Metal Underground

Embora não seja um festival de metal, dado a quantidade de MUsers (e alguns bastante ortodoxos) que encontrei e vi por lá deixo aberto o tópico para rescaldo. Mais tarde deixarei a minha opinião.

Fui ontem exclusivamente para rever The Cure. Um setlist enorme para um festival, com imensas, imo, escolhas não adequadas a tal.
O frio que se fazia sentir fez-me ir embora mais cedo, o que me levou, infelizmente, a perder a '10.15..' e a 'Killing..'.
Too bad, felizmente já as tinha visto.

Um pequeno, e provavelmente arrogante, comentário relativamente ao público: FUCK YOU! Querem torcar ideias e agir como crianças, afastem-se dos demais, sff

ha uns anos atras contava se em jeito de anedota que tava um tipo na russia e num lado da rua havia uma peixaria e do outro lado um talho, ele entrava no talho e perguntava meio intimidado... aqui nao ha peixe pois nao? e respondia o talhante... Nao! aqui nao ha é carne, onde nao ha peixe é do outro lado.

uns anos depois pelos topicos de rescaldo que aqui se abrem consegue se adaptar a piada

Não me vou alongar nos aspectos extra-musicais dum evento deste tipo, por demais discutidos em conversas de café e de forum, por aqueles que acabam por ir engrossar a assistência dos mesmos. Eu pela segunda vez, dei o dito por não dito e rumei ao Alive, sendo que da primeira vez fui puxado por Deftones e desta vez por Refused (mas já lá vou).

Comecei o dia a comprovar que os Parkinsons continuam a saber portar-se mal e porcamente frente a plateias gigantes que não estavam ali para os ver. Os clássicos continuam a resultar neste ambiente e as músicas novas também passaram o teste.

Não sei se foi de ter visto Danko Jones pelo menos 5 vezes antes, ou de estar habituado a vê-lo em recintos fechados e acanhados (com excepção de Coura e Ermal), mas não senti que o homem consegui-se captivar a audiência como noutras ocasiões. A atitude e os riffs estavam lá, mas pelo menos até mim não chegaram. Espero o retorno a um sitio mais escuro e menos ventilado.
Aspecto negativo: as batidas da tenda Clubbing que se faziam ouvir pelo menos na posição onde eu estava (junto a mesa de som).

Refused. A razão da minha deslocação. Parte de mim desevaja que o concerto fosse um flop, e nos momentos iniciais parecia que assim ia ser: o som estava baixo demais. Mas o som foi subido (em parte a pedido do público) e a partir dai foi sempre a subir de intensidade. Clássico atrás de clássico tocados com uma garra de putos de 20 anos, e sempre acompanhados de coreografias acrobáticas tanto no palco como na plateia.
Apoteótico... e Irónico, ver Refused pela primeira vez no palco principal dum evento deste género, e não na Casa Enkatada ou no Ponto de Encontro.
Valeu.
Curiosidade, quando a New Noise iniciou estava a trocar palavras com um jovem apreciador de Refused (btw curti da reportagem), e a pessoa que me deu a conhecer a banda há uns 16 anos atrás.

Presenciei mais três concertos dignos de menção: Buraka Som Sistema, Zola Jesus e Death In Vegas (que actuaram em regime live, transformando-se numa banda de acid/psicadelic rock, soturna e bebada qb - a "Aisha" estava bem pesada.).

Fui ainda convencido a ver parte de Snow Patrol e LFMAO com a promessa que certamente iria reconhecer uma ou duas músicas de cada. Pois bem, não reconheci em nenhum dos concertos, mas reconheci um tédio absoluto em Snow Patrol, e na festa dos LFMAO ainda intercalei umas gargalhadas com umas trincas a uma sande. Literalmente panem et circenses.

Infelizmente perdi grande parte do furacão Santigold e a actuação de Planningtorock (apreciadores de The Knive e/ou Joy Division, e sonoridades afins dêem uma checkada), foi totalmente atropelada pelas batidas de Justice, pelas pessoas que foram para dentro da tenda meter a conversa em dia, e por todos aqueles cujos ácidos metidos escondiam a capacidade de compreender que aquilo não era um dj set, nem muito menos música para dançar.

Confere, esta última review e considerações.
E gostei da omissão a The Stone Roses.
Acrescentaria apenas, como alguém por lá disse, Justice = AC/DC electrónico... a base simplista no andamento daquilo torna-se primariamente irresistível, além de ultra bem feito visualmente.
E Gesaffelstein foi bom.

Ontem regressei finalmente ao Alive, após ter estado lá em 2007 e 2009. E diga se de passagem que apesar de muita gente criticar o evento (inclusive pelo fórum), é um evento com condições fantásticas a nível de quase tudo (o único problema...lá está é por vezes o publico ). Cheguei lá às 15:30h e fui logo para o palco para guardar lugar nos primeiros 5/6 metros do palco. Do que vi tenho a dizer:

Paus: Não gostei muito daquilo, mas que são originais dentro da música portuguesa, lá isso são. As primeiras duas músicas ouviram-se, o resto começou a chatear-me.

The Kooks: Eu por norma, abomino qualquer tipo de Indie Rock, no entanto até curti o concerto. O vocalista para Indie até cantava bem e tinha uma boa presença em palco (apesar dos seus 1001 tiques gays).

Caribou: Tal como Paus, também não gostei lá muito daquilo. Gosto de algumas cenas eletrônicas, mas não daquele tipo de eletrônica, e mesmo as luzes podiam estar muito melhores do que aquilo que estavam.

RADIOHEAD: Foi dos melhores concertos que vi na vida, ainda não estou bem em mim mas tenho uns 99,9% de certeza que será o meu Concerto de 2012. O palco estava brutal a todos os níveis, a setlist resultou bem, mesmo algumas músicas menos boas resultaram também muito bem ao vivo (feral, give up the ghost). As danças do Thom Yorke (que parecia que estava a ter ataques epilépticos ) ajudaram ao espectáculo, além que o homem tem uma excelente presença em palco e o Jonny Greenwood....epa foda-se que categoria de músico!! O momento mais mágico do concerto foi quando tocaram a Exit Music (for a film), digamos que foi A surpresa porque não estava nada à espera daquela, foi mesmo lindo!!
Fica aqui a set:

Bloom
15 Step
Morning Mr. Magpie
Staircase
Weird Fishes/Arpeggi
The Gloaming
Separator
Pyramid Song
I Might Be Wrong
Climbing Up the Walls
Nude
Exit Music (for a Film)
Lotus Flower
There There
Feral
Bodysnatchers
----------
Give Up the Ghost
Reckoner
Lucky
Paranoid Android
Everything In Its Right Place
Idioteque
--------------
Street Spirit (Fade Out)

The Kills: Enquanto fazia tempo até às 3 da manha para ir para o autocarro, fui até um dos palcos secundários e pus me a ver estes gajos, e foi altamente! Gostei imenso da atitude e do show deles. As vezes perde-se cenas muito interessantes nos palcos secundários por causa de se estar preocupado com marcar lugar perto do palco principal.

Não tocaram a Creep?

Acabado de chegar de uma grande noite, e ainda com dores em tudo o que é corpo tenho a dizer que foi algo inesquecível.

Radiohead, é Radiohead.

Só tenho pena, que neste tipo de festival se encontre todo o tipo de bêbados que não sabem apreciar música sem incomodar os outros, isto vindo de mim que gosto de apreciar um belo concerto na maior das descontrações, não interferindo com a liberdade de ninguém.
Posso dizer que os primeiros minutos de Radiohead foi quase que sofrível tal era a bebedeira de certas personagens que, por força, entendiam que deviam debitar pontapés e empurrões a tudo o que se mexia, já para não falar nas conversas estridentes ao telemóvel na linda "Exit Music (for a Film)". Mas tirando isto, e até mesmo a previsível histeria das pitas com a Lotus Flower, foi quase que um momento histórico assistir ao senhor Thom Yorke num misto de esquizofrenia louca a exorcizar os demónios que o compõem.

Deixaram a promessa de o prazo de espera não ser tão longo desta vez, ficarei à espera.

Quanto às restantes bandas, PAUS tiveram uma atitude genial e bastante descontraída, um grande banda! À hora de The Kooks, fui somente para acompanhar a patroa, não é de todo a minha onda, ainda assim, vi bastante gente a delirar com a actuação.
B Fachada, do pouco que vi/ouvi, pareceu-me igual a ele mesmo, logo, só pode ser bom; depois disso foi arranjar tempo para descansar ao sabor da cerveja que por lá se servia e guardar forças para a banda da noite.

Posto isto, vou só ali morrer mais um bocadinho.