Ziltoid Escreveu:Justo.
As entrevistas normalmente entram por um campo que eu não aprecio muito, o campo pessoal. Sinceramente não me interessa a mim (e a muita gente), o lavar da roupa suja, os rants intermináveis sobre o desacordo dos músicos com o negócio da música. Interessa-me sim os álbuns, a música, a inspiração, o processo de trabalho, a visão deles próprios sobre a sua própria evolução musical. Interessa-me saber as suas influências musicais, em que é que mudaram.
Interessa-me saber se os membros mudaram, mas não me interessa saber a roupa suja, interessa-me saber o que podem os novos membros adicionar à banda.. e interessa-me saber dos novos membros e não apenas do vocalista da banda.
Acho que a direcção que certas entrevistas recentes levaram é inútil. Um grande exemplo é a dos Decayed. De música não teve nada, não conheço a banda... e fiquei a não conhecer a banda. É uma pena, mas uma entrevista daquelas não fez nada para mim sobre querer ou não conhecer a banda.
O mesmo se passou com a entrevista aos Blood Revolt. Apesar de tocar em alguns pontos interessantes o entrevistador deixou-se ir na conversa da banda. Esta estava mais interessada em berrar bem alto as suas ideologias politico-sociais, fazendo uma vaga e pequenina menção à sua relação com a música. Fiquei sem saber nada sobre, por exemplo, o baterista, que eu não conhecia e me impressionou para caraças neste album.
Haverá outras que eu mudaria algo.
Quanto ao caso da paginação. Como paginador e assistente editorial. Reduzam o tamanho da imagem das bandas nas páginas. Tirem aquela pirosice das frases do estilo "Dimmu Borgir" e por baixo "mais negros que o chocolate negro", retirem os vectores cliché de metal com cenas a explodir e cenas assim. Simple is better e dá mais espaço para o texto da entrevista. Por fim, considerem usar hifenização, ninguem morre ao ler com hifenização e acaba de vez com o problema de ter uma palavra por linha, toda esticada... ou com um espaço enorme.
There. My head hurts!
É tão mais pestrável quando existem críticas construtivas. Naturalmente que existem vários factores a ter em conta e como já tinha referido anteriormente, tenho a certeza que quem trabalha a fundo na revista irá ler todas as opiniões e/ou queixas feitas aqui.
Posso no entanto divagar um pouco em certas partes do teu texto que coloquei a negrito.
As entrevistas nem sempre seguem a linha que o entrevistador quer e, no geral, penso que tudo aquilo que indicaste que queres saber, até que aparece várias vezes. Naturalmente que todas as questões ficam um pouco ao critério do entrevistador e do tempo disponível.
Nem sempre é possível falar com todos os membros de uma certa banda ou até com a pessoa particular de certa banda. Penso que seria, por exemplo, um pouco irrisório entrevistar Devin Townsend Project e pedir para falar com o baterista. É por isso, bastante natural, que a maior parte das entrevistas sejam feitas ao front-man com algumas excepções. Não quer isto dizer que seja sempre o vocalista (nos The Ocean, normalmente é o Robin, guitarrista) mas, regra geral, é esse o front-man. E claro que perante uma pergunta "Que tal se estão a dar com o novo baterista?" a resposta será normalmente mais que óbvia: "Bastante bem. Ele é muito certinho e faz tudo muito bem e até coloca algum input nas músicas". E continuas com a mesma informação que tinhas anteriormente.
Não posso falar das entrevistas em particular que mencionas mas, mais uma vez, chamo a atenção do papel do entrevistador na entrevista e do entrevistado. Nem sempre as coisas correm como tu gostarias. E se a banda/membro a cada pergunta fala de como miseravelmente vive e das suas ideias políticas, não há nada a fazer a não ser deliniar algo a partir daí. E digo isto porque a maior parte das entrevistas são feitas por telefone onde o controlo é ainda menor.
Quanto às tuas dicas finais, mais uma vez, tenho a certeza que o FMR ou o JMR irão ler o que escreveste e tirar algumas conclusões. Pessoalmente acho que involve também um pouco de gosto pessoal de como fica o layout. E aí, a última palavra é sempre deles.
Espero que a dor de cabeça esteja melhor