The Ocean - "The Precambrian ("Hadean/Archaean" + "Proterozoic")"
- onewinteronly
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onewinteronly Escreveu:Em relação a este disco, comprei-o no dia do concerto na Music Box e é dos que cresce de audição para audição, exponencialmente. Apesar de gostar muito dos anteriores, isto é um salto gigantesco para eles.
Tambem concordo que é um salto gigantesco para eles sobretudo a nivel de originalidade e experimentaçao, nao é tao directo como os antecessores e exige mais audiçoes sobretudo a 2a parte do album,
Apesar de nao entrar para o Top, mas é mais um album de altissima qualidade que se fosse a dar uma nota daria 8.5

Epah o album esta muito interessante como ja disse,mas cada vez que o ouço tenho vontade de ir revistar o "O" de TransmissionO não sei porquê é destas coisas estranhas que surgem por vezes.
A medida que o fui ouvindo fui tentando lembrar-me de sons que os influenciaram mais do que os obvios.....estranho isto ou então não.
A medida que o fui ouvindo fui tentando lembrar-me de sons que os influenciaram mais do que os obvios.....estranho isto ou então não.
- Aiwass
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THE OCEAN
Precambrian
CD’07 . Metal Blade / Recital
Já antes se escreveu que Robin Staps seria o George Lucas do Metal. Transpondo a analogia do cinema para a arquitectura, diria tratar-se de Gaudi, tal é a ambição e minuciosidade da sua obra. Qual Sagrada Família, Precambrian é um trabalho cuja extravagância e dimensão se eleva a níveis em que parece poder desmoronar-se a qualquer momento, embora tal nunca aconteça. Composta pelo ep Hadean/Archaean e pelo longa duração Proterozoic, ergue-se bem alto, por vezes sob formas menos ortodoxas e adornada por pormenores riquíssimos.
Ao contrário do monumento de Barcelona, este disco aborda a evolução do planeta, separando-se nos três éons geológicos que antecedem aquele em que vivemos, separados nas suas respectivas eras e em que cada um dos seus períodos dá nome aos temas. Hadean inicia-se de rompante, em toada agressiva, como princípio do processo de formação da Terra, criando as primeiras rochas e progredindo para Archean, que é composto por quatro eras/temas.
Uma vez em Precambrian – éon que corresponde à fase em que o oxigénio se acumulou na atmosfera, se formaram os continentes e surgiram nos oceanos as primeiras formas de vida eucarionte –, “Siderian” torna-se não só ponto de partida como refúgio, dado o seu toque de lullaby a que se regressa, a espaços, ao longo deste tomo. Simultaneamente referência como sinal de desnorte num labirinto em que continuamos às voltas, numa por vezes frustrante sensação de vórtice que nos suga para o seu interior multidimensional. Expor influências – que as há, como é natural – seria exercício redundante e, para todos os efeitos, de nada adiantaria tentar esconder a floresta atrás da árvore.
Mesmo um leigo em geologia, ao qual bastará uma pesquisa não muito aprofundada, poderá reflectir as características de cada período nas da música, como se de uma banda sonora se tratasse, embora não seja somente esse o mérito deste disco. A ideia não passa apenas pelo carácter histórico-científico da evolução mas, fundamentalmente, por um cariz filosófico que se lhe está inerente: compreender o passado é conhecer o presente e conceber o futuro. Logo numa primeira audição, a passagem que retive foi a conclusão do discurso de Kevin Spacey em “Statherian” (retirado do filme The Life of David Gale), que creio sumarizar bem a mensagem transmitida: “because in the end, the only way that we can measure the significance of our own lives is by valuing the lives of others”.
A influência e utilização de passagens d’ Os Cantos de Maldoror, do Conde de Lautréamont e citações de Nietzsche e Baudelaire enfatizam essa dimensão, materializada em 90 minutos sumptuosos e apresentados num packaging extremamente atractivo, que torna, por si só, este disco num objecto apetecível. Tal como a Sagrada Família, e desenvolvendo a analogia inicial, Precambrian tem três grandes fachadas: a da Natividade (Hadean), a da Paixão (Archean) e a da Glória (Proterozoic). 5 RA
in UNDERWORLD #25 - brevemente disponível !
Precambrian
CD’07 . Metal Blade / Recital
Já antes se escreveu que Robin Staps seria o George Lucas do Metal. Transpondo a analogia do cinema para a arquitectura, diria tratar-se de Gaudi, tal é a ambição e minuciosidade da sua obra. Qual Sagrada Família, Precambrian é um trabalho cuja extravagância e dimensão se eleva a níveis em que parece poder desmoronar-se a qualquer momento, embora tal nunca aconteça. Composta pelo ep Hadean/Archaean e pelo longa duração Proterozoic, ergue-se bem alto, por vezes sob formas menos ortodoxas e adornada por pormenores riquíssimos.
Ao contrário do monumento de Barcelona, este disco aborda a evolução do planeta, separando-se nos três éons geológicos que antecedem aquele em que vivemos, separados nas suas respectivas eras e em que cada um dos seus períodos dá nome aos temas. Hadean inicia-se de rompante, em toada agressiva, como princípio do processo de formação da Terra, criando as primeiras rochas e progredindo para Archean, que é composto por quatro eras/temas.
Uma vez em Precambrian – éon que corresponde à fase em que o oxigénio se acumulou na atmosfera, se formaram os continentes e surgiram nos oceanos as primeiras formas de vida eucarionte –, “Siderian” torna-se não só ponto de partida como refúgio, dado o seu toque de lullaby a que se regressa, a espaços, ao longo deste tomo. Simultaneamente referência como sinal de desnorte num labirinto em que continuamos às voltas, numa por vezes frustrante sensação de vórtice que nos suga para o seu interior multidimensional. Expor influências – que as há, como é natural – seria exercício redundante e, para todos os efeitos, de nada adiantaria tentar esconder a floresta atrás da árvore.
Mesmo um leigo em geologia, ao qual bastará uma pesquisa não muito aprofundada, poderá reflectir as características de cada período nas da música, como se de uma banda sonora se tratasse, embora não seja somente esse o mérito deste disco. A ideia não passa apenas pelo carácter histórico-científico da evolução mas, fundamentalmente, por um cariz filosófico que se lhe está inerente: compreender o passado é conhecer o presente e conceber o futuro. Logo numa primeira audição, a passagem que retive foi a conclusão do discurso de Kevin Spacey em “Statherian” (retirado do filme The Life of David Gale), que creio sumarizar bem a mensagem transmitida: “because in the end, the only way that we can measure the significance of our own lives is by valuing the lives of others”.
A influência e utilização de passagens d’ Os Cantos de Maldoror, do Conde de Lautréamont e citações de Nietzsche e Baudelaire enfatizam essa dimensão, materializada em 90 minutos sumptuosos e apresentados num packaging extremamente atractivo, que torna, por si só, este disco num objecto apetecível. Tal como a Sagrada Família, e desenvolvendo a analogia inicial, Precambrian tem três grandes fachadas: a da Natividade (Hadean), a da Paixão (Archean) e a da Glória (Proterozoic). 5 RA
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Poderei chamar muita coisa mas sludge não será certamente uma delas.
Agora a isto, sim: http://www.youtube.com/watch?v=nCPv8ZLTNtQ&feature=related
Mas ok, não vamos começar a falar em rótulos senão nunca mais saímos daqui.
Agora a isto, sim: http://www.youtube.com/watch?v=nCPv8ZLTNtQ&feature=related
Mas ok, não vamos começar a falar em rótulos senão nunca mais saímos daqui.
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