2016.08.25-26-27 - ENTREMURALHAS 2016 - Castelo de Leiria

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2016.08.25-26-27 - ENTREMURALHAS 2016 - Castelo de Leiria

Mensagempor Nhec » terça nov 24, 2015 5:04 pm

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ENTREMURALHAS 2016
Castelo de Leiria – Portugal

25 AGOSTO:

GRAUSAME TÖCHTER – 00h00 – palco corpo
KARIN PARK – 23h00 – palco corpo
SILENT RUNNERS – 22h00 – palco corpo

26 AGOSTO:

DIE KRUPPS – 01h30 – palco corpo
FRUSTRATION – 00h00 – palco corpo
SEX GANG CHILDREN– 22h30 – palco alma
KING DUDE – 21h00 – palco alma
DARK DOOR – 19h00 – igreja da pena
ANGELIC FOE – 18h00 – igreja da pena

27 AGOSTO:

VIVE LA FÊTE – 01h30 – palco corpo
KITE – 00h00 – palco corpo
CORPO-MENTE – 22h30 – palco alma
IANVA – 21h00 – palco alma
GEOMETRIC VISION – 19h00 – igreja da pena
HAR BELEX – 18h00 – igreja da pena

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Última edição por Nhec em sexta jul 08, 2016 2:39 pm, editado 18 vezes no total.
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Re: 2016.08.25-26-27 - ENTREMURALHAS 2016 - Castelo de Leiria

Mensagempor Nhec » terça nov 24, 2015 5:05 pm

1ª Confirmação: IANVA

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São oito os músicos que dão corpo aos italianos IANVA (pronuncia-se “ya-noo-ah”), colectivo que nos chega de Génova e que, à sétima edição do festival ENTREMURALHAS, se estreia, finalmente, em Portugal. O grupo, onde pontificam elementos oriundos de diferentes quadrantes estéticos, é detentor de um universo musical facilmente identificável, o que lhes confere personalidade e um território sonoro próprio. As suas composições, repletas de arranjos que tanto nos remetem para a música popular italiana como para as vielas pecaminosas do pigalle parisiense, toca-nos pelo apelo poético que permanentemente as percorre. E é aí que verdadeiramente nos rendemos, ao sermos embalados no exotismo latino da língua em que cantam e que exorta sentimentos da alma transalpina, como a paixão, a ousadia ou a dignidade. De resto, a apologia do passado, inspirado nalguns dos acontecimentos históricos mais relevantes do seu país, é invocado por entre influências assumidas dos pioneiros da new wave conterrânea até aos seus mestres da sétima arte como Ennio Morricone, Bruno Nicolai, Armando Trovajoli, Franco Micalizzi ou Stelvio Cipriani. Na amálgama de figuras que os inspiram a banda coloca ainda nomes como Scott Walker, Marc Almond, Fabrizio De Andrè, Piero Ciampi e Jacques Brel. Em suma, os IANVA são senhores de uma sonoridade empolgante, cinemática, às vezes épica outras vezes introspectiva, mas sempre com uma indelével capacidade de nos prender a atenção de uma forma absolutamente arrebatadora. A música ligeira tricolor encontrou nos IANVA a sua mais esplendorosa e exuberante dimensão, tornando este grupo de excepcionais músicos num dos mais fascinantes estandartes da “vecchia” península itálica.



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Re: 2016.08.25-26-27 - ENTREMURALHAS 2016 - Castelo de Leiria

Mensagempor Floresta » quinta nov 26, 2015 10:30 am

Quando é que cá vêm falar de fascismo?

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Mensagempor Nhec » segunda nov 30, 2015 4:00 pm

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A vinda dos gauleses FRUSTRATION ao ENTREMURALHAS era uma ambição que a FADE IN tinha desde a segunda edição do festival. Esse intento só não se concretizou antes porque as agendas de ambas as partes nunca conseguiram ser coincidentes. Quis o destino que fosse à sétima edição do nosso festival que os astros se alinhassem, finalmente, no mesmo firmamento. É, pois, com acrescida satisfação que vemos este quinteto francês voltar a pisar solo nacional, depois de um memorável concerto em 2008 aquando da passagem por Portugal do itinerante Drop Dead Festival. Os FRUSTRATION formaram-se em 2002 e rapidamente conseguiram impressionar os melómanos mais atentos, mercê de músicas que pareciam sublimar e fundir num só, o espírito, a toada e o âmago de grupos como os pré-Joy Division - Warsaw, os próprios Joy Division, os pré-Death In June - Crisis, ou mesmo os Killing Joke e os The Fall nas suas fases mais seminais. Ao vivo a banda destila uma energia contagiante onde se realçam um baixo pulsante, uma bateria em cadência maquinal em harmonia perfeita com um sintetizador circular, uma guitarra de riff "apunkalhado” em riste, e um vocalista carismático que parece estar sempre na iminência de explodir em ataques espasmódicos e que - e a frase é retirada do press-release do seu mais recente disco, “Uncivilized” - “canta com uma voz de alguém que foi acordado a meio da noite para ir limpar o vomitado de um cão”. De resto, esta é uma banda que esgota todos os concertos no país de origem e que já vendeu cerca de 10.000 exemplares de discos (um enorme feito nos dias de hoje!). Temas como “Blind” (quem nunca dançou o dançou? - que o digam os habituais frequentadores das Unknown Plaesure Nights em Leiria, onde é um hit absoluto!), “Your Body” (outro!), “No Trouble”, “It’s Gonna Be The Same” ou “Dying City” são músicas emblemáticas, de ignição energética instantânea, daquelas que, por muito que não queiramos, sentimos o nosso corpo a reagir de imediato. É esse o efeito dos FRUSTRATION em nós. Esse e muito mais.


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Re: 2016.08.25-26-27 - ENTREMURALHAS 2016 - Castelo de Leiria

Mensagempor Pest » segunda nov 30, 2015 5:57 pm

Frustration é bom nome...No Trouble!! :beer:
"...so I drag these rusty chains. Across these burning fields of Nothingness. Struggle through the swamps of mental darkness I seek and I wait... Wait for the day to come. The day when these chains no longer pierces my flesh and limit my soul."

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Mensagempor Nhec » quarta dez 09, 2015 11:04 am

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As ruas ribeirinhas de Amesterdão, salpicadas pelo verdete do lodo que espicha dos seus canais, são povoadas por um fecundo desejo que lateja entre a lúgubre vertigem da libertinagem desenfreada e a ditadura da razão. É pois, neste ambiente híbrido, onde sexo e opiáceos coabitam lado a lado, que surgem os SILENT RUNNERS, quinteto formado por Jan Meulendijks, Joep Gerrits, Stanley Op’t Root, Frank Smolenaers e por Dolf Smolenaers, o seu carismático e irrequieto vocalista, cujo timbre, confere identidade à banda. Mas desengane-se, porém, quem possa pensar que este é um gang de músicos adictos aos ácidos e ao deboche dos prazeres carnais, afogados numa qualquer maré de psicadelismo disfuncional. A música dos SILENT RUNNERS é até bastante lúcida e balizada. Inspira-se no quotidiano que os circunda mas é atingida por um vento insular de origem britânica que nos remete para aquela Manchester esteticamente inconformada dos anos 80 – cujo ambiente acinzentado deu origem a algumas das mais iconográficas bandas da emblemática etiqueta discográfica Factory. Teriam sido os SILENT RUNNERS, à época, recrutados para as suas distintas fileiras? Será sempre uma pergunta sem resposta, mas o que vos podemos dizer é que uma banda que mistura, de forma muito bem doseada, a pulsante cadência do pós-punk com o travo agridoce da new wave de tradição mais sombria é, certamente, uma banda que interessa à FADE IN. Os seis temas que os SILENT RUNNERS nos mostraram no seu homónimo EP de estreia – masterizado pelo canadiano Ryan Morey (Arcade Fire, Patrick Watson) – e algumas visualizações de vídeos secretos das suas (exuberantes, energéticas e contagiantes) prestações ao vivo, foram mais que suficientes para que os quiséssemos partilhar com o público que nos vai visitar no ENTREMURALHAS 2016. Mas não fomos só nós que reparámos neles. A famosa marca Converse recrutou-os recentemente para as Amsterdam Rubber Tracks. O resultado foi um novo tema gravado pelo produtor Alan O’Connell (Maxïmo Park, Duran Duran, Crystal Fighters) que será editado em breve. Se os O.Children tivessem uma costela batcave e outra dos A Certain Ratio dos tempos de “The Graveyard And The Ballroom”, o que ouviríamos não andaria, certamente, muito longe do que ouvimos hoje nos SILENT RUNNERS. E isso é bom. Muito bom!


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Re: 2016.08.25-26-27 - ENTREMURALHAS 2016 - Castelo de Leiria

Mensagempor Nhec » segunda dez 14, 2015 5:09 pm

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Bastaram dois álbuns para que os italianos GEOMETRIC VISION se tornassem numa banda de renome internacional: “Dream” de 2013 e “Virtual Analog Tears” de 2015, ambos com selo da helvética Swiss Dark Nights. Ago Giordano (voz e teclas), Gennaro Campanile (baixo) e Roberto Amato (guitarra) são o trio que dão corpo a canções de toada fria, tecidas, de forma equitativa, entre o dedilhado de guitarras herdado ao mais refinado “dream-pop” britânico da sua era seminal, e o adorno synth, ocasional, de sequências circulares. É pois, nesta dicotomia de texturas agridoces, aconchegadas por um baixo de tonalidades cinzentas e ritmos que por vezes se aventuram em cadências propícias à dança, que emerge uma voz envolta em nostalgia, que nos remete, de forma esporádica, para o universo de alguns dos temas mais nebulosos dos The Cure. Os GEOMETRIC VISION são oriundos de Nápoles, uma cidade habituada a temperaturas quentes. Não é estranho por isso que os seus músicos se refugiem na sombra das suas catacumbas. Será essa busca de arrefecimento constante que criou na cena underground da cidade uma corrente estética devotada a sonoridades de características frias? Talvez seja essa a explicação para a costela coldwave dos GEOMETRIC VISION e, já agora, dos seus vizinhos Ash Code, Hapax ou Dark Door, só para citar alguns dos nomes mais sonantes a emergir daquela urbe metropolitana do sopé do imponente Vesúvio. Certo, certo, é que temas como “Joy”, “Panic”, “Stranger”, “Solitude Of The Trees”, “Another Day Without Blue”, o motoramaniano “We Have No Time” ou o bauhausiano e contemplativo “Virtual Analog Tears” farão as delícias do habitual exército monocromático que pinta a uma só cor a plateia das idílicas ruínas da Igreja da Pena. A FADE IN sabe sempre o que faz… e porque o faz!


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Re: 2016.08.25-26-27 - ENTREMURALHAS 2016 - Castelo de Leiria

Mensagempor Nhec » segunda dez 28, 2015 12:28 am

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Mario D’aniello (voz e sintetizador) e Federica Velenia (sintetizador) são a dupla que forma os DARK DOOR, mais uma banda oriunda da fértil cena underground que fervilha na cidade de Nápoles. Na bagagem para a sua estreia ao vivo em Portugal trazem os Ep’s “53°”, “Abracadabra” e o álbum “Post Mortem”, um disco que vicia a cada audição, erigido em camadas de sonoridades frias mas atractivas, sequências minimalistas e batidas incisivas. A voz, sempre grave e enfática na expressividade, confere aquilo a que podemos chamar “imagem de marca” destes italianos. A fórmula “mágica” das canções dos DARK DOOR (que aqui e ali nos fazem evocar o universo dos seminais, e então jugoslavos, Borghesia - sobretudo nos temas que estes tinham em italiano) reside no modo equilibrado com que fundem a gélida ambiencia de reminiscências darkwave/coldwave com a omnipresente toada melódica que tanto nos remete para o lado sombrio das encruzilhadas batcave como para a luminosa e mordaz herança sexy do italodisco. O resultado desta combustão de condimentos doseados em porções q.b. manifesta-se certeira e extraordinariamente eficaz. Talvez seja por isso, por essa conjugação de elementos tão eficientes como uma qualquer prescrição química, que damos por nós a escutar temas como “Nato Morto”, “Si Sei Tu”, “Incubo Di Una Notte Di Fine Estate”, “A Scatti” ou “Odiami e Amami” de maneira repetida e quase compulsiva. Um sinal claro de atração auditiva arrebatadora e um apelo irresistível para que a FADE IN quisesse os DARK DOOR entre os eleitos para o ENTREMURALHAS 2016.


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Re: 2016.08.25-26-27 - ENTREMURALHAS 2016 - Castelo de Leiria

Mensagempor Nhec » segunda dez 28, 2015 12:29 am

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Gautier Serre e Laure Le Prunenec, a dupla que (acompanhada pelo “tenebroso” Laurent Lunoir) proporcionou um concerto absolutamente avassalador na edição do ENTREMURALHAS 2015 - à conta de Igorrr, uma exótica e explosiva mistura de breakcore, black-metal, drum’n’bass e ópera - volta ao Castelo de Leiria integrando o quinteto CORPO-MENTE. Desta vez, estes geniais performers/músicos/provocadores visitam-nos não para reincidir no agitar das entranhas de todos os que presenciaram a sua exuberante actuação no Palco Corpo, mas para nos levar (ainda) mais próximos do céu, naquela que se espera ser uma das actuações mais soberbas que o Palco Alma algumas vez acolheu. Os CORPO-MENTE são mais uma das diatribes criativas de Gautier Serre, esse génio musical e esteticamente inventivo, que não consegue confinar a sua arte aos já de si vanguardistas e mencionados Igorrr ou aos não menos singulares mas mais obcuros Öxxö Xööx. Serre (guitarra e electrónica) volta ter nos CORPO MENTE a voz da esteta e elegante Laure Le Prunenec (e se há seres de timbre sobredotado este é, indiscutivelmente, um deles!) recrutando para o seu seio mais três músicos tecnicamente muito evoluídos: Antony Miranda (baixo), Nils Chevellie (guitarra) e Vincent Beaufort (bateria). A música dos CORPO-MENTE é um híbrido de toada ora acústica ora eléctrica, por vezes de ascendência barroca, outras de assumida matriz clássica, que evolui por estruturas melódicas e rítmicas que tanto podem ser “meramente” contemplativas como descaradamente providas de uma balanço próprio do rock progressivo. Tudo, claro, devidamente acondicionado pela soberba e, aqui e ali, operática, voz de Le Prunenec - que, qual feiticeira, ora nos aconchega no mais sereno dos embalos celestiais ora nos atira ao mais abruto e agudo dos arrepios. CORPO-MENTE é isso mesmo. Uma dicotomia metafórica que alude o tangível do corpo com o intangível da mente. À semelhança, aliás, do que a FADE IN estipulou quando baptizou com as palavras ALMA e CORPO dois dos palco deste festival. E se esta é uma coincidência feliz, tudo o resto será obra de uma meticulosa sonoplastia, que, mais uma vez, tem todo o potencial para deixar marcas. E é talvez essa a maior virtude e a mais marcante das faculdades de Gautier Serre: a de deixar uma impressão digital personalizada (e sempre prodigiosa) em tudo o que toca. Imperdível!


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Re: 2016.08.25-26-27 - ENTREMURALHAS 2016 - Castelo de Leiria

Mensagempor Nhec » segunda jan 04, 2016 9:00 am

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Da costa oeste dos Estados Unidos, mais propriamente da cidade de Seattle, chega-nos KING DUDE, a denominação adoptada por Thomas Jefferson Cowgill que, depois de ter brilhado a solo na última passagem por Portugal, regressa ao nosso país para se apresentar no ENTREMURALHAS 2016 em formato banda, acompanhado pelos músicos Tosten Larson e August Johnson. KING DUDE é um dos maiores nomes de culto da actualidade e a sua reputação foi granjeada quando se propôs fazer a música mais “terrível” que conseguisse, trocando a electricidade avassaladora das suas bandas de hardcore (Book Of Black Earth, Teen Cthulhu) e black-metal (Cross) pelo dedilhar folk de guitarra à tira-colo, num “country-blues” decadente que canta a desgraça e o medo. O resultado não se fez por esperar e a crítica musical encontrou em KING DUDE uma espécie de oásis num género que necessitava urgentemente de um “murro no estômago” como abanão regenerativo. O universo místico de KING DUDE fez-se com os seus três primeiros álbuns [“Tonight’s Special Death” (2010), “Love” (2011) e “Burning Daylight”] e nas edições conjuntas com Solanaceae (projecto de Kim Larsen, líder de outra banda que já passou pelo ENTREMURALHAS: Of The Wand And The Moon), Urfaust e, claro, Chelsea Wolfe. Os anos de 2014 (com o extraordinário álbum “Fear”) e 2015 (com o imprescindível quinto álbum, “Songs Of Flesh & Blood – In The Key Of Light”) consolidaram KING DUDE num patamar de excelência. A batalha entre o céu e o inferno continua a ser a maior demanda de TJ Cowgill, mas é nas profundezas da alcova do demo que está o céu de KING DUDE. E se se resumisse a sua obra a um quadro pintado em honra de uma analogia simbólica, esse seria, certamente, o da última ceia: ao centro KING DUDE, do seu lado direito Bob Dylan, Hank Williams, Johnny Cash e Lee Hazlewood, e do seu lado esquerdo Nick Cave, Mark Lanegan, Reverend Horton Heat e Douglas P. A orgiástica sobremesa sonora que daí adviria está sintetizada na obra que Cowgill e companheiros apresentarão no Palco Alma do ENTREMURALHAS 2016. E como se diz na terminologia contemporânea de rua, “isto” é top!


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Re: 2016.08.25-26-27 - ENTREMURALHAS 2016 - Castelo de Leiria

Mensagempor invocator » segunda jan 04, 2016 10:27 am

Ui...isto sim!!!

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Mensagempor Nhec » segunda jan 11, 2016 11:52 am

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É (também) isto que admiramos nalguns dos músicos que temos seguido ao longo dos anos: o facto de não se confinarem; o facto de não se remeterem em permanência a um qualquer intervalo estético de circuito fechado; o facto de não se blindarem num só espaço de criatividade; o facto de estarem atentos e de usufruírem de outros géneros musicais para além daqueles a que habitualmente estão associados. Isso é, quanto a nós, sem dúvida, sinal de inteligência, clarividência e, claro, cultura. Os espanhóis HAR BELEX têm no seu núcleo dois bons exemplos de músicos que se recusam a ficar hermeticamente encerrados aos géneros musicais nos quais têm vindo a firmar créditos: Manix S, dos Pail, tem carreira reconhecida feita na música electrónica, e Salva Maine, dos Culture Kultür, na EBM e no synthpop. E o que os levou, afinal, a deixar (circunstancialmente) de lado a parafernália tecnológica e dedicarem-se à construção de refinadas canções de índole maioritariamente acústica, feitas de instrumentos reais? A resposta está na paixão que ambos têm pela natureza, por locais tradicionais, pela história, pela alienação religiosa e pela sociedade moderna - alguns dos predicados que, grosso modo, servem de mote à neofolk - género musical que os HAR BELEX eficaz e requintadamente praticam. “Chandelle”, o álbum que a banda editou em 2014 surpreendeu pela maturidade de composição das suas canções. O seu neofolk é rico nos arranjos e na expressão idiomática, o que confere aos HAR BELEX um universo valioso onde se notam (boas) influências de outros nomes relevantes da cena, como os Spiritual Front, Oniric ou Rome, tudo bandas que já passaram pelo ENTREMURALHAS. Os HAR BELEX serão os primeiros a pisar o palco da Igreja da Pena na edição do presente ano. O grupo apresentar-se-á em quarteto: Manix S (guitarra) e Salva Maine (voz) terão a companhia do violinista e professor de conservatório Lucas Valera e do teclista Sathorys Elenorth - ele que já actuou naquele palco com os seus Der Blaue Reiter, e também no Palco Alma, em 2011, acompanhando os suecos Arcana. Com um elenco de músicos desta estirpe o concerto dos HAR BELEX só poderá ter um adjectivo à priori: imperdível!


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Re: 2016.08.25-26-27 - ENTREMURALHAS 2016 - Castelo de Leiria

Mensagempor Nhec » terça jan 19, 2016 12:00 am

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Há muitos anos que a FADE IN andava atenta à carreira dos suecos KITE. A cada edição sua aumentava a vontade de os fazer figurar entre os eleitos do já vasto e selectivo currículo da entidade que dá corpo ao singular festival ENTREMURALHAS. Ao fim do sexto disco editado chegou, finalmente, o momento. O ENTREMURALHAS 2016 assinalará a estreia ao vivo dos KITE em Portugal. Fundados em Malmo em 2008 por Nicklas Stenemo (voz e teclas) e por Christian Berg (teclas), os KITE cedo se destacaram na cena synthpop europeia sobretudo devido à voz muito peculiar e particular do seu vocalista e também mercê de uma estética que revitalizava uma certa costela do europop dos anos 80 (olá Alphaville, olá OMD, olá Yazoo, olá Erasure...) mas onde se evidenciava sempre um “je ne sais quoi” que lhes conferia distinção. A banda nunca se confinou e nos seis EPs (todos vinis de tiragens muito limitadas) que editou até agora (os KITE recusam-se a editar álbuns) houve uma espécie de metamorfose evolutiva, embora nunca tenham perdido o seu som de marca, ou não fosse a referida voz e os arranjos spacey elementos transversais a toda a sua obra. Os KITE fazem hoje uma espécie de synthpop feiticeiro mercê de uma voz (sim, outra vez a referência à voz!) de tonalidade andrógina que paira em canções ora de ritmos retro ora de ritmos modernos, com arranjos luminosos ou nebulosos, de melodias místicas e evocativas. Muitos dos seus temas são dançáveis, mas também podemos encontrar alguns de âmago contemplativo. Por exemplo, o mais recente disco abre com o épico “Up For Life”, uma peça com quase nove minutos que nos remete para um universo onde cabem Vangelis e Kraftwerk. Os dois músicos dos KITE trazem acumuladas experiências noutras bandas. Stenemo também pertence aos Melody Club (banda de grande sucesso na cena indie escandinava e nalguns locais mais atentos por essa Europa fora - por exemplo, o tema "Electric" teve grande rodagem nos primeiros anos das Unknown Pleasure Nights - as famosas noites com curadoria da FADE IN que acontecem no Beat Club, em Leiria) e Berg pertenceu aos Strip Music e Yvonne, duas das bandas de Henric de la Cour - uma das “estrelas” do underground nórdico. De resto as colaborações destes músicos sucedem-se num circuito que inclui também os Agent Side Grinder (que brilhante concerto assinalaram no ENTREMURALHAS 2015) e outra das mais emergentes figuras da cena escandinava: Nicole Sabouné [com quem os dois elementos dos KITE - acompanhados por Thobias Eidevald, precisamente dos Agent Side Grinder - têm os Dreamweapon (cujo projecto editou um 7” com soberbas versões de “Body Electric” dos Sisters Of Mercy” e de “Winning” dos The Sound)]. Os KITE chegam a Portugal num momento em que gozam de um grande estatuto no seu país. A sua mais recente digressão teve todas as salas com lotação esgotada e os seus espectáculos foram reportados pela imprensa como intensos e visualmente muito ricos, referindo os KITE como uma das experiências ao vivo ao não perder. O Palco Corpo do ENTREMURALHAS 2016 espera-os!


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Re: 2016.08.25-26-27 - ENTREMURALHAS 2016 - Castelo de Leiria

Mensagempor Nhec » segunda jan 25, 2016 4:29 pm

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Annmarie Thim foi, durante mais de uma década, a voz principal da banda de culto sueca Arcana (que tão brilhante concerto deram na sua estreia em Portugal, aquando da sua vinda exclusiva ao ENTREMURALHAS 2011). Depois do período de hibernação iniciado pela banda após a sua vinda ao nosso país, Annmarie dedicou-se a um processo de composição e escrita que deu corpo a ANGELIC FOE, projecto musical de que é líder. Aliás o background musical de Annmarie não foi só enriquecido no seio dos Arcana. A aprendizagem desta senhora, detentora de uma voz soberba (tão celestial quanto operática) capaz de arrepiar o mais obtuso dos incautos, desenvolveu-se também, por certo, nas outras bandas a que pertence, nomeadamente nos belgas VoidWork (projecto detentor de uma sonoridade darkwave/horror ambient) e nos britânicos Seventh Harmonic (um ensemble que funde a música sinfónica com elementos etnográficos). Com dois álbuns na bagagem (“Oppressed By The Heavens”, de 2012, com selo da Prikosnovénie, e o recente “Mother Of Abominations”, de 2015, com selo da Equilibrium Music) ANGELIC FOE apresentar-se-á nas singulares e mágicas ruínas da Igreja da Pena, no centro nevrálgico do Castelo de Leiria, acompanhada pelo percussionista/baterista Mattias Borgh (Arcana) e pela teclista Jenny Göransson. A música de ANGELIC FOE tem sido descrita como um híbrido que revela uma aparente ambiguidade: por um lado é grandiosa, bombástica, épica, por outro encerra em si uma capacidade que acalma, que nos faz querer contemplar o mais ínfimo dos pormenores. E é nessa dicotomia do antagonismo que se coroa a voz de Annmarie, levando-nos em viagens fantasiosas, cinemáticas, repletas de histórias onde se narram crenças e textos religiosos de índole misteriosa. Aqui e ali somos contemplados por arranjos de características bizantinas e (ao de leve) orientais. A percussão, ora militarista ora de cadência orquestral, marca o ritmo destas composições de assombrado misticismo. O concerto de ANGELIC FOE no ENTREMURALHAS 2016 será o momento certo para exorcizar todos os fantasmas de fadas, duendes, gnomos e bruxas que durante séculos se incrustaram nas pedras das muralhas que cercam o local onde imperará tão particular ritual sonoro. Para se ouvir e ver, de olhos fechados…


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aetheria
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Re: 2016.08.25-26-27 - ENTREMURALHAS 2016 - Castelo de Leiria

Mensagempor aetheria » segunda jan 25, 2016 4:35 pm

:shock: coincidência! ainda ontem estive a ouvir Arcana, coisa que não fazia há anos!
Está a ficar bonito... se também trouxesse a Chelsea :wink:
Só é tua a loucura Onde, com lucidez, te reconheças. Torga
A partir de um determinado ponto já não há retorno. É esse ponto que se tem que alcançar. Kafka


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