Rescaldo aberto para o concerto, que foi muito mais do que apenas a comemoração dos 20 anos do Irreligious (que, só por si, já seria do maior interesse).
Tratou-se, desde logo, da comemoração dos 25 anos de carreira da banda, e para celebrar a ocasião, nada como gravar um DVD e tocar na íntegra o Wolfheart, o Irreligious e o Extinct. Foi reviver o (glorioso) passado, mas também com um olhar bem forte sobre o presente da banda e, já a apontar para o futuro (novo álbum, integralmente em português, a sair ainda este ano e novo concerto em Lisboa até final do ano).
Passavam cerca de vinte minutos das vinte e dois horas quando os Moonspell subiram ao palco, já a plateia estava completamente lotada e as bancadas muito bem preenchidas (segundo rezavam as crónicas hoje, estiveram presentes 4 mil pessoas, o que, no contexto português, muito poucas bandas de metal conseguem levar, sejam nacionais ou internacionais).
A noite começou com o icónico Wolfheart, onde destaco a belíssima instrumental Lua D'Inverno, as bem portuguesas Tebraruna e Ataegina (que motivaram as primeiras grandes manifestações do público) e uma das minhas favoritas, e que eles raramente tocam, a An Erotic Alchemy. Apesar de tudo, considero que esta parte do concerto foi a mais morna e em que não houve tantos momentos memoráveis como seria de esperar. Talvez por a expetativa ser muito elevada, ou também por já os ter visto a tocarem este álbum de forma irrepreensível, penso que poderiam ter estado melhor. Faltou qualquer coisa a temas fabulososos como Wolfshade e Love Crimes (mesmo assim, é sempre um mimo ouvi-las ao vivo. Vampiria é sempre um momento muito especial num concerto de Moonspell, e este não fugiu à regra. Fecho da primeira parte com a intemporal Alma Mater.
Segunda parte do concerto com o Irreligious e, aqui assim, estiveram simplesmente irrepreensíveis. Foi verdadeiramente fenomenal ouvir e presenciar toda a componente cénica utilizada em cada um dos temas deste álbum. A Poisonous Gift, A Taste of Eternity, Raven Claws (com a Mariangela Demurtas) foram alguns dos temas melhor interpretados. A sequência final desta parte do concerto - Mephisto, Herr Spiegelmann e Full Moon Madness - foi mesmo a minha preferida de todo o concerto. Verdadeiramente memorável.
Finalmente, na última parte do concerto ficou o Extinct. E se pensava que o melhor já tinha sido tocado, os Moonspell provaram que não. O Extinct é um álbum fabuloso de gothic metal e a noite de ontem provou-o plenamente. É verdadeiramente um álbum de canções, com bastante emoção e beleza contidas nas mesmas. Destaco desta parte como melhores momentos desde logo a Extinct, Medusalem, Domina (aquele solo do Ricardo Amorim é qualquer coisa de fabuloso, aliás este álbum está repleto de solos belíssimos), Malignia, Funeral Bloom e, a fechar uma noite inesquecível, The Future is Dark (não teria escolhido melhor tema para fechar a noite, isto vindo de um fã da banda de longa data pode parecer estranho, mas acho este tema sublime).
Cheers então aos próximos 25 anos da banda (o Fernando acha que não, mas you never know...).
2017.02.04 - MOONSPELL 20 Anos Irreligious - Campo Pequeno
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Valfar, ein Windir
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Re: 2017.02.04 - MOONSPELL 20 Anos Irreligious - Campo Pequeno
Infelizmente não pude comparecer neste concerto, mas para quem os foi ver ao Campo Pequeno e a Guimarães, houve alguma diferença?
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Re: 2017.02.04 - MOONSPELL 20 Anos Irreligious - Campo Pequeno
Grande concerto sem dúvida, sendo este já o 11º concerto que assisti de Moonspell é com grande orgulho que vejo a evolução do espetáculo destes senhores. Sebem que há algo que já percebi que não vai mudar que é aquele vibe nerd de geografia do Fernando Ribeiro que não consegue dizer simplesmente o nome duma cidade "BOA NOITE LISBOA, PORTUGAL", sendo que nas festas de Corroios foi mesmo o melhor "BOA NOITE CORROIOS, MARGEM SUL, PORTUGAL" LOL. Parto-me sempre a rir works 10/10.
Ainda assim, e como o concerto ia acabar bastante tarde, estando eu com uma lesão no joelho e devido ao facto de que estava com pouca bateria, decidi abandonar antes do Extinct (para apanhar o metro claro está). Mas ainda assim foi um concerto brutal. Gostava de saber como são os concertos deles lá fora, porque cá são mesmo do melhor que se pode ver dentro do metal (o pseudo vampirismo da vampiria tambem poderia ser atenuado, o Nando já tem um filho por amor de deus xD).
Ainda assim, e como o concerto ia acabar bastante tarde, estando eu com uma lesão no joelho e devido ao facto de que estava com pouca bateria, decidi abandonar antes do Extinct (para apanhar o metro claro está). Mas ainda assim foi um concerto brutal. Gostava de saber como são os concertos deles lá fora, porque cá são mesmo do melhor que se pode ver dentro do metal (o pseudo vampirismo da vampiria tambem poderia ser atenuado, o Nando já tem um filho por amor de deus xD).
Re: 2017.02.04 - MOONSPELL 20 Anos Irreligious - Campo Pequeno
ficaram a faltar os encores e o toca aquela...
fora isso 5 estrelas
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Re: 2017.02.04 - MOONSPELL 20 Anos Irreligious - Campo Pequeno
Tudo o que foi de bom já foi mencionado acima, portanto vou dizer o que esteve mal.
- Diminuírem a velocidade de praticamente todas as músicas do Wolfheart. Não sei qual a ideia deles, se é tornar as coisas mais doomy ou o catano, mas simplesmente não resulta;
- Os intervalos enormes entre albums. Tiraram completamente a pica à malta. Depois de uma Alma Mater e de uma Full Moon Madness em altos pulmões ter de esperar 15 minutos ou mais para começar a próxima música é muito anti-climático. E isto fez com que o concerto acabasse demasiado tarde, mesmo para um concerto a um sábado;
- A careca do Ricardo
De resto esteve tudo impecável, eu já estava um bocado com os copos e como isto ia ser gravado para DVD preocupei-me mais em sentir as músicas de que andar em bicos de pés à procura de falhas na produção. Venham mais que a malta vai ver!
- Diminuírem a velocidade de praticamente todas as músicas do Wolfheart. Não sei qual a ideia deles, se é tornar as coisas mais doomy ou o catano, mas simplesmente não resulta;
- Os intervalos enormes entre albums. Tiraram completamente a pica à malta. Depois de uma Alma Mater e de uma Full Moon Madness em altos pulmões ter de esperar 15 minutos ou mais para começar a próxima música é muito anti-climático. E isto fez com que o concerto acabasse demasiado tarde, mesmo para um concerto a um sábado;
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De resto esteve tudo impecável, eu já estava um bocado com os copos e como isto ia ser gravado para DVD preocupei-me mais em sentir as músicas de que andar em bicos de pés à procura de falhas na produção. Venham mais que a malta vai ver!
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Re: 2017.02.04 - MOONSPELL 20 Anos Irreligious - Campo Pequeno
PeiXotO Escreveu:Tudo o que foi de bom já foi mencionado acima, portanto vou dizer o que esteve mal.
- Diminuírem a velocidade de praticamente todas as músicas do Wolfheart. Não sei qual a ideia deles, se é tornar as coisas mais doomy ou o catano, mas simplesmente não resulta;
Isto continua a ser uma grande mistério para mim, que ainda não vi explicado.
Curiosamente, no Irreligious (temia-o) já não aconteceu (vi em Guimarães).
Poderia aventar com o facto deste concerto ser muito longo e estarem a poupar energia (justíssimo), mas desde Famalicão (Laurus) que tem sido assim...
Só é tua a loucura Onde, com lucidez, te reconheças. Torga
A partir de um determinado ponto já não há retorno. É esse ponto que se tem que alcançar. Kafka
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Re: 2017.02.04 - MOONSPELL 20 Anos Irreligious - Campo Pequeno
aetheria Escreveu:Poderia aventar com o facto deste concerto ser muito longo e estarem a poupar energia (justíssimo), mas desde Famalicão (Laurus) que tem sido assim...
A razão não pode ser essa até porque eles não são propriamente velhos e porque já sabiam que iam fazer longas pausas entre sets portanto tinham mais que tempo para descansar. Tanto o Memorial, como o Night Eternal e o Alpha Noir têm todos malhas com valentes castanhadas que eles costumam tocar ao vivo e o Mike não parece se queixar. Ou foi para encher chouriços para fazer as 3 horas de concerto ou então é por alguma razão "artística" que só eles sabem. Mas que na realidade não funciona...
PS: A Carmen Simões é o amor e quero os Ava Inferi de volta faxabor.
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Re: 2017.02.04 - MOONSPELL 20 Anos Irreligious - Campo Pequeno
PeiXotO Escreveu:aetheria Escreveu:Poderia aventar com o facto deste concerto ser muito longo e estarem a poupar energia (justíssimo), mas desde Famalicão (Laurus) que tem sido assim...
A razão não pode ser essa até porque eles não são propriamente velhos e porque já sabiam que iam fazer longas pausas entre sets portanto tinham mais que tempo para descansar. Tanto o Memorial, como o Night Eternal e o Alpha Noir têm todos malhas com valentes castanhadas que eles costumam tocar ao vivo e o Mike não parece se queixar. Ou foi para encher chouriços para fazer as 3 horas de concerto ou então é por alguma razão "artística" que só eles sabem. Mas que na realidade não funciona...
PS: A Carmen Simões é o amor e quero os Ava Inferi de volta faxabor.
É que não funciona mesmo...
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Re: 2017.02.04 - MOONSPELL 20 Anos Irreligious - Campo Pequeno
Isso era de valor, era.PeiXotO Escreveu:PS: A Carmen Simões é o amor e quero os Ava Inferi de volta faxabor.
Quanto às músicas lentas, pensava que poderia ser alguma lesão do Mike, que o impedisse de as tocar como deve ser... Mas passado todo este tempo, já não acredito nisso.
Só gostava de saber o motivo... E que assumissem que o estão a fazer, já agora.
E acho estranho não se levantar um burburinho geral de gente a perguntar o mesmo. Anda tudo surdo?
Hear the words I sing,
War's a horrid thing.
So I sing, sing, sing...
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Re: 2017.02.04 - MOONSPELL 20 Anos Irreligious - Campo Pequeno
Fui e gostei, mas... n havia necessidade de terem começado aquilo mais tarde... se n tivesse havido jogo n tinha começado tao tarde...
Aliado a isso para mim tinham so tocado o Wolf e o Irreligious. Qd tocaram o novo, a maioria da malta ja tava mais pra la do q pra ca...
Aliado a isso para mim tinham so tocado o Wolf e o Irreligious. Qd tocaram o novo, a maioria da malta ja tava mais pra la do q pra ca...
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Re: 2017.02.04 - MOONSPELL 20 Anos Irreligious - Campo Pequeno
Gostei muito! Deixei de ouvir os Moonspell há já alguns álbuns mas este último é uma obra de arte, mesmo que muito diferente de outros tempos em que ouvia tudo até à exaustão.
Bela surpresa!
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