Poéticas do Rock em Portugal
Perspectivas críticas de uma literatura menor
Lisboa, 6 – 7 – 8 de Abril de 2009
Apresentação
Na obra de cada letrista do rock subjaz uma poética: um modo próprio de ver a realidade, uma linguagem pessoal, uma maneira de contar as coisas. Neste sentido, a poética de um autor está feita de obsessões, mas também de silêncios. Ambas lhe permitem construir um mundo dentro do mundo.
Oscar Conde
Apesar de noutros países o pop e o rock terem começado a ter um lugar nas universidades – movimento de que o livro de Christopher Ricks, Dylan’s Visions of Sin (2004), constitui um sintoma privilegiado –, nas academias portuguesas estes géneros continuam a ser relegados de jure para o estatuto difuso da cultura de massa, quando não lhes é negada de facto a possibilidade de uma existência singular.
Tratar o texto de uma canção como literatura, assimilar a produção do pop e do rock à poesia, não é uma mera provocação sem conteúdo. Tal como sublinha Oscar Conde (2007), nas comunidades urbanas só uma minoria consome livros e é ínfima a percentagem de gente que, dentro dessa minoria, lê poesia; no entanto, a maior parte da população consome poesia todo o tempo através das canções que ouve na rádio ou na televisão, em CD’s e concertos. Mas o rock é também poesia em acto e nessa medida suscita inquirições acerca da dimensão performativa das palavras cantadas.
O colóquio, Poéticas do rock em Portugal, propõe-se, neste sentido, abrir um espaço para o estudo das principais vozes do rock em Portugal e o exame particular das suas obras. Procura propiciar a análise de traços temáticos, retóricos, estilísticos e composicionais de um autor ou de um movimento, assim como também avaliar as visões do mundo que transparecem nas suas letras, naquilo que têm de singular, isto é, naquilo que as fazem diferenciarem-se entre si, mas também naquilo que as tornam diferentes, outras – por exemplo – do rock anglo-saxónico.
É um facto que o rock é um género onde a poesia é indissociável da música – trata-se de textos para ser ouvidos. Contudo, acreditamos que esta poesia podia ser abordada independentemente da música, e neste sentido retomamos uma das tradições mais antigas da crítica literária (a do estudo da tragédia grega, um género de poesia para ser cantada, do qual só herdamos os textos).
Falar de poéticas do rock supõe, por fim, uma simplificação metodológica. Do blues ao hip-hop, do pop ao reggae, passando inclusive pela canção popular portuguesa, as fronteiras são lábeis e muitas vezes difíceis de determinar. Em vez de restringir as possibilidades da análise, portanto, com esta denominação genérica pretendemos apontar para um plano de variação sobre o que a poesia encontra – inesperadamente – a possibilidade dum outro jogo.
Tópicos de intervenção
A - Poéticas autorais:
Autores fundamentais do rock em Portugal
Precursores, influências, contaminações
O cânone e as margens do rock
B - O tratamento da língua:
Apropriação e inovação no português cantado
O inglês no rock português
Variações do português: crioulo, portunglish, etc.
C - Figuras, Temas, Géneros:
Metáforas recorrentes
Temáticas geracionais
Lírica, Narrativa, Dramaturgia, Nonsense
D - As letras contextualizadas:
Letra e música
Letra e imagem
Letra e estéticas existenciais
Performance e arte da imagem
Organização
Poéticas do Rock em Portugal / Centro de Estudos de Teatro / Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
IN http://www.fl.ul.pt/centros_invst/teatr ... s_rock.htm
Mais info:
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?s ... ews=370936
http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Cultura ... id=1125315
2009.04.06/07/08 POÉTICAS DO ROCK EM PORTUGAL Lisboa
2009.04.06/07/08 POÉTICAS DO ROCK EM PORTUGAL Lisboa
VINYL * CD * DVD...@ http://albaqubra.blogspot.com/
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