2017.06.08-10 - SMSF Beja VIII

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pafg
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2017.06.08-10 - SMSF Beja VIII

Mensagempor pafg » sexta jun 09, 2017 9:16 am

Chegado a casa, ora vamos lá a um rescaldo decente a estes 3 dias de festival em Beja.

A viagem Lisboa-Beja fez-se na quinta-feira ao final da manhã e, apesar de apenas cerca de 2 horas separarem a capital da cidade Alentejana, a verdade é que com o aproximar do destino a temperatura subia consideravelmente. Foram os primeiros dias de verdadeiro Verão de 2017 a coincidir com três de grandes concertos.

Quinta:
Noctem: aproximação a vários níveis aos suecos Marduk. Vi umas 3 ou 4 músicas. Impressão positiva.
Ranger: com o seu visual peculiar deram uma lição de speed thrash, com velocidade e vocais agudos à descrição.
Clitgore: um festival de metal sem bandas gore grind não é a mesma coisa. Boa pomada.
Rotten Sound: os primeiros ensaios de violência na plateia. Uma actuação devastadora que pecou por curta.
Hypothermia: terrenos doom e post-metal. Lento, introspectivo, hipnotizante.
Trollfest: outro estilo que fica bem em festival. Criado ambiente de celebração, no 1º dia a fasquia ficou bem elevada.

Sexta:
A Coruja: som algo minimalista na guitarra e bateria, apoiados por teclas e violino. Gostei do que ouvi mas falta ali mais "substância".
Process of Guilt: é um mistério um slot tão em baixo no cartaz e ver isto durante o dia não tem o mesmo impacto. Ainda assim excelente entrega e actuação.
Nadra: luz do dia e black metal... felizmente os Nadra assinaram uma óptima prestação.
King Dude: aproveitei para rondar o merch e fazer umas comprinhas. Ouve-se bem mas não é cena de estar especado a ver.
Urfaust: ritual, possessão, black metal, doom metal, fucking Urfaust! 1 hora não chega.
Mão Morta: pujança do caraças, concerto cheio de peso, decerto a apanhar muitas almas de surpresa.
Misthyrming: muita curiosidade para os ver e sendo certo que uma outra apresentação em palco lhes dará mais impacto, a música em si tem qualidade suficiente para deixar um gajo de queixo caído.
Krisiun: a máquina de guerra do costume. Tem aquele impacto inicial, mas pecando pela repetitividade, rapidamente o interesse se esvai. Bela cover da Ace of Spades.

Sábado:
Dark Embrace: vi/ouvi apenas 2 músicas que me passaram ao lado.
Tales for the Unspoken: bom concerto de "bora lá caralho"-metal.
Hochiminh: a jogar em casa, fizeram o pessoal abanar a cabeça. Gostava de os ouvir com pouco mais de peso nas guitarras.
Orphaned Land: De um lado, Barakah e Halo Dies. Do outro, All is One e Sapari. Esta dinâmica entre músicas progressivas/pesadas e canções dignas do festival da Eurovisão, é proveitosa na medida em que os israelitas podem proporcionar um espectáculo versátil que agrade a diferentes públicos. Ainda estou para assistir a um concerto menos bom de Orphaned Land. Goste-se ou não da música, a impressão que fica é sempre positiva.
Malthusian: que poder descomunal de principio ao fim. Baterista monstruoso.
Exodus: Assim que a Bonded by Blood começou foi o caos total na plateia. War is my Shepherd, Blacklist (adoro o Tempo of the Damned!) e Piranha foram momentos altos. Um "we'll see you real soon" deixou antever um regresso a Portugal para breve.
Dread Sovereign: actuação meio sloppy, mas nem tudo tem ser calculado e ensaiado. Basta a presença de Alan Averill em palco com aquele bad temper que lhe é conhecido para a coisa funcionar. Doom na maior parte das vezes, um rock sujo e uptempo noutras. Um concertaço e a melhor maneira de terminar esta aventura alentejana.

Desta minha estreia no SMSF só tenho coisas boas a apontar. A localização, a oferta de comida e bebida, a disposição dos palcos e do merch, o som globalmente bom, um cartaz excelente e concertos também globalmente positivos. Espero que mantenham esta onda porque cativaram por certo muitos festivaleiros.

Top 5: Urfaust, Malthusian, Exodus, Mão Morta, Rotten Sound
Última edição por pafg em domingo jun 11, 2017 1:34 pm, editado 2 vezes no total.

p41nk1ll3r
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Re: 2017.06.08-10 - SMSF Beja VIII

Mensagempor p41nk1ll3r » sábado jun 10, 2017 11:10 am

Naðra
Urfaust
Misþyrming

Valeu a pena o esticão. O som em Misþyrming é capaz de ter sido o pior da noite mas, ainda assim, teria lá ficado mais uma hora a ouvi-los.

Kepler

Re: 2017.06.08-10 - SMSF Beja VIII

Mensagempor Kepler » sábado jun 10, 2017 12:37 pm

Rotten Sound basta dizer que estão lá dois mans dos Vomiturition e está tudo dito.

:cheers:

Nadra a tocar à luz do dia...

flipknot
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Re: 2017.06.08-10 - SMSF Beja VIII

Mensagempor flipknot » domingo jun 11, 2017 1:00 pm

p41nk1ll3r Escreveu:Naðra
Urfaust
Misþyrming

Valeu a pena o esticão. O som em Misþyrming é capaz de ter sido o pior da noite mas, ainda assim, teria lá ficado mais uma hora a ouvi-los.

Diria o contrário, esteve razoável nesse e muito mau em Naðra e Urfaust. Sou mega fã de Urfaust e não saí com as expectativas preenchidas, talvez muito por culpa do som daquela tenda. Naðra foi melhor que em Barroselas, mas começo a achar que os devia ter visto no Roadburn numa sala com som excelente, mais outra actuação prejudicada pelo som. Misþyrming deu o concerto do dia, são uns monstros de palco. Gostei de rever Process, devem estar a voltar em grande forma. Mão Morta deram o concerto mais enfadonho que vi deles.

p41nk1ll3r
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Re: 2017.06.08-10 - SMSF Beja VIII

Mensagempor p41nk1ll3r » domingo jun 11, 2017 2:21 pm

flipknot Escreveu:
p41nk1ll3r Escreveu:Naðra
Urfaust
Misþyrming

Valeu a pena o esticão. O som em Misþyrming é capaz de ter sido o pior da noite mas, ainda assim, teria lá ficado mais uma hora a ouvi-los.

Diria o contrário, esteve razoável nesse e muito mau em Naðra e Urfaust. Sou mega fã de Urfaust e não saí com as expectativas preenchidas, talvez muito por culpa do som daquela tenda. Naðra foi melhor que em Barroselas, mas começo a achar que os devia ter visto no Roadburn numa sala com som excelente, mais outra actuação prejudicada pelo som. Misþyrming deu o concerto do dia, são uns monstros de palco. Gostei de rever Process, devem estar a voltar em grande forma. Mão Morta deram o concerto mais enfadonho que vi deles.

Em Misþyrming só ouvi a segunda guitarra claramente em dois temas, e não a ouvi de todo noutros dois, sendo o único instrumento de cordas claro ao longo de todo o concerto o baixo. Em Naðra consegui ouvir os instrumentos todos, ainda que neste caso tenha ouvido melhor a guitarra do T. que a do D.G.. No caso de Urfaust talvez devido a terem um som mais minimalista não achei que tivessem sido tão prejudicados. Em todos os concertos estive centrado em relação ao palco e a meio caminho entre este e a mesa de som, não sei em que posição estiveste pelo que poderá ser ou disso ou de cada um de nós ter acumulado defeitos diferentes nos ouvidos que provoquem estas diferenças de detecção/percepção.

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aetheria
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Re: 2017.06.08-10 - SMSF Beja VIII

Mensagempor aetheria » domingo jun 11, 2017 9:54 pm

Well, assim de rajada, que eu ainda nem a terras bracarenses cheguei.. Dia 1. Vi tudo, com mais ou menos tempo. Foi logo um bom começo pois as bandas cumpriram bem. Destaques: Hypothermia, experiência interior com banda sonora. Noctem...inicialmente som algo confuso, mas do meio para a frente a despertar-me desejos (bons) de dar patadas. Gostei dos gajos ao vivo. Ranger... Gosto deste thrash e gostei da postura dos fulanos. Momentos de nudez. Ressalva para os Trollfest pela festa.
Dia 2 - vi a partir de POG e não tive mais descanso. Nem jantei. Nem precisei. Gostei de tudo o que vi. Gostei MUITO. Adorei Urfaust. Depois elaboro (ou não). Nadra e Misthycoisos - relativamente ao Swr o som esteve bem melhor (som para bandas de bm é sempre fididu) e pude desfrutar tão mais. Gostei bem mais de Nadra ao vivo do que em álbum, que me aborrece um pouco. Lá isso nao aconteceu, talvez pelo modo como os músicos vivem aquilo. Misthyrming já têm um álbum que muito aprecio e senti-o lá. Felizmente, o vocalista controlou-se um bocadito mais nos momentos de certos riffs. O gajo fica de tal forma p possuído que estou sempre à espera que escorregue do palco ou lhe fuja a guitarra da mão (e o som perde). King Dude foi fofo mas estava à espera que mexesse mais comigo. O fulano tem é resmas de classe. Mão Morta, meus conterrâneos, enfim...não falham. E não lhes falta pesove malignidade. Mas concordo com quem disse que terá sido dos mais paradões (excluindo oa temáticos). Ainda assim, é sempre um deleite.

Dia 3 - um bar com um acordeonista, minis a 80cents e conversas satânicas desviaram-me do recto caminho. Perdi várias bandas iniciais, cheguei com Fuse e fui comer. Destaque: Malthusian à cabeça. Peso peso peso. Sem merdas. Poderosos. No som, as vozes deveriam ouvir-se mais. Dead Sovereign - naturalmente a presença daquele senhor em palco nos faz ficar. Mas inicialmente, para mim, aquilo estava algo morno. Mas com o andamento do concerto aquilo foi ficando cada vez mais bravio...e melhor. Visível era o verdadeiro entusiasmo que punham em palco, o gozo que lhes dava. Certamente o Alan liberta-se ali do ritual melancólico e dramático de Primordial. Mss não se liberta daquele timbre. :)
Exodus e Wolfbrigade - adrenalina.

Enfim, venho muito satisfeita. Foram três dias intensos, musicalmente, mas que deram espaço para aquilo que também faz parte destes eventos: copos, riso e conversa, com velhos conhecidos ou revelações. Com o conhecimento de quem se deitava com o dia nascido vos garante que a música se prolongava além concertos, com oa Satan made ms do it ou o Roque, sem discos pedidos, ou quase, com muito pessoal das bandas a ficar por lá até às seis, hora do "fecho" daquele recinto. O próprio Alan ali ficou, falando com todos, interessando-te por tudo, genuinamente a dar-se a esse prazer. E a timidez impressionante do Kim de Hypothermia/Lifelover (e não fui eu que estive à conversa, tá? Eu deixo os senhores sossegados). E a maluquice despretenciosa do guitarrista de DS ou do pessoal dos Trollfest.

Pronto. Impressões. Porque partilhar é bonito e cenas.
Só é tua a loucura Onde, com lucidez, te reconheças. Torga
A partir de um determinado ponto já não há retorno. É esse ponto que se tem que alcançar. Kafka

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schwarze_engel
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Re: 2017.06.08-10 - SMSF Beja VIII

Mensagempor schwarze_engel » domingo jun 11, 2017 10:55 pm

aetheria Escreveu:O próprio Alan ali ficou, falando com todos, interessando-te por tudo, genuinamente a dar-se a esse prazer.
E deste-lhe os cumprimentos que te encomendei? Não, pois não? Copos e tal. Vadia. :|

Eu não estive em Beja este ano, com infindável pena minha. E ao ler isto tudo, enfim, não melhora. :(
Mas mesmo sem ter lá estado quero dar os parabéns aos "Vítores" por fazerem o SMSF acontecer. Que nunca lhes falte a vontade, a coragem e a teimosia para continuarem por muitos anos.
Hear the words I sing,
War's a horrid thing.
So I sing, sing, sing...
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aetheria
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Re: 2017.06.08-10 - SMSF Beja VIII

Mensagempor aetheria » domingo jun 11, 2017 11:01 pm

schwarze_engel Escreveu:E deste-lhe os cumprimentos que te encomendei? Não, pois não? Copos e tal. Vadia. :|
.


Tens razão :( :(
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Enigma
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Re: 2017.06.08-10 - SMSF Beja VIII

Mensagempor Enigma » domingo jun 11, 2017 11:26 pm

Dia 1
Infelizmente, já cheguei tarde e perdi grande parte das bandas, nomeadamente os Ranger que tinha bastante curiosidade em ver e que, pelo que me disseram, deram um excelente concerto. Assim, para mim a primeira banda dia foram os finlandeses Rotten Sound. Já fazia algum tempo que não os via ao vivo e, mais uma vez, deram uma grande descarga de grind. Sempre liderados por um simpatiquíssimo frontman, deram um concerto relativamente curto - tendo em conta que eram os headliners do primeiro dia, mas bastante enérgico e de bom nível. Seguiram-se os suecos Hypothermia no palco 2, que deram um concerto bastante interessante, praticamente apenas instrumental (excetuando um ou outro ocasional grunhido), criando uma excelente atmosfera ritualística. De volta ao palco 1, os noruegueses Trollfest, com a sua abordagem muito própria ao folk metal. Já os tinha visto a abrir para Korpiklaani há uns anos no Rep. da Música, portanto não fui completamente surpreendido pela bizarria da sua música. O que é certo é que criaram uma enorme festarola para o fecho do palco 1 no primeiro dia de fest, provando que há sempre espaço para este tipo de bandas. Finalmente, no palco 2 atuaram os punkers Dokuga que, embora tenham tido um som muito mauzinho, estiveram à altura da ocasião e fecharam bem energicamente o primeiro dia de festival.
Dia 2
Começo de dia com Paulo Colaço no palco 1, com um sol abrasador que obrigou o pessoal a recolher-se na sombra, a uma distância considerável do palco. Com as suas piadas e jeito bem engraçado de apresentar os temas, entreteve e bem os presentes. Justificou a sua presença já habitual no fest (viola campaniça :metal: ). Seguiram-se os A Coruja, mostrando, mais uma vez, todo o ecletismo do festival. Um quarteto de folk de Beja que apresentou temas bastante agradáveis, com destaque para o uso do violino. Process of Guilt, que também já não via há uns bons tempos, mostraram que continuam a ser um caso muito sério do metal nacional, dando um concertão de doom-sludge-industrial. Apesar da presença do sol não ser a mais propícia a este tipo de som, nada deteve esta máquina muito bem oleada. Já faz falta a banda lançar material novo, pois talento não lhes falta. Naðra foi a primeira das duas bandas islandesas a atuar (tal como no SWR do ano passado) e, tal como nessa altura, voltaram a mostrar ser um caso muito sério. Com a formação de Misþyrming mais o vocals de Mannveira, deram um concerto de uma intensidade impressionante. Embora o som pudesse (e devesse) estar melhor, nada deteve este conjunto de miúdos que tocam como se estivessem possuídos pelo demo (O DG neste particular é mesmo impressionante). Pequena pausa para jantar e tempo ainda de apanhar metade do set de King Dude. O concerto teve os seus momentos, especialmente quando os músicas eram mais ritmadas e não se caía numa toada muito morna (e entediante, acrescente-se). A sua postura extremamente pretensiosa é que era escusada...Urfaust foram os senhores que se seguiram e, com o melhor som do dia no palco 2, criaram um cerdadeiro ritual naquela palco (eu sei que a palavra hoje em dia está um bocado gasta, mas neste caso adequa-se na perfeição). A sua música encarna na perfeição aquela máxima de "less is more". Grande viagem sonora. Mão Morta, apesar de serem portugueses e com uma carreira que fala por si, nunca os tinha visto ao vivo nem sou conhecedor da discografia. Assim, estava bastante curioso com a sua prestação. Pois bem, gostei bastante da sua atuação. Rock à séria e com um vocalista que é uma figura tremenda! Pena não terem tocado a Budapeste. De volta ao palco 2 para Misþyrming que eram para mim um dos maiores motivos de interesse de todo o fest. Mais uma vez, tiveram uma prestação impressionante, de uma intensidade avassaladora e indescritível. Muito, mas mesmo muito bom! :metal: Altura para ouvir e ver os Krisiun, uma banda bem competente no espectro do death metal, que não desiludiram. Não os via desde o GDL e continuam uma maquina de guerra. Como extra, ouvir tiradas como "língua dos camões" e outras pérolas deu um toque muito bem humorado ao concerto (mesmo se não era a intenção da banda). Momento alto com o tributo ao Lemmy. :metal: Fecho do dia calhou aos Reaktive Lust. O cansaço já era muito de um dia bastante intenso e cheio de grandes atuações, por isso vi apenas um par de temas (se tanto). Não me pareceu mau de todo, dentro do género.
Dia 3
Curiosamente, sendo o dia com os cabeças de cartaz - Exodus - e com maior afluência de público, tinha um alinhamento de bandas (até Orphaned Land) fraquinho, pelo menos para os meus gostos. Senão veja-se: começam os espanhóis Rancor no palco 2 que, pese embora todo o seu empenho e vontade (até notas da banda distribuíram pelo público. :mrgreen: ), não mostraram grandes atributos que justificassem o convite, em detrimento de uma banda thrash nacional. Entretido apenas. Seguiram-se os também espanhóis Dark Embrace que passaram um mau bocado no palco 1 devido ao imenso calor que se fazia sentir (sábado foi mesmo o dia mais quente). O seu gothic/doom mostrou, apesar de tudo, mais qualidade que os seus antecessores no palco 2. Tales for the Unspoken deram um concerto bem enérgico e intenso. Pessoalmente, não me dizem muito, mas louvo-lhes a atitude. De Hochiminh vi apenas um par de temas e ficaram apresentados. A sua música não é melhor que o nome, antes pelo contrário. Seguiu-se Fuse no palco, 2, banda que apenas ouvi, já que estava na hora de jantar e a expetativa era a de que não iria gostar (pelo que ouvi de longe, tomei a opção correta). A partir daqui, sim, as coisas tornaram-se bem mais interessantes, começando pelos Orphaned Land. O melhor elogio que lhes posso fazer é que nem dei (pelo menos não tanto como esperava) pela ausência do Yossi. Deram um concerto mesmo muito bom que fez os presentes (pelo menos muitos deles, acredito) afugentar a letargia que se tinha abatido com as bandas anteriores. Liderados pelo carismático e sempre simpático Kobi, apresentaram a sua música que, passe a redundância, tem uma musicalidade muito próprio e que se torna mesmo irresistível. Seguiu-se a primeira (de duas) bandas irlandeses, os Malthusian, que deram um concerto medonho (no melhor dos sentidos). Death metal verdadeiramente imparável - cavernoso e demolidor - de uma banda que se aguarda bastante o álbum de estreia depois do excelente EP. De regresso ao palco 1 para ver os headliners Exodus. Liderados pelo Zetro Souza. e sem a presença do Gary Holt (em tour com Slayer) - bem substituído pelo guitarrista de Heathen - deram um concertão de thrash. Das três vezes que os vi em Portugal (as duas anteriores com o Dukes na voz) foi de longe a que gostei mais. Banda muito bem entrosada e com uma setlist excelente, focada essencialmente nos álbuns clássicos, criaram o mosh pit do fest. O concerto de 1h15 (o mais longo de todo o fest) passou num abrir e fechar de olhos, o que prova o quão bom foi o concerto. Bonded By Blood, Exodus, Fabulous Desaster, Black List foram grandes momentos e a sequência final - War Is My Shepherd, The Toxic Waltz e Strike of the Beast - foram a cereja no topo do bolo. Ficou a promessa de voltarem após o lançamento do novo álbum. Espero que se confirme, pois a banda encontra-se numa excelente fase. Não haveria melhor maneira de dar sequência ao alinhamento, do que passar ao palco 2 para ver os Dread Sovereign do grande Alan "Nemtheanga" Averill. Com uma atitude extremamente descontraída, de "don't give a fuck" e de puro divertimento de estar em palco a apresentar a sua música, Alan e companhia deram um concerto de uma honestidade e intensidade tremendas. Outro dos concertos que passou sem se dar conta. Atmosfera mesmo muito especial que se sentiu e experienciou neste concerto. Wolfbrigade acabou por ser a maior surpresa (agradável) para mim, isto porque é um estilo musical que não oiço com frequência. Deram um concerto irrepreensível e de uma energia contagiante. Mostraram igualmente atributos técnicos que, neste género, nem sempre se verificam. Foi o final perfeito de concertos no palco 1! Calhou aos nacionais RDB encerrar as festividades no palco 2. E que bem o fizeram! Grande festarola ao som do grind muito característico da banda, encerrou da melhor forma a (para mim) melhor edição de sempre do fest. :metal:
Valfar, ein Windir

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aetheria
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Re: 2017.06.08-10 - SMSF Beja VIII

Mensagempor aetheria » segunda jun 12, 2017 11:07 am

Enigma Escreveu: encerrou da melhor forma a (para mim) melhor edição de sempre do fest. :metal:


x2

(se bem que esteja limitada nas comparações: duas)
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Re: 2017.06.08-10 - SMSF Beja VIII

Mensagempor PeiXotO » segunda jun 12, 2017 3:54 pm

Bem não vou fazer uma grande review sobre as bandas e os seus concertos porque vamos ser honestos, se não gostamos do som que determinada banda faz, não devemos fazer uma critica muito interessante/imparcial. Mas deixo aqui algumas notas:

Dia 1:
- Booze Abuser: Foi giro, mas o que mais me reteve a atenção foi ver que o guitarrista aparenta ter mais tatuagens do que tinha da ultima vez que os vi;
- Noctem: Tinha-os visto há muitos anos a abrir para Samael e na altura não me disse nada portanto fui jantar;
- Ranger: Gostei muito daquelas guitarradas e especialmente a troca de solos entre guitarristas. Tinha pormenores muito fofos. Aqueles guinchos tipicos no fim de cada verso é que já irritava um bocado;
- Clitgore: Não gosto do som que praticam, portanto fui beber uns canecos;
- Rotten Sound: Também não tocam um estilo que me agrade muito mas curti bastante do concerto. Deve ter sido dos canecos durante Clitgore;
- Hypothermia: Sim Enigma, "ritual" tem sido um termo muito banalizado ultimamente, mas é mesmo isso que este concerto foi. O meu concerto preferido do dia;
- Trollfest: Demorou um bocado a ter interesse, mas para o final a festa já era mais que muita e curti. As batucadas do vocalista mal se percebiam, mas pronto, ao menos assim foi menos um "macaco" aos saltos no meio do palco;
- Dokuga: Também foi giro... (copos).

Dia 2:
- Paulo Colaço: O maior. Que venha todos os anos, e não se esqueçam que a guitarra campaniça é a avó do metal;
- A Coruja: Também gostei bastante e acho que este tipo de projetos nunca devia faltar neste festival. Quando lançarem o album estarei cá para ouvir;
- Process of Guilt: Infelizmente só apanhei a reta final do concerto. Som irrepreensível, e intensidade à patada. É Process e ponto final. Não deviam ter tocado de dia, e deviam ter sido a ultima banda mas pronto;
- Nadra: Fui jantar, e pela castanhada que ouvi da tenda aquilo não me ia interessar;
- King Dude: Apanhei a última música porque o jantar foi longo e porque o tinto não acabava. Não tenho nada a dizer do concerto;
- Urfaust: Mais um grande ritual. Musica para ouvir de olhos fechados.. e quando os abrimos vemos o baterista a fazer merda, seja a partir baquetas ou a saltar pratos. Mas ninguém dá por nada. É impressionante como dois instrumentos e um gajo a ladrar fazem algo tão interessante ao vivo (sim, porque em estúdio isto não puxa mesmo nada);
- Mão Morta: Também só apanhei metade do concerto, mas pareceu-me pujante. Mais pesado do que o último que tinha visto deles no Alive;
- Misthyrming: Mesma coisa que em Nadra;
- Krisiun: Não conhecia, mas aquilo pareceu-me meio enfadonho, portanto ao fim de duas malhas bazei.

Dia 3:
- Orphaned Land: A banda que me fez comprar logo o pack com as galinhas. Não consigo ser muito imparcial neste concerto porque curto bastante o que estes gajos fazem. Em algumas malhas o som não estava o melhor, se não as conhecesse aquilo ia ser uma salganhada. A dançarina era fofa (das mais fofas que vi dos 3 ou 4 concertos que vi deles). E o Kobi falou pouco, se calhar por só terem 1 hora para tocar. Se calhar vou parecer um herege, mas eu tinha trocado estes gajos com Krisiun (que sacrilégio meter melodia/singalong/palmas num dia cheio de gajos do black..);
- Malthusian: Não vi, nem sei porquê, ou fui jantar ou beber uns copos...
- Exodus: Estava à espera de um concerto em piloto automático, mas fui muita bom. Boa disposição, thrashalhada e mosh. Melhor só mesmo com o Gary Holt;
- Dread Sovereign: Foi "engraçado". É a banda para o Alan usar (ainda mais) a desculpa do "olhem para mim, sou irlandês e sou um bêbado do caralho e só digo merda!"
- Wolfbrigade: Muito, mas muito bom, mas estava á espera que fosse melhor. Já devia ser o cansaço a falar.
- RDB: Epa não...

E pronto, mais um SMSF. Apesar de todos os possíveis contratempos espero que os Vitores continuem com este festival que deixa muita gente contente. Deve ser o festival onde vejo mais amigos juntos e são sempre uns dias muito bem passados (tirando o sol e o calor, mas pronto, é Beja). Não vi stresses, nada de porradas. Nota negativa para os coitadinhos dos caes que corriam o acampamento e deixavam "prendas" em todo o lado. Felizmente sempre tive sorte, mas suponho que tenham havido alguns azarados a meio da noite. Falta um pouco mais de iluminação no acampamento e mais casas de banho. E não gostei de terem colocado a zona da restauração fora do recinto, obrigando a malta a escolher entre comer e ver concertos. Mas pronto são pequenos pormenores. Um grande bem haja a todos os MUsers e não só com quem me cruzei por lá, até para o ano! :cheers:

PS: Santyago levaste na boca no air guitar :jam: !!
"O problema da vida real é não ter música de fundo..."

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Re: 2017.06.08-10 - SMSF Beja VIII

Mensagempor aetheria » segunda jun 12, 2017 4:20 pm

PeiXotO Escreveu: É a banda para o Alan usar (ainda mais) a desculpa do "olhem para mim, sou irlandês e sou um bêbado do caralho e só digo merda!"



Credo! és tão má-língua! o homem nem falou, praticamente. Fartou-se de falar foi pela noite fora, mas isso não viste que és um menino e vais cedinho para a cama :mrgreen:
E lá tentas o air-guitar, não tentes destronar o Santyago. Acho que deves investir, para a próxima, é no belly-dancing :twisted:
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Re: 2017.06.08-10 - SMSF Beja VIII

Mensagempor PeiXotO » segunda jun 12, 2017 4:28 pm

aetheria Escreveu:
PeiXotO Escreveu: É a banda para o Alan usar (ainda mais) a desculpa do "olhem para mim, sou irlandês e sou um bêbado do caralho e só digo merda!"



Credo! és tão má-língua! o homem nem falou, praticamente. Fartou-se de falar foi pela noite fora, mas isso não viste que és um menino e vais cedinho para a cama :mrgreen:
E lá tentas o air-guitar, não tentes destronar o Santyago. Acho que deves investir, para a próxima, é no belly-dancing :twisted:


Eu sabia que este comentário ia picar a senhora! Mas não precisa de falar muito para provar aquilo que eu disse. Epa fui cedo para a cama porque acabaram as fichas! E também não ia ouvir muito do que o homem ia dizer pois não tenho o habito de ir chatear os artistas. Epa belly dancing não porque estou muito pançudo. E destronei sim, porque eu até me punha ao longe a observar o gajo e via que ele estava muito paradinho! Há que checkar a concorrência! Só quando eu me aproximava é que ele se punha em sentido :jam:
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Re: 2017.06.08-10 - SMSF Beja VIII

Mensagempor aetheria » segunda jun 12, 2017 4:32 pm

Eu também não chateei o artista. Só o felicitei no fim porque não conhecia aquele projeto e achei que debitava "lots of fun" :mrgreen:
Depois vi-o sempre a mexer os lábios dirigido a várias pessoas, imaginei que estivesse a falar (eu sou uma gaja perspicaz, sabes bem).
O Santyago faz um poderoso air guitar, mas de facto é tipo tema grind... rápido e curto :mrgreen:
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A partir de um determinado ponto já não há retorno. É esse ponto que se tem que alcançar. Kafka

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Re: 2017.06.08-10 - SMSF Beja VIII

Mensagempor PeiXotO » segunda jun 12, 2017 5:04 pm

aetheria Escreveu:Eu também não chateei o artista. Só o felicitei no fim porque não conhecia aquele projeto e achei que debitava "lots of fun" :mrgreen:
Depois vi-o sempre a mexer os lábios dirigido a várias pessoas, imaginei que estivesse a falar (eu sou uma gaja perspicaz, sabes bem).
O Santyago faz um poderoso air guitar, mas de facto é tipo tema grind... rápido e curto :mrgreen:


Claro, claro, eu não disse que tinhas chateado o artista. Mas certamente houve malta que o deve ter feito. Somos todos uns metaleiros feios, porcos e maus que gozamos com a malta do mainstream, mas no fim há muita gente gosta de ir beijar o rabinho aos artistas :twisted: . (Bah, que comentários desnecessários, desculpem lá, deve ser do calor).

E essa descrição do Santyago é perfeita! Ele é mais Chuck Schuldiner e eu sou mais Slash.
"O problema da vida real é não ter música de fundo..."


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