Álbum do mês - 2025

[Brunhu]

Aqui há uns anos adorava andar a descobrir coisas novas e a explorar bandas que ia descobrindo, mas agora, quando o faço, acabo por achar que soa a tudo a mais do mesmo.

Eu sinto um bocado isso; e também porque sinto a minha cabeça muito mais esgotada que há uns anos, acabo por só ouvir os nomes maiores (ou que para mim são maiores) de determinado sub-género. Se quero ouvir algo nas vizinhanças do post-metal instrumental/stoner doom/whatever, fico servido com Pelican e Bongripper, não preciso de acompanhar as 3456789 cópias.

Mesmo sentimento por aqui. A cabeça e falta de paciência faz com que cada menos procures coisas novas e acabo por ir procurar o que já conheço.
Outro comportamento que passei a ter foi o de escolher uma álbum para ouvir no Spotify e depois ficar o resto do tempo a ouvir o que o Spotify vai pondo aletoriamente. Dá para descobrir umas coisa engraçadas, mas também se ouve muita merda.

O giro é depois ver no balanço anual aparecerem músicas quem nem conheço como as mais ouvidas.

A minha desorganização tem sido tal, que chego ao fim do ano e não consigo sequer saber o que ouvi de novo para poder fazer o Top do ano.

[Vooder]

Este ano com uma ou outra excepção, tenho, de forma não propositada, estado a (re)descobrir os "quase clássicos".
Muito à conta do excelente poçocast.

A época áurea do metal foram mesmo os 80 e 90, não há volta a dar, e isto não é estar a ser boomer. Hoje há-de ser a época áurea de outra coisa qualquer, e assim sucessivamente. A maior parte das bandas tinha o seu próprio som, personalidade e eram destacáveis das outras, mesmo que estivessem "presas" a um estilo que obviamente não estava tão expandido como está hoje (e bem).

Este tópico serve-me para ir ouvindo o que vão ouvido (obrigado a quem participa), mas no meu caso mesmo que vá ouvindo o que vai saindo das bandas que já conheço, já não tenho disposição para ouvir n álbuns novos todos os meses.

[Blackadder]

Outro comportamento que passei a ter foi o de escolher uma álbum para ouvir no Spotify e depois ficar o resto do tempo a ouvir o que o Spotify vai pondo aletoriamente.

Epá, isso não faço. Eu gosto de ter um fio condutor nas minhas explorações. Se quiser ouvir em piloto automático, tenho uma playlist com 3K+ faixas que ponho a dar em aleatório, ou playlists mais temáticas.

Mas ultimamente, se não me apetece mesmo ouvir música, opto por estar em silêncio — se estiver a trabalhar em casa —, ou ponho um podcast. E sinto que esse comportamento — e o mesmo quando vou na rua, a passear o cão, conduzir, etc… — tem feito com que quando depois ouço música o faça com mais atenção, vontade, prazer — aproveito e sabe-me melhor.


PS: Neste momento, tenho de estar a ouvir qualquer coisa alto, porque mesmo com inears, consigo ouvir as outras 4 caturras que estão no escritório a palrar. Só me apetece mandar-lhes com uma cadeira aos cornos.

[GoncaloBCunha]

Fui lá à uns bons anos

Só vim dizer que a Sra. Professora acabou de chumbar.

De resto, a discussão está muito boa mas a minha cabeça neste momento não dá para mais.

Carry on.

[aetheria]

Fui lá à uns bons anos

Só vim dizer que a Sra. Professora acabou de chumbar.

De resto, a discussão está muito boa mas a minha cabeça neste momento não dá para mais.

Carry on.

Tens toda a razão shame on me! e corrijo eu tantas vezes esse erro (aos alunos, claro). Enfim, não sei o que se passou

[GoncaloBCunha]

Tens toda a razão shame on me! e corrijo eu tantas vezes esse erro (aos alunos, claro). Enfim, não sei o que se passou

Deixa estar que eu às vezes também mando cada calinada, que até me assusto. Ainda ontem, estava a rever o tópico de The Young Gods e tinha lá uma que...jazus!

E há dúvidas que vieram com a idade. Coisas que há uns anos não tinha qualquer dúvida como se escreviam e agora fico ali a patinar um bocado, tendo, por vezes, de recorrer ao Google.

[aetheria]

E há dúvidas que vieram com a idade. Coisas que há uns anos não tinha qualquer dúvida como se escreviam e agora fico ali a patinar um bocado, tendo, por vezes, de recorrer ao Google.

E não é? sabes que isso me preocupa, apesar de não dramatizar, porque tenho responsabilidades acrescidas (além do amor à correção linguística)? já me tenho apercebido, ao reler, de calinadas dessas, que nem sequer percebo como as dou (e mais comuns no telemóvel). E também já me aconteceu de haver palavras, que conheço perfeitamente e já escrevi mil vezes, e numa fração de segundos não sei como se escrevem. Duvido, hesito o historial de três tios diretos com Alzheimer também não é tranquilizador...

[GoncaloBCunha]

o historial de três tios diretos com Alzheimer também não é tranquilizador...

Vamos apontar que é apenas uma questão de, devido à nossa provecta idade, termos a memória quase cheia!

Ainda ontem, estava a ter uma conversa sobre séries e cinema com um colega de trabalho bem mais novo do que eu. E ele referiu que eu sabia o nome dos actores todos. Só que eram actores do passado. Porque os de hoje, tirando a Sydney Sweeney, não sei de mais nenhum!

Mas também me preocupa q.b. muitas vezes ir fazer qualquer coisa e, no segundo a seguir, já não me lembrar do que queria fazer. Que eu saiba, não há histórico de doenças degenerativas na minha família. Aliás, os meus pais estão bem melhor do que eu, felizmente.

[Psychoneurosis]

Eu não tenho histórico de doenças mentais na minha família também, embora haja alguns atrasados mentais, mas isso é outra questão, e também às vezes já sinto dificuldade em lembrar certas coisas. Por vezes também estou a fazer algo, tenho que interromper e esqueço o que estava a fazer, e lembrar de um nome seja do que for, às vezes tenho que estar ali a remoer um pouco. Já estive a ler um pouco sobre isso, e pode ser um sintoma de cansaço, praticamente 4 anos sem férias não ajuda.
Um exercício que faço e que me foi dito uma vez por um conhecido é não pegar logo no telemóvel e ir pesquisar ao Google, ficar a pensar e fazer exercícios de memória até chegar ao nome do que quer que seja, em que estava a pensar mas não me ocorria.

[aetheria]

Eu já desisti de "tentar lembrar"... sinto mesmo a sensação de vazio e apagamento. Se fico a pensar muito só me enervo.
Nomes, então, é terrível... não lembro. Conheço realizadores, atores, cantores, mas reconheço visualmente, depois dizer quem é quem... e com pessoas "próximas" também. Tirando os amigos amigos, o resto... está bom está. Mas esse traço sempre me acompanhou (agora só agravou), desde miúda que a minha mãe se irritava comigo porque me davam recados, eu sabia quem era a pessoa, mas nunca sabia dizer quem era, nem nome, nem relações familiares... nunca servi para cusca aliás, as minhas amigas falavam/falam de nomes que eu conheço, mas não ligo os nomes às caras


Ora... o tema do tópico é mesmo qual?!?!

[Psychoneurosis]

Eu chego a ficar a remoer dias com uma coisa, e de repente estou a lavar a louça e faz-se luz.
Mas acontece-me com tudo, nomes de pessoas, artistas, bandas, editoras, até restaurantes, cidades, países etc.
As vezes dava jeito jogar mais ao jogo das cidades e países entre amigos.
Até com samples de filmes que estão em musicas e depois fico a pensar de onde conheço aquilo, a riffs, há dias por exemplo estava a ver uma série em que no fim de um episódio aparecia um riffs mascarado de uma música que já ouvi milhentas vezes e estava a ser difícil chegar lá , até que fez-se o Chocapic.

[Brunhu]

Tão bom saber que não sou o único!!

Eu ando uma miséria a escrever e cada vez que leio algo meu, até ponho as mãos à cabeça. Sinto que, estou a saber deixar de saber escrever, muito por causa das palavras do texto automático, pois por vezes nem me preocupo em escrever bem porque sei que o telemóvel chega lá e recomenda a palavra certa, e até tenho o corretor automático desativado para não ser ainda pior.

Relativamente ao nomes, sempre fui uma vergonha. Não consigo fixar um nome, e datas então, é para esquecer, o que era/é maravilhoso para história. No entanto, sou capaz de me cruzar com uma pessoa hoje, daqui por 10 anos voltar a cruzar-me com essa pessoa e, em regra, conseguir identificá-la e saber onde a vi antes.

Também me apercebi que não decorar nomes é muito mau em fases de engate...

[Liwyatan]

Eu agora tenho o hábito de pedir ao Gemini para escrever as mensagens e os emails que envio e honestamente acho que já nem sei estruturar um texto como deve ser. Ainda por cima agora o teclado Gboard do telemóvel tem ajuda AI na escrita...

É fantástico mas acho que estou a ficar mais burro... Ou menos astuto.

[Blackadder]

Creio que esses lapsos são em parte naturais, em parte devidos ao estilo de vida que levamos nos dias que correm.

Acho que o stress, o telemóvel e o multitasking deram cabo da nossa capacidade de concentração. E mais importante, de nos concentrar-nos numa coisa de cada vez. E, também, a menos que façamos por isso, estamos cada vez mais sedentários, o que não faz bem ao cérebro.

Eu noto que se ando um bocadinho mais cansado, ou se durmo pouco ou mal, a qualidade das mensagens no telemóvel sofre logo, e, como referiram, deixo de saber escrever palavras que sei perfeitamente como se escrevem. Uma que me acontece muito é escrever palavras como as digo — e eu digo muitas palavras mal. Não chego ao ponto de escrever "restórante", mas às vezes é quase.

É uma luta, mas se tiver uns dias a cortar ou reduzir nas redes sociais, nos chats de whatsapp, e até mesmo a não andar de phones na rua (excepto quando tem mesmo de ser para não dar um tiro nos cornos com as conversas das pessoas), noto uma grande diferença. Voltar a sentir tédio, i.e. estar numa esplanada sozinho ou à espera de alguém e não puxar do telemóvel, nem de um livro sequer, num transporte público, etc. é uma experiência em si mesma. Quando tive noção disso foi um bocado aterrador. Como se tivesse uma parte de mim tivesse a dormir estes anos todos (e assim continua a maior parte do tempo, não estou dizer que faço estas coisas o tempo todo, mas vou tentando).

Não estou a ter dizer para virarmos todos amish, mas creio que ter esta consciência e tentar equilibrar a coisa pode ajudar.

E digo o mesmo para ver 300 mil séries e filmes por ano. Mais vale ver menos, e com mais intenção, do que estar só a olhar para a TV por olhar — é McDonalds para a cabeça —, e dar algum descanso à cabeça e deixar espaço para a contemplação. Arranjar um hobbie mais manual: carpintaria, tocar um instrumento, jardinagem, tricot, caminhadas, qualquer coisa…

Conheço muita gente que não suporta a ideia de estar 5 minutos sozinha com os seus pensamentos, mas creio que isso é muito importante para o cérebro fazer as suas limpezas e arrumações.

[Vooder]

Voltar a sentir tédio, i.e. estar numa esplanada sozinho ou à espera de alguém e não puxar do telemóvel, nem de um livro sequer, num transporte público, etc. é uma experiência em si mesma. Quando tive noção disso foi um bocado aterrador. Como se tivesse uma parte de mim tivesse a dormir estes anos todos (e assim continua a maior parte do tempo, não estou dizer que faço estas coisas o tempo todo, mas vou tentando).