gain.html
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Grimner » segunda fev 20, 2012 12:18 pm

Indigente Escreveu:
The results are in — and they’re exactly what three generations’ worth of economic analysis and all the lessons of history should have told you would happen. The confidence fairy has failed to show up: none of the countries slashing spending have seen the predicted private-sector surge. Instead, the depressing effects of fiscal austerity have been reinforced by falling private spending.

Furthermore, bond markets keep refusing to cooperate. Even austerity’s star pupils, countries that, like Portugal and Ireland, have done everything that was demanded of them, still face sky-high borrowing costs. Why? Because spending cuts have deeply depressed their economies, undermining their tax bases to such an extent that the ratio of debt to G.D.P., the standard indicator of fiscal progress, is getting worse rather than better.

http://www.nytimes.com/2012/02/20/opini ... -gain.html



Ora nem mais. A confiança dos mercados no fundo resume-se à vontade dos mercados. É uma analogia que faço repetidamente, mas que se enquadra: à Cofidis não interessa aqueles que pagam o empréstimo num mês.

http://www.ionline.pt/dinheiro/grecia-f ... ostos-2020

O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que a dívida pública da Grécia ultrapasse significativamente em 2020 o nível imposto pelo organismo, de acordo com a edição online do "The Wall Street Journal".

Segundo o "Relatório sobre a viabilidade da dívida" do FMI, a dívida grega atingirá os 129 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), quando o limite máximo estabelecido é de 120 por cento em 2020, indicou o jornal, citando como fonte "três pessoas" conhecedoras do relatório.

"É ainda mais do que o nível que a maioria dos economistas considera viável, o que torna ainda mais difícil apoiar um país que nunca poderá reembolsar as suas dívidas", escreve o "The Wall Street Journal".
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Audiokollaps » segunda fev 20, 2012 12:32 pm

Cthulhu_Dawn Escreveu:
Audiokollaps Escreveu:
Há uns dias vinha a conduzir e ouvir um programa na TSF, sobre cinema, umas das criticas ao "Dama de Ferro" era que o filme era uma tentativa de limpar a imagem da Tatcher. Enquanto faziam essa critica, eu lembrei-me do filme sobre o J.E. Hoover e perguntei-me:

Porquê 2 filmes, um sobre icone da politica conservadora e austera e outro sobre um icone das secretas, da segurança e da informação, numa altura destas?

Depois lembrei-me: Austeridade, crise, FMI, troikas, internet, PIPA, SOPA, ACTA, manifestações, etc...


E depois percebi: Lá está Hollywood a cumprir o seu papel.


E qual é o papel de Hollywood quando se fazem coisas como o Boa noite e boa sorte, o Syriana ou o Hurt Locker?

Parece-me que é forçar um bocado a coisa...


É caso para dizer: Follow the money (financiamento dos filmes)

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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Cthulhu_Dawn » segunda fev 20, 2012 12:38 pm

Pedro Lopes Escreveu:
Na Grécia o Antonis Samaras anda a atirar umas bocas relativamente ao novo pacote de ajuda preparando já as eleições de Abril mas vai ter de ceder se quiser continuar a receber o seu ordenado.

Por cá vamos continuando o nosso esforço no sentido de nos distanciarmos da Grécia por forma a que, caso a Grecia tenha de cair, que caia como exemplar único.

Neste aspecto, a conversa informal entre Vitor Gaspar e Schauble induz esse sentimento. Compete-nos a nós fazer o nosso trabalho e ir negociando fora dos holofotes a negociação do novo pacote de ajuda que vai ser necessário algures em meados de 2013.


Confesso que essa ideia de que no caso de uma saída da Grécia, os efeitos dessa mesma saída vão ser de alguma forma estancados não sei bem pelo quê...É uma expectativa que não dá confiança absolutamente nenhuma.
Seja pelas repercussões económico-financeiras e principalmente pelas repercussões políticas que essa saída pode ter e que ninguém sabe (nem consegue prever, melhor ou pior) até que ponto podem ter impacto em nós, já para não falar nas outras ovelhas negras...

E já que se anda numa de NYT, o editorial também é elucidativo...

Struggling euro-zone economies like Greece, Portugal, Spain and Italy cannot cut their way back to growth. Demanding rigid austerity from them as the price of European support has lengthened and deepened their recessions. It has made their debts harder, not easier, to pay off.

This is not an issue of philosophical debate. The numbers are in.

As The Times’s Landon Thomas Jr. reported this week, Portugal has met every demand from the European Union and the International Monetary Fund. It has cut wages and pensions, slashed public spending and raised taxes. Those steps have deepened its recession, making it even less able to repay its debts. When it received a bailout last May, Portugal’s ratio of debt to gross domestic product was 107 percent. By next year, it is expected to rise to 118 percent. That ratio will continue to rise so long as the economy shrinks. That is, indeed, the very definition of a vicious circle.

Why are Europe’s leaders so determined to deny reality? Chancellor Angela Merkel of Germany and President Nicolas Sarkozy of France, in particular, seem unable to admit that they got this wrong. They are still captivated by the illogical but seductive notion that every country can emulate Germany’s export-driven model without the decades of public investment and artificially low exchange rates that are crucial to Germany’s success.

[...]

At a minimum, a Greek default would send damaging aftershocks rippling through government finances and banks across Europe. The ideal and the practice of a united Europe would suffer a major blow. Those are high prices for all of Europe to pay for clinging to a failed idea.


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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Grimner » segunda fev 20, 2012 2:26 pm

Cthulhu_Dawn Escreveu:
Pedro Lopes Escreveu:
Na Grécia o Antonis Samaras anda a atirar umas bocas relativamente ao novo pacote de ajuda preparando já as eleições de Abril mas vai ter de ceder se quiser continuar a receber o seu ordenado.

Por cá vamos continuando o nosso esforço no sentido de nos distanciarmos da Grécia por forma a que, caso a Grecia tenha de cair, que caia como exemplar único.

Neste aspecto, a conversa informal entre Vitor Gaspar e Schauble induz esse sentimento. Compete-nos a nós fazer o nosso trabalho e ir negociando fora dos holofotes a negociação do novo pacote de ajuda que vai ser necessário algures em meados de 2013.


Confesso que essa ideia de que no caso de uma saída da Grécia, os efeitos dessa mesma saída vão ser de alguma forma estancados não sei bem pelo quê...É uma expectativa que não dá confiança absolutamente nenhuma.
Seja pelas repercussões económico-financeiras e principalmente pelas repercussões políticas que essa saída pode ter e que ninguém sabe (nem consegue prever, melhor ou pior) até que ponto podem ter impacto em nós, já para não falar nas outras ovelhas negras...




Já para não falar do facto que muita gente parece esquecer. A Grécia cumpriu. Escrupulosamente. os planos de resgate a quem tem sido sujeita são verdadeiramente extorsionistas, injustos e completamente absurdos para quem faça uso de mais do que um neurónio ( não diferindo em nada do que está a ser implementado cá), feitos à medida para falhar. Não obstante, a Grécia implementou-os e com excesso de zelo. As medidas não são complicadas, de resto; cortar despesa pública, rezar ao deus dos mercados, agir muito surpreso quando o deus dos mercados decide que quer mais juros, cortar ainda mais na despesa pública. E isso a Grécia tem feito. Os dados vêm do próprio FMI que mostram que os cortes foram 50% além do pedido pela Troika. Com este belo efeito. por cá, só em 6 meses já acumulámos mais 6 mil milhões só em dívida. Pelo que, reitero, só os muito estúpidos ou os que beneficiam desta crise podem ver algum efeito na austeridade.

Há também uma questão social e ética. Não se pode exigir do povo grego a miséria que se está a exigir ( recolham relatos gregos, são impressionantes) sem se criar uma qualquer contrapartida. Já muito se exigiu daqueles que não têm, nem nunca tiveram, a culpa desta situação. Abandoná-los à sua sorte, desesperados e humilhados, não é apenas inumano, é falta de consciência histórica.

E finalmente, amputar a Grécia é completamente absurdo mesmo do ponto de vista económico. A dependência dos países produtores depende da Grécia; de nada irá interessar à florescente indústria alemã ter altissima produtividade se não há quem compre. E a Grécia não só é apenas um mercado preferencial; é, em troca dos subsídios, refém da produção alemã. A contrapartida é que esta é refém da capacidade de compra das periferias.
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Grimner » segunda fev 20, 2012 3:02 pm

Na 6ª Feira:

http://www.publico.pt/Pol%C3%ADtica/est ... ---1534210


O primeiro-ministro reiterou hoje que o Governo "não vai pedir mais dinheiro, nem mais tempo" para cumprir o programa de assistência económica e financeira e afirmou que na Europa "há respeito e confiança" pelo caminho seguido por Portugal.

"Este Governo não vai pedir mais dinheiro, nem mais tempo. Este Governo vai cumprir o que está acordado e que foi iniciado há cerca de oito meses", afirmou Passos Coelho.


Ontem:

http://www.publico.pt/Pol%C3%ADtica/pas ... ro-1534474

Neste domingo, o seu discurso teve uma alteração. “Nós não sabemos se precisaremos disso [algum ajustamento] ou não. Esperemos que não.”

O primeiro-ministro falava na Guarda num encontro com militantes quando lembrou a conversa em Bruxelas entre os ministros das finanças português e alemão.

Disse Passos, citado pela Lusa : “Quando aparecem algumas vozes socialistas preocupadas por o ministro das Finanças da Alemanha ter vindo dizer que, se nós precisássemos depois de algum ajustamento, que a Alemanha lá estará para nos ajudar, esquecem o essencial.”

E logo a seguir acrescentou: “Nós não sabemos se precisaremos disso ou não. Esperemos que não. Esperemos poder pôr as nossas contas em ordem na altura devida, com o apoio que nos deram.”


Credibilidade, acima de tudo.


3- A ESTRATÉGIA DA GRADAÇÃO.

Para fazer com que se aceite uma medida inaceitável, basta aplicá-la gradativamente, a conta-gotas, por anos consecutivos. É dessa maneira que condições socioeconômicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990: Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que haveriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.


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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Dustspell » segunda fev 20, 2012 4:43 pm

Grimner Escreveu:

3- A ESTRATÉGIA DA GRADAÇÃO.

Para fazer com que se aceite uma medida inaceitável, basta aplicá-la gradativamente, a conta-gotas, por anos consecutivos. É dessa maneira que condições socioeconômicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990: Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que haveriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.


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