nyarlathotep Escreveu:Grimner Escreveu:E as situações multiplicam-se. Não existe, por exemplo,outra forma de ler Joyce que não em Inglês, a complexidade da escrita é tal que o tradutor ou reescreve o texto ou perde metade, e em ambos os casos se perde o tom irlandês que é o ex libris de toda a obra. Acontece um pouco o mesmo com o Boris Vian, que, apesar de não ter nunca lido no original, sei ter inúmeros trocadilhos e jogos de palavras que fazem pouco sentido fora do seu francês de origem. A tradutora bem se esforça por anotá-los na minha edição d' "a espuma dos dias", mas não deixa de ser difícil.
na edição que eu tenho d' "o arranca-corações" acontece o mesmo, o tradutor é forçado a adaptações que retiram o valor original, simplesmente não é possível traduzir directamente as expressões usadas. por acaso reli este livro recentemente, a maneira como ele caracteriza as pessoas e as suas relações é cómica e assustadora. numa nota interessante, o boris foi além de escritor/dramaturgo músico de jazz, compositor de ópera, além de ter uma série de bachaleratos na área das ciências.
já agora por falar de traduções, se quiserem pegar em literatura russa escolham os livros da editora presença (aliás, creio ser a editora nacional que melhor cobre esta área), a tradução é da cortesia de filipe e nina guerra, que já venceram prémios de tradução literária.
É aquela da estampa dos livros pretos chamados "série B" com páginas azuis? Se for, é a mesma que eu tenho.
A versão da espuma dos dias (acho eu que da relógio d'Agua) ao menos dá-se ao trabalho de colocar notas de rodapé com todos os jogos de palavra relevantes.