2017-09-8.9 - Reverence Santarém

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aetheria
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2017-09-8.9 - Reverence Santarém

Mensagempor aetheria » domingo set 10, 2017 10:03 pm

Ora vamos lá abrir as hostilidades, ainda a ressacar.

Fui a Reverence por Amenra e Mono. Que calharam em dias diferentes por isso fiquei para os dois dias, e assim poder fechar em beleza a época estival de festivais, tanto mais que sempre ouvi falar muito bem de um certo "espírito do Reverence". Já lá vamos.

Estas duas bandas encheram-me as medidas e já valeram o festival. Mesmo que o início de Mono se tenha arrastado, por problemas técnicos (que se repetiram muito), mesmo que o enquadramento não fosse o melhor (já lá vamos), eu gostei MUITO! São bandas esmagadoras e, claro está, isto prende-se muito com gostos e vivências pessoais, por isso esta avaliação vale apenas por isso.

De tudo o mais... ui, há tanto para falar que nem sei bem por onde começar:

1. Não consigo fazer uma análise à Enigma, pois não segui as bandas todas com atenção, uma porque eram imensas, outra porque nem de nome as conhecia e acaba por ficar tudo uma grande embrulhada (ok, as rodadas de cerveja também ajudam...). Que alguém mais capaz e conhecedor o faça;

2. Houve algumas bandas que me prenderam algum tempo a ouvi-las e me agradaram, mas não para as voltar a ouvir. Exceto, Real Padrada! Segundo dia, meia dúzia de gatos pingados, a maior parte em modo "introspetivo", e aqueles bacanos até um wall of death conseguiram sacar. Foi um filme de Kusturika em cima do palco, com um muito bom desempenho musical, muita loucura - a palhaçada das vestimentas pode induzir em erro: eles sabem bem o que estão a fazer e fazem-no bem. Foi a autêntica padrada no charco da letargia em que todos tinham caído... suei (única vez no fest, rapei muito frio) e comi muito pó. Foi um momento bonito. Só foi pena ter sido antes de Mono pois uma coisa não tem nada a ver com a outra. Assim, durou-me pouco aquela disposição festiva.

3. Oathbreaker continuam a não me convencer. Contudo, o som não esteve bom, a voz dela pouco se ouvia. Esben teria sido muito melhor a outra hora e para o número de pessoas que os merecem. Sinistro, também a sofrer do mesmo problema (atuaram às 4 e tal da manhã) portaram-se como, certamente, o farão na tour com Paradize Lost e Pallbearer. Moonspell tocou o Irreligious e o Wolfheart, deixou de fora o Extinct, e nem eles tiveram a moldura humana habitual. Mesmo tendo número significativo de público e público leal, estava bem longe do que eu vejo há muitos anos.

E agora entro na parte dolorosa. E é-o porque não tenho por hábito destacar o mau, especialmente quando há quem organize concertos/festivais que me permitem ver bandas que eu gosto. Tenho o máximo respeito por quem o faz e custa-me ainda mais quando me apercebo que algo nem para os gastos dará.

Enfim... nunca tinha ido ao Reverence mas nada teve da experiência de que tanto me tinham falado. A mudança de espaço matou aquilo, mas a "culpa" nem é do espaço... à beira rio, com um segundo palco entre árvores, poderia ter corrido melhor. Mas houve notória falta de cuidado nos pormenores. É que não havia "pormenores" aliás. Aquilo era um-espaço-onde-se-montaram-palcos. E isso notou-se na ausência de bilhetes físicos, pulseiras de papel, creditação de jornalistas (sou amiga de vários) que nem estavam prontas e depois era um papel branco com o nome escrito e nada mais... pela primeira vez estive num festival não tomei banho!!! não havia onde! o espaço está encravado no sopé de Santarém, numa aldeia de casas, a maior partem desabitadas, sem comércio, nada... foi um banho de toalhitas. Nem uma mangueira para lavar as mãos, em lado algum, fosse recinto ou acampamento.

Depois... um atraso brutal! a noite ficava fria, tudo se tornava desconfortável, sem haver onde sentar senão num chão de terra... na sexta, fiquei com mais uns resistentes até ao último concerto: 7 da manhã! um atraso brutal, apara além do excesso de bandas, a isso levou.
Não consigo perceber o que se passou... não é o primeiro espetáculo montado, não sabem como estas coisas funcionam?... não sei o que se passava com o stage manager, mas os cabos de umas bandas para as outras ficavam trocados. Apesar de terem tempo, durante a atuação de uma banda num palco, fazer o soundcheck na outra, a verdade é que muitas das vezes, ele se prolongava para além daquele período. Notava-se a irritação controlada de alguns músicos, ou a impaciência, ou o cansaço, ou tudo junto. Em Mono teria sido caricato se não estivéssemos já todos muito cansados. Foram vários os problemas de som. Até nos Amenra, apesar de ter gostado tanto, a voz do Collin estava demasiado baixa...
É absolutamente confrangedor, num festival, ver bandas que já atuam para grandes públicos a terem 40 ou 50 pessoas à frente (Sinistro) e menos ainda em Esben (no dia seguinte). No sábado não fiquei até à última, com duas horas de sono, frio e aquela desolação, fiquei até às cinco e não vi as outras duas bandas que ainda seguiam...
Não percebo o porquê do gasto com bandas que depois poucos veem, para além do "desrespeito" pelas próprias bandas... a Patrícia de Sinistro, a Rachel de Esben e outros que se lhes seguiram só agradeciam o termos aguentado até àquela para os ouvirmos. Em vários momentos eu (e, certamente, outros) estava ali para a desolação não ser maior.

Saí de lá com este misto de impressões... aqueles que conhecem o evento do Cartaxo andavam desolados. A sério... não percebo. ATé por certa escolha de bandas, pelo excesso. A edição teve poucas pessoas (não sei avaliar quantas), não vejo que financeiramente os tenha ajudado, não percebo a perspetiva que adotaram. Por exemplo, sem desprimor da banda... porquê levar Moonspell, quando num raio de não muitos quilómetros houve dois concertos, gratuitos, no espaço de um mês ou mês e meio? naturalmente que o seu público não estaria "sedento" para encher o recinto, como tantas vezes acontece.

Bem... para não acabar em tom negativo, pessoalmente, as bandas que lá me levaram encheram-me a alma e os musers do mal encheram-me o copo (e eu a eles, vá). E tudo isso é que foi bonito pah! Vooder, Brunhu, Lang :cheers:

(se tiver gralhas, azar, não me apetece reler o texto 8) )
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Miguel Linkin
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Re: 2017-09-8.9 - Reverence Santarém

Mensagempor Miguel Linkin » domingo set 10, 2017 11:38 pm

Pelo o que li e pelo o que me contaram hoje, acho deprimentes esses horários. E o cartaz em si, não ajudava nada...tanto a nível de muitas bandas que se poderiam ver por 3-6 euros (Creio que Sinistro no Hard Club é a 6 euros), como pelos preços do bilhete geral.

De resto, Santarém tem uma bonita vista sobre o Tejo, já dizia o Almeida Garrett... :)

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lucifer
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Re: 2017-09-8.9 - Reverence Santarém

Mensagempor lucifer » segunda set 11, 2017 8:29 am

Puff, foi-se, adiós, acabou. O tal “espirito reverence” que se falava (e existia) est Kaput!
O novo sítio é uma merda. Não tem nada a ver com o anterior. Feio, cheio de pó, calhaus, buracos; sem mesas, sem sombras. Demasiado exposto ao frio; os dois palcos tão próximos, que no paco 2 dte qqr concerto se ouvia o check-sound do #1…enfim.
Depois pouquíssima gente. Só fui na sexta mas não estariam muito mais de 300 pessoas…

Mais, todos os outros efeitos laterais de mudares um fest de sitio e que não nos lembramos à primeira: a vila não estava minimamente preparada para o evento. Só havia um café o qual, apesar da pouca afluência, às 19:30h já não tinha pão…. Na Valada os tascos ficavam abertos até de manhã se fosse preciso…

Bom levei o puto à tarde e como a alergia aos headphones foi extrema, praticamente não vi com atenção nenhum concerto durante o dia. Se à noite a cena parecia feia imaginem de dia, a céu aberto – cenário desolador com meia dúzia de pessoas.

Voltei á noite para Oathbreaker. Não sei se aquela meia hora de atraso foi culpa do som ou mariquice da banda. O certo é que traçou um destino fatal para o resto da noite. Ainda por cima, tanta coisa e a voz nem se ouvia….Bom por um lado ainda bem porque sempre achei que a gaja desafina demasiado. Mesmo assim foi mais pesado do que estava à espera e entreteve.

Depois AmenRa foi do caralho. Algo céptico para os ver ao ar livre mas foi uma bojarda como sempre é. O set pode ser sempre muito parecido é um facto, mas o que é bom sabe sempre bem. Único concerto em que não se sentiu o frio pois estava uma moldura humana aceitável e compacta. Criou-se algum ambiente. O som tava fixe. Se já me bateu mais ao vivo? Já, mas na sexta o consumo voltou a deixar marcas.

Entretanto Moonspell. Não faço ideia há quantos anos não os via. Cinco? Dez? Não sei. Mas aquilo é tão poucochinho…que desilusão. E vá que só tocaram os dois primeiros álbuns…. A velocidade que o Mike emprega na bateria é ridícula; o Paixão não passou (que eu tivesse visto pois não aguentei o concerto todo) uma única vez pela guitarra…aquilo ficou com tão pouco peso. O FR parecia ter engolido um gravador. Enfim. Salvou-se a Full Moon Madness pelo contexto da cena…mas fico a pensar: como é que há gente a pagar para os ver em nome próprio? Como é que encabeçam tours lá fora? E acreditem: tendo em conta o enquadramento que estava no festival, acho que toda a gente fez um esforço para curtir nem que fosse um bocadinho do concerto…mas não. Não deu.

Névoa fechou o meu top 3 do dia, apesar daquela tarola na primeira malha practicamente me ter arrentado os tímpanos. Apresentaram o Re Un. Correu bem. Teve peso, entrega, algum delírio.
Bo Ningen foi o segundo momento alto do dia. Vale sempre a pena ver bandas nipónicas na Europa. Ainda melhor que em álbum, grandes malucos aqueles japos. Sempre a curtir na sua demência. Bons riffs, grande atitude em palco. Mas no final: fodasse era Um vocalista ou Uma vocalista?.... Os Japoneses são mesmo fodidos dos cornos…

E pronto, entretanto as barracas de comida fecharam…o tasco da vila também…sítios abrigados não havia… as bandas iam-se arrastando. Ainda vi Sinistro. Muito mais pesado do que esperava. Vê-se que têm um bocado a mania…mas foi competente. Antes de acabarem já tinha passado 1h30 do inicio previsto para a ultima banda… incompreensível. Aliás, Inaceitável. Assim saí de lá sem rever 10000 Russos. Se calhar ainda bem pois já não ia bater nada.

Das duas uma: se o Reverence acabou de vez, enterrem-no. Se for para continuar ali e daquela forma, mais vale desligarem-no da máquina. Que pena. Mas Amenra e Bo Ningen foi muito bom.
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Re: 2017-09-8.9 - Reverence Santarém

Mensagempor lesoth » segunda set 11, 2017 8:30 am

Também lá tive no sábado e concordo com a aetheria na maior parte do que disse. O atraso de duas horas deu cabo dos últimos concertos, já não consegui ver o último, apesar de até ter alguma curiosidade para ver os Throw Down Bones, mas começar concertos às 06h da manhã, tipo não dá. Quando saí deviam estar umas 20 pessoas no recinto se tanto.

De resto fui lá mais pelos Gang of Four e Mono, e gostei. Apesar de um gajo dos Mono estar quase a passar-se no início do concerto por causa do Som, mas depois correu tudo tranquilo. Também curti Hills, que não conhecia.

---

Na sexta os 10.000 russos tocaram para quantas pessoas? É rídiculo uma banda deste nível acabar de tocar às sete da manhã a uma sexta feira. :shock:

ps: Acho impossível o festival dar lucro nos moldes em que ocorreu (e tava um frio terrível).

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aetheria
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Re: 2017-09-8.9 - Reverence Santarém

Mensagempor aetheria » segunda set 11, 2017 9:37 am

lucifer Escreveu:Voltei á noite para Oathbreaker. Não sei se aquela meia hora de atraso foi culpa do som ou mariquice da banda. O certo é que traçou um destino fatal para o resto da noite.


Não foi mariquice. Soube (um dos tais amigos da press) que a porcaria dos cabos estavam trocados, entre saídas de guitarra, saída dos micros... o mesmo que aconteceu com outras bandas.

Ainda por cima, tanta coisa e a voz nem se ouvia….Bom por um lado ainda bem porque sempre achei que a gaja desafina demasiado.

:lol: Até que enfim! já não sou a única! :mrgreen:


Névoa fechou o meu top 3 do dia, apesar daquela tarola na primeira malha practicamente me ter arrentado os tímpanos. Apresentaram o Re Un. Correu bem. Teve peso, entrega, algum delírio.


Já é a quarta vez que os vejo, primeira com este álbum. Gosto dos moços, mas prefiro-os, mesmo ao vivo, com o Absence.

Bo Ningen foi o segundo momento alto do dia. Vale sempre a pena ver bandas nipónicas na Europa. Ainda melhor que em álbum, grandes malucos aqueles japos. Sempre a curtir na sua demência. Bons riffs, grande atitude em palco. Mas no final: fodasse era Um vocalista ou Uma vocalista?.... Os Japoneses são mesmo fodidos dos cornos…


Camaradas de guerra... :cry: tão conhecedores de tanta merda estranha e não sabiam que isto seria bom? :evil: levávamos os copos para lá caramba! e a mesa também :mrgreen:
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Re: 2017-09-8.9 - Reverence Santarém

Mensagempor schwarze_engel » segunda set 11, 2017 10:12 am

lucifer Escreveu:Entretanto Moonspell. Não faço ideia há quantos anos não os via. Cinco? Dez? Não sei. Mas aquilo é tão poucochinho…que desilusão. E vá que só tocaram os dois primeiros álbuns…. A velocidade que o Mike emprega na bateria é ridícula; o Paixão não passou (que eu tivesse visto pois não aguentei o concerto todo) uma única vez pela guitarra…aquilo ficou com tão pouco peso. O FR parecia ter engolido um gravador. Enfim. Salvou-se a Full Moon Madness pelo contexto da cena…mas fico a pensar: como é que há gente a pagar para os ver em nome próprio? Como é que encabeçam tours lá fora? E acreditem: tendo em conta o enquadramento que estava no festival, acho que toda a gente fez um esforço para curtir nem que fosse um bocadinho do concerto…mas não. Não deu.


Desde 2002 que não perco um concerto de Moonspell onde possa ir, e têm um lugar especial nas minhas memórias que dificilmente desaparecerá. Mas enquanto o Mike não trocar de pilhas, não torno a pagar para o ver. Chega. É deprimente, é um desrespeito para com as músicas de que gosto há tantos anos - acho até um desrespeito para com os restantes músicos que têm que abrandar para o acompanhar - tem vindo a acontecer já há um par de anos (pelo menos) e ninguém na banda parece dar conta. Não há uma explicação, nada.
Bom proveito a quem os for ver com o 1775. Quando a bateria deixar de arruinar músicas, digam-me.
Hear the words I sing,
War's a horrid thing.
So I sing, sing, sing...
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Re: 2017-09-8.9 - Reverence Santarém

Mensagempor Vooder » segunda set 11, 2017 10:15 am

Tudo o que disseram.
Apenas posso dizer que fui às 4 edições do Reverence. É um fest que faz falta em Portugal e certamente tem o seu espaço, mas assim... Tem percrrido o caminho ao contrário. A 1ª edição foi qualquer coisa, linda, magnífica, soberba, etc...uma verdadeira pedrada no charco. Tinha nascido o mito.
A 2ª edição também muito boa, mas já não tanto assim. Não pelo local, nem pelo espírito, apenas pelo cartaz, mas ainda assim também excelente.
A 3ª já um grande downfall, aquele cancelamento de Killing Joke terá sido uma grande pancada. Notou-se já menos afluência de público, menos dedicação à "sala", menos um palco (e que palco), ou seja, sentia-se o festival estava a definhar.

Quando já ninguém esperava esta 4ª edição, ela lá aconteceu. Havia a ideia do que se perdia em cartaz talvez se ganhasse um pouco na localização. Provou-se que não. Esta edição poderia ser na praça do comércio que seria sempre um fiasco em termos de público.

Eu fui porque quis manter a minha tradição e ajudar com que o conceito Reverence não morresse, o cartaz praticamente não me dizia nada, e como as bandas que queria ver tocavam na 6ª aproveitei e acabei por ficar os dois dias.

Assim, musicalmente, e porque a maior parte das bandas têm qualidade e não têm culpa das questões paralelas do festival, para além de Amenra (que posso dizer que sou um fã recente) fiquei com curiosidade de ouvir Bo Ningem, Desert Mountain Tribe e Pas de Probleme. Gostei de ver Gang of Four (mais de ver que ouvir) e Mono foi assim uma cena mix feelings, percebo a cena deles, mas a fórmula é sempre a mesma, o que para o meu primeiro contacto com eles foi assim assim. De resto sinceramente, musicalmente não retive muita coisa. Moonspell, como já se disse foi um suplício, completamente desenquadrados do fest, a tocarem em piloto automático e a 10 à hora.

Sobre o novo local: basicamente deixa muito a desejar e não tem qualquer comparação com Valada... para pior..., se aquele local era para ser o original ainda bem que não o fizeram e foram para Valada. É mesmo caso para dizer que é o dia ao pé da noite. Um recinto desprovido de qualquer alma, cheio de pedras (depois não deixavam entrar garrafas de água com tampas :roll: ) sem locais para sentar (nem mesmo junto aos locais para comer) e mesmo a organização não ter tido culpa de estar frio, o local é ventoso como tudo. E já agora, que parvoíce era aquela de nunca encherem os copos? Querem pôr menos cerveja façam copos menores, mas os copos têm de ir cheios fdx!
Da parte do campismo só se safava a vista (espectacular, mesmo junto ao rio), mas onde estavam os banhos e a praia fluvial?

Isto é a prova que as pessoas não se importam de ir para um local mais recondito (não temais que a malta hoje com o GPS não se perde), que dão importância sim, mas às condições do local e ao cartaz, como tal se houver uma 5ª edição (o que duvido), mas se houver, a continuar ali, ou metem um cartaz que realmente chame as pessoas ou voltem para Valada, que para além de oferecer mais condições aos festivaleiros, existia uma simbiose com a Vila. Se se repetir o que foi este ano para mim o Reverence morreu, pelo menos o espírito do mesmo faleceu, e não me apanharão lá de certeza.

PS: a questão do horário das bandas é relativa. O que nesta edição foi penoso, noutras foi maravilhoso. Basta que o fest tenha público (e o tempo e as condições do recinto ajudarem), há/houve pessoal para ver bandas a horas tardias, que resultaram muito bem, basta informar a quem não esteve lá nas primeiras edições, que os concertos começavam ao meio-dia e o útimo marcado para as 5h20m. Se calhar qualquer um deles com mais público do que os cabeça de cartaz deste fds.

Make Reverence Valada Great Again!

aetheria, Brunhu e Lang :cheers: foi um prazer estar com vocês.
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Brunhu
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Re: 2017-09-8.9 - Reverence Santarém

Mensagempor Brunhu » segunda set 11, 2017 11:05 am

Bem... cá vai!!

Estreia no Reverence, que apenas aconteceu porque fui desafiado a ir pelo único marmanjo que não consegui encontrar por lá para beber mais um copo. :?

Entrei no recinto por volta das 19h e a coisa pareceu-me logo muito despida, mas como era 6ª feira e ainda estava de dia, pensei que com o cair da noite e a possível chegada de pessoal que viesse directamente do trabalho, o ambiente ainda viesse a ficar mais composto. Mas pronto, ficou mesmo pelo pensamento, já que foram poucas as pessoas que entraram depois disso e o cair da noite só serviu mesmo para esconder essa falta de pessoal e ajudar ao tropeção naquele terreno que devia ter sido minimamente preparado para receber pessoas. Estar em frente ao Palco principal numa zona cheia "roços" e calhaus em que era complicado ter os pés bem apoiados, não foi muito agradável.

Quanto a bandas:

Fui lá com muita curiosidade em ver Névoa e Sinistro e, apesar de não serem bandas do meu agrado, de rever Oathbreaker e estrear-me com os tão idolatrados Amenra... Moonspell também tinha curiosidade para ver o que dali saía.

Oahbreaker - Já os tinha visto no Burning Light e achei o concerto uma seca do caraças, principalmente porque acho que a gaja se limita a berrar e corta o feeling todo à coisa, mas no Reverence a coisa soou-me bem diferente. Apesar do som estar alto ao ponto de ser complicado entender bem, até não desgostei. Primeiro porque se ouvia pouco dela, e segundo porque as faixas do novo álbum (que não tinha ouvido ainda) me pareceram muito mais interessantes do que aquilo que já tinha ouvido deles.

Amenra - Deixaram-me curiosos para os ver ao vivo em recinto fechado. Instrumentalmente muito bons, e acabaram por ir subindo de qualidade ao longo do concerto por ter havido uma melhoria de som, mas ao contrário da maior parte do pessoal, não consigo mesmo atinar com a voz/forma sempre igual de cantar do tão venerado vocalista. Ainda assim, vou perder tempo a explorar mais a coisa.

Moonspell - Acabaram-me por me surpreender por terem tocado apenas faixas do Wolfheart e do Irreligious e fiquei muito satisfeito com o que vi. A coisa começou sem poder nenhum mas depois foi ganhando força.
As chamas foram dando jeito para um gajo se sentir quentinho por uns momentos, mas aquele momento "nandinho mãos de laser" foi uma parolice do caraças... algo que não é inesperado no homem.

Névoa - A banda que mais queria ver por ter gostado bastante do último álbum. Estiveram muito bem, mostraram muita competência, mas o concerto acabou e fiquei a achar que o álbum não funciona bem ao vivo.

Bo Ningen - Quem é que foi o caralho que disse que a banda tinha nome de banda de kizomba? Foi o momento que escolhemos para descansar as pernas nas únicas cadeiras existentes no recinto enquanto bebíamos uns copos, mas parece que escolhemos mal a altura.

Sinistro - A curiosidade também era muita, pois queria ver se ao vivo me convenciam que a entrada da vocalista tinha sido uma boa opção, já que em estúdio não me convence. Conclusão: NÃO... muita vaidosisse e postura bastante forçada em palco.
Deram um bom concerto, mereciam muito mais público, mas agora ainda continuo a defender mais que Sinistro é bom é "mudo", como no primeiro álbum.

Depois ainda vi a banda seguinte até ao fim já mais numa de respeito pela banda e para continuar com a companhia, acabando por gostar do que foi tocado. ..mas já não resisti(mos) a ficar até ao fim nos 10000 Russos. Nada conheço deles e até podem ser bons, mas depois da postura de vedetas (já fartos das barracas com o som e por ser tarde como tudo) e daquelas 2 faixas de merda (ou seria a mesma 2 vezes seguidas) com que iniciaram o concerto, achámos que não valia a pena continuarmos por ali ao frio e acabámos por abandonar o recinto.

Acabou por ser uma noite muito bem passada à conta da companhia (aetheria, Lang, Vooder, entre outros), mas não me deixou com pena nenhuma de não ter ficado para o dia seguinte.

A ideia com que fiquei, é que ou tentam mais um ano com um cartaz de luxo e uma grande melhoria na organização do espaço, que até acho que tem potencial mas foi muito mal aproveitado, ou é bom que desistam da coisa.

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Re: 2017-09-8.9 - Reverence Santarém

Mensagempor aetheria » segunda set 11, 2017 11:20 am

Brunhu Escreveu:Bo Ningen - Quem é que foi o caralho que disse que a banda tinha nome de banda de kizomba?



Sim, foi de um caralho mesmo, porque eu não fui! 8) vocês é que andavam com essa de kizomba e eu esqueci-me que não devo ligar nenhuma à opinião dos gajos :roll:

Também, com o raio do nome...
Sujeito um: Quem são aqueles?
Sujeito dois: Bô... Ninguem!

... podia ser um remake japonês filmeado no alentejo do "Frei Luís de Sousa".
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Re: 2017-09-8.9 - Reverence Santarém

Mensagempor lang » segunda set 11, 2017 11:50 am

Ora bem

Gostei de Oathbreaker, apesar do som terrível. Deu para abanar o capacete e disfarçar um pouco o frio que sentia por ter emprestado o meu casaco a uma certa moça (cavalheiro morre de frio!). Apesar dos imensos problemas técnicos que tiveram, acabaram por dar um concerto bastante competente, que se comprovou pelo headbanging de alguns dos presentes que não conheciam nada da banda. A Caro (mais conhecida por Salvador Sobral da Flandres) pode ser uma flor, mas quando solta a goela....a mi me gusta!

Amenra foi bastante poderoso, e o som estava bastante melhor do que em Oathbreaker (tirando a voz que se perdia um pouco, melhorando para o fim). Tenho a certeza que este tipo de som resultará melhor em sala, de qualquer forma, foi um excelente desempenho dos belgas.

Estes dois concertos e a ótima companhia da Aetheria, Brunhu e Vooder (e o amigo do Vooder, já agora), fizeram que tenha valido a pena.

Moonspell
foi longo e chato. Já não os via ao vivo há muitos anos, e pelos vistos não perdi nada. Soube bem ouvir o Wolfheart novamente (pelo menos algumas músicas), no entanto, ouvir o Nandinho a dizer "Reverence, Santarém!" de 2 em dois minutos, acompanhado pelo "Obrigado pela gentileza" no fim de cada música é tão mau que se torna cómico. E já referi que foi longo e chato? Não só tocaram o 1º álbum da discografia como decidiram presentear (?) o público com o Irreligious. Foi tão chato que os portugueses conseguiram ter menos gente a assistir que Amenra, parabéns Nandinho mãos de laser! E já referi que foi longo?!?! pois!

De resto, tudo é mau!

O local é mau! Não há lugar para nos sentarmos! O terreno nem sequer foi "tratado" para receber pessoas, parecia que andávamos a calcurriar montes selvagens. A zona do merchandising era ridícula, de tão inóspita. A zona da restauração não era má em termos de escolha, mas não ter onde comer sentado é do mais desprovido de sentido que possa existir. Ir ao WC era uma aventura, entrar numa das "caixas" e fazer equilibrismo enquanto se mija é ...original.

já agora:

lucifer Escreveu:Bo Ningen foi o segundo momento alto do dia. Vale sempre a pena ver bandas nipónicas na Europa. Ainda melhor que em álbum, grandes malucos aqueles japos. Sempre a curtir na sua demência. Bons riffs, grande atitude em palco. Mas no final: fodasse era Um vocalista ou Uma vocalista?.... Os Japoneses são mesmo fodidos dos cornos


Imagem

Se não é um homem, é uma mulher muito feia!

Se não vimos Bo Ningen a culpa foi da moça que disse que estava cansada!
«And the Lord said, I will destroy man whom I have created from the face of the earth; both man, and beast, and the creeping thing, and the fowls of the air; for it repenteth me that I have made them» (Genesis 6/1-7)

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Re: 2017-09-8.9 - Reverence Santarém

Mensagempor Brunhu » segunda set 11, 2017 12:29 pm

lang Escreveu:Se não vimos Bo Ningen a culpa foi da moça que disse que estava cansada!

Ahhh, afinal havia aqui um dado que eu desconhecia!

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Re: 2017-09-8.9 - Reverence Santarém

Mensagempor aetheria » segunda set 11, 2017 12:49 pm

Brunhu Escreveu:
lang Escreveu:Se não vimos Bo Ningen a culpa foi da moça que disse que estava cansada!

Ahhh, afinal havia aqui um dado que eu desconhecia!



Olha o descaramento! só quem não me conhece pessoalmente é que vai acreditar em vós. Não fui eu que foi cedinho para a cama 8)
No máximo, poderia ter dito que estava cansada era de ouvir tanta cena sem pica :roll:
Quem foi o car...gajo que disse que aquilo era kizomba?!?!

De certeza foi o mesmo que disse que a Caro era a versão feminina do Salvador Sobral! (Já me tinha esquecido dessa pérola! :lol: )

lang Escreveu:e disfarçar um pouco o frio que sentia por ter emprestado o meu casaco a uma certa moça (cavalheiro morre de frio!).


Dá-lhe a moça a oportunidade de ter um ato de cavalheirismo e mostrar que os gajos do metau são duros e ainda se queixa... raio de homens :evil:

Ouve lá, Lang, tanta coisa e ainda não disseste: achaste Moonspell chato? :?
Última edição por aetheria em segunda set 11, 2017 1:40 pm, editado 1 vez no total.
Só é tua a loucura Onde, com lucidez, te reconheças. Torga
A partir de um determinado ponto já não há retorno. É esse ponto que se tem que alcançar. Kafka

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Disintegrate
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Re: 2017-09-8.9 - Reverence Santarém

Mensagempor Disintegrate » segunda set 11, 2017 1:20 pm

Mas que belo fiasco que foi. Enterrar o Reverence assim, é obra.

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lucifer
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Re: 2017-09-8.9 - Reverence Santarém

Mensagempor lucifer » segunda set 11, 2017 1:56 pm

lang Escreveu:Or

lucifer Escreveu:Bo Ningen foi o segundo momento alto do dia. Vale sempre a pena ver bandas nipónicas na Europa. Ainda melhor que em álbum, grandes malucos aqueles japos. Sempre a curtir na sua demência. Bons riffs, grande atitude em palco. Mas no final: fodasse era Um vocalista ou Uma vocalista?.... Os Japoneses são mesmo fodidos dos cornos


Imagem

Se não é um homem, é uma mulher muito feia!

Se não vimos Bo Ningen a culpa foi da moça que disse que estava cansada!


Ui visto assim não restam duvidas....mas pelos videos que tinha visto antes, e pela forma de estar em palco, manusear o instrumento etc., estava convencido que fosse uma fêmea....
Infelizmente, serão raros os reclados deste fórum com opiniões tão unanimes. Está tudo dito portanto :?
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Brunhu
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Re: 2017-09-8.9 - Reverence Santarém

Mensagempor Brunhu » segunda set 11, 2017 2:03 pm

Já na página do Festival a conversa é a mesma.

Gostava mesmo de ler umas palavras da organização sobre isto!


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