O alinhamento foi Negative Gain, Theriomorphic, Eczema, Necrose, Storm Legion, Teasanna Satanna, Zubrowska, Goldenpyre, Demonizer, Machetazo e Akercocke. Como podem reparar, Vorkreist e Morte Incandescente cancelaram, sendo "substituidos" por Storm Legion e Negative Gain.
Negative Gain - Death Metal Brutal que me surpreendeu muito, pela qualidade das composições da banda. Extremamente técnico e poderoso, contando com um dos guitarristas de Holocausto Canival e outro de Buried Alive. Pena terem tocado logo no inicio e ainda o ambiente estava muito frio.
Theriomorphic - Finalmente vi Theriomorphic! Com um novo baterista (que sabe bem o que faz!) e guitarrista (idem!), a banda parece pronta a mostrar todo o seu potencial e finalmente começar a devastar Portugal, como já há muito espera! Death Metal melódico e agressivo q.b., na linha da "velha" escola sueca, que agradou muito à maioria dos presentes.
Eczema - Black Death metal, com algumas vocalizações graves, limpas e "épicas" que, juntamente com a grande variedade de riffs e ambientes musicais, davam originalidade à banda. Ponto negativo para um dos guitarristas, que não percebi muito bem se estava ali a gozar com o público ou realmente a pensar que estava a ser "cool". Passou todo o concerto da sua banda a fazer os mais estranhos trejeitos faciais e corporais, que mais pareciam de escárnio que qualquer outra coisa. Quem esteve lá percebe o que estou a dizer, e fiquei com a sensação que algo não funcionava lá muito bem dentro daquela cabecinha! Foi pena...
Necrose - não tive oportunidade de os ver...
Storm Legion - Não estava à espera que Storm Legion fossem tocar pois foram, juntamente com Negative Gain, outra das bandas substitutas. Curiosamente, conheci Storm Legion na passada semana, com o tema "Imperium" que figura numa compilação de bandas portuguesas de Blackmetal (Lusitanian Dark Horde), e fiquei surpreendido pelo "feeling" do seu Blackmetal extremamente cru e retro, como ditam as regras do "puro" BM. E foi isso mesmo que ocorrou no SWR, puro blackmetal, mid-paced, cru, acordes cortantes (nada de palm mutes, nada de death metal), bateria linear e uma voz característica. Perderam em ambiência por tocar de dia e por apenas apresentar 2 elementos em palco (bateria/voz e guitarra/voz). De qualquer modo gostei muito de os ver, e terminaram com chave de ouro, com a referida música Imperium.
Teasanna Satanna - Já não era a primeira vez que via Teasanna e mais uma vez apresentaram o seu competente Blackmetal, de vertente mais melódica, adornado por teclados. O concerto correu muito bem, e foram muitos os presentes que ficaram de olhos pregados no palco, enquanto a banda debitava todo o seu poder. Perante tanta pura demolição e crueldade sonora, foi bom ouvir esta banda a debitar excelentes riffs épicos e "majestosos", muito convidativos a um headbang menos caótico.
Zubrowska - Provavelmente a grande surpresa da noite. Não fazia ideia do que esperar da banda e fiquei muito surpreendido. Quando entrei no recinto já tinham começado, e qual não é o meu espanto quando vejo grande parte do público em puro mosh e loucura, e uma banda em palco, constituida por membros muito jovens, a debitar um metal muito técnico e complexo, caótico e brutal. Fizeram-me lembrar Mastodon a abrir para The Haunted no Garage, que deixaram muita gente surpreendida com a qualidade da sua música.
Goldenpyre - a banda dos 2 organizadores do festival, que não estava decerto no cartaz por "cunha", mas sim por apresentarem um death metal old school com muita muita qualidade. O desempenho em palco foi irrepreensível, e o poder das suas músicas não deixou ninguém indiferente.
Demonizer - fusão de black metal com thrash metal que resultou muito bem em concerto. Grande poder e competência em palco, e fico à espera de ver se a banda concretiza no novo álbum todo o feeling que transmitiram ao público!
Machetazo - Apesar de o grind core/death metal ultra brutal não figurar nas minhas preferências, os machetazo foram provavelmente a banda da noite, seguidos pelos Akercocke. Apenas com um guitarrista, baterista/vocalista e um "DJ" que disparava os samples iniciais de cada música, conseguiram meter grande parte do público à porrada, ao mosh, em stage diving, em loucura! Cada música que tocavam era novo round de violência controlada no público, o que demonstra que cumpriram em pleno aquilo a que se prestaram. Uma grande actuação
Akercocke - A banda mais esperada, pela minha parte. Infelizmente já estava tão cansado que não pude disfrutar em pleno da banda, mas só posso dizer que adorei a sua prestação. Tocaram na perfeição o seu característico death metal brutal/blackmetal, tudo misturado num caos ordenado e complexo, e condimentado por uma ideologia satanista. A sua imagem típica, de fato e gravata, não faltou, bem como uma grande entrega na sua prestação. Fecharam este dia no mesmo tom em que este decorreu: com grande brutalidade, mostrando do melhor que se faz dentro do metal extremo.
Quanto aos aspectos positivos do festival, tenho que salientar o esforço da organização em nos trazer um festival tão bom como este, que merece muito mais audiência do que a que teve. Para além disso, houve grande pontualidade na prestação das bandas, exceptunado Akercocke, pois tivémos que esperar que montassem toda a sua enorme bateria em palco!
Quanto aos aspectos negativos, acho que o frio que se fez sentir à noite no recinto era MUITO EVITÁVEL, e prejudicou muito o público que não estava extremamente bêbado, e que sentiu os ossinhos a gelar em pleno! Bastava ter garantido um melhor isolamento do local, colocando mais algumas lonas laterais, e penso que se teria estado muito melhor! Dado o preço do bilhete (que não é nada caro, mas também não é de borla) e as excelentes bandas que compõem o cartaz, espero que para o ano as condições melhorem neste aspecto, não sendo necessário um investimento muito avultado para tal acontecer.
E pronto, foi assim! O fim da minha noite passou por andar 15 minutos à chuva até à estação de comboios e esperar 2 horas e meia, completamente ensopado, ao frio, pelo primeiro comboio de domingo! Nunca tinha passado tanto frio em toda a minha vida mas valeu bem a pena e para o ano farei os possíveis por voltar!

Bem hajam!