His Infernal Majesty

Secção para discussão sobre bandas que não se enquadrem no género Metal e associados.

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H.I.M.

Greatest Love Songs Vol. 666
15
50%
Razorblade Romance
10
33%
Deep Shadows and Brilliant Highlights
2
7%
Love Metal
0
Sem votos
Dark Light
1
3%
Venus Doom
2
7%
 
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PhiLiz
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Re: His Infernal Majesty

Mensagempor PhiLiz » quinta fev 11, 2010 6:33 am

Sou enorme apreciador da banda já há alguns anos e tenho como álbum preferido o primeiro apesar de gostar bastante da maior parte da discografia da banda. As excepções são o 'Dark Light' (que ainda assim é um álbum que aprecio em vários aspectos), o 'Deep Shadows And Brilliant Highlights' (que se salva por alguns momentos) e o último álbum...

Que já agora:
A primeira coisa de que tenho obrigatoriamente que falar é a produção. Muitos detalhes de produção parecem-me nitidamente derrubar e estragar algumas das melhores ideias do álbum. Pormenores como o de entrada na faixa inicial do álbum "In Venere Veritas" são completamente desnecessários e dão um tom "comercialóide" que estraga muita coisa. Nesta música, por exemplo, o que é feito no início e no refrão acaba por ser irritante o suficiente para afectar uma das melhores faixas do álbum.

Ainda relacionado com as opções de produção (a ênfase num aspecto ou outro também têm a ver com o produtor, claro) há que destacar o excessivo uso de sons electrónicos e sobretudo quando as guitarras também ficam para segundo plano (quando há guitarras e electrónica, a coisa não é tão má). Da mesma forma, como aconteceu no passado com o 'Deep Shadows And Brilliant Highlights', teclado a sobrepor-se às guitarras dá em... bem, em 'Screamworks...' dá em "Scared To Death".

Aliás, há demasiado teclado, é preciso dizê-lo frontalmente. Claro que ser predominante alegre e cheio de efeitos sem sentido ao invés de ser soturno e melancólico ajudam. Toda a gente que segue a banda se deverá lembrar de que os teclados em HIM são no passado memoráveis... mas era sobretudo quando soavam mais como um piano e não como plásticas incursões em terrenos Pop. Era o objectivo da banda e não funcionou pelo melhor... se calhar se ouvissem o "Too Happy To Be Alive" umas vezes podia funcionar. Mesmo quando não é um aspecto só ligado ao Pop - "In The Arms Of Rain" surge com um pendor bem Alternative - há muita, muita electrónica. O excesso não só descaracteriza a música da banda como se torna uma má ideia a partir do momento em que várias músicas têm as suas partes marcantes "sublinhadas" com os mesmos e muitas vezes só para encher... Uma música bem decente em grande parte dos momentos (com um dos melhores riffs do álbum, diga-se) é estragada com momentos quase "beatbox" perto do seu final. Falo de "Ode To Solitude" que além disso ainda padece de algumas escolhas vocais bem pirosas no final.

A previsibilidade das músicas é saturante. Será porventura o álbum de HIM em que a sensação de exploração é, em mim, mais completa após a primeira audição. Ora, isto não é lá muito bom porque tudo se esgota muito rápido. Claro que um monstro como 'Venus Doom' também não é o padrão da banda, mas a profundidade dos álbuns passados era consideravelmente maior... e mesmo quando não era assim tanto havia uma coisa que compensava: grandes músicas.

O que me leva ao próximo ponto: há falta de momentos memoráveis. O que salva o 'Deep Shadows And Brilliant Highlights' é o tremendo "Love You Like I Do", o cativante "Lose You Tonight" ou das melhores músicas intrinsecamente Pop de HIM, "Heartache Every Moment". Aqui, não há nada disto. Em virtude de ser fácil adivinhar o que se segue (e pior, como se segue), mas também porque estando tudo sempre no mesmo registo (quase sempre o mesmo tipo de riffs, variações vocais semelhantes para cada parte da música e as entradas dos teclados no começo, refrão e depois no fim), não dá para haver rasgos como antigamente. Uma música que apesar de lenta consegue ter alguma dinâmica e quebra com isto é "Acoustic Funeral (For Love In Limbo)"... que estando longe do passado brilhante de HIM neste registo, consegue sobressair precisamente porque ultrapassa a estrutura que quase todas as músicas do álbum têm e que ainda por cima não resulta. HIM, 'Venus Doom' à parte, nunca foi algo completamente fora das estruturas Rock (são poucas as excepções), mas também nunca fez um álbum com quase todas as músicas abaixo de 4m... só a "Disarm Me (With Your Loneliness)" tem uns segundos mais que isso. É bom relembrar este aspecto.

Já falei disto antes, mas repito: há sempre qualquer coisa que estraga e não deixa as músicas atingirem todo o seu potencial. O "Like St. Valentine" tem quase tudo para ser uma das melhores faixas de HIM nos últimos anos e depois tem aquele refrão meio artolas que puxa a música para níveis muito mais baixos. E como falei desta, podia falar de várias que têm boas ideias, bons riffs, o Valo a voltar a um estilo mais próximo do melhor do 'Love Metal' e depois de repente ou é um refrão demasiado meloso, efeitos electrónicos parvos ou uma simples vontade de simplificar (pois...) que deitam a coisa por terra.

O Valo tem uma performance algo inconstante. Se alguns dos momentos mais gritados remetem para o 'Love Metal' e dão uma nova perspectiva à música, alguns agudos são completamente despropositados, pois ainda por cima coincidem com os sintetizadores e enfim, o efeito não é bonito... Nada de vocais graves (o melhor trabalho de Valo é neste registo), mas a voz melódica e acolhedora continua a salvar algumas músicas da, e entristece-me dizer isto, mediocridade.
Infelizmente, também as letras são bastante simplificadas e quando não o são as metáforas por vezes caem na banalidade. É uma pena atendendo a que este aspecto é daqueles que dava como garantido que não teria grandes variações de qualidade, mas se há grandes linhas como em 'Venus Doom', também há coisas completamente básicas e sem grande interesse. Simplificação é a palavra-chave.

Baixo e bateria em destaque também é mentira... É uma pena ver um membro como o Mige subaproveitado desta forma. Lembro-me do trabalho surpreendentemente versátil do álbum passado ou aquelas belas linhas que conduziam o 'Razorblade Romance' aos seus momentos mais memoráveis e enfim... Na primeira audição dificilmente ouvi o baixo a distanciar-se da guitarra e quando o faz, é sempre muito pouco. A bateria cumpre para o álbum que decidiram fazer, mas o Gas é bem mais que um baterista de Pop/Rock banal.
Não acho que a guitarra seja tão negligenciada, nem pouco mais ou menos. No entanto, além de alguns dos riffs serem completamente arruinados pelas parvoíces mencionadas, há muitas coisas iguais no trabalho de Linde. Continuo a achar (mesmo passado três álbuns... ou se calhar até mais contando com o 'Love Metal') que a distorção característica de HIM faz muita muita falta para dar uma áurea menos Pop às músicas. Que não seja isso, seja uma distorção suja e quase Stoner como no último trabalho. Não passando totalmente ao lado do trabalho, Linde empalidece consideravelmente em relação ao que seria desejável... até para a identidade da banda.

É uma desilusão, tenho que o dizer. O segundo álbum de HIM a par com o 'DS&BH' cuja apreciação inicial é menos positiva. Neste caso penso até ser ligeiramente melhor dada a escassez de grandes momentos (se os há até é uma questão a levantar). Numa apreciação não tão comparada, é um álbum que se fica pelo decente. Talvez um pouco melhor, saindo do universo da banda (embora isso pouco interesse já que é uma abstracção impossível). A grandeza que é HIM sofre um downgrade por vários dos motivos falados e vários momentos irritantes prejudicam ainda mais o trabalho.

Quero, para terminar, destacar aqui uma faixa: "The Foreboding Sense Of Impending Happiness", a última música. Obviamente que não quero que as músicas de HIM soem todas assim... mas é uma faixa que surpreende realmente! É o rasgo de diferença. Nunca pensei que HIM fizesse uma faixa destas e mesmo não sendo o que espero da banda (e muito desiludido ficaria se a banda enveredasse por um caminho destes exclusivamente) é bom para momento experimental. O meu problema é que aqui se assume a total experimentação electrónica e não é usada apenas para dar cabo do que é bom em HIM tradicionalmente...
Provavelmente pouca gente compreenderá esta última faixa, mas acho que atingem muito mais com uma faixa directa à influência como esta do que ter um álbum onde essa influência electrónica soa vazia e sem sentido em vários momentos. O problema não é a derivação em si, mas mais o que ela representou quando conjugada com o que é o foco da banda.

Em relação ao acústico:
Não sou nada apreciador do formato acústico mas acho que aqui há a clara vantagem das características do mesmo não permitirem que pormenores de produção arruínem as músicas e isso faz crescer o trabalho instantaneamente. Há ainda uma intimidade e atmosfera que faz lembrar claramente as músicas dos primeiros álbuns no mesmo formato... diria até que nunca haviam estado tão próximos dos mesmos desde 2004 do que nalguns momentos deste 'Baudelaire In Braille'.

Não é algo do outro mundo (as minhas reservas quanto ao formato aqui são determinantes), mas o impacto das músicas é claramente mais positivo do que na sua "versão normal". Pelo menos já parece a banda que sabe fazer como ninguém músicas com um indelével toque melancólico.

Death Sailor Escreveu:Já sabia que este álbum ia ser... péssimo.

É uma bela pré-disposição para ouvir um álbum...

Death Sailor Escreveu:Deve ser um dos maiores lixos sonoros dos últimos anos, jogando na mesma liga que Tokyo Motel e semelhantes. :|

Normalmente levaria apenas com a piada cliché da comparação com a banda-alvo da moda mas sendo a segunda insistência no nome de Tokyo Hotel indago o porquê da associação. É que por muito original e criativa que seja a analogia com Tokyo Hotel... nada tem a ver com o álbum musicalmente. A não ser que se esteja a usar TH enquanto sinónimo de mau o que desde já acho comicamente inovador e brilhante...
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Re: His Infernal Majesty

Mensagempor darkiske » quinta fev 11, 2010 5:27 pm

Ó PhiLiz, concordo com muito do que dizes.

Os filhos menores dos Him serão obviamente o Dark Light e o DS&BH. (embora Love You Like I Do seja mesmo das melhores deles).

Ainda não ouvi o novo, daqui a uns tempos já o poderei criticar à vontade.

Agora fico-me a ouvir o Venus Doom.
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Re: His Infernal Majesty

Mensagempor Death Sailor » quinta fev 11, 2010 11:36 pm

Philiz, concordo com 90% do que dizes, mas amanhã falo dos restantes 10% e explico o meu post, que hoje estou com a cabeça em água.

Mas olha... When love and death embrace... mais de 4 minutos. ;)

E na minha opinião, este album esta BASTANTE inferior ao DL e ao DS&BH. E esses, principalmente o DL, já eram albuns maus.

Simplista, cheios de clichés básicos, a voz do Ville em 90% do album esta... nem sei que adjectivo arranjar...

Viste o DVD ao vivo deles? Viste o trabalho do Linde e as incursões vocais do Ville? Achas que o que se viu naquele concerto é compativel com o que ouvimos neste album? Nem por sombras! Se este album fosse o primeiro deles... uma pessoa nem dizia nada. Agora com a experiencia deles e os albuns que já deitaram cá para fora... Isto é... no gozo, só pode.

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Re: His Infernal Majesty

Mensagempor PhiLiz » sexta fev 12, 2010 1:46 am

Antes de responder, um esclarecimento histórico prévio em relação a algo com mais algum tempo e que interessará a alguns apreciadores porventura mais antigos:
Death Sailor Escreveu:Eu explico: eles no inicio da carreira (melhor dizendo nos primeiros EP's)
(...)
Daí eu preferir os EP's. São mais "sujos".
Death Sailor Escreveu:Podes comprar o EP "This is only the beginning" e ter uma ideia do que falo.

As gravações que têm o nome de 'This Is Only The Beginning' não são um EP e nunca foram lançadas enquanto tal. São na verdade duas demos cuja única informação que se sabe é que tinham o nome das duas cidades finlandesas onde foram gravadas: Lepakko e Tapanila.
Pensa-se que tenham sido gravadas entre 1993 e 1995 sendo que aponta-se para a gravação de Lepakko datar de 93 e Tapanila de 95. No entanto, outras fontes dizem que foram ambas gravadas em 1995. O que cada uma contém está compilado no bootleg referido (que repito, não é um EP ao contrário do '666 Ways To Love: Prologue' datado de 1996), cuja origem já explicarei. Antes disso a tracklist de cada gravação:
Lepakko:
01 - Borellus
02 - Serpent Ride
03 - The Heartless

Tapanila:
01 - Stigmata Diaboli
02 - Wicked Game
03 - The Phantom Gate

O alinhamento da banda na altura era bem diferente. Nestas gravações tínhamos:
Ville Hermanni Valo - Bateria, Voz
Mikko Viljami Lindström (Linde) - Baixo, Guitarra

Outro aspecto importante para ninguém ser "enganado" pelo que circula é o seguinte: estas demos surgiram por volta de 2004 na Internet juntamente com uma versão completa do "Too Happy To Be Alive", demo do álbum 'Razorblade Romance'. Erradamente, "Too Happy To Be Alive" surge ocasionalmente neste "pacote", mas como já disse é uma demo do 'Razorblade Romance' pelo que a sua inclusão não faz sentido cronologicamente e nada tem ver com as gravações "originais".

Quem pôs isto a circular foi um bootleger grego de HIM de nome MiLToS_666 que foi responsável por meter a segunda demo na Internet e igualmente por meter uma versão de melhor qualidade da primeira a circular. Também foi ele que "baptizou" as demos com o nome hoje conhecido de 'This Is Only The Beginning'. Tirando esta "invenção", na biografia oficial em finlandês de HIM chamada "Synnin Viemää" nas páginas 48-49 confirma-se que os alinhamentos das demos estão de facto lá.
No entanto, para lançar ainda mais a dúvida, o mesmo MiLToS_666 interpelou o próprio Ville Valo e o baixista Mige sobre a proveniência das demos como relatado abaixo:
I met Ville & Mige backstage in 2003 gig in Athens, Greece, I had recorded the demos on a CD-R (...) When I took the CD-R out of my pocket and gave it to Ville, he was shocked! He gave it to Mige and they asked me where on earth did I find this! Grin Then Ville turned it around and I had written on the covers the info about "Lepakko" and "Tapanila"... He said "Hey, those were not recorded there... Hmmm I can't remember... Mige?" but Mige was far too busy with fans all over the place... So, he thanked me (...)

Ainda há mais algumas referências de demos ainda mais antigas além da também conhecida demo mas nunca ouvida 'Witches And Other Night Fears' de 92 cuja única cópia está na posse de Ville Valo, mas sobre as gravações que se conhecem esta é a informação mais ou menos credível que se tem.



Passando para o resto:
Death Sailor Escreveu:Mas olha... When love and death embrace... mais de 4 minutos. ;)

O que eu disse foi simplesmente:
PhiLiz Escreveu:HIM, 'Venus Doom' à parte, nunca foi algo completamente fora das estruturas Rock (são poucas as excepções), mas também nunca fez um álbum com quase todas as músicas abaixo de 4m... só a "Disarm Me (With Your Loneliness)" tem uns segundos mais que isso. É bom relembrar este aspecto.

Não sei a totalidade do sentido em que disseste aquilo mas convém esclarecer que estava a dizer que este álbum tinha músicas demasiado curtas mesmo para aquilo que é costume nos momentos mais directos de HIM. Nunca disse que isso noutros trabalhos havia sido problema ou que era factor único para as críticas negativas que fiz ao álbum...
Também há a dizer que factualmente nem o 'Greatest Lovesongs Vol.666' tem a maioria das músicas tão curtas nem sequer o "When Love And Death Embrace" tem quatro minutos em álbum. Isso é a versão do single, sendo que a versão do álbum ultrapassa os seis minutos.
No entanto, repito: não percebi qual era o objectivo da referência pelo que o que disse poderá apenas valer por esta pequena parte factual e não enquanto eventual esclarecimento (desnecessário consoante a intenção do que citei) face ao que disse anteriormente.


Death Sailor Escreveu:E na minha opinião, este album esta BASTANTE inferior ao DL e ao DS&BH. E esses, principalmente o DL, já eram albuns maus.

Partilho da mesma opinião em relação a este álbum e dificilmente deixará de ser o que menos me diz da banda.
Gosto mais do 'Dark Light' do que do 'DS&BH' por uma questão de consistência do primeiro face ao último e não o considero mau álbum. Aliás, não meto nenhum deles num patamar tão baixo.


Death Sailor Escreveu:Viste o DVD ao vivo deles? Viste o trabalho do Linde e as incursões vocais do Ville? Achas que o que se viu naquele concerto é compativel com o que ouvimos neste album? Nem por sombras! Se este album fosse o primeiro deles... uma pessoa nem dizia nada. Agora com a experiencia deles e os albuns que já deitaram cá para fora... Isto é... no gozo, só pode.

Vi, claro. Não acho de facto que fosse expectável terem uma derivação deste género. Precisamente pela inacessibilidade e pelo menor sucesso comercial é que me parece que agora temos 'Screamworks...'.
Pela primeira vez as inferências no processo criativo foram bastante claras e isso para mim é claro (este tipo de coisas têm, na minha opinião) que ter uma prova um pouco maior do que as próprias aparências sonoras para se confirmarem) a partir do momento em que aqui aos 02:10 o Valo fala da influência do produtor no álbum. Poderia meter aqui muito mais dados que corroboram o que digo mas este parece-me, pelo tom e conteúdo, bastante paradigmático... e eu nunca defendi este tipo de acusações com nenhum álbum passado da banda.
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Re: His Infernal Majesty

Mensagempor Death Sailor » sexta fev 12, 2010 1:55 pm

PhiLiz Escreveu:
Death Sailor Escreveu:Viste o DVD ao vivo deles? Viste o trabalho do Linde e as incursões vocais do Ville? Achas que o que se viu naquele concerto é compativel com o que ouvimos neste album? Nem por sombras! Se este album fosse o primeiro deles... uma pessoa nem dizia nada. Agora com a experiencia deles e os albuns que já deitaram cá para fora... Isto é... no gozo, só pode.

Vi, claro. Não acho de facto que fosse expectável terem uma derivação deste género. Precisamente pela inacessibilidade e pelo menor sucesso comercial é que me parece que agora temos 'Screamworks...'.
Pela primeira vez as inferências no processo criativo foram bastante claras e isso para mim é claro (este tipo de coisas têm, na minha opinião) que ter uma prova um pouco maior do que as próprias aparências sonoras para se confirmarem) a partir do momento em que aqui aos 02:10 o Valo fala da influência do produtor no álbum. Poderia meter aqui muito mais dados que corroboram o que digo mas este parece-me, pelo tom e conteúdo, bastante paradigmático... e eu nunca defendi este tipo de acusações com nenhum álbum passado da banda.


Por acaso, cheguei a ler uma entrevista do Ville, fase pós-DL, em que ele refere que o DL foi o album menos "HIM" que eles já tinham gravado, exactamente pela forte influência do produtor na gravação.

Quando à influência do produtor neste album, já tinha referido isso nuns posts anteriores. Mal vi quem ele iria ser levei logo as mãos à cabeça. Com este produtor, não iria sair nada de bom. Desde que estão nesta editora que a qualidade tem vindo a decrescer e a marca "HIM" a desaparecer.

E agradeço o esclarecimento no inicio do teu post, por acaso não fazia ideia desse facto. E espero que o grego de que falas não seja quem eu penso. :lol:

Quanto à minha referência ao WLADE, foi basicamente para dizer que não considero que HIM tenha músicas curtas, muito pelo contrário. Eles sempre afirmaram que nunca iriam fazer musicas com 10 minutos, ao género Type O Negative (nem tão machistas), mas também nunca estiveram no outro extremo, com músicas de 2 minutos.

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Re: His Infernal Majesty

Mensagempor PhiLiz » sexta fev 12, 2010 6:27 pm

Death Sailor Escreveu:Por acaso, cheguei a ler uma entrevista do Ville, fase pós-DL, em que ele refere que o DL foi o album menos "HIM" que eles já tinham gravado, exactamente pela forte influência do produtor na gravação.

Também li várias coisas desse género e parece que agora há algum revisionismo por parte da banda em relação ao 'Dark Light'...
É curioso sobretudo porque na altura a banda despediu o produtor Andy Wallace pelo som estar muito "americanizado" tendo ido buscar o Tim Palmer... com quem já tinham trabalhado antes. Lembro-me bem que algo não muito diferente aconteceu com o 'Deep Shadows And Brilliant Highlights' quando a banda a partir de determinada altura deixou de tocar músicas do álbum (ainda hoje não é muito frequente fazerem-no) e a dizer que tinha sido um álbum complicado e que não gostavam muito do resultado final...

Aliás, a ideia "vendidos" com HIM surge precisamente nestes dois momentos. A mim parece-me que o 'Deep Shadows And Brilliant Highlights' foi uma banda que teve um sucesso inesperado e por sua vontade própria tentou seguir um caminho de maior acessibilidade para capitalizar ainda mais. A editora (que estava bem satisfeita devido ao que o 'RR' vendeu) não teve exactamente a ver com isso, apesar do revisionismo que também houve deste aspecto... sobretudo porque acabou por não resultar.
O 'Dark Light' foi algo do género mas acabou por resultar bastante bem (ou melhor, cumpriu mesmo as expectativas que havia) no mercado americano. Aliás, o facto de terem "podido" despedir o produtor é paradigmático de que não havia a imposição que queriam transparecer. Simplesmente e de novo por sua vontade própria tentaram algo menos "floreado" do que havia sido o 'Love Metal' e também aproveitar o lançamento nos EUA.

Acho que nenhuma destas situações está no mesmo campo de um produtor interferir tanto com o som final do álbum como a própria banda que foi o que me parece ter acontecido no último.

Death Sailor Escreveu:Desde que estão nesta editora que a qualidade tem vindo a decrescer e a marca "HIM" a desaparecer.

A "marca HIM" está a mudar desde o 'Love Metal'. Aliás, nunca mais voltará ao som mais próximo do Gothic Rock. Quanto muito haverão recuos à fase de 2003/2004. Basta ouvir os inéditos do 'And Love Said No...' para perceber que quanto muito se iria recuar até esse altura e provavelmente irão haver "transformações". A faixa-título por exemplo poderia muito bem estar no 'Dark Light'. Isto tudo na antiga editora (BMG) e não na Sire Records (ou seja, Warner).
Relembro que nesta editora lançaram o 'Venus Doom' que é tudo menos acessível, independentemente da apreciação que se possa ter do mesmo (eu gostei bastante). Sobretudo pouco acessível ao "fã típico" de HIM, nomeadamente o norte-americano. Por isso mesmo e pelas vendas terem ficado (claramente, penso eu) abaixo do 'Dark Light' é que se calhar aconteceu o que aconteceu neste trabalho.
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Re: His Infernal Majesty

Mensagempor Death Sailor » sexta fev 12, 2010 6:56 pm

PhiLiz Escreveu:
Death Sailor Escreveu:Desde que estão nesta editora que a qualidade tem vindo a decrescer e a marca "HIM" a desaparecer.

A "marca HIM" está a mudar desde o 'Love Metal'. Aliás, nunca mais voltará ao som mais próximo do Gothic Rock. Quanto muito haverão recuos à fase de 2003/2004. Basta ouvir os inéditos do 'And Love Said No...' para perceber que quanto muito se iria recuar até esse altura e provavelmente irão haver "transformações". A faixa-título por exemplo poderia muito bem estar no 'Dark Light'. Isto tudo na antiga editora (BMG) e não na Sire Records (ou seja, Warner).
Relembro que nesta editora lançaram o 'Venus Doom' que é tudo menos acessível, independentemente da apreciação que se possa ter do mesmo (eu gostei bastante). Sobretudo pouco acessível ao "fã típico" de HIM, nomeadamente o norte-americano. Por isso mesmo e pelas vendas terem ficado (claramente, penso eu) abaixo do 'Dark Light' é que se calhar aconteceu o que aconteceu neste trabalho.


Nunca considerei os primórdios de HIM como Gothic Rock. Ou melhor como "puro" gothic rock. Sempre notei um "algo mais", daí apreciar esses trabalhos e não outros de outras bandas de gothic rock. Havia uma forte ligação ao glam, tanto visualmente (a capa do RR podia muito bem ser a capa de um álbum de hair/glam metal dos 70's) como nas letras. Eles sempre afirmaram que a sua maior influencia eram os Type O Negative.

Mas pegando na tua ideia, até podemos afirmar algo: os primórdios de HIM são claramente europeus, com uma conotação "escandinavian blues", enquanto que os álbuns recentes são bastante EUA, com aproximações a trabalhos de bandas mais "rendíveis".

Basta ouvirmos a "Under the rose", "Rip out the wings of a butterfly" ou a "Killing Loneliness" do DL para nos vir à mente bandas como The Rasmus ou Tokyo Hotel. São claramente álbuns com objectivos capitais. Penso que o Venus Doom foi um "pedido de desculpas" aos fãs ou uma tentativa de serem mais "eles". Eles sempre afirmaram as suas influências, muitas delas do metal e do blues, e podemos ouvir essas influências no Venus Doom. Este álbum foi uma clara volta por cima, uma resposta à quebra de vendas. E a meu ver, ainda consegue ser mais monótono, pop, simplista, de mau gosto e outros adjectivos mais, que o DL. A "St. Valentines" é, a meu ver, uma música completamente inconcebível na discografia de HIM. Quando a ouvi fiquei durante 3 minutos em estado de choque. Depois de ouvir o álbum todo no myspace deles fiquei... nem sei. Estava à espera de mais um DL e não de algo ainda pior que isso.

Mesmo a nível de voz, não sei o que passou. No Venus Doom ouvimos um Valo mais dinâmico e versátil. Com uma voz mais ampla. Neste Screamworks, ele abusa da voz "bonita" e "polida".

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Re: His Infernal Majesty

Mensagempor PhiLiz » sexta fev 12, 2010 9:24 pm

Death Sailor Escreveu:Nunca considerei os primórdios de HIM como Gothic Rock. Ou melhor como "puro" gothic rock. Sempre notei um "algo mais", daí apreciar esses trabalhos e não outros de outras bandas de gothic rock. Havia uma forte ligação ao glam, tanto visualmente (a capa do RR podia muito bem ser a capa de um álbum de hair/glam metal dos 70's) como nas letras. Eles sempre afirmaram que a sua maior influencia eram os Type O Negative.

Não sendo o perfeito exemplo do que é o Gothic Rock (estou aqui a falar e bandas da segunda vaga do género, claro), têm bastante influência dessa sonoridade e traços da mesma. O 'RR' será o mais próximo dessa sonoridade. Claro que têm muitas outras coisas à mistura como a influência de Type O Negative (no primeiro álbum sobretudo) e de Black Sabbath (esta sim a principal influência de HIM, diga-se), entre várias outras coisas geralmente mais pesadas do que o associado ao Gothic Rock. Como disseste o Sleaze Glam (dos anos 80 e não 70) de Kiss ou Hanoi Rocks também tem impacto evidente no início e até mais tarde com o 'Love Metal', mas vejo isso na música e sinceramente a imagética é algo irrelevante para o que tenho estado a falar...

Death Sailor Escreveu:Mas pegando na tua ideia, até podemos afirmar algo: os primórdios de HIM são claramente europeus, com uma conotação "escandinavian blues", enquanto que os álbuns recentes são bastante EUA, com aproximações a trabalhos de bandas mais "rendíveis".

Não é "pegando na minha ideia" já que eu discordo em vários pontos do que disseste.
Em primeiro lugar o termo "scandinavian blues" vale tanto como o termo "love metal", ou seja, nada descreve musicalmente e é apenas uma aproximação ao eventual "espírito" por detrás do som da banda, mas não à sonoridade em si. HIM não tem nada de Blues (claro que pode ter influências indirectas mas a sonoridade é bastante longe disso), tal como tem muito pouco de Metal (e o que tem é perfeitamente descrito como Gothic Metal).
Segundo e não menos importante: acho que essa dicotomia Europa-América não faz grande sentido já que o 'Love Metal' é da "fase pré-EUA" e tem um som já consideravelmente diferente do que haviam feito antes e a meio caminho, por exemplo, do que fizeram no 'Dark Light' sobretudo a nível de produção. No passado ficam os três primeiros álbuns (sendo que o 'DS&BH' era uma aproximação ainda mais Pop/Rock ao que haviam feito antes) e acho que o 'LM' é precisamente a ponte entre uma coisa e outra e é "europeu" (uso isto para facilitar já que, como disse, não concordo com a "divisão"). Já para não falar do 'Venus Doom' que simplesmente é à parte de todos os outros e que nada tem a ver com o 'DL' ou o 'Screamworks...', bem como tem muito pouco a ver com o som inicial de HIM e foi tudo menos uma aproximação a trabalhos de bandas mais rentáveis...

Death Sailor Escreveu:Basta ouvirmos a "Under the rose", "Rip out the wings of a butterfly" ou a "Killing Loneliness" do DL para nos vir à mente bandas como The Rasmus ou Tokyo Hotel. São claramente álbuns com objectivos capitais.

É este tipo de coisas que eu sinceramente não compreendo nas críticas que se fazem à banda... e que se podem fazer perfeitamente sem entrar por caminhos do género.
Por partes: essas músicas que mencionaste são do 'Dark Light' que saiu em 2005. A insistência em Tokio Hotel torna-se clara que é mesmo só feita porque é a banda odiada do momento já que o 'Dark Light' e as músicas que referiste são bastante antes do grande sucesso comercial dessa banda que continuas a comparar com HIM. Aliás, pelo que fui ver agora, o primeiro álbum de TH foi lançado praticamente ao mesmo tempo do 'Dark Light'. O anacronismo é exemplo perfeito do rigor que as tuas comparações com TH têm...
Da mesma forma, a comparação com The Rasmus padece de problemas de objectividade analítica. Só é mencionado devido à base de fãs ser parecida e devido a ter sido uma banda com associações a HIM em concertos ou projectos em que membros colaboraram (Apocalyptica). Isto é tudo parece confundir e gerar essas comparações.
Sendo para mim tão evidente qual a base das comparações nem acho necessário andar aqui a distinguir o que até é mais óbvio que é a diferença sonora entre as bandas. Por muito "giro" que seja dizer usar TH ou Rasmus para dizer o quão mal estão os HIM isso não faz qualquer sentido se a comparação for realmente entre a música das bandas...

Death Sailor Escreveu:Penso que o Venus Doom foi um "pedido de desculpas" aos fãs ou uma tentativa de serem mais "eles". Eles sempre afirmaram as suas influências, muitas delas do metal e do blues, e podemos ouvir essas influências no Venus Doom.

Sinceramente acho essas influências de Blues não são tantas assim. Não mais do que as normais para qualquer banda Rock...
É curioso usares este tom quando o 'Venus Doom' é da suposta fase "EUA" que tanto criticas e também dizeres que era uma tentativa de "serem mais eles" como se fosse um retorno quando esse álbum é o mais afastado da "sonoridade-padrão" que eles têm... independentemente das "fases".
Realmente estavam a ser eles tal como no 'DL'. No entanto, nem sempre os HIM são o mesmo e acho que é melhor perceber isto do que andar a dizer que se venderam sempre que os álbuns não são tão bons. Desde que seja realmente o que eles querem fazer... o que não acontece neste último e ai sim, as críticas de comercialismo fazem sentido. Mas há que perceber a diferença.

Death Sailor Escreveu:A "St. Valentines" é, a meu ver, uma música completamente inconcebível na discografia de HIM. Quando a ouvi fiquei durante 3 minutos em estado de choque.

Por acaso acho que é das únicas onde a sonoridade mais característica de HIM está presente e deve ser a música mais direccionada para a guitarra contendo dos únicos riffs pesados do álbum... Para mim há coisas bem piores do que o "Like St. Valentine" (letra meio parva à parte) neste álbum. Arrisco até dizer que se fosse tudo nesta onda o álbum até seria melhor que o 'Dark Light'.

Death Sailor Escreveu:Neste Screamworks, ele abusa da voz "bonita" e "polida".

É... e com alguns pormenores dispensáveis. A produção justifica algumas coisas mas ir ao agudo pronunciado só porque sim numa data de músicas também não ajuda nada ao efeito final.
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Re: His Infernal Majesty

Mensagempor Death Sailor » sexta fev 12, 2010 11:43 pm

PhiLiz Escreveu:
Death Sailor Escreveu:Basta ouvirmos a "Under the rose", "Rip out the wings of a butterfly" ou a "Killing Loneliness" do DL para nos vir à mente bandas como The Rasmus ou Tokyo Hotel. São claramente álbuns com objectivos capitais.

É este tipo de coisas que eu sinceramente não compreendo nas críticas que se fazem à banda... e que se podem fazer perfeitamente sem entrar por caminhos do género.
Por partes: essas músicas que mencionaste são do 'Dark Light' que saiu em 2005. A insistência em Tokio Hotel torna-se clara que é mesmo só feita porque é a banda odiada do momento já que o 'Dark Light' e as músicas que referiste são bastante antes do grande sucesso comercial dessa banda que continuas a comparar com HIM. Aliás, pelo que fui ver agora, o primeiro álbum de TH foi lançado praticamente ao mesmo tempo do 'Dark Light'. O anacronismo é exemplo perfeito do rigor que as tuas comparações com TH têm...
Da mesma forma, a comparação com The Rasmus padece de problemas de objectividade analítica. Só é mencionado devido à base de fãs ser parecida e devido a ter sido uma banda com associações a HIM em concertos ou projectos em que membros colaboraram (Apocalyptica). Isto é tudo parece confundir e gerar essas comparações.
Sendo para mim tão evidente qual a base das comparações nem acho necessário andar aqui a distinguir o que até é mais óbvio que é a diferença sonora entre as bandas. Por muito "giro" que seja dizer usar TH ou Rasmus para dizer o quão mal estão os HIM isso não faz qualquer sentido se a comparação for realmente entre a música das bandas...


A minha comparação com TH refere-se mais ao novo Screamworks (que quer queiras quer não entra pela vertente quase "emo rock").

Quanto a The Rasmus... The Rasmus seguiram o mesmo percurso que TH. Começaram como uma banda de rock "com borbulhas" tipicamente adolescente (quase a roçar o punk mais comercial da nova vaga) e depois foram progressivamente entrando por caminhos mais "dark" ou "goth". No caso dos TH, entraram pela vertente mais emo da coisa. The Rasmus entraram pela vertente gotico-romântica.

E os trabalhos de The Rasmus não estão tão longe de DL quanto isso. Ouve o Dead Letters ou o seguinte (não me recordo o nome) dos The Rasmus e depois compara com o DL. A diferença é que os The Rasmus não colocam tanta "produção" e "melancolia" nos albuns, ficando pelo pop-rock. E a associação que faço não se baseia em fãs ou colaborações. Baseia-se em conhecimento da discografia de ambas as bandas.

PhiLiz Escreveu:É curioso usares este tom quando o 'Venus Doom' é da suposta fase "EUA" que tanto criticas e também dizeres que era uma tentativa de "serem mais eles" como se fosse um retorno quando esse álbum é o mais afastado da "sonoridade-padrão" que eles têm... independentemente das "fases".


Eu no "serem mais eles" referia-me não à sonoridade passada mas aos gostos musicais/influências dos mesmos. Se as vires, vês que estão todas presentes no Venus Doom.

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Re: His Infernal Majesty

Mensagempor PhiLiz » sábado fev 13, 2010 2:29 am

Death Sailor Escreveu:A minha comparação com TH refere-se mais ao novo Screamworks (que quer queiras quer não entra pela vertente quase "emo rock").

Então estás a corrigir-te dado que a primeira vez não disseste isso e nomeaste três músicas que não desse álbum. Enfim, que seja então em relação ao 'Screamworks...'.

Seria importante saber qual a consubstanciação que dás ao termo "emo" mas ainda assim vou comentar a afirmação com base nos exemplos que deste.
Que o álbum é demarcadamente Pop e tem uma predisposição para a falta de momentos mais pesados é evidente. Tem uma roupagem bastante Pop, sobretudo nos refrões bastante melosos, as guitarras com um pendor de riffs melódico e até alegres, os efeitos electrónicos a reforçar ainda mais todo um conjunto bastante acessível do ponto de vista do se faz no momento comercial actual.
Vejo sobretudo uma banda cujas melodias antes eram soturnas e algo lentas em virtude disto, a ficar mais alegre e com uma batida mais Pop/Rock. A adicionar a isso, há o uso de electrónica que dá às músicas uma vibração próxima do Pop dos anos 80.
O que não vejo são vocais gritados e "sofredores", o tipo de letras excessivamente emocionais e de pendor auto-comiserativo geralmente associado com o estilo ou os power chords a tender para o Pop-Punk como motor de todas as músicas. As características musicais do que hoje se chama Emo (e que nada tem a ver com o seu significado original), portanto. Nem vejo isso, nem argumentos a defenderem isso, tautologias à parte... e sinceramente o determinismo de "quer queiras quer não" cai algo no vazio devido à falta de explicações.

Death Sailor Escreveu:Quanto a The Rasmus... The Rasmus seguiram o mesmo percurso que TH. Começaram como uma banda de rock "com borbulhas" tipicamente adolescente (quase a roçar o punk mais comercial da nova vaga) e depois foram progressivamente entrando por caminhos mais "dark" ou "goth". No caso dos TH, entraram pela vertente mais emo da coisa. The Rasmus entraram pela vertente gotico-romântica.

Acredito mas sinceramente só falei nessas bandas (que não gosto) devido à tua referência a elas e que considero, como expliquei, despropositada enquanto comparação a HIM...

Death Sailor Escreveu:E os trabalhos de The Rasmus não estão tão longe de DL quanto isso. Ouve o Dead Letters ou o seguinte (não me recordo o nome) dos The Rasmus e depois compara com o DL. A diferença é que os The Rasmus não colocam tanta "produção" e "melancolia" nos albuns, ficando pelo pop-rock.

Conheço o que tenho de conhecer de Rasmus graças a estas insistentes e incorrectas comparações com HIM mas do que conheço acho que a associação é puramente por elementos externos à música. Pelo que vi agora o 'Dead Letters' é o álbum que tem o "In The Shadows" e como tal aquele que eu ouvi e que sinceramente nada tem a ver com o 'Dark Light'.
Pegando mesmo numa diferença que enunciaste: a produção. Os álbuns de HIM têm (tirando este último) uma orientação para clara para as guitarras e uma distorção muito característica (que mudou desde o 'Love Metal' mas que continua a ser única). Este tipo de sonoridade melódica é aquilo que dá identidade à banda e sinceramente nunca ouvi músicas tão ritmadas como as de Rasmus. A voz nada também é completamente díspar e a música de Apocalyptica em que ambos os vocalistas participaram mostra bem as diferenças no timbre de um vocalista e de outro. A outra diferença que referiste em relação a não ser tão melancólico também é vital já que se há coisa que sempre identificou HIM foi isso mesmo... e que não está obviamente presente no som ligeiro (diferente de leve, atenção) de Rasmus... já nem vou à comparação com TH que me parece ser só de mau gosto.
O 'Dark Light' é leve, sim. Mas tirando uma ou outra música é bem melancólico e nada "upbeat" como Rasmus. As músicas da segunda metade do álbum como "In The Nightside Of Eden", "The Face Of God" ou "Behind The Crimson Door" mostram bem a diferença. Já nem vou falar das letras...

No caso do 'Screamworks...' (que neste caso não falaste mas fica já referido) o problema é que os elementos electrónicos, algumas opções de produção das guitarras e a colocação da voz nos refrões estragam muitas das características base da banda. Como disse na minha descrição ao álbum, por cada "parte" de música interessante há algo que estraga. Mas esse "algo" é um exagero é deixar cair um riff pesado por um alegre, meter agudos despropositadamente ou algumas passagens de lamentável gosto como enfiar floreados esquisitos do teclado.
Ouço a banda no álbum... mas atrás de uma exagerada vontade de soar a Pop dos anos 80 e de uma produção a querer que tudo seja um single. É Pop e sofrível, mas à maneira de HIM e com o som de HIM. Na altura que saiu o 'DL' a comparação era com Green Day, agora é com TH... acho que vejo um padrão aqui.

Death Sailor Escreveu:E a associação que faço não se baseia em fãs ou colaborações. Baseia-se em conhecimento da discografia de ambas as bandas.

Dizer que ouvias em músicas do 'Dark Light' algo de TH (expliquei o anacronismo na altura) pode dar-me a entender outra coisa mas acredito em ti, claro.

Death Sailor Escreveu:Eu no "serem mais eles" referia-me não à sonoridade passada mas aos gostos musicais/influências dos mesmos. Se as vires, vês que estão todas presentes no Venus Doom.

Neste também. O Valo sempre apreciador de Depeche Mode, Duran Duran e muito Pop (com electrónica) dos anos 80 e mencionou imenso isso como influência para este trabalho. O problema é que essas influências resultaram mal... e claro, este álbum é tanto "deles" como é do Matt Squire e o falhanço é muito por culpa de o terem deixado interferir em quase tudo. Acho que o exagero em teclados deste género iria sempre sair mal mas a escolha do produtor maximiza ainda mais o problema.
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Joe
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Re: His Infernal Majesty

Mensagempor Joe » sexta abr 30, 2010 10:07 am

O Razorblade Romance leva o meu voto em relação ao primeiro por ser mais descontraído na minha opinião.
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paulo figueiredo [RIP 2011/02/27]

Re: His Infernal Majesty

Mensagempor paulo figueiredo [RIP 2011/02/27] » quinta jun 24, 2010 1:06 pm

O primeiro, sem pensar duas vezes. Tb gosto do Razorblade Romance e do Dark Light.

Miguel Linkin [RIP 2012/09/25]

Re: His Infernal Majesty

Mensagempor Miguel Linkin [RIP 2012/09/25] » terça nov 30, 2010 12:12 am

A primeira banda internacional de rock que conheci. Foi em 1999, tinha na altura 11 anos.

O meu favorito é o Razorblade Romance, mas gosto de todos os álbuns menos o Dark Light e o Screamworks que são demasiado fracos e orelhudos.
O Venus Doom é mais metal que muita coisa que anda para ai.

EduardoMarinho
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Re: His Infernal Majesty

Mensagempor EduardoMarinho » segunda mar 07, 2011 10:09 pm

"Razorblade Romance" e deixa os restantes a ver poeira...
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Jorgetime
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Re: His Infernal Majesty

Mensagempor Jorgetime » segunda mar 07, 2011 10:39 pm

Conheço meia dúzia de músicas aceitáveis e como o Dark Light tem o Wings of a Butterfly, o meu voto para esse.
O resto (80%) é cócó.

Edit: fui só eu, que quando viu o título do tópico, His Infernal Majesty, não estava à espera que fosse HIM?


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