
Até agora esta é a única obra que conheço dos japoneses Sigh e posso dizer que se o resto das obras desta banda estão ao mesmo nível que esta vale a pena experimentá-las. Nunca antes ouvi banda igual e admito que a primeira vez que ouvi isto não achei um grande interesse até que dei uma segunda e terceira chance e algo aconteceu… Não sei o que foi mas de um dia para o outro comecei a ouvir mais e mais esta banda e agora oiço este álbum quase diariamente, o que é mau, porque vou acabar por me fartar mais cedo ou mais tarde (não quero dizer que a música é cansativa, isto costuma-me acontecer com quase todas as bandas em que estou vidrado)…
Este EP é constituído por 6 faixas com 3 instrumentais. Os instrumentais, onde só são usadas as teclas, são usados como intro, interlúdio e conclusão do EP e exprimem exactamente o que o álbum significa. O que quero dizer com isto é que esta obra, proveniente do Japão, fala do ocultismo e da cultura do seu país e estas faixas instrumentais são nada mais nada menos que isso, Japão, com um estilo nipónico e, de uma certa maneira, misterioso e negro. O resto das faixas são simplesmente brilhantes, as guitarras, com riffs pesados e progressivos acompanhadas de melodias que eu nunca antes havia experienciado (talvez por não conhecer bem a cena japonesa) e solos mais melódicos que agressivos, mas que encaixam na perfeição. Para além do mais, juntam-se também teclas e um saxofone por trás dos riffs de uma forma bonita e harmoniosa (atenção que não é sempre). As guitarras acústicas aparecem também nesta obra, em grande parte na “Doman Seman”, onde até há uma solo acompanhado da guitarra eléctrica. As letras como já disse à pouco, falam da cultura e ocultismo do Japão, apesar de não conhecer muito a cultura do Japão dá para perceber que as letras falam de rituais e demónios da mitologia nipónica.
Para concluir, se tens curiosidade para ouvir do que os japoneses são capazes ou queres algo diferente do black metal mais habitual, aconselho-te a experimentares. Ou se fores fan de RPGs como o Dragon Quest, por exemplo, aconselho-te a experimentares pelo menos os instrumentais, já que, na minha opinião, a “Imiuta” podia ser usada num jogo de Dragon Quest. O único defeito que consigo encontrar nisto é que a sua duração é de 23 minutos apenas, que por um lado é bom, porque torna a obra menos cansativa, mas, pelo outro lado, deixou-me com sede para mais.
“Unholy sexuality brings me to a realm you’ll never see
Feel my wrath rise and it will set my lust free
Shingontachikawa, the ancient cult – the dark belief, I hold you high”