Política - Discussão ou algo do género.
Re: Política - Discussão ou algo do género.
Isso já são consequências do problema.
O que vejo são economistas (pelo menos os que têm permissão/poder para ir debitar verbo para a tv) a comentar as consequências e as causas das consequências.
Quando o problema está identificado, e assente num sistema que se não for revisto, reestrurado, reinciado, etc...vai implodir.
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Re: Política - Discussão ou algo do género.
Certo, mas como é que isso é compatível com o texto do Daniel?
E quantas reformas estruturais se vêem no horizonte?
Enquanto as intenções e interesses se mantiverem, o resto assim continuará também.
E quantas reformas estruturais se vêem no horizonte?
Enquanto as intenções e interesses se mantiverem, o resto assim continuará também.
Re: Política - Discussão ou algo do género.
spiegelman Escreveu:Os lucros do BCP criam postos de trabalho? Aumentam as exportações?
A venda da VIVO criou postos de trabalho? Ajudou as empresas portuguesas a produzir?
Obviamente que os lucros do BCP e cª criam os postos de trabalho de todos que trabalham na banca. E aumentam as exportações. Boa (toda?) parte do lucro dos bancos portugueses é obtida em actividades no estrangeiro. Isto é exportação, não de bens mas de serviços. É dinheiro a entrar.
A venda da VIVO não criou postos de trabalho. Mas a participação da PT na VIVO e agora na Oi é responsável por postos de trabalho. Tal como os bancos, a PT não fabrica peças para redes de telecomunicação, mas exporta o know-how do seu staff.
E isto é só o efeito directo. Há o efeito indirecto de contribuirem para a entrada de receita no país, ao invés de contribuirem para a sua saída.
De resto, tens toda a razão: muitas (maioria?) das PMEs que estão com dificuldades são geridas por imbecis.
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Re: Política - Discussão ou algo do género.
Raxx, tens razão, criam postos de trabalho internamente ou na área, óbvio, e até permitem aumentar os prémios dos trabalhadores e os ordenados, assim como nas telecomunicações o lucro permite investimento em inovação e tecnologia. Mas é um lucro corporativista e um pouco de pescadinha de rabo na boca. Não tem repercussão no aparelho produtivo global do país e dos seus recursos
Portugal poderia viver unicamente da produção de dividendos financeiros da banca se fosse a Suiça, mas oh, choque dos choques, não é a Suiça...
Precisa de um aparelho produtivo inovador e diversificado, achar um nicho de mercado como a agricultura especializada ou produtos tecnológicos, investir nas PME's e até flexibilizar o mercado de trabalho para essas PME. O problema é que a flexibilização do mercado de trabalho pretendido pelos grandes grupos serve apenas o interesse do lucro imediato e não do país.
Também é facto que a banca e as grandes empresas são as que mais contribuem para a colecta fiscal do estado. Por isso mesmo falta uma rede de PME competente, uma boa política de combate à fuga aos impostos e uma justiça fiscal eficaz para que essas PME também contribuam com os impostos.
O problema é que para além de imbecil o médio empresário português está viciado com a rede de interesses e pequena corrupção que se instalou em Portugal, essencialmente ao nível autárquico.
Portugal poderia viver unicamente da produção de dividendos financeiros da banca se fosse a Suiça, mas oh, choque dos choques, não é a Suiça...
Precisa de um aparelho produtivo inovador e diversificado, achar um nicho de mercado como a agricultura especializada ou produtos tecnológicos, investir nas PME's e até flexibilizar o mercado de trabalho para essas PME. O problema é que a flexibilização do mercado de trabalho pretendido pelos grandes grupos serve apenas o interesse do lucro imediato e não do país.
Também é facto que a banca e as grandes empresas são as que mais contribuem para a colecta fiscal do estado. Por isso mesmo falta uma rede de PME competente, uma boa política de combate à fuga aos impostos e uma justiça fiscal eficaz para que essas PME também contribuam com os impostos.
O problema é que para além de imbecil o médio empresário português está viciado com a rede de interesses e pequena corrupção que se instalou em Portugal, essencialmente ao nível autárquico.
Última edição por spiegelman em sexta nov 26, 2010 4:37 pm, editado 1 vez no total.
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Re: Política - Discussão ou algo do género.
Também com tanta ignorância/iliteracia económica, com tanto choramingão pelo dinheiro dos outros e com hordas de econometristas (e não economistas) que acham que podem modelar e manipular a realidade, não é de admirar.
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Re: Política - Discussão ou algo do género.
raxx7 Escreveu:De resto, tens toda a razão: muitas (maioria?) das PMEs que estão com dificuldades são geridas por imbecis.
Já as grandes empresas, ou as controladas pelo estado, são "apenas" geridas por imbecis mais bem pagos, ou gajos tidos como espertos que se aproveitam dos imbecis instalados na cadeira do poder. Em qualquer dos casos, quem se lixa verdadeiramente é o imbecil que não tem outro remédio senão viver do salário.
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Re: Política - Discussão ou algo do género.
raxx7 Escreveu:spiegelman Escreveu:Os lucros do BCP criam postos de trabalho? Aumentam as exportações?
A venda da VIVO criou postos de trabalho? Ajudou as empresas portuguesas a produzir?
Obviamente que os lucros do BCP e cª criam os postos de trabalho de todos que trabalham na banca. E aumentam as exportações. Boa (toda?) parte do lucro dos bancos portugueses é obtida em actividades no estrangeiro. Isto é exportação, não de bens mas de serviços. É dinheiro a entrar.
A venda da VIVO não criou postos de trabalho. Mas a participação da PT na VIVO e agora na Oi é responsável por postos de trabalho. Tal como os bancos, a PT não fabrica peças para redes de telecomunicação, mas exporta o know-how do seu staff.
E isto é só o efeito directo. Há o efeito indirecto de contribuirem para a entrada de receita no país, ao invés de contribuirem para a sua saída.
De resto, tens toda a razão: muitas (maioria?) das PMEs que estão com dificuldades são geridas por imbecis.
Imbecil é uma palavra muito geral e descaracterizadora. Eu usaria mais gananciosos (a puxar para o lado mau) e/ou com uma falta de visão incrível...

Re: Política - Discussão ou algo do género.
OrDoS Escreveu:Imbecil é uma palavra muito geral e descaracterizadora. Eu usaria mais gananciosos (a puxar para o lado mau) e/ou com uma falta de visão incrível...
Pá.. não é não.

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Re: Política - Discussão ou algo do género.
spiegelman Escreveu:Raxx, tens razão, criam postos de trabalho internamente ou na área, óbvio, e até permitem aumentar os prémios dos trabalhadores e os ordenados, assim como nas telecomunicações o lucro permite investimento em inovação e tecnologia. Mas é um lucro corporativista e um pouco de pescadinha de rabo na boca. Não tem repercussão no aparelho produtivo global do país e dos seus recursos
Compreendo o que queres dizer. E numa perspectiva macro-económica à escala de uma UE ou de uns EUA, concordo absolutamente contigo: os sectores primários e secundário são pilares da economia.
Mas sendo que somos um país pequeno num mundo globalizado e que tem, necessariamente, de importar N tipos de bens físicos, tudo o que vier à rede é peixe. Isto é, tudo o que representar a entrada de dinheiro no país é bom, independentemente de se é sector primário, secundário ou terciário.
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Re: Política - Discussão ou algo do género.
raxx7 Escreveu:OrDoS Escreveu:Imbecil é uma palavra muito geral e descaracterizadora. Eu usaria mais gananciosos (a puxar para o lado mau) e/ou com uma falta de visão incrível...
Pá.. não é não.
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Re: Política - Discussão ou algo do género.
Raxx, repara que a minha crítica não é aos bancos ou aos empresas de telecomunicações. Essas querem lá saber se as PME são uma nulidade. Estão a fazer o seu papel que é providenciar um serviço, cobrar por isso e fazer dinheiro. Algumas redundam no caso BPN ou têm políticas de contratação esclavagistas como é o caso da PT mas enquanto derem lucro e fizerem rodar dinheiro e impostos tudo bem. Desde que não forçem o país a pagar, tipo BPN. Isso é assunto para outro tipo de crítica que não o da produção de riqueza interna. A minha crítica é que está redigida de um modo "bias" contra o grande capital, mas não no sentido em que o quero destruir tipo PCP (embora a minha herança geográfica e genética às vezes me ponha a fantasiar sobre turbas de proletários em marcha, empunhando bandeiras vermelhas a pisotear a burguesia e os capitalistas)
Mas um país não pode estar dependente apenas de sectores financeiros ou de serviços. Infelizmente tem sido o caso em Portugal
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Re: Política - Discussão ou algo do género.
spiegelman Escreveu:Raxx, repara que a minha crítica não é aos bancos ou aos empresas de telecomunicações. Essas querem lá saber se as PME são uma nulidade. Estão a fazer o seu papel que é providenciar um serviço, cobrar por isso e fazer dinheiro. Algumas redundam no caso BPN ou têm políticas de contratação esclavagistas como é o caso da PT mas enquanto derem lucro e fizerem rodar dinheiro e impostos tudo bem. Desde que não forçem o país a pagar, tipo BPN. Isso é assunto para outro tipo de crítica que não o da produção de riqueza interna. A minha crítica é que está redigida de um modo "bias" contra o grande capital, mas não no sentido em que o quero destruir tipo PCP (embora a minha herança geográfica e genética às vezes me ponha a fantasiar sobre turbas de proletários em marcha, empunhando bandeiras vermelhas a pisotear a burguesia e os capitalistas)
Mas um país não pode estar dependente apenas de sectores financeiros ou de serviços. Infelizmente tem sido o caso em Portugal
Posso até estar enganado mas não penso que o PCP actual queira destruir o grande capital uma vez tem têm perfeita consciência dos postos de trabalho que cria e do meio económico global em que estamos inseridos, quer é regular os contratos de trabalho e vencimentos - dos funcionários aos gestores - e aplicar taxas correspondentes aos lucros gerados. Evitando a concentração de riqueza, fuga de capitais para o estrangeiro e consequentemente as desigualdades.
Exemplo da mudança de opinião do PCP: aquando da integração europeia era contra e na atualidade já não defende a saida de Portugal de uma Europa comunitária, defende sim outro tipo de "construção europeia".
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Re: Política - Discussão ou algo do género.
spiegelman Escreveu:Raxx, repara que a minha crítica não é aos bancos ou aos empresas de telecomunicações. Essas querem lá saber se as PME são uma nulidade. Estão a fazer o seu papel que é providenciar um serviço, cobrar por isso e fazer dinheiro. Algumas redundam no caso BPN ou têm políticas de contratação esclavagistas como é o caso da PT mas enquanto derem lucro e fizerem rodar dinheiro e impostos tudo bem. Desde que não forçem o país a pagar, tipo BPN. Isso é assunto para outro tipo de crítica que não o da produção de riqueza interna. A minha crítica é que está redigida de um modo "bias" contra o grande capital, mas não no sentido em que o quero destruir tipo PCP (embora a minha herança geográfica e genética às vezes me ponha a fantasiar sobre turbas de proletários em marcha, empunhando bandeiras vermelhas a pisotear a burguesia e os capitalistas)
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Criar valor e exportar produtos q.b. aqui deste cantinho para o resto do mundo é o grande dilema que nos afecta

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Re: Política - Discussão ou algo do género.
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Tá pesado no país do samba.



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Re: Política - Discussão ou algo do género.
aftermath Escreveu:Posso até estar enganado mas não penso que o PCP actual queira destruir o grande capital uma vez tem têm perfeita consciência dos postos de trabalho que cria e do meio económico global em que estamos inseridos, quer é regular os contratos de trabalho e vencimentos - dos funcionários aos gestores - e aplicar taxas correspondentes aos lucros gerados. Evitando a concentração de riqueza, fuga de capitais para o estrangeiro e consequentemente as desigualdades.
O problema é que certas medidas têm efeitos práticos inversos ao desejável.
"Regular" os salários? Queres tu dizer aumentar os salários baixos e impor limites aos salários de todo?
Problema 1: Tens N (muitas, demasiadas) empresas em Portugal cujo modelo de negócio se baseia na mão de obra barata. Se tentares aumentar administrativamente os salários mais baixos, vais vê-las a fechar.
Se bem que, de facto, reduzir o peso destas empresas seria de facto bom a longo prazo. Principalmente a construção civil.
Problema 2: se começas a impôr limites aos salários de topo vais começar a ainda mais pessoas qualificadas a ir embora. Portugal, actualmente, está a sofrer a maior vaga de emigração desde os anos 70 e agora é principalmente pessoal qualificado. Não é assim que constróis uma economia baseada na qualificação.
Aplicar taxas correspondentes aos lucros gerados?
Já temos, chama-se IRC. Tu tens uma taxa de IRC sobre o lucro que é, à partida, igual para todas as empresas: 25%.
As empresas pagam menos, pagam porque, por razão A, B ou C, alguém no Governo achou importante criar deduções fiscais para incentivar X, Y ou Z.
Podes aumentar o IRC ou podes acabar com esses benefícios. Mas isso vai diminuir a rentabilidade das empresas ou diminuir os incentivos para X, Y e Z.
E uma questão importante na rentabilidade das empresas é olhar não só para o valor do lucro mas comparar esse lucro com a receita e despesas. Em muitos casos, a margem de rentabilidade é menor do que pensas.
Diminuir a rentabilidade é um problema: quanto menos rentáveis, menos tendência têm para crescer e criar emprego.
E mais dificil é atrair o investimento estrangeiro para cá e mais incentivas a fuga de capital do país para ser investido em países onde renda mais.
Se bem que, dada a competência brilhante dos nossos políticos, quase de certeza, há benefícios fiscais que precisam de ser eliminados.
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