Excelente noite de rock n´roll.
Danko Jones - Entrei na sala assim que comecaram a debitar as primeiras notas e era notório que a sala ainda estava bem despida. Situação normal, sendo isto a uma quinta feira, dia de trabalho para muitos. Não os via desde a última vez que tocaram na sala TMN ao Vivo e mesmo não sendo um ouvinte habitual da banda bem me recordo da grande prestação destes senhores, nomeadamente do Danko. Tocaram cerca de meia hora e tiveram muito boas reações do público, que mesmo não conhecendo as músicas participaram muito. O MUser Santyago depois tecerá melhores considerações visto que está bem mais familiarizado com estes moços.
Baroness - Apesar de ser a principal razão da vinda de muitos meus conhecidos, o mesmo não se podia dizer sobre grande parte dos presentes e tal ainda foi mais notório quando os Volbeat entraram em cena. Independentemente disso, deram um fantástico concerto, com uma entrega enorme, especialmente da parte do duo de guitarras. Não tinha ideia da presença em palco que a guitarrista tinha, uma vez que quando os vi da última vez tinha sido em formato acustico, onde passaram o concerto sentados, mas realmente a mulher dá-lhe muito. No entanto o concerto sofreu um pouco com os problemas de som. É verdade que o som desta banda por vezes é um pouco denso, até mesmo em album, o que pode ser dificil de traduzir ao vivo, mas aqui realmente houve muitos instantes em que a pouca definição do som não permitia distinguir certos detalhes, a não ser que conhecessemos bem a musica em questão. Baroness também não me parece que seja uma banda para uma sala tão grande, penso que beneficiam bem mais de tocar em salas médias, com um povo só seu, de modo a partilharem todos aqueles sentimentos que a sua musica possui. Em relação ao set, começaram com a Kerosene (tal como da última vez no Garage) e a March to the Sea e depois seguiu-se uma série de malhas do album novo (4 ou 5). Depois regressaram ao Purple com a If I Have To Wake Up e a Shock Me, terminando com Isak e Take My Bones Away. Uma das provas de que este não era só o seu público foi o Baizley ter referido, antes da Isak, que sempre adorou a receção do público português a esta música, e assim que começam a soar as primeiras notas, quase que dava para ouvir os grilos no meio do público... E ainda ouve tempo para cantarem os parabéns ao vocalista, antes da últimas duas musicas.
Volbeat - Aqui a coisa mudou de figura. (Born To Hell e Red Right Hand são óptimas introdução para a banda!) Desconhecia o impacto que esta banda teria no público português, pois apesar de ser uma banda que já encabeça muitos festivais de renome pela Europa, por cá muitos ainda só os conhecem como a banda que abriu para Metallica há uns anos e cujo som estava imperceptivel. Bem, pelo que se viu ontem, público e boas reações não lhes faltam em Portugal. Muita cantoria, gritaria, mosh, crowdsurf, uma espécie de wall of death e até porrada a sério ouve ali no meio.
Banda já com muito calo, onde todos os membros percorriam o palco, trocando de lugar entre si, e com três microfones em diferentes zonas. Sei que pode parecer um detalhe insignificante, mas para o público que não está exatamente no centro do recinto, ter a banda em constante movimento significa que os podem ver a todos em diferentes momentos. O som esteve muito bom desde o ínicio, com o som de guitarra e bateria bem potente e sendo perfeitamente perceptivel a parte vocal. Logo de inicio agarram o público com a Lola Montez e Doc Holliday, passando por malhas como Sad Man's Tongue e Black Rose (que contou com a participação de Danko Jones e onde ficaram sem parte de iluminação de palco, coisa que eles só notaram no final!), Dead But Rising e Seal The Deal. No encore tivemos ainda Devil's Bleeding Crown, Leviathan e Still Counting (tocaram muitas mais malhas, mas não as conheço todas).
Concerto fantástico de uma banda que já está numa liga bem elevada e que não me admirava que nos anos vindouros não possa encabeçar, ou pelo menos estar num slot relevante num festival como o VOA.
Nota menos positiva para o chão do recinto do Coliseu que tinha um pano cobertor que estava sempre levantado e que levava a que muita malta quase desse aquele tralho, tal como a quantidade de copos de plástico que estavam espalhados pelo chão. Acho que está na altura de se começar a pensar na utilização de copos reutilizaveis em recintos fechados...
Enigma e Santyago,


