2017.07.05 - Equaleft + Sepultura - Hard Club, Porto

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Solano
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2017.07.05 - Equaleft + Sepultura - Hard Club, Porto

Mensagempor Solano » quarta jul 05, 2017 10:32 am

Bom dia.

Não vi Equaleft e não venho tecer grandes considerações ou devaneios sobre Sepultura, pretendendo apenas conferir alguma justiça a um legado desconsiderado por muita gente (não digo toda a gente). O assunto "Sepultura sem Cavalera" está mais que batido e as posições normalmente em confronto têm ambas argumentos defensáveis.

O que me parece injusto, muitas vezes, é largar loas saudosistas a qualquer coisa que os irmãos Cavalera façam sem parar para pensar, ao mesmo tempo que se larga um bitaite de indiferença ou, pior, de morte antecipada, quando se trata do quarteto que ostenta hoje o nome de Sepultura.

Quem esteve ontem presente no Hard Club teve a oportunidade de presenciar um espectáculo potente, cheio de garra e intensidade, com respeito absoluto pelos originais cristalizados nos álbuns.

Sepultura funciona bem ao vivo e recomenda-se. A setlist é equilibrada e de todas as ofertas que podem dar ao público, a que no meu entender melhor se aplica ao concerto que assisti, é fúria. Seja a fúria debitada em cada sílaba gritada pelo Derrick (vocais selvagens que assentam que nem uma luva nas músicas de Sepultura), a fúria da energia demonstrada pelo Eloy ou a fúria que o Andreas e o Paulo transparecem como se a carreira tivesse começado anteontem. A actuação foi, de uma maneira geral, irrepreensível e talvez apenas as preferências pessoais por umas músicas em detrimento de outras (bem como o "Lisboooooaaaaa" em detrimento do "Porto" que se impunha :D ) poderão fazer alguém torcer o nariz.

A entrega foi total, o som estava muito bom e a demolição estava instalada.

Se tiver que optar por pontos negativos, tenho a dizer que, para mim, "Sworn Oath" e "Resistant Parasites" (para mim "Sworn Oath" talvez seja mesmo o melhor tema do último álbum) não funcionam ao vivo...tornam-se uma amálgama confusa, perdendo os reflexos épicos (para o padrão Sepultura) que as caracterizam em estúdio. O outro aspecto (este já é velho) é a ausência de uma segunda guitarra ao vivo destinada a compensar os solos do Andreas.

Sepultura, por direito próprio, pode erguer a cabeça com orgulho e confiar que os anos na penumbra (seja pelas mudanças no lineup, seja por álbuns pouco felizes) estão ultrapassados. Por direito próprio ainda - e isto aplica-se à formação actual e aos irmãos Cavalera -, são uma banda marcante, de referência e ainda hoje relevante.

Pontos altos: a abertura até "Desperate Cry", "Inner Self", "Arise" (sim...ainda são capazes), "Polícia" entrelaçada em "Biotech is Godzilla", acrescentando que, mesmo nunca tendo simpatizado especialmente com as últimas duas músicas ("Ratamahatta" e "Roots Bloody Roots"), reconheço que terminam num clima de festa e celebração, fazendo toda a gente ir embora com um sorriso.

É isto.

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