Seguiram-se os Estado de Sítio que, com o seu hardcore/punk abriram o primeiro moshpit (de muitos) da edição deste ano. Embora não seja um género que me agrade particularmente, é indiscutível que normalmente é uma boa escolha para este tipo de eventos.
Destroyers of All acabou por ser uma desilusão, pelo menos tendo em conta que os tinha visto há muito pouco tempo no Stairway e tinha gostado da sua atuação. Não foi o caso desta vez, tendo contribuído (e muito) o facto de terem tido o pior som de todo o festival, extremamente embrulhado o que, a juntar ao som já de si com muitas nuances (e samples pelo meio), tornou as coisas ainda mais confusas. A atitude e energia estiveram lá, como sempre, mas não foi suficiente para me prender.
Em Derrame o som já esteve bem melhor (o que se manteve em todas as bandas), mas a sua atuação também não me prendeu por aí além. Após alguns temas a coisa começa a soar-me sempre ao mesmo, o que acabou por tornar o concerto (pelo menos para mim) um bocado monótono.
Finalmente tive a oportunidade de ver Humanart ao vivo. Deram um concerto bem sólido e que, para mim, foi mesmo o melhor de todas as bandas que tinham tocado até então. Mais uma das boas bandas do black metal nacional e que me deixaram muito boa impressão. Dada a inexistência de mais bandas de black metal no cartaz (aspeto a rever em futuras edições, espero.XD), ainda me soube melhor o seu concerto.
Monotonia foi coisa que também não houve na atuação dos espanhóis Bloodhunter. Se é verdade que o seu melodeath não traz propriamente nada de novo (também hoje em dia essa tarefa não é nada fácil de atingir), o que é certo é que deram um excelente concerto, também muito às custas (é impossível nega-lo) de uma vocalista que, para além da excelente presença em palco (e que não passou indiferente a ninguém…XD), tem uma voz excelente e uma energia contagiante em palco (e também quando veio para o meio do público abrir o moshpit).
Com Theriomorphic, entrou-se na parte do cartaz que mais interesse me suscitava e que me levou, pela segunda vez, ao Hardmetal Fest. E que concertão que deram! Dos melhores de todo o festival e, seguramente, das melhores atuações que já lhes vi. Verdade se diga que não me lembro de alguma vez não ter gostado das suas atuações (e já são muitas as vezes, a última das quais no Stairway), mas desta vez estiveram mesmo em grande. Quer fosse nas músicas mais antigas (para comemorar o 20º aniversário da banda), quer nas mais recentes do EP a sair este ano, deram um verdadeiro recital do que é verdadeiramente o death metal.
Após o concertão de Theriomorphic, nada melhor que continuar com o death metal e, neste caso, com os finlandeses Convulse. Começaram com os temas mais recentes (especialmente do último álbum) que têm uma toada mais experimental e também mais distante do som dos primórdios da banda. Se houve quem torcesse o nariz a estas malhas, não foi o meu caso de todo. Gostei bastante do início do concerto, com o trio finlandês a mostrar-se desde logo bastante coeso. Depois, a partir do momento em que começaram a tocar as malhas do Wold Without God, então foi o delírio absoluto que se manteve non-stop até final do concerto. Muito bom!
Para continuar em grande, seguiram-se os Tygers of Pan Tang que deram um excelente concerto, mostrando bem toda a sua qualidade e também excelente prestação em palco. Os temas do último álbum são excelentes (desde logo a Only the Brave é um grande tema), e não destoaram em nada dos clássicos de álbuns como o Spellbound e o Wold Cat. Comprovaram cabalmente ter sido uma escolha acertadíssima para encabeçar o cartaz do festival. NWOBHM no seu melhor.
Continuando com o pé no acelerador (neste caso, carregando mesmo a fundo), seguiram-se os Holy Moses que mantiveram o maior moshpit de todo o fest desde os primeiros acordes até ao final da atuação, quando a Sabine se lançou do palco para o stage diving, terminando da melhor forma uma atuação com uma intensidade, energia e, acima de tudo, honestidade que são de assinalar de uma banda que já anda nisto há muitos anos. Destaque particular para a Sabine que, aos 53 anos (como ela fez questão de assinalar), continua um monstro em palco, a mostrar como se faz. Se é verdade que a sua voz já teve melhores dias (o que ficou bastante evidente no dueto que fez com a vocalista de Bloodhunter, que fechou em alta o concerto), continua a ser uma grande frontwoman.
Outra banda que tinha curiosidade em ver eram os belgas Ancient Rites, banda que não defraudou em nada as expetativas. Deram um concerto bem intenso e que conseguiu, apesar das horas tardias a que começaram (já passava um pouco das 2h), manteve o público bem envolvido. Tenho a certeza que se o concerto tivesse sido um pouco mais cedo (foi demasiado longa a pausa entre Holy Moses e Ancient Rites) teria ainda gostado mais do concerto. Mesmo assim, cumpriram muito bem.
Já não fiquei para ver Shoryuken, por isso, quem os tenha visto que se pronuncie.
Saldo final extremamente positivo desta edição do fest, que se mantém como uma grande referência do metal underground. Um cartaz muito bom (provavelmente dos melhores de sempre – pena o cancelamento de Solstice), adesão muito boa do público e um excelente ambiente, o que também é habitual por estas paragens.

E que venha a edição de 2018 e saudações para o pessoal que me acompanhou nesta romaria!

