Política - Discute/Opina

[Blackadder]

Discordo completamente disso — ou pelo menos acho que não tem de ser assim. Mas infelizmente é a ideia que os nossos políticos, as redes sociais e o tribalismo alimentam, e não ajuda nada nem ninguém.

[Vooder]

A esquerda é inimiga da direita, a direita é inimiga da esquerda, e os desgraçados dos moderados são automaticamente inimigos de toda a gente. Faz parte...

Isto.

[Selvagem]

Já se viu que a 2a volta vai ser com 2 destes 3: Almirante, LMM ou AV.
Nenhum deles irá levar o meu voto, nem na 2a volta. O próximo presidente será seguramente LMM ou o Almirante.
Não ficarei admirado se o Cotrim ficar à frente do Seguro.

Eleições muito fracas, com muita variedade de escolha, mas pouca qualidade no geral.
Ainda não decidi o meu voto, talvez Jorge Pinto, não terá a mínima hipótese mas parece-me o candidato mais sensato e a melhor opção de esquerda para contrabalançar uma Assembleia tendencialmente de direita.

Concordo com Vooder, para mim o Cotrim tá no fim da lista a seguir ao AV. Desprezo a atitude, arrogância, estilo.. e ainda mais a mensagem.

Este país não tem ponta por onde se pegue e está completamente entregue aos bichos, e a culpa é de todos nós.

A já agora, crl pás sondagens.

[Brunhu]

Mais um que desconfia do Cotrim/IL, e ainda por cima tenho um militante em casa que vê o homem como o melhor político que existe neste momento.
É um partido que está a saber jogar muito bem com a malta que está a passar a fase de final de secundário / início da faculdade e está cheia de teorias de como mudar o mundo, mas que não tem qualquer noção do que é a vida.

A postura do sou "bueda Jovem" é uma tática que resulta e a cena dos "copos" também tem um belo impacto.
Aqui por Setúbal fazem muito o "Moscatel Liberal", e em altura de campanha, havia um autocarro que mais parecia um bar ambulante.

[Blackadder]

A verdade é que em termos de comunicação (e não me refiro às figuras cringe que às vezes fazem, mas mais ao design, postura e apresentação das coisas), quando não abusam do jargão corporativo/websummit, vieram modernizar um bocado essa ponte entre os partidos e as pessoas — sobretudo à direita. O Bloco também tem a mania que é bué jovem, e é, e o problema deles é esse, mais sai-lhes o tiro pela culatra porque só sabem falar para um nicho pequeníssimo. No fundo, o Bloco e a IL são dois extremos do mesmo eixo.

[Blackadder]

Aiiiii, o Ascenso Simões de acabou sublinhar a barbaridade, "as empresas são uma família. trabalhadores e patrões são uma família". Só me apeteceu mandar o computador pela janela…

[Brunhu]

E agora começa a guerra das percentagens de adesão à greve:
Sindicatos: 90%
Governo: de 0 a 10%

[Blackadder]

E agora começa a guerra das percentagens de adesão à greve:
Sindicatos: 90%
Governo: de 0 a 10%

Epá, aquele Leitão Amaro, que nem cara para levar um estalo tem, não queria fazer um comunicado mais sonso? Os sindicatos também não são santos — sobretudo os da cgtp; e tenho pouquíssima paciência para os profissionais das manifs —, mas, foda-se, só engole a versão do governo quem quer.

[Vooder]

E agora começa a guerra das percentagens de adesão à greve:
Sindicatos: 90%
Governo: de 0 a 10%

esses nºs do governo são relativos apenas ao sector privado. (o governo sabe bem que no sector público os números são muuuuuito superiores)
o nº dos sindicatos é no geral.

[Blackadder]

Depois usam o argumento que muitas pessoas foram obrigadas a fazer greve, porque não tinham transportes para ir trabalhar e não por estarem de acordo e quererem participar nesta — que em certos casos poderá ser verdade, mas não é argumento.

Eu não sou a favor de toda a sacro-santa greve e manifestação (sou a favor do direito a estas, obviamente), sobretudo nos moldes em que às vezes são feitas. Mas, apesar de querer mas ter optado por não fazer greve, sou bastante a favor desta. Contudo, simultaneamente, não me oponho à ideia de se alargar a obrigatoriedade de serviços mínimos em alguns sectores (transportes, saúde, escolas etc.). Há muita gente que não faz greve porque não pode mesmo dar-se a esse "luxo", seja por que motivo for, e não deve ficar privada de ter como ir trabalhar. Bem sei que a ideia de uma greve é mesmo incomodar, causar estrago, mas não vejo mal em haver aqui algum bom senso.

Se só querem mostrar a expressão do descontentamento, marquem uma manifestação para um fim de semana, e aí se verá se a "luta" fala mais alto que o sofá e o Benfica.

[Brunhu]

Depois usam o argumento que muitas pessoas foram obrigadas a fazer greve, porque não tinham transportes para ir trabalhar e não por estarem de acordo e quererem participar nesta — que em certos casos poderá ser verdade, mas não é argumento.

Eu não sou a favor de toda a sacro-santa greve e manifestação (sou a favor do direito a estas, obviamente), sobretudo nos moldes em que às vezes são feitas. Mas, apesar de querer mas ter optado por não fazer greve, sou bastante a favor desta. Contudo, simultaneamente, não me oponho à ideia de se alargar a obrigatoriedade de serviços mínimos em alguns sectores (transportes, saúde, escolas etc.). Há muita gente que não faz greve porque não pode mesmo dar-se a esse "luxo", seja por que motivo for, e não deve ficar privada de ter como ir trabalhar. Bem sei que a ideia de uma greve é mesmo incomodar, causar estrago, mas não vejo mal em haver aqui algum bom senso.

Se só querem mostrar a expressão do descontentamento, marquem uma manifestação para um fim de semana, e aí se verá se a luta fala mais alto que o sofá e o Benfica.

Lembro-me de há uns anos ler um artigo sobre o funcionamento das Greves no Japão que dizia que os trabalhadores dirigiam-se na mesma para os locais de trabalho, mas, limitavam-se a cumprir o horário sem produzir (fiz agora pesquisa, mas não encontrei nada a confirmar isto). Já nos transportes públicos, os mesmos continuam em funcionamento normal mas os motoristas não cobram pelas viagens (Desta encontrei confirmação).

Agora pergunto, se cá fosse assim, alguém aderia à greve?

Já em relação às Greves da função pública, há grandes esquemas para aumentar os números de adesão e manter os serviços fechados. Logo, os números apontados valem o que valem.

[Vooder]

Agora pergunto, se cá fosse assim, alguém aderia à greve?

Já em relação às Greves da função pública, há grandes esquemas para aumentar os números de adesão e manter os serviços fechados. Logo, os números apontados valem o que valem.

Há pessoas assim. No meu ambiente de trabalho (uma universidade), há professores que vão à sala dizer aos alunos que estão em greve. Quem quiser sai, e quem quiser tirar dúvidas fica.

Tinha uma colega que ia trabalhar nos dias de greve mas fazia questão de dizer que estava em greve. Ia trabalhar mas perdia na mesma o rendimento desse dia.

Sobre os esquemas, pelo menos aqui, nos não-docentes, é impossível haver esquemas. Já nos professores e chefias admito que possa haver.

[Blackadder]

Agora pergunto, se cá fosse assim, alguém aderia à greve?

Era só terem o cuidado de não foder a vida ao próximo. E não é só para quem quer ir trabalhar — quem tem idosos e pessoas doentes para cuidar, por exemplo. Se houvesse mais sindicatos independentes, talvez a coisa funcionasse de outra forma — porque há algumas pessoas e entidades que parece que só querem ver tudo a arder, e são sempre invariavelmente do contra.

Mas a culpa disto tudo é do governo, que — por muito que diga o contrário — se recusa a negociar com a UGT (porque a CGTP é dos tais que só quer ver isto a arder, e não faz realmente ponta pelos trabalhadores).

[Liwyatan]

Também sou a favor desta greve, mas não costumo concordar com maior parte delas, pelos mesmos motivos já aqui referidos (especialmente as greves da CP!!!).

Quando o meu puto mais novo nasceu estava a decorrer greve dos enfermeiros e estavam lá enfermeiras que disseram estar a fazer greve (não picaram o ponto) mas nunca pararam de realmente trabalhar e ajudar. Deveria ser assim, especialmente nestes sectores. Se bem que os enfermeiros do SNS são dos mais overworked and à beira (se não já) da exaustão, por isso até mereciam uns diazitos para descansar.

Também me lembro de ter lido ou visto uma reportagem sobre isso que o Bruno falou das greves no Japão, mas isso vai contra o objectivo de maior parte das greves em Portugal: Ter fim-de-semana grande.

[Blackadder]

Quando o meu puto mais novo nasceu estava a decorrer greve dos enfermeiros e estavam lá enfermeiras que disseram estar a fazer greve (não picaram o ponto) mas nunca pararam de realmente trabalhar e ajudar.

A questão é que, assim, a greve deixa de ser realmente uma ameaça e causar dano — que não significa ver tudo a arder e fuck the system, porque já não temos 13 anos. O governo pode estar-se nas tintas se as pessoas estão ou não zangadas, porque estas trabalham na mesma. Mas percebo perfeitamente o dilema de um médico ou enfermeiro que não quer abandonar o posto e deixar os doentes pendurados.

Mesmo a questão dos motoristas de autocarro não cobrarem entrada; a maior parte das pessoas tem passe.

O que acho é que nestes sectores os serviços mínimos (vou mandar números ao calhas) em vez de 10% ou 20% ou 30% o que for, deviam ter uma percentagem maior. E, no caso da saúde, doentes urgentes ou mais sensíveis não podem ficar sem ser vistos (suponho/espero que já não fiquem).