Ora, e para completar a review, resta-me dizer que:
- adoro o espaço. Faz-me lembrar Vilar de Mouros mas em mais pequeno. Tem vacas e tudo, lá no milheiral ao lado.
- o ribeiro que corre atrás do palco secundário é muito giro mas deixa um grizo do crl ali na zona depois do sol posto. No recinto do palco principal está-se bem, mas ir para o secundário para as últimas bandas é ter a certeza de se ficar com o calçado molhado e o reumático a tinir. Ninguém me manda a mim sofrer de reumático - também é uma verdade.
- no seguimento ainda da apreciação anterior, não faço puto de ideia como é que o pessoal consegue acampar ali.
Deve ser muita juventude, para aguentar o frio mesmo, mesmo ao lado do ribeiro.
- gostei de ver os curiosos a visitar a área gratuita no Sábado à noite. Não sou como os do BM, que querem a çena só para eles. Seja bem-vindo quem vier por bem.
Vi apenas Infraktor na Quinta. Não conhecia e estiveram muito bem. Era para me esticar mais um bocado pela noite dentro com o DJ, mas o Nattu não sabia o que estava ali a fazer. Só os pais (creio eu, julgando assim de repente pelo aspecto) estavam la à frente para ver o set. Provei uma cerveja, fiquei mal-disposta, pelo que fui ao hidromel que apesar de bom, não é igual àquele de que sou fiel cliente e que não se torna enjoativo. Ala para casa.
Na sexta cheguei no final de Sotz, que portanto não vi. Como ia acompanhada pelo mai' novo, também não pude prestar grande atenção às bandas seguintes. Deu apenas para me relembrar que In Vein são porreiros e que quero estar com mais atenção aos moços em Vagos. Nine O Nine tocaram bem mas não me encantaram por aí além, confesso.
Hills Have Eyes não vi porque uma gaja tem que comer. É que a seguir eram os Equaleft e esses eu não podia mesmo perder. Sempre com grandes prestações, os gaiatos deram um dos melhores concertos da noite.
Outro foi, claro, o de Septicflesh - o motivo que me levou a comprar o passe a 18€ logo na altura em que foram anunciados.
Septicflesh são uma banda estranha, ao vivo: uma pessoa gosta e têm temas do caraças, mas depois... Depois vemos tanto som a sair da mesa que pode ficar um sabor agridoce no fim. Não falo das partes orquestrais, que é óbvio que não poderiam ter ao vivo em palco, mas... porque é que o Seth não toca o seu baixo a sério, o tempo todo, por exemplo? Ou porque é que os clean vocals não podem ser feitos pelo Sotiris? Coisas que não percebo mas que do ponto de vista de uma leiga na matéria, podiam ser evitadas. Em suma: podia ter sido melhor, mas gostei na mesma. Até porque ver o Krimh em acção é sempre um privilégio.
E depois, a outra banda da noite: os grandes Mata-Ratos. A roda não parou e ninguém lhe escapou.
Nem eu, que sou moça sugadita e fico sempre a guardar os casacos e as carteiras de quem vai para o meio do pit. Mas estava eu toda contente no meu lugar quando alguém me arrastou lá para o meio. Paciência. Ó que chatice.
Tarefa ingrata tiveram os WEB, que tocaram a seguir, já eram 2 da matina. E naquele tal palco gelado ao pé do ribeiro. Uma pessoa vinha toda estoirada e só deu para ficar a apreciar. Os rapazes mereciam mais acção do público e a gente gosta sempre de os rever, mas de minha parte pelo menos, não deu para muito mais. Arreei a seguir nas cadeiras e já nem consegui ouvir mais que duas músicas do set do Freitas - que não foram nem a The Pursuit Of Vikings nem a Walk.
Sábado foi o dia de 'bónus', pois nenhuma das bandas no cartaz me puxava por aí além. Daqueles dias em que uma pessoa vai para lá para a cavaqueira e para a bebida. Mais para a cavaqueira porque do vinho já eu tinha abusado na véspera e eu estimo muito o meu fígado, é o único que tenho. Além disso ele é tramado: quando abuso dele, vinga-se-me na cabeça. Feitios.
Então, o que posso dizer das bandas de Sábado? Que fui completamente apanhada de surpresa por Crisix. Espanha compensou-nos pela má cerveja com excelente thrash. Se não tivesse passado metade do tempo a zelar pela minha integridade física, por causa daquela estratégia errada da equipa de segurança de que já se falou acima, teria ido lá para o meio como em Mata-Ratos. Que grande bailarico! Que garra! Sim senhores.
De resto, gostei de Revolution Within - nunca os tinha visto e tocam muito - e de The Temple, que conseguiram agarrar o pessoal no primeiro slot do palco principal.
Tarantula passei à frente. Como toda a gente, reconheço-lhes o mérito, mas acho que chegou a altura em que já os vi vezes suficientes. Fiquei cá fora sentadinha a tentar tocar o céu, pronto.
Dark Tranquility foi agradável. Ninguém pode dizer que não são uma boa banda, dentro do género que practicam. Competentes, dedicados, simpáticos... Mas para mim o concerto só começou a tornar-se interessante a partir do momento em que a malta começou a mexer-se. De resto, apenas deu para bater o pé. Não ajudou o facto de não ter conseguido recuperar a 100% do cansaço da noite anterior.
Ainda fiz um esforço para ir ver The Godiva no palco ártico do ribeiro, mas não consegui resistir por mais do que duas ou três músicas. Ainda por cima sabendo que o DJ que se seguia era o mesmo de quinta-feira... Nah, uma pessoa tem que saber reconhecer quando já não dá mais.
Assim dei por terminado o Laurus deste ano, com a convicção de que no próximo lá regressarei. A menos que mudem radicalmente de estratégia ou que me aconteça alguma coisinha má, marcarei presença certamente. Dá gosto ver um festival crescer assim, sempre tentando estar em sintonia com o público-alvo, ao mesmo tempo que procura não armar ao pingarelho repentinamente. Devagar se vai ao longe, e se os meus dotes de bruxa não me falharem, prevejo-lhes uma edição de 2019 igualmente ou ainda mais bem sucedida.
Só foi pena não terem cerveja. Mas foi da maneira que uma gaja gastou e mijou menos, portanto se calhar até lhes agradeço.