A sala já estava bem composta quando, cerca das 22h, os Ventr subiram ao palco. Como referi, não os conhecia e, portanto, não tinha qualquer expetativa em relação à sua atuação. A banda é composta por 2 elementos (vocalista/guitarrista e baterista) bem conhecidos da nossa praça, no que a BM diz respeito, com participações em vários projetos, como Mons Veneris e Vetala. A banda conta na sua discografia apenas com um EP - Numinous Negativity - que, presumo, tenham tocado na íntegra. Bem, e que atuação foi! Fiquei mesmo muito surpreendido (pela positiva, obviamente) com a enorme descarga de BM, com muita personalidade e intensidade impressionantes (ora a prego fundo, ora desacelerando), e com riffs deliciosos! Grande descoberta musical! Posso mesmo dizer que, desde descobri os Gold (agora Gggolddd) num Under The Doom, não ficava tão impressionado com uma banda que conheci apenas ao vivo. Só espero que, como tantas vezes acontece, este projeto seja mesmo para avançar e que haja sucessor para o EP de estreia.
Após um breve intervalo, tudo pronto em palco para a entrada de Irae, um dos principais nomes no panorama do BM nacional. Quando subiram ao palco despertou-me logo a atenção o facto de não ser o Andrecadente na bateria. De resto, Vulturius e J Goat nos seus postos como sempre.
Bem, que dizer desta atuação... Não esquecendo que a saudade de concertos era muita e, presumo eu, dos próprios músicos também, e tendo eu já visto inúmeras vezes a banda (tantas que não faço ideia do número concreto), esta foi das melhores atuações que já lhes vi! Foi mesmo fantástico. Iniciaram com temas do último álbum, desde logo Nightshade + Black Metal Violator + A Blaze in the Mist + Ratazanas mostrando como estas músicas ao vivo respiram ainda melhor que no álbum (my bad provavelmente, mas não gostei muito da produção deste álbum, em contraposição com o anterior Crimes Against Humanity). Seguliu-se um tema precisamente deste álbum (The Tongue of Fire) dando depois espaço para alguns dos grandes clássicos da banda e que marcaram também dos melhores momentos (e foram muitos) de todo o set. Senão veja-se o mimo de Fátima em Ruínas + Order of the Black Goat (será sempre a minha favorita deles, simplesmente irresístivel!), Encurralado (do último álbum) + Mastergoat (outra obrigatória que sabe sempre muito bem ouvir) e A um Passo do Fim que, embora seja mais recente, já é outro dos temas obrigatórios nos sets de Irae (e também das minhas favoritas), fechando com outro excelente tema do último álbum - Calor, Fome e Doenças. Dado o grande entusiasmo do pessoal ainda tocaram uma cover de Bathory (The Return...) fechando com chave de ouro uma grande noite de BM. 
