2017-05-05/06 - Hell of a Weekend - Cine-Teatro de Corroios

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Enigma
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2017-05-05/06 - Hell of a Weekend - Cine-Teatro de Corroios

Mensagempor Enigma » segunda mai 08, 2017 11:28 am

Só fui ao segundo dia, portanto quem esteve na sexta feira que se pronuncie. Já sei, pelos comentários que ouvi, que esteve bastante mais gente na sexta que no sábado. Realmente, no sábado, para o cartaz que era, a casa esteve fraquita. Talvez meia casa, com boa vontade. Talvez isto se explique porque os metaleiros andam de barriga mais cheia de concertos que o pessoal do hardcore e/ou que os preços dos bilhetes não eram muito convidativos (embora o dia de sexta feira até fosse um pouquinho mais caro). Quanto a horários, foram cumpridos na íntegra, o que é sempre de saúdar! O espaço é aquilo que se sabe (guardo muitas e boas recordações do mesmo), mas em termos de calor/fumo (ou seja, falta de civismo), as coisas continuam na mesma...

Steelfall - começaram às 15h, como previsto e, por esta altura, não deviam estar mais de 10/15 pessoas na sala. Por isso, respect para a banda que tocou (na medida do possível), como se estivessem lá bem mais pessoas. O estilo - metalcore - não é mesmo nada a minha praia, mas até achei que estiveram bem.

Son of Cain - foram a principal razão para ter falhado as primeiras bandas. Estava com bastante curiosidade em ver estas duas grandes figuras do metal nacional - NH (bateria e voz) e Conim (guitarra) - juntos, num projeto de stoner/rock. Têm apenas um EP lançado - Low Life 69, sendo por isso os temas desse lançamento a serem apresentados. Gostei bastante da atuação deste duo, do seu descomprometimento e simples prazer em tocar este tipo de música, sem grandes encenações. Muito interessante também ouvir a voz limpa do NH, num registo completamente diferente do habitual, mas que combina muito bem com esta música.

Correia - outra banda que também vi pela primeira vez e também me agradaram. Gostei particularmente da parte instrumental, um excelente rock. Já quanto as vozes, que não nada más per si, nem sempre me soaram muito bem no contexto dos temas. Mas isso é apenas uma questão de gosto pessoal.

Besta - andam, literalmente, com a corda toda. Já tinha gostado de os ver a semana passada em Barroselas, mas agora então partiram a loiça toda. Foi uma atuação avassaladora, com destaque para o vocalista, que estava particularmente inspirada. Apesar da escassez de público presente, foi a devastação total. Das melhores atuações do fest.

Destroyers of All - não sei como se arranjam, mas num espaço de poucos meses (antes foi em Mangualde), "conseguem" a proeza de ter o pior som de todo o fest. O som da banda já de si tem muitos layers (com teclados à mistura), o que já de si requeriria cuidados especiais para não ser uma grande trapalhada. Mais uma vez, não conseguiram ter um som em condições. Assim, e apesar de lhes reconhecer valor e capacidade, a sua atuação ficou aquém do que poderia (e deveria) ter dado.

Anti-Nowhere League - primeira (das quatro) banda internacional do dia, neste caso, desta clássica banda de punk. O som, aqui, voltou a estar em boas condições e, já com a sala mais preenchida, deram um excelente concerto, tocando muitos clássicos do passado mais longínquo da data. Destaco a So...What como um dos temas que maior reação teve do público, que cantou (ou berrou) a plenos pulmões os temas mais conhecidos.

Crowbar - eram uma das bandas de todo o cartaz que mais queria ver (nunca os tinha visto anteriormente), e não desiludiram em nada. Aliás, o único senão do concerto foi a sua (curta) duração, cerca de 40 minutos. Ficou claramente a saber a pouco. De resto, deram um valente concertão de sludge/doom, com muito peso e intensidade, mantendo sempre alguma proximidade com o público. Destaco Planets Collide e Existence is Punishment como os melhores momentos da sua atuação. Fico à espera de voltarem cá, de preferência em nome próprio.

Destruction - estranhamente não eram os cabeças de cartaz deste dia, tendo em conta o seu (maior) estatuto em relação às restantes bandas. Estranhamente também, quando começaram o concerto a sala estava com pouco público (não sei se muita gente foi jantar e se esqueceu das horas...). Estas condicionantes a juntar a um problema técnico na guitarra do Mike que se prolongou pelos primeiros temas (obrigando até a um solo de bateria para ver se se revolvia de vez o problema) fez com que a primeira parte do concerto decorre numa toada morna o que não é nada abonatório em geral, muito menos quando se trata de uma banda thrash. Depois, com o problema da guitarra resolvido e também com a chegada de mais pessoal ao recinto as coisas recompuseram-se e a segunda metade do concerto já esteve ao nível "normal" dos Destruction, o que também coincidiu com a fase em que tocaram vários clássicos de seguida - Life Without Sense, The Butcher Strikes Back, Thrash Till Death e Bestial Invasion, com que fecharam o concerto. Em conclusão, foi uma atuação razoável, mas já lhes vi melhores atuações (desde logo o concertão que deram no RCA há poucos meses).

Onslaught - fizeram just por completo ao estatuto de headliners do segundo dia do fest. Excelente atitude e energia a emanar do palco, dispondo também de um som em boas condições deram um excelente concerto de thrash! Foi a quinta vez que os vi e o que é certo é que nunca saí defraudado com esta banda. Foi o melhor concerto de todo o dia e fecharam da melhor forma o festival. Com uma setlist variada, mas não descurando obviamente os temas dos álbuns clássicos, provaram que a discografia mais recente também está em muito bom plano, não deslustrando em nada o catálogo mais antigo. Assim, quer se tratassem de temas mais recentes, como Killing Piece, Sound of Violence ou Burn, ou temas clássicos como Let There Be Death ou Metal Forces (com que começaram o concerto), a intensidade e a energia foi exatamente a mesma, ou seja, bem elevada. Fecharam, da melhor forma, com 66Fucking6 e Thermonuclear Devastation um valente concerto de thrash. Onslaught não falha. :metal:
Valfar, ein Windir

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