2016.08.5-6 VOA - Corroios

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Enigma
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2016.08.5-6 VOA - Corroios

Mensagempor Enigma » sábado ago 06, 2016 11:21 am

Dia 1

Não vi as duas primeiras bandas do dia, portanto quem chegou mais cedo que se pronuncie. :)

Mantar - não se lhes poderia pedir, no contexto de um festival (openair), e com um calor abrasador, que tivessem o mesmo impacto que tiveram no concerto do Burning Light Fest. E, de facto, não tiveram. O que não quer dizer que não tinha sido uma boa atuação, porque o foi. Mostraram, e bem, toda a sua garra e intensidade. E foi simpático referirem-se à sua atuação no Burning Light como das primeiras que fizerem na carreira.

Katatonia - apesar de já os ter visto várias vezes, já fazia tempo desde a última vez (provavelmente desde o concerto na Incrível). Apesar dos recorrentes (e irritantes) problemas técnicos, gostei bastante de os rever. Embora lhes tenha perdido um pouco o rasto ultimamente, o The Great Cold Distance é um dos meus álbuns prediletos e o Jonas tem umas das melhores clean vocals. Como a setlist se baseou no The Great Cold Distance, não podia ter sido melhor. July, Deliberation, Soil's Song, My Twin e a Forsaker (com que fecharam o set) foram os pontos mais altos. Nota para a indumentária do Jonas que, mesmo com o calor que se fazia sentir, não abdicou da sua camisa preta de manga comprida. :mrgreen:

Anathema - banda que já não acompanho há muito tempo e que, em concerto próprio, certamente não marcaria presença. Dito isto, são músicos competentíssimos, excelente presença em palco e sabem interagir com o público na perfeição. Aliás, eram muitos os fãs de Anathema por lá, tendo em conta as vezes em que entoaram as letras das músicas. Não sendo esta a minha praia, houve, por isso, alguns momentos que roçaram (ou até, ultrapassaram) a monotonia, mas foi um excelente concerto e em que se destacou a sequência final de temas - Closer, A Natual Disaster, Distant Satellites e Fragile Dreams.

Opeth - eram sem dúvida o ponto de maior interesse para mim do primeira dia do fest. E não deixaram os seus créditos por mãos alheias. Já são várias as vezes que os vi ao vivo, e uma coisa é certa, o nível das suas atuações ao vivo é sempre elevadíssimo, e desta vez não foi exceção. Excelente concerto! Músicos exímios, o Mikael a mostrar que ainda sabe fazer growls (houvesse pois vontade de os aplicar no material mais recente da banda...) e nem as inconfundíveis piadas (do sr. Moustache. :mrgreen: ) faltaram. Também gostei bastante da setlist, variada, e que passou pelas mais diversas fazes da banda. Momentos mais marcantes da atuação foi The Drappery Falls (provavelmente a minha música preferida de Opeth) e depois a fabulosa sequência final com Demon of the Fall, The Grand Conjuration e a Deliverance (melhor forma de encerrar o primeiro dia de fest). Não esquecendo outro momento sublime que foi a To Rid the Disease. Continuam em grande forma (espero que isso se reflita no novo álbum). :metal:

Notas gerais sobre o fest: excelente localização, acesso bastante fácil, parque de estacionamento mesmo ao lado, e (polémicas estéreis à parte) o novo recinto reúne ótimas condições. A adesão de público também foi bastante boa. Vamos ver como corre hoje. :D
Última edição por Enigma em sábado ago 06, 2016 11:43 am, editado 1 vez no total.
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aetheria
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Re: 2016.08.5-6 VOA - Corroios

Mensagempor aetheria » sábado ago 06, 2016 11:28 am

Madrugador, hem?! :mrgreen: bem se vê que não ficaste a dormir no campismo ;)

Enigma Escreveu: e o Jonas tem umas das melhores clean vocals.

Completamente!

Como a setlist se baseou no The Great Cold Distance, não podia ter sido melhor.


Olha, também gostaria! Mas sob o sol abrasador soará estranho :mrgreen:

Obrigada por abrires as hostilidades por aqui :cheers:
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Re: 2016.08.5-6 VOA - Corroios

Mensagempor Enigma » sábado ago 06, 2016 11:40 am

aetheria Escreveu:Madrugador, hem?! :mrgreen: bem se vê que não ficaste a dormir no campismo ;)

Right. :mrgreen:

aetheria Escreveu:
Enigma Escreveu: e o Jonas tem umas das melhores clean vocals.

Completamente!


E esteve bem mais conversador que o costume (para os padrões dele, claro. :mrgreen: )

aetheria Escreveu:
Enigma Escreveu: Como a setlist se baseou no The Great Cold Distance, não podia ter sido melhor.


Olha, também gostaria! Mas sob o sol abrasador soará estranho :mrgreen:

Obrigada por abrires as hostilidades por aqui :cheers:


:cheers:
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Re: 2016.08.5-6 VOA - Corroios

Mensagempor Ataegina » sábado ago 06, 2016 1:08 pm

Eu não sei fazer reviews.

Gostei muito de Mantar e de Opeth prontes.

Hoje quero ver o corpse paint do Abbath a derreter.
.

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aetheria
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Re: 2016.08.5-6 VOA - Corroios

Mensagempor aetheria » sábado ago 06, 2016 1:27 pm

Enigma Escreveu:E esteve bem mais conversador que o costume (para os padrões dele, claro. :mrgreen: )




:lol: :lol: Lembro-me da primeira vez que os vi, no Sá da Bandeira. Eu estava à frente, máquina fotográfica em riste, as usual, e nem o nariz lhe consegui ver!!!! E não estou a exagerar. Sempre com a cabeça baixa, cabelo em frente, quase não falou.
Quando foram ao Vagos... pensei que tivessem trocado o homem! Ou se tinha cruzado com uma garina ou com uma garrafa... falou e falou, sorria-se todo... *bipolarismo mode on*

Ataegina Escreveu:Hoje quero ver o corpse paint do Abbath a derreter.


:lol: :lol: :lol: :lol: Isto haveria de ser tão giro!!!

E como sou má pessoa espero que dê um mau concerto pois esse é que me deixa pena de não ter ido :cry: ele e o combíbio, que sou uma BM muito sociável (em fests, convenhamos).
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Re: 2016.08.5-6 VOA - Corroios

Mensagempor Kustu Rica » sábado ago 06, 2016 2:42 pm

Só há uma entrada? Já me foderam.
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Re: 2016.08.5-6 VOA - Corroios

Mensagempor RuySan » domingo ago 07, 2016 9:33 am

Ok, aqui vão opiniões:

Dia 1:

Mantar - Do pouco que vi, gostei. Mais nada a dizer.

Katatonia - Já foi uma das minhas bandas preferidas, mas prderam muito com a saída do Norrman. Para mim a melhor fase da banda é entre o Brave Murder Day e o Last Fair deal Gone Down (mas tb gosto de várias malhas do Viva Emptiness). Por isso como é expectável, considerando a set list, não gostei por aí além.

Anathema - Também já foi das minhas bandas preferidas, mas onda dos últimos 3 álbums não me agrada mesmo nada. Assim como não me agradou o concerto. E acho que os manos Cavanagh andam a roubar a comida toda à vocalista.

Opeth - Grande concerto. Não estava à espera que tocassem tantos clássicos (não sou daqueles que vai ler as setlists antecipadamente e depois vai lançar spoilers durante o concerto). Som e prestação irrepreensíveis.


Dia 2:

Banda antes de Abbath com nome esquisito: Não conhecia (e pelos vistos continuo a não conhecer bem), mas gostei bastante. Um bocado estranho estar a ver aquelas figuras debaixo de um sol abrasador.

Abbath - Sempre carismático, o velho Abbath não desiludiu, e mesmo achando que às vezes o som estava confuso, a setlist compensou. As malhas de Immortal foram bem escolhidas.

Paradise Lost - Gosto de todas as fazes desta banda, mas é verdade é que nunca achei que fossem grande banda ao vivo. Acho que este foi um dos melhores concertos deles. Excelente setlist, mesmo faltando cenas do Tragic Idol que é um grande álbum.

Kreator - Grande animalidade. Acho que devem existir muitos pescoços doridos por aí. Acho que foi perfeito, e sorte dos Anthrax não terem aparecido porque depois disto já não ia valer a pena mais thrash.


Uma palavrinha para a organização: SOMBRAS CARALHO!

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Re: 2016.08.5-6 VOA - Corroios

Mensagempor schwarze_engel » domingo ago 07, 2016 10:38 am

RuySan Escreveu:Uma palavrinha para a organização: SOMBRAS CARALHO!
Realmente, pelas imagens parecia mauzinho, nesse aspecto... Mas com a orientação solar que aquilo tem, será difícil. Talvez fazendo o festival mais lá para o Outono... :mrgreen:
Hear the words I sing,
War's a horrid thing.
So I sing, sing, sing...
...ding-a-ling-a-ling.

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Re: 2016.08.5-6 VOA - Corroios

Mensagempor Enigma » domingo ago 07, 2016 11:06 am

Dia 2

Soldier - thrash metal vindo de terras de nuestros hermanos, by the book. Bem tentaram animar o pessoal - louvo-lhes o esforço perante aquele sol inclemente, às 16h - mas não surtiu grande efeito. Eram poucos os resistentes que se aproximaram do palco. Esforçaram-se e, sinceramente, não se lhes poderia pedir muito mais.

Equaleft - aqui sim, as coisas começaram a aquecer e as movimentações em frente do palco começaram a surgir. Banda muito bem oleada e com alguns apontamentos a lembrar (e muito) Gojira (não terá sido por acaso que foram banda de abertura dos franceses no concerto do Porto). Muito competentes e bons no estilo que praticam (e que até está longe das minhas preferências).

Schammasch - única banda internacional do cartaz do fest que nunca tinha visto ao vivo e, também por isso, das que mais interesse me suscitou. Não deixa de ser irónico que as duas bandas em que a sua atuação mais ganharia em ser à noite - Schammasch e Abbath - tocaram perante um sol abrasador (sábado esteve ainda mais calor que na sexta). Ainda assim, deram um concerto excelente, de uma envolvência e atmosfera tremendas. Foram 45 minutos que passaram num ápice, e que me irão fazer ir ouvir o Triangle over and over (o Contradiction rodou imenso por estes lados mas ainda não dediquei tempo ao novo álbum). Presença em palco imponente (o vocalista deve ter derretido com aquela indumentária), até pelas stage clothes mostram que não descuram os pormenores e são bastante profissionais naquilo que fazem. Confirmaram claramente as minhas expetativas e espero vê-los novamente a breve trecho.

Abbath - o que disse acerca do sol/calor mais acima, aplica-se aqui novamente, portanto não vou acrescentar nada. Com uma formação renovada (novo baterista - desconheço a sua identidade mas a sua prestação foi bastante impressionante e um guitarrista de sessão), apresentou-se com o King e, obviamente, o grande Abbath. Simplesmente adorei o concerto! Fosses com as novas malhas, fosse com a Warriors (que malhão dos I!), ou temas de Immortal, tudo me soou lindamente. Acho também que nunca tinha estado num concerto de black metal com tanto mosh pit e crowdsurf como este o que, enfim, mostra pelo menos todo o entusiasmo dos presentes. One by One e Tyrants (com que fechou, se não me falha a memória) foram os pontos mais marcantes que assinalaram a presença VOA de uma das maiores figuras do metal. :metal:

Paradise Lost - Foi provavelmente o melhor concerto de Paradise Lost que já assisti e que deixou a milhas de distância as suas anteriores prestações em Portugal (tanto no Vagos como no Paradise Garage). Setlist bastante variada, embora dando algum destaque ao mais recente álbum e que é, na minha opinião, dos melhores da sua já longa carreira. Como pequenas falhas só mesmo a demora em regressar ao palco após a Say just words e a escolha do último tema (The last time) que podia ter sido melhor. De resto, foi mesmo impecável, até mesmo - ou sobretudo - o humor muito british do Nick. :mrgreen: Pontos altos aqui é complicada, já que desde as incontornáveis Say just words, the enemy, pity the sadness, as i die, até aos excelentes temas do novo álbum, foi tudo top. Muito, mas mesmo muito bom concerto!

Kreator - tinham a fasquia bem elevada, não só por encerrarem o festival mas também porque se seguiram ao grande concerto de Paradise Lost. E, realmente, o início foi um pouco titubeante, com várias paragens pelo meio (propositadas ou não, tornam-se irritantes aqueles stop and go...) e também com problemas na guitarra do Mille. Depois do terceiro/quarto tema as coisas finalmente entraram nos eixos e depois foi sempre prego a fundo, em mais uma atuação pujante e bem intensa dos germânicos. Mesmo os temas do último álbum, que soam um bocado cheesy demais, ao vivo têm outra agressividade e, claro, a juntar aos clássicos habituais - pleasure to kill, extreme aggressionterrible certainty, flag of hate, betrayer, abriram um mosh pit gigantesco e crowdsurfing constante (muito trabalharam os tipos da segurança.lol). Prometeram voltar no próximo ano, já com álbum novo na bagagem. Cá se esperam então. :jam:

Saldo extremamente positivo desta primeira edição do festival em Corroios, com excelentes concertos, muito boa localização e boas condições para o público.
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aetheria
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Re: 2016.08.5-6 VOA - Corroios

Mensagempor aetheria » domingo ago 07, 2016 11:27 am

Lá volto eu a ficar cheia de pena de não ter ido ao 2º dia :'( queria muito ver Schammasch e Abbath (primeira vez) e sei que Equaleft e Kreator me garantiriam festa :'(
Mas, pronto, se houvesse dinheiro quanto calor...
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A partir de um determinado ponto já não há retorno. É esse ponto que se tem que alcançar. Kafka

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Re: 2016.08.5-6 VOA - Corroios

Mensagempor Enigma » domingo ago 07, 2016 11:40 am

aetheria Escreveu:Lá volto eu a ficar cheia de pena de não ter ido ao 2º dia :'( queria muito ver Schammasch e Abbath (primeira vez) e sei que Equaleft e Kreator me garantiriam festa :'(
Mas, pronto, se houvesse dinheiro quanto calor...


Sem estar a querer pôr sal na ferida, sem dúvida que irias adorar. :P

Abraço a todo o pessoal do MU que vi por lá. :cheers:
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RuySan
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Re: 2016.08.5-6 VOA - Corroios

Mensagempor RuySan » domingo ago 07, 2016 11:41 am

Achei que o mosh pit em kreator foi o mosh pit mais "boa onda" que já vi em toda a minha vida. Também nunca vi tantas raparigas num mosh pit, que é bom sinal.

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Re: 2016.08.5-6 VOA - Corroios

Mensagempor spiegelman » domingo ago 07, 2016 12:04 pm

Só uma coisa.

Circle Pit da Pitty the Sadness.

Foda-se.

Quando deixar de ficar surdo venho cá fazer a análise
"Sim, esta veio do silêncio E livres habitamos a substância do MU!" (HumbertoBot)

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Re: 2016.08.5-6 VOA - Corroios

Mensagempor Judas_Iscariot » domingo ago 07, 2016 12:46 pm

Katatonia soube a pouco. Apesar da boa performance da banda, os problemas técnicos retiraram tempo útil que teria sido muito bem vindo num horário já por si limitado. Ainda sonhei com a possibilidade de revisitarem algum tema mais antigo (Brave, anyone? Revisitaram isto para o dvd do Last Fair Day Gone Night), especialmente com Opeth mesmo ali ao lado. Não se concretizou, mas eu tinha noção de que isto já seria pedir demais.

Anathema deu, a meu ver, um óptimo concerto. Talvez não fosse a banda mais apropriada para o ambiente festivaleiro, especialmente antecipando Opeth, mas ainda assim um óptimo concerto e uma boa performance. Faltaram alguns temas antigos (lembro-me que no Alliance, há já uns bons aninhos, foram bem mais atrás no seu extenso catálogo e tocaram umas 'oldies'). Mas foi bom matar saudades.

Opeth também deram um fantástico concerto, mas não mantenho a mesma 'ligação' à banda que tinha antigamente. Valeu pelos momentos nostálgicos (Demon of the fall) e pela boa disposição do Mikael e do seu extenso bigode.

No dia 2 do festival não assisti a todos os concertos (já alguém disse que estava um calor insuportável? Houve corajosos à frente do palco às 15h, 16h da tarde, mas muita da massa que já se encontrava no recinto na altura estava agregada à sombra; quase todos os locais com sombra, por menos que fosse, estavam lotados).

Já fazia um bom tempinho que não ouvia black metal, e se calhar isso ajudou-me a apreciar mais a performance de Schammasch (que foram corajosos em vestir-se daquela forma tendo em conta que estavam uns 40 graus e não havia sombra que os cobrisse). Foi bom matar saudades daquela sonoridade e atmosfera. Provavelmente vou tentar conhecer mais do catálogo da banda por causa disto.

Abbath deu um óptimo concerto. Foi bom matar saudades daquela sonoridade, e pontos extra pela visita a Immortal (foram dois temas, certo? Pelo menos dois).

Paradise Lost é daquelas bandas que já acompanho desde a adolescência, mas que nunca tive oportunidade de ver ao vivo. Esta foi, portanto, a minha primeira experiência com eles ao vivo. E devo dizer que fiquei bastante impressionado, pois tinha traçado uma expectativa menos entusiasmada para eles. Levar com temas como "Rapture", "Beneath Broken Earth" e "As I Die" de seguida foi, no mínimo, um delírio para quem sente nostalgia daquele doom/death arrastado dos 90's. Fantástico concerto em geral, setlist variada e impecável. Quem diria? Talvez o meu concerto favorito em todo o VOA 2016.

Ainda fiquei para ver Kreator, que deram uma performance pesadíssima. Mas não fiquei até ao fim.

Foi uma boa edição do VOA em Corroios. Fez-me foi alguma impressão ver as performances sofridas de algumas bandas a meio da tarde, praticamente de frente para o sol. Talvez estes detalhes devam ser revistos em futuras edições para garantir que tanto público como bandas tenham tanto conforto quanto for possível num festival que é realizado em pleno mês de Agosto, no auge do calor. De resto, nada a apontar. Grande ambiente. Foi bom voltar.
The solitary dark animal and the burning black Earth.

pafg
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Re: 2016.08.5-6 VOA - Corroios

Mensagempor pafg » domingo ago 07, 2016 3:36 pm

Ora chegado de Corroios, vamos a um rescaldo deste VOA:

1ºdia:
Dark Oath e Adimiron não são a minha praia, o tempo foi passado nas bancas de merch e a meter conversas em dia. Pouca gente lá na frente a assistir o que era expectável dado a intensidade do calor.
Com Mantar as coisas compuseram-se e já na frente pude testemunhar uma actuação cheia de força do duo alemão. O vocalista queixou-se bastante do calor (bengala de comunicação de todas bandas que pisaram o palco btw) e até ofereceu cervejas ao pessoal. Obrigado pela cervejinha Hanno! Mas fica claramente a ideia de que os Mantar são banda mais indicada para locais fechados.
Katatonia foi a razão principal da minha presença neste festival. Os problemas técnicos com a guitarra de Roger Öjersson que arruinou algumas músicas na parte inicial do concerto e a máquina dos samples que teimava em não funcionar, auguravam uma actuação menos conseguida, mas quando se tem músicas do calibre da July, Serein (que malhão!), My Twin, Lethean, Nephilim, Old Heart Falls (fiquei afónico depois desta) e Dead Letters a coisa dificilmente corre mal. É verdade que poderiam ter incluido alguns temas do Viva Emptiness e do Last Fair Deal Gone Down, mas percebe-se a necessidade de tocar essencialmente músicas recentes. Em Outubro há mais em terras de sua majestade onde vão tocar o The Great Cold Distance na íntegra.
Os Anathema bem vistas as coisas deram um excelente concerto, o melhor som da 1ª noite e uma interação público/banda muito acima da média. Mesmo que possamos discutir se ainda encaixam num festival de metal. Se por um lado é impossivel ficarmos indiferentes a malhões como A Simple Mistake com aquele riff larger than life ou à sempre contagiante Fragile Dreams, por outro, é inevitável que surjam uns bocejos em Untouchables e Distant Satellites. São belíssimas canções, para ouvir em outros contextos.
Os Opeth deram mais um belíssimo concerto, percorrendo oito álbuns da sua discografia. Destaque para a brilhante sequência final Demon of the Fall, The Grand Conjuration e Deliverance. Estas três músicas tocadas sem espinhas valeram o bilhete.
E é verdade também que mesmo nos momentos mais calmos como To Rid the Disease do álbum Damnation, os Opeth fazem-no com a pinta necessária para que não seja uma seca descomunal para a audiência, muito por culpa do entertainer por excelência que é Mikael Akerfeldt.

2ºdia:
Com horário de abertura marcado para as 14h30, os seguranças levaram um valente raspanete do chefe porque não deixaram entrar ninguém antes das 15h. Resultado: o documentário Blackhearts que começava às 14h45 foi visto por parca audiência. O sol digamos que terá afastado muitos interessados também. Blackhearts que segue a vida e três músicos de black metal de diferentes nacionalidades que são perseguidos pelas autoridades locais devido á sonoridade que praticam e ideologia que representam. É curioso verificar como o black metal noruguês se tornou mitológico que faz com que gente do Irão faça reverência aos locais onde o Black Circle emergiu e se tornou conhecido.
Os Soldier de Espanha tocam, segundo o metal archives, um Thrash/Southern Metal. A mim pareceu-me mais uma banda de thrash aborrecida como tudo.
Os portugueses Equaleft também não são a minha praia. Pareceu-me um concerto com entrega e com o som globalmente bom.
Os Schammasch foram um tiro ao lado neste festival. Com um black metal na onda de Secrets of the Moon e Deathspell Omega ficaram totalmente desenquadrados no resto do line up, conseguiram ainda assim arrancar aplausos da audiência. Espero puder um dia vê-los em contexto mais apropriado. É preciso tomates para vestir aquelas roupas com o calor que se fez sentir.
O Abbath fez um comentário pertinente: "o palco deveria estar virado para o outro lado". O calor não abrandou a actuação demolidora do norueguês. Entre músicas do álbum a solo e várias de Immortal e até uma música do projecto I, foi com Abbath que o 2º dia do VOA ganhou vida, por entre a atitude rockstar (num bom sentido) do frontman, músicos de elite que o acompanham e um som potente, Abbath foi um dos melhores concertos deste festival.
Os Paradise Lost estiveram muito bem. Um alinhamento muitissimo bem escolhido com Rapture, Say Just Words, The Enemy, Pity the Sadness e As I Die a conviveram bem com músicas do último álbum. E é ao vivo que se percebe a força de The Plague Within. Quando malhas como An Eternity of Lies, Return to the Sun, No Hope in Sight e a monstruosa Beneath Broken Earth soam tão bem ou até melhor que algumas das malhas consideradas clássicas. Nick Holmes esteve particularmente bem, parece rejuvenescido com esta nova incursão pelos growls. Quem viu a triste figura que fez há uns anos no Garage, consegue ver bem a diferença.
A acabar a noite e o festival, os grandes Kreator. Continuo a achar, tal como no anterior concerto que deram em Aveiro, que Mille deveria falar menos e tocar mais. Os senhores estão de idade avançada e precisam de um break aqui e ali, desculpa-se. Até porque tocar coisas como Enemy of God, Endless Pain e Extreme Agression não é para qualquer um. Grande setlist, som irrepreensível, o povo a fazer uma grande festa, que mais se quer? Uma Pleasure to Kill de fazer caír os queixos pois claro!

Considerações finais: o local é um enorme upgrade face a Aveiro, talvez se perca aquela sensação de "escape" por estarmos numa zona urbana e mais movimentada do que qualquer um dos spots de Vagos e pessoalmente por estar mais próximo de casa, mas ainda assim é dificil arranjar-se melhor local do que este. Zonas de campismo óptimas (acabei por ficar numa tenda da sleep 'em all) estacionamento com fartura e pertíssimo do recinto, restauração e supermercado perto também. Faltam sombras dentro do recinto, talvez para o ano se vire o palco como apontou Abbath.

Saldo final positivo. Falta agora acrescentar o 3º dia e variar um pouco mais o cartaz.

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