2020.01.11 - HMF Mangualde 26

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Santyago
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2020.01.11 - HMF Mangualde 26

Mensagempor Santyago » segunda jan 13, 2020 11:06 pm

Como manda a tradição, no inicio do ano há sempre um festival a iniciar as hostilidades para os concertos de metal. É aqui que aparece o HardMetalFest que ano após ano apresenta cartazes consistentes e que todos os anos, pessoas fazem a procissão para o convívio, curtir uma boa metalada, beber cerveja, comer caldo verde e porco no espeto. Com o frio que costuma assolar nesta altura do ano, quem gosta muito disto sai de casa e vai a esta terriola rever amigos e curtir um bom metal!

Vamos ao concertos primeiro:

Karbonsoul - Foi a segunda banda que iniciou o dia, depois de Godark (Estes só vi uma música por isso não posso dizer muito do concerto, quem viu que se pronuncie). Um death metal que já conhecia desta banda, que tem como imagem de marca a sua vocalista que sabe grunhir. Quanto ao som, nada de diferente do que tenho ouvido. Para o tempo que durou, passou bem.

Dark Embrace - Um metal que parece que é gothic/doom com um vocalista que parece saído de uns Amon Amarth (embora mais fininho). Banda espanhola que se apresentou neste dia a seguir aos Karbonsoul e deram um concerto competente. Apesar de não ter ficado maravilhado com a banda, também passou-se bem a ver a banda. Tocaram sensivelmente uns 35/40 minutos e deram o seu melhor.

Iron Void - Agora, altura para um Doom clássico. Um trio britânico cujo som se baseia no Doom à la Black Sabbath. Fazendo duas vozes, intercaladas entre baixista e guitarrista, deram um óptimo concerto. Um início um pouco lento (de acordo com a música com que começaram) para música a música escalarem um pouco na velocidade e dar mais no riff que permitiu fazer um headbang mais assertivo. É uma banda que em Lisboa assentava bem no Sabotage. Apresentaram um bom repertório e certamente que quem os quis ver não saiu desiludido. Eu certamente que não. Assim que vi a banda, esperava um bom concerto e assim o foi!

Depois disto deu Sacred Sin. Já os vi várias vezes, com e sem o Tó Pica. Mas eu e o Peixoto demos uma vista de olhos durante a Darkside. Era o que queria ouvir e assim o fiz. Darkside!

Blitzkrieg - Heavy metal clássico da onda NWOBHM. Conhecida por causa da cover que Metallica fez (Blitzkrieg claro), foi um quarteto nessa noite, pois como explicado pelo vocalista, um dos guitarristas saiu da banda recentemente. Apesar disso, deram um bom concerto. O senhor Brian Ross deu uns senhores agudos que animaram o público durante o concerto. Achei um concerto forte, nos seus 45 minutos. Foi agradável ouvir um pouco de NWOBHM e claro terminar com um Blitzkrieg!

Blood também não vi. Bastou-me 5 minutos para saber o som deles: Death/grind à la carcass fase goregrind. Vi, fui beber e saí novamente.

Praying Mantis - Outra banda inglesa oriunda da fase NWOBHM, embora mais Hard Rock que Blitzkrieg por exemplo. Deram um bom concerto, talvez o mais longo da noite, também por serem os headliners, creio que de 1 hora. Achei foi que havia músicas "calmas" a mais, umas baladas e outras mais numa toada mais lenta. Eu gostei mais das mais rápidas, que estiveram mais no início e na parte final do concerto. Quem os queria ver de certeza que gostou muito. Foi uma banda activa em palco, especialmente com um dos guitarristas, sempre a sorrir e bem disposto. A banda deu uma boa performance para quem os foi ver.

Ancient - Black metal de que já se ouviu de outras bandas do género. Guitarras gélidas, riffs de cortar o osso, umas toadas lentas e outras mais rápidas, voz raspa (Como se notou o vocalista a dizer Mangualde... vocalista esse que trouxe uma fatiota muito... picada se se pode dizer. A coroa foi algo que não se podia deixar de ver). Foi um concerto decente. Um riff ali, outro acolá, nada que me tivesse surpreendido ou ter gostado mais da banda. Mas foi bom para o que foi. Creio que tocariam melhor junto à fogueira lá fora que aquecia as pessoas que estavam a enfrentar o frio de Mangualde.

Xentrix - Para mim, o concerto da noite. Quando a noite já se estendia e o cansaço de um dia inteiro quase sempre em pé já dava sinais, além do calor de lá dentro, esta banda chegou e arrumou com a casa. Thrash como se quer, sempre a 1000 a hora, alta riffalhada, pessoal eléctrico a fazer headbang e a participar no mosh! Foi um óptimo concerto que me fez gostar muito da banda nesse momento. A banda teve a performance e o som preciso para animar o pessoal e fazer mover as pessoas. Ajudou a esquecer o cansaço e o calor! Muitas vezes as bandas que calham neste slot de penúltima banda têm a tarefa complicada de ganhar a atenção das pessoas e fazê-las curtir do som a ser tocado. Esta conseguiu! No fucking compromise!

Infraktor não vi.

O bom deste festival é o convivio com pessoal amigo. Almoçaradas, partilhar senhas, falar bem e mal das bandas, tirar fotos parvas, caldo verde, entre outras. Mais um ano em Mangualde e provavelmente voltar a estar no próximo. Com Pestilence e Iron Angel! E Hate Squad!
Old_Skull Escreveu:Esta MUrda é cada vez mais um antro de Guerrilheiros de Teclado. Até dá gosto... :grim:

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aetheria
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Re: 2020.01.11 - HMF Mangualde 26

Mensagempor aetheria » terça jan 14, 2020 4:05 pm

Aqui vai a minha análise deste primeiro evento metaleiro do ano :mrgreen:

Já há uns 4 ou 5 anos que não ia, grande falha a minha, pois gosto sempre do ambiente. É um lugar comum falar disto, mas de facto, num festival em que permanecemos no mesmo local várias horas, se bem que as bandas são sempre o material fundamental, contar-se com um bom ambiente é igualmente importante.
E assim se tem mantindo de todas as vezes que fui ao Mangualde: frio serrano (gosto), fogueiras (e aquecedores exteriores, que bem!), vinho quente com canela (I'm in love!), garrafas de bebidas várias que o pessoal leva para dar a provar aos amigos, viagem de excursão com paragens a todo o momento (e reclamações também) para os gajos mijarem, já que se vão abastecendo pelo caminho, o senhor motorista a ter que gramar com a banda sonora (quando entrei no autocarro tocava um rancho folclorico)... de regresso, pegar no carro e ter uma camada de gelo no vidro que me fez estar bastante tempo ao frio a raspá-lo, a água não chegava, e chegar a casa à hora a que me levanto para ir trabalhar. Já tinha saudades, constatei, e ainda não estou demasiado velha para aguentar com esta treta :mrgreen:


Das bandas... devo confessar que o que me moveu para a viagem foi única e exclusivamente ANCIENT. E que não me senti de todo defraudada, especialmente porque tocaram integralmente o álbum que melhor conheço deles, o seu "clássico", aquele que me fez conhecer a banda, o Svartalfheim. Estava na expetativa se o fariam ou não, já que no Steelchaos da Finlândia o tocaram, mas Mangualde não é a Finlândia :mrgreen: e conheço quem vá a Londres ver o concerto por terem anunciado que tocariam este álbum integral. Não sei se o Rocha tinha conhecimento prévio que o set seria este,se tinha, teria sido vantajoso que o tivesse anunciado. Quanto ao desempenho ao vivo, nos primeiros temas o som estava algo desacertado, a voz pouco audível, riffs poucos perceptíveis, obrigando a que a memória musical preenchesse as lacunas. Mas logo que o som se acertou, o que felizmente aconteceu, foi muito muito bom. Houve momentos de pura levitação que me arrancam um sorriso de orelha a orelha, de tão feliz que fico por ouvir ao vivo, bem tocado, com todos os detalhes, algo que mexe comigo.

Destacada a "minha" banda da noite, frisar a seguinte grande surpresa, para mim , claro, por ser ignorante e não a conhecer e porque me conquistaram seja pela música seja pelo grande desempenho: IRON VOID. Doom tão bem feito, tão denso, com tanta classe. Mestria.

Estes são os meus destaques. Mas isso não quer dizer que o resto não tenha tido valor, teve e muito, especialmente porque (dentro do que vai sendo comum neste festival) se prova o velho dito de que "velhos são os trapos": haja talento e amor pelo que se faz e acontece aquilo que se viu, muitos senhores bem entrados na casa dos cinquenta com uma energia de trinta e mais conhecimento da matéria que muitos.
Deste lote, gostei particularmente de BLOOD... sim, aquilo pode ser "sempre igual", mas a energia que aqueles senhores debitavam em palco, a brutalidade, a provocação, eram contagiantes. Ao contrário ali do Santyago, eu fiquei colada. Para mim foi muito bom.

BLITZKRIEG teve a particularidade de juntar um sexagenário, que ainda é senhor de uma belíssima e afinada voz, com putos com idade de serem filhos dele (aliás, o guitarrista é-o), o que tornava a combinação em palco curiosa. Não sigo muito as lides do NWOBHM para tecer grandes opiniões, mas deram um concerto bastante competente, se bem que me deu a sensação que ainda falta entrosamento na banda (com conhece os álbuns poderá ppronunciar-se melhor). Já XENTRIX me convenceu muito mais, apesar de andar a ouvir muito pouco thrash, mas deixei-me seduzir pela velocidade e mestria de todos os elementos da banda.

PRAYING MANTIS achei piada, são fofinhos, música de embalo com toque metal :mrgreen: (não me batam), muito agradável de ouvir, mas já estava há muito tempo em pé e resolvi ir provar mais bebidas dos amigos e voltar ao delicioso vinho quente. Estive muito tempo na rua e quando voltei ainda tocavam... terão sido os que tocaram mais?

Das bandas portuguesas, por gosto pessoal, destaco SACRED SIN, que deram um concerto bem intenso e foram os primeiros a agitarem realmente as massas. Apresentou-se com um lineup novo: o baterista (o Guiseppe Rachello, também de Decayed), que até há pouco substituia o André Silva Andrecadente, passou a elemento a fulltime, , o Marcelo (The Temple) também deixou a guitarra para o regresso do Tó Pica, que se notou estar cheio de pica (AHAHAH ok, piada pobre), as últimas atuações também têm trazido o Luís Coelho, na segunda guitarra, e claro, o Zé Costa, que lá mantém a identidade da banda.

E são estes os meus destaques. Stay tuned e rock on! :metal:
Só é tua a loucura Onde, com lucidez, te reconheças. Torga
A partir de um determinado ponto já não há retorno. É esse ponto que se tem que alcançar. Kafka


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