2015.10.26 BELL WITCH (USA) + MONARCH (FR) + VAEE SOLIS (PT) @Sabotage Club, Lisboa

[Enigma]

Vaee Solis - Primeira vez que os vi ao vivo e bateram forte! Só agora, com este concerto a aproximar-se, peguei no Adversarial Light (o que eu andava a perder...), e gostei imenso do seu sludge/doom com uns laivos black. Ao vivo ainda gostei mais. Vocais excelentes (curioso que nunca gostei muito do trabalho da Sophia nos We Are The Damned), presença igualmente boa em palco e, o mais importante, excelentes temas. Mais uma excelente banda nacional que irei seguir atentamente.

Monarch -banda praticamente desconhecida para mim, por isso não tinha qualquer expetativa para o concerto. Liderados por uma (muito) carismática Eurogirl, envolveram os presentes com um drone/sludge de fazer tremer as paredes do Sabotage. A última malha, até pela diferença estilistica brutal, foi perfeita - I got erection. E isto berrado a plenos pulmões pela Eurogirl ainda se tornou mais interessante.

Bell Witch - fizeram-me lembrar (e por boas razões) com os Inquisition. Não em termos musicais (aí as diferenças são substanciais ), mas pela presença apenas de 2 músicos em palco, mas que valem por muitos mais. Pena a curta duração do set (as 3 bandas tocaram mais ou menos o mesmo tempo - 40/45 minutos), ainda para mais considerando os temas longos da banda. Ah, e foi também pena o atraso nas atuações (terminou à 1h quando era suposto ter terminado às 00h15m), o que levou a algum pessoal sair mais cedo da sala (pelo menos pareceu-me que das 3 bandas Bell Witch acabou por ser a que teve menos pessoal). De resto, é admirável ver o Desmond a manobrar (aqui a expressão faz sentido) aquele baixo, a juntar à voz cavernosa e bateria compassada mas bem impressiva do Shreibman. O som, na minha opinião, deveria ter estado um pouco mais baixo, porque certos pormenores acabaram por se perder mas, tirando esse aspeto e os mencionados mais acima, foi uma muito boa atuação.

A escolha da sala compreende-se (isto no RCA teria estado muito despido de público), mas as condições deixam um pouco a desejar.
Excelente cartaz, noite muito bem passada e música perfeita para acompanhar a noite invernosa que se fez sentir.

[flipknot]

O Sabotage club é muito bom para este tipo de concertos de bandas mais pequenas, mas peca por muitas coisas, o som é demasiado mau, quem fica na fila de trás já tem dificuldade em ver o palco, mas o pior de tudo são mesmo os horários que nunca são cumpridos, ainda há a questão do fumo que infelizmente ninguém cumpre.

Indo ao que interessa.

Vaee Solis - confesso que ao principio gostei do álbum, mas ao fim de algumas audições começa a tornar-se muito monótono, e a actuação foi exemplo disso. Não me aqueceram nem arrefeceram, mas tenho esperança que a banda evolua por bons caminhos, pelo menos as bases estão por lá resta saber se vão fazer bom proveito delas.

Monarch - os Monarch de ontem foram uma sombra dos que actuaram no ano passado no RCA, aqui deixa-me discordar de ti Enigma, mas a Eurogirl esteve muitos furos abaixo daquilo que mostrou anteriormente, parecia sinceramente que estava a fazer festinhas ao micro quando no ano anterior debitava gritos e uma agressividade do outro mundo que realmente me impressionou. Notou-se também um bocado falta de entrosamento entre os músicos, a certa altura parecia mesmo que estavam desencontrados. Gosto muito de Monarch mas tenho que admitir que ontem estiveram um bocado aquém daquilo que podem ser.

Bell Witch - esta actuação só pecou por ser curta e pela má equalização do som, vozes nem ouvi-las, de resto os músicos estiveram em excelente nível, ver o Dylan Desmond a tocar é um privilégio, o homem é mesmo um virtuoso do baixo sem precisar de tocar mil e uma notas a velocidades próximas da luz, no entanto as melodias que consegue extrair são fantásticas. Ouvir a Suffocation, a Burial: I – Awoken (Breathing Teeth) foi daqueles momentos que dificilmente sairão da minha memória. Este concerto apenas não chega a perfeito porque a sala não o permitiu.

Hoje tinha programado passar por lá e ver Girls Names, mas chegar a casa em dias de semana às duas da manhã, quando se tem de levantar cedo é penoso, se eu e outros já fazemos os possíveis para poder assistir a concertos durante a semana, resta aos promotores e gerentes das salas que tenham um pouco de mais respeito pelo público. Em This gift is a curse lá estarei novamente mas temo não só pela qualidade de som como também por mais uma vez a uma quinta feira voltar a sair de lá por volta da 1:30/2h.

[Space Prophet Dogon]

Epá, concordo com tudo aquilo que o Filipe disse, spot on! E sim, o concerto de Monarch no RCA foi muito mais intenso, apesar do espaço do Sabotage ser mais adequado para uma banda como eles.

Os Bell Witch são provavelmente uma das minhas bandas preferidas neste momento, e poder ter ouvido a I Wait logo a abrir foi espectacular, pena que por causa do som se tenha perdido um bocado a ambiência que caracteriza essa música (em particular a parte fial). Mais 15-20 min e teria sido quase perfeito (não fosse o som). As músicas do "Four Phantoms" resultam bem ao vivo, mas reparei que faltou alguma coordenação em algumas partes (tocar tão devagar é fodido ).

Valeu muito a pena e espero que se continuem a organizar eventos deste género em Lisboa.

[invocator]

Era um dos eventos que mais aguardava desde que foi anunciado. Contudo, o Sabotage tratou de arruinar toda a experiência. Estes tipos matam os concertos, matam a paciência, matam acima de tudo, a saúde. É que estes locais e o Sabotage começa a querer ganhar o pódio no que diz respeito a atrasos, parece que não compreendem que as pessoas que por ali passam e pagam um bilhete não vivem da noite mas sim da actividade que todos os dias as fazem levantar de madrugada. Volto a insistir, uma banda principal, a uma segunda-feira começar às 00:20 é caso único. Isto não acontece em mais nenhum país. Para além disso, ao longo destes anos as caras que se vão cruzando na maior parte destes eventos são sempre as mesmas. Hoje, por exemplo, gostaria de ir ver Girls Names. Não vou. Vamos ver se mais não comecçam também a desistir. Assim vão perdendo as pessoas. Para piorar o quadro, o fumo é tanto que entrei saudável e saí com uma alergia tremenda e doente. Sabiam que o Sabotage não permitiu que uma amiga minha fosse ao exterior fumar? Foi-lhe dito que teria que fumar dentro da sala e não se podia sair...incrível.

Quanto aos concertos:

Monarch - são das minhas bandas preferidas e já os vi umas quantas vezes. Esta foi, de longe, a pior. Parecia que nem estavam muito virados para a coisa. A escolha dos temas foi estranha e não entendi a própria postura da Eurogirl que decidiu cantar ao invés de colocar aqueles gritos que tanto a caracterizam.

Bell Witch - acompanho a banda desde a Demo. Não sabia da mudança recente de baterista. Infelizmente, grande parte da actuação perdeu magia para mim derivado desse facto. Quando os vi no Roadburn, numa sala digna desse nome, foi uma viagem tremenda. Pareceu-me que este novo baterista ainda vai ter que comer muita papa para conseguir juntar a parte das vocalizações. Ontem, simplesmente, estiveram quase ausentes. Mas também a confusão sonora era tanta que apenas a espaços se foi percebendo alguma coisa do que se ia passando no palco.

Este foi o último evento organizado pela Goodlife. É de lamentar. Nos últimos tempos, graças a eles tivemos por cá bandas pouco usuais. A eles, o meu obrigado.

[Space Prophet Dogon]

Concordo em relação ao baterista, nunca os tinha visto ao vivo, mas pelo que me apercebi por uns vídeos ao vivo, o outro baterista era um "monstro" a berrar e não falhava no tempo.

[invocator]

Concordo em relação ao baterista, nunca os tinha visto ao vivo, mas pelo que me apercebi por uns vídeos ao vivo, o outro baterista era um "monstro" a berrar e não falhava no tempo.

Concordo. A própria forma de tocar do homem era um regalo e muito característica. Havia ali um chamamento qualquer.Mas espero que este "vá ao lugar".

[Enigma]

Quanto ao espaço, a questão dos horários e do fumo na sala, subscrevo por inteiro o invocator. Uma vergonha!

Relativamente a Monarch, como não é banda que acompanhe nem nunca os tinha visto ao vivo, não tinha termo de comparação nem expetativas, como referi. Ainda assim, é verdade que a Eurogirl me pareceu um pouco alheada da própria atuação (mas, lá está, como não tinha termo de comparação não fazia ideia de ser sempre assim ou não).

Desconhecia que Bell Witch tinha mudado de baterista.