Dawnrider - começo de noite com esta grande banda de heavy/doom nacional, com a casa ainda com um aspeto desolador em termos de público. Já não os via há uns tempos e, para além da presença de uma guitarra (com o Conim ao leme naturalmente), o que salta mais à vista (e ao ouvido) é a ausência do Chico, presença incontornável na banda e senhor de uma voz que eu aprecio particularmente. Dito isto, acho que encontraram um substituto com boa voz e com um registo semelhante ao do Chico, o que suavizou bastante as diferenças da formação atual com a anterior. Deram, mais uma vez, um excelente concerto (a ausência de uma segunda guitarra, especialmente aquando dos solos, acabou por ser mais notada que a mudança de vocalista), com a banda bastante empenhada em demonstrar que continuam a ser, na minha modesta opinião, uma das propostas mais válidas no heavy/doom em Portugal. Destaco os temas Demons, Redemption e a minha favorita Scared of Light! Sidenote: encaixariam lindamente num festival como o Under The Doom.
Ironsword - após um longo período em que eram raras as aparições ao vivo (pelo menos no nosso país), ultimamente as coisas, felizmente, inverteram-se e são já algumas vezes que os vejo ao vivo no último ano. Apesar de serem banda suporte, trouxeram na mesma os backdrops, e o Tam comunicou na mesma ao seu estilo com o público, embora tendo de encurtar um pouco o paleio habitual.

Omen - quando começaram, a casa já estava mais composta, embora estivesse muito longe de estar uma casa minimamente condizente com a ocasião. Enfim, como já dizia o Conim, "poucos mas bons". Comandados pelo único membro original, o guitarrista Kenny Powell, e com o vocalista (também de longa data) extremamente simpático e comunicativo, deram um excelente concerto de heavy/power, em que se focaram (e ainda bem), nos primeiros álbuns da banda, com destaque para o clássico Battle Cry. Só deste álbum tocaram a Death Rider (que riff viciante!), The Axeman (outro dos melhores momentos), Last Rites, Dragon's Breath, deixando para o fim do concerto de pouco mais de uma hora, as fantásticas faixa título e a Die By the Blade. Destaque ainda para os temas Ruby Eyes (of the Serpent), Warning of Danger, Hell's Gate (que nunca haviam tocado anteriormente) e a Teeth of the Hydra. Para além do excelente concerto que deram (e que é o mais importante), deixaram também uma ótima imagem de simpatia e humildade de alguém que, nesta altura da vida e da carreira da banda, só anda nisto mesmo por amor à camisola. Big respect.

Uma palavra também para a organização que, contra todas as adversidades (e não devem ser poucas, considerando o escasso público presente), continua a organizar estes eventos e a trazer bandas que, provavelmente, não viriam cá de outro modo.
