Política - Discussão ou algo do género.

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aftermath
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor aftermath » quinta jun 30, 2011 10:53 pm

Old_Skull Escreveu:FODA-SE! :|

Como me disseste no GDL "Foda-se, mas tu ainda te dás ao trabalho???"
Pois, parece que sim, sou uma besta!!! :lol:
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor KonigLowe » quinta jun 30, 2011 10:57 pm

OrDoS Escreveu:FMI


Ordos não diabolizes o FMI. :D

Pergunta: Alguém sabe o valor dos juros a 10 anos quando o Sócrates se demitiu? Alguém sabe no valor que está agora? Só subiu de 7.3% para mais de 11%. Para quem dizia que mal chamassemos o FMI os juros vinham por aí abaixo... senão calhar as contas estão a sair, assim só um bocadinho furadas!!

OrDoS Escreveu:
Se calhar é melhor fazer como na Grécia


Mas tens dúvidas??? A minha vontade é já ir para a rua e dizer aquele menino ditador o que penso dele e das medidas que quer implantar.
Mas livrai-nos do Malamén

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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor spiegelman » quinta jun 30, 2011 10:58 pm

O Natal é para orar a Jesus! Vão comprar pinheiros de plástico para o c*ralho, cambada de hereges! :mrgreen:

Agora, preparem-se é para ver muito comércio a fechar portas. Que se me aguento só com um salário durante 10 meses, posso muito bem aguentar-me durante 11. Quem não se vai aguentar é o pequeno e médio comércio que passa o ano inteiro a esperar pelo Natal para salvar o ano.

Not this time babies! E menos consumo é menos IVA e menos IRC. Ora bolas para as contas de execução orçamental do Passos Coelho.

Amanhã tudo a ir à missa que Jesus é me manda o país para a frente.
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor KonigLowe » quinta jun 30, 2011 11:01 pm

Audiokollaps Escreveu:É como vender os anéis para fazer face a gastos imediatos.


Eu diria antes, vender os anéis aos lobbies amigos para depois alugar os mesmo anéis só que a um preço um bocadinho mais caro.
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor OrDoS » quinta jun 30, 2011 11:03 pm

KonigLowe Escreveu:
OrDoS Escreveu:FMI


Ordos não diabolizes o FMI. :D

Pergunta: Alguém sabe o valor dos juros a 10 anos quando o Sócrates se demitiu? Alguém sabe no valor que está agora? Só subiu de 7.3% para mais de 11%. Para quem dizia que mal chamassemos o FMI os juros vinham por aí abaixo... senão calhar as contas estão a sair, assim só um bocadinho furadas!!

OrDoS Escreveu:
Se calhar é melhor fazer como na Grécia


Mas tens dúvidas??? A minha vontade é já ir para a rua e dizer aquele menino ditador o que penso dele e das medidas que quer implantar.


Diabolizar? Eu? Eu só diabolizo quem nos trouxe até esta situação.

Se tenho dúvidas? Então vai e olha, chama os Gregos que não tardam não têm onde cair mortos, pega fogo aí a uns automóveis pelo caminho e a umas casas (mas livra-te de serem tua propriedade!) e não te esqueças de exigir a minha parte do subsídio de férias, agradeço-te qualquer dia :mrgreen:
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor aftermath » quinta jun 30, 2011 11:13 pm

Spiegelman e KonigLowe, não sejam mauzinhos, atão não vêm que os rapazes estão esperançados que desta maneira é a gente entra nos eixos, mesmo que os juros cheguem a 20% essa rapaziada vai continuar a gostar de levar no lombo!!!
Quando houver desobediência civil e motins (duvido mesmo muito que chegue ao nivel grego) eles vão dizer que é inaceitável porque isso não muda nada e só desestabiliza! Como se a desobediência civil não tivesse sido fulcral em mudanças civilizacionais profundas ocorridas nas ultimas decadas.

E cito again "(...) Consolida, filho, consolida, para ver se num grande esforço nacional a gente consegue estabilizar esta desestabilização filha-da-puta."
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor JVELHAGUARDA » quinta jun 30, 2011 11:39 pm

"Estamos em superávit" Sócras 17 de Março de 2011

"Túnel do Marão, uma obra simbólica, no final de 2012 estará concluído" Sócras 19 de Fevereiro de 2011

Sócras dizia e todos os apoiantes aplaudiam e exultavam de camarote.
Anos de propaganda mentirosa e hipotecar o futuro, deu no que deu, agora paga o justo pelo pecador.
Muitos dos responsáveis desta situação, ocuparam o seu lugar na assembleia da república, responsabilidade civil e criminal, ZERO ACUSAÇÕES!!!!

António José Seguro manifestou-se "profundamente chocado" com o corte no subsidio, estranho como é que não se mostra chocado, com o défice orçamental para 2011, no dia 1 de julho de 2011 estar nos 7,7% quando tem de estar nos 5,9% no final do ano.

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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor OrDoS » quinta jun 30, 2011 11:40 pm

aftermath Escreveu:Spiegelman e KonigLowe, não sejam mauzinhos, atão não vêm que os rapazes estão esperançados que desta maneira é a gente entra nos eixos, mesmo que os juros cheguem a 20% essa rapaziada vai continuar a gostar de levar no lombo!!!
Quando houver desobediência civil e motins (duvido mesmo muito que chegue ao nivel grego) eles vão dizer que é inaceitável porque isso não muda nada e só desestabiliza! Como se a desobediência civil não tivesse sido fulcral em mudanças civilizacionais profundas ocorridas nas ultimas decadas.

E cito again "(...) Consolida, filho, consolida, para ver se num grande esforço nacional a gente consegue estabilizar esta desestabilização filha-da-puta."


Mais depressa isso acontecia se os principais clubes da Superliga descessem de divisão por dívidas ao fisco do que por nos tirarem aquelas percentagens do subsídio de Natal. E mais uma vez, desenganas-te e bem quando julgas que gosto de levar com estes cortes no lombo. Só queria era ver a Grécia afundar-se que era para termos uma visão do que nos esperaria.

Se estivéssemos a falar de uma mobilização mundial, ainda era como o outro, até se nota uma vontade de muita gente por esses países fora, mas numa altura em que praticamente a maioria das pessoas nos países mais desenvolvidos vive com um conforto mínimo para se manter vivo, vais ver se vão multidões sair à rua enquanto não lhes espremerem os calos até às últimas...

Outra coisa, as principais razões da desobediência civil por essas revoluções foram foram bem mais do que um corte num subsídio de Natal e uma taxa de 10% de desemprego. Se os Espanhóis com 20% se mexem relativamente pouco, mesmo com todo o circo que se tem passado ultimamente nas principais cidades espanholas e que não tem adiantado de grande coisa, de que é que nos vai valer se tal não acontecer no mundo todo? Eu ainda estou à espera de ver o Movimento 15 de Maio a mexer-se para tentar tomar as rédeas do país pela positiva, da mesma forma que fizeram os indignados, gostava de ver se terão tanto apoio assim do resto do povo Espanhol.

O povo Português só se revoluciona quando lhes tiram as liberdades e, tal como disse acima, não será a subida dos impostos e a percentagem do subsídio de férias que levará à revolta....
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor otnemeM » quinta jun 30, 2011 11:40 pm

KonigLowe Escreveu:Pergunta: Alguém sabe o valor dos juros a 10 anos quando o Sócrates se demitiu? Alguém sabe no valor que está agora? Só subiu de 7.3% para mais de 11%. Para quem dizia que mal chamassemos o FMI os juros vinham por aí abaixo... senão calhar as contas estão a sair, assim só um bocadinho furadas!!

Errado. A pergunta que devias fazer era "como estariam os juros se o FMI não tivesse vindo?" ou mesmo "como estariam os juros se o FMI tivesse vindo quando quem nos governava já sabia que só tínhamos dinheiro para mais meio ano?".

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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Audiokollaps » quinta jun 30, 2011 11:50 pm

Fazer a mesma vida gastando metade


por José António Saraiva


As empresas têm de ser aliviadas, porque criam emprego, e os pobres não podem ser mais sobrecarregados; tem de ser, pois, a classe média a pagar a crise.
A classe média vai ter de pagar a principal factura da crise. Não pode ser de outra maneira: as empresas têm de ser apoiadas, porque são elas que geram riqueza e criam emprego, e os mais débeis não podem ser mais sacrificados.

A esquerda está sempre a falar nas grandes fortunas, na banca, nos lucros das grandes empresas – como se aí estivesse a salvação do país. Ora, já não estamos no tempo da revolução soviética. Os patrões já não são aqueles seres ignóbeis e gordos que apareciam nas caricaturas e que só se preocupavam em encher os bolsos e enriquecer à custa do trabalho dos explorados.

Esse tempo, se chegou a existir, passou. Os empresários são quase sempre pessoas que subiram a pulso, que trabalharam no duro, que tiveram a coragem de arriscar e investir, que criam emprego, que sofrem quando se aproxima o dia de pagar aos trabalhadores e aos fornecedores.

É esta gente que cria riqueza – porque o Estado, sendo indispensável, só consome, não produz. Um país precisa de médicos, precisa de juízes, precisa de polícias, precisa de militares – e esta gente toda tem de receber. Mas donde vem o dinheiro? Dos impostos. E onde vai o Estado buscar os impostos? Às empresas e aos particulares.

Significa isto que, quanto mais lucros as empresas tiverem, mais rendimentos terá o Estado. Mas para as empresas terem lucros terão de ser aliviadas de diversos encargos. O que uma empresa paga hoje por um trabalhador, além do que este recebe, é uma enormidade. Para o leitor ter uma ideia, numa empresa como o SOL, por cada empregado que leva para casa 1.390 euros, a empresa tem de desembolsar 2.300. Ora, com este regime, quem é que quer investir e contratar gente?

Além disso, há que aliviar a burocracia e facilitar a vida aos que investem. O grande problema de muitos políticos é nunca terem trabalhado em empresas privadas e não conhecerem a lógica de funcionamento do mercado.

Mas, se as empresas não podem ser mais sobrecarregadas (para poderem crescer e ter capacidade para investir) e os pobres também não, tem de ser a classe média a pagar a crise.

Sucede que na classe média há muita gente que pode gastar metade do dinheiro que hoje gasta e fazer quase a mesma vida.

Na classe média esbanjam-se dinheiro e recursos de uma forma às vezes chocante. Nos restaurantes desperdiça-se comida. Quantas vezes não vemos as travessas voltarem para dentro com quase metade da dose que veio para a mesa? Essa comida vai para o lixo. Por que não se reduzem as doses, diminuindo um pouco os preços? Aproveitar-se-ia melhor a comida e os clientes agradeceriam.

Nos mais pequenos pormenores é possível poupar. Um dia destes, com o café, trouxeram-me um pacote de açúcar branco, outro de açúcar escuro, outro de adoçante e um pau de canela! Eu só usei parte de um dos pacotes de açúcar e tudo o resto foi para o lixo. Ora esse ‘resto’ tinha um valor. Custou dinheiro a produzir – para ir directamente para o lixo.

Ainda no campo da alimentação, mas noutra vertente, há que dizer que em muitos casos não existe motivo para consumir produtos estrangeiros, pois há produtos nacionais equivalentes. Por que se bebe água Vittel, Vichy ou Voss, e não água do Luso, do Vimeiro, das Pedras ou do Castelo? Por que se bebe cerveja Heineken ou Carlsberg em vez de Super Bock ou Sagres? Não há nenhuma razão a não ser esta: por peneiras. Para mostrar aos outros que temos gostos mais requintados e dinheiro para os pagar.

E quem fala das águas e das cervejas fala dos vinhos e dos espumantes. É possível beber um óptimo vinho português cinco vezes mais barato do que um vinho francês. E nas ocasiões festivas por que não optar por um honesto espumante Raposeira ou Cabriz em vez de champanhe Cristal ou Moët & Chandon?

E nos vícios como o tabaco (para já não falar em deixar de fumar, que seria uma enorme vantagem sob todos os aspectos) por que insistir no Marlboro ou no Chesterfield em vez do Português Suave ou do SG?

Finalmente, quando vamos ao supermercado ou à praça, há que ter em mente que sai mais barato e é mais saudável comprar legumes e fruta de origem nacional, e na respectiva época, do que produtos estrangeiros.

Estes princípios aplicam-se também ao vestuário. Se em lugar de um fato Hugo Boss ou Armani comprarmos um Dielmar ou Do Homem, ficaremos igualmente bem servidos e o preço será metade ou um terço. E a mesma regra vale para toda a roupa e para o calçado: se não capricharmos em comprar produtos de ‘marca’, é possível comprar camisas, pólos ou sapatos excelentes a um preço módico.

Neste ponto da conversa, há sempre quem recorde que ‘o barato sai caro’. Mas isso é um mito. Um dia, ainda no tempo do escudo, vi uns sapatos numa montra que me saltaram à vista, entrei na sapataria, experimentei-os, gostei e mandei embrulhar. Quando a empregada disse o preço – 80 contos – eu ia desmaiando. Mas já não tive coragem para voltar atrás. Pois bem: as principais características do calçado são o conforto, a segurança e a durabilidade. Ora esses sapatos – ingleses, marca Church’s – não eram confortáveis, não eram seguros nem se mostraram duráveis, pois resistiram bastante menos do que outros muito mais baratos. E digo que não eram seguros pois escorregavam perigosamente em superfícies muito lisas, como as calçadas de Lisboa, em que as pedras estão polidas pelo desgaste. Por pouco esses luxuosos sapatos não me causaram quedas aparatosas.

Mas há muito mais coisas em que o leitor pode poupar. Por exemplo, não fazer férias no estrangeiro, evitando ainda por cima aqueles horríveis tempos mortos nos aeroportos e o risco da perda de bagagens. Faça férias cá dentro. Haverá coisa melhor e mais cómoda do que entrar no carro em frente de casa e sair em frente da porta do hotel ou do apartamento onde vamos passar férias?

A propósito de carro, por que não escolher sempre um modelo abaixo daquele que ‘normalmente’ iríamos comprar. Em vez de um Mercedes E, um Mercedes C; em vez de um Audi 6, um Audi 4; e assim sucessivamente. E só falo de carros caros pois é onde se pode poupar mais dinheiro.

Se formos para o hotel, por que não experimentar um de três ou quatro estrelas em vez de escolher às cegas um de cinco?

E, se teimarmos em ir de avião, não custará nada viajar em turística em vez de 1.ª ou Executiva, pelo menos nos voos de duração inferior a três horas. Chega-se ao mesmo tempo e paga-se metade.

As novas tecnologias são outro excelente terreno para poupar. Se não capricharmos em ter sempre um computador, um telemóvel, um iPhone ou um iPad de última geração e nos contentarmos com uns modelos ‘ultrapassados’, também pagaremos muitíssimo menos e não ficaremos pior servidos. Também aqui é uma questão de ostentação. Quantas vezes o modelo ‘ultrapassado’ não é tão ou mais eficaz do que o último grito?

E por falar em telemóveis, quantas chamadas fazemos por dia que são perfeitamente desnecessárias? Talvez 90%. E, pensando nos computadores, não poderemos poupar imenso no material de escritório, deixando de fazer prints por tudo e por nada? Basta que, quando vamos dar uma ordem de print, pensemos se ele é mesmo necessário.

Outra norma simples é evitar ligar o ar condicionado. Até porque é prejudicial à saúde, sendo responsável por muitas gripes e outras doenças.

Quando se passa do material de escritório para o mobiliário, é bom pensar que existe um abismo entre comprar nacional ou estrangeiro. E o mesmo sucede quando se trata de equipar uma casa. É indispensável procurar materiais portugueses – azulejos, mosaicos, pavimentos, papéis de parede, torneiras, toalheiros, louças, etc. –, até porque os há de excelente qualidade. Às vezes pensamos que os estrangeiros são melhores por serem mais caros, mas é um engano: o aumento do preço tem apenas que ver com o facto de serem importados.

E já não falo nos luxos e extravagâncias – os perfumes, cremes, desodorizantes, espumas de barbear, after shaves, sais de banho, lacas, etc., etc. – que enchem as prateleiras das nossas casas de banho e que podem ser reduzidos a metade ou um terço, ou substituídos por outros menos dispendiosos.

A propósito, os detergentes e os produtos de limpeza também são uma rubrica onde se pode poupar muitíssimo, pois as diferenças de preço são enormes entre os produtos de marca e os produtos brancos, e a qualidade é semelhante.

Finalmente, é possível seguir uma regra simples: em cada cinco visitas ao cabeleireiro, ou à esteticista, ou à depilação, ou à manicura, ou à massagista, reduzir uma. Não custa nada e representa uma poupança de 20% nessas despesas.

Podia continuar, mas não vale a pena: o leitor já percebeu que pode gastar muito menos do que gasta sem ter de mudar de vida. Basta apenas um pouco de disciplina. Basta ‘racionalizar as despesas’. Eu já fiz a prova e sei do que falo.

Até lhe digo: sentir-se-á melhor. Porque, ao não desperdiçar, ao reduzir o consumo, sabe que está a contribuir, por exemplo, para não estragar mais o planeta. E para não aumentar mais a dívida do país, visto que muito do que consumimos é importado. Simultaneamente, ao preferirmos produtos portugueses, estamos a estimular a produção nacional, a criar emprego e a reduzir a dependência do país relativamente ao exterior.

Como vê, a crise pode contribuir para vivermos melhor – com menos. Não é necessariamente um problema – é uma grande oportunidade para mudarmos alguns hábitos.

Jornal SOL


FDX!

É isto e passar a poupar nas viagens de avião!

Um "jornaleiro" português no seu melhor...
Última edição por Audiokollaps em quinta jun 30, 2011 11:52 pm, editado 1 vez no total.

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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor OrDoS » quinta jun 30, 2011 11:50 pm

Ora, aqui está o vídeo em que o PPC se inspirou!




Obviamente, Ricardo Araújo Pereira no papel de PPC e o Quintela no lugar do Zé Povo. Descubram as diferenças para a realidade!

"Pumba, um tiro, mesmo nas nalgas!" :?
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor KonigLowe » quinta jun 30, 2011 11:57 pm

OrDoS Escreveu:Então vai e olha, chama os Gregos que não tardam não têm onde cair mortos, pega fogo aí a uns automóveis pelo caminho e a umas casas (mas livra-te de serem tua propriedade!) e não te esqueças de exigir a minha parte do subsídio de férias, agradeço-te qualquer dia :mrgreen:


Ainda assim acho que muitos portugueses não se importavam de estar a cair de mortos com o salário mínimo deles. A Grécia vai estourar porque eles são gente de fibra e insurgem-se contra os políticos (todos) contra o IMF que estão a deixar o país no estado em que o nosso, em breve vai ficar. Nas costas deles - com 1 ano de atraso - vamos ver as nossas.

Este caminho da Troica assinado pelo PS, PSD e CDS só vai resultar em mais desemprego, em mais crise, e de austeridade em austeridade até à saída do Euro.

Estamos em férias - tempo mais que adequado para todas as medidas e mais algumas que apertem ainda mais cinto - porque muita já está de férias - afinal o novo primeiro-ministro viaja em económica e tudo, tempo de estado de graça, mas quando as pessoas já tiverem perdido todas as esperanças, aí sim a verdadeira insurreição civil começará à semelhança dos gregos e dos espanhóis porque também eles nas nossas costas já podem ver o futuro deles.
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor OrDoS » sexta jul 01, 2011 12:11 am

Audiokollaps Escreveu:
Fazer a mesma vida gastando metade


por José António Saraiva


As empresas têm de ser aliviadas, porque criam emprego, e os pobres não podem ser mais sobrecarregados; tem de ser, pois, a classe média a pagar a crise.
A classe média vai ter de pagar a principal factura da crise. Não pode ser de outra maneira: as empresas têm de ser apoiadas, porque são elas que geram riqueza e criam emprego, e os mais débeis não podem ser mais sacrificados.

A esquerda está sempre a falar nas grandes fortunas, na banca, nos lucros das grandes empresas – como se aí estivesse a salvação do país. Ora, já não estamos no tempo da revolução soviética. Os patrões já não são aqueles seres ignóbeis e gordos que apareciam nas caricaturas e que só se preocupavam em encher os bolsos e enriquecer à custa do trabalho dos explorados.

Esse tempo, se chegou a existir, passou. Os empresários são quase sempre pessoas que subiram a pulso, que trabalharam no duro, que tiveram a coragem de arriscar e investir, que criam emprego, que sofrem quando se aproxima o dia de pagar aos trabalhadores e aos fornecedores.

É esta gente que cria riqueza – porque o Estado, sendo indispensável, só consome, não produz. Um país precisa de médicos, precisa de juízes, precisa de polícias, precisa de militares – e esta gente toda tem de receber. Mas donde vem o dinheiro? Dos impostos. E onde vai o Estado buscar os impostos? Às empresas e aos particulares.

Significa isto que, quanto mais lucros as empresas tiverem, mais rendimentos terá o Estado. Mas para as empresas terem lucros terão de ser aliviadas de diversos encargos. O que uma empresa paga hoje por um trabalhador, além do que este recebe, é uma enormidade. Para o leitor ter uma ideia, numa empresa como o SOL, por cada empregado que leva para casa 1.390 euros, a empresa tem de desembolsar 2.300. Ora, com este regime, quem é que quer investir e contratar gente?

Além disso, há que aliviar a burocracia e facilitar a vida aos que investem. O grande problema de muitos políticos é nunca terem trabalhado em empresas privadas e não conhecerem a lógica de funcionamento do mercado.

Mas, se as empresas não podem ser mais sobrecarregadas (para poderem crescer e ter capacidade para investir) e os pobres também não, tem de ser a classe média a pagar a crise.

Sucede que na classe média há muita gente que pode gastar metade do dinheiro que hoje gasta e fazer quase a mesma vida.

Na classe média esbanjam-se dinheiro e recursos de uma forma às vezes chocante. Nos restaurantes desperdiça-se comida. Quantas vezes não vemos as travessas voltarem para dentro com quase metade da dose que veio para a mesa? Essa comida vai para o lixo. Por que não se reduzem as doses, diminuindo um pouco os preços? Aproveitar-se-ia melhor a comida e os clientes agradeceriam.

Nos mais pequenos pormenores é possível poupar. Um dia destes, com o café, trouxeram-me um pacote de açúcar branco, outro de açúcar escuro, outro de adoçante e um pau de canela! Eu só usei parte de um dos pacotes de açúcar e tudo o resto foi para o lixo. Ora esse ‘resto’ tinha um valor. Custou dinheiro a produzir – para ir directamente para o lixo.

Ainda no campo da alimentação, mas noutra vertente, há que dizer que em muitos casos não existe motivo para consumir produtos estrangeiros, pois há produtos nacionais equivalentes. Por que se bebe água Vittel, Vichy ou Voss, e não água do Luso, do Vimeiro, das Pedras ou do Castelo? Por que se bebe cerveja Heineken ou Carlsberg em vez de Super Bock ou Sagres? Não há nenhuma razão a não ser esta: por peneiras. Para mostrar aos outros que temos gostos mais requintados e dinheiro para os pagar.

E quem fala das águas e das cervejas fala dos vinhos e dos espumantes. É possível beber um óptimo vinho português cinco vezes mais barato do que um vinho francês. E nas ocasiões festivas por que não optar por um honesto espumante Raposeira ou Cabriz em vez de champanhe Cristal ou Moët & Chandon?

E nos vícios como o tabaco (para já não falar em deixar de fumar, que seria uma enorme vantagem sob todos os aspectos) por que insistir no Marlboro ou no Chesterfield em vez do Português Suave ou do SG?

Finalmente, quando vamos ao supermercado ou à praça, há que ter em mente que sai mais barato e é mais saudável comprar legumes e fruta de origem nacional, e na respectiva época, do que produtos estrangeiros.

Estes princípios aplicam-se também ao vestuário. Se em lugar de um fato Hugo Boss ou Armani comprarmos um Dielmar ou Do Homem, ficaremos igualmente bem servidos e o preço será metade ou um terço. E a mesma regra vale para toda a roupa e para o calçado: se não capricharmos em comprar produtos de ‘marca’, é possível comprar camisas, pólos ou sapatos excelentes a um preço módico.

Neste ponto da conversa, há sempre quem recorde que ‘o barato sai caro’. Mas isso é um mito. Um dia, ainda no tempo do escudo, vi uns sapatos numa montra que me saltaram à vista, entrei na sapataria, experimentei-os, gostei e mandei embrulhar. Quando a empregada disse o preço – 80 contos – eu ia desmaiando. Mas já não tive coragem para voltar atrás. Pois bem: as principais características do calçado são o conforto, a segurança e a durabilidade. Ora esses sapatos – ingleses, marca Church’s – não eram confortáveis, não eram seguros nem se mostraram duráveis, pois resistiram bastante menos do que outros muito mais baratos. E digo que não eram seguros pois escorregavam perigosamente em superfícies muito lisas, como as calçadas de Lisboa, em que as pedras estão polidas pelo desgaste. Por pouco esses luxuosos sapatos não me causaram quedas aparatosas.

Mas há muito mais coisas em que o leitor pode poupar. Por exemplo, não fazer férias no estrangeiro, evitando ainda por cima aqueles horríveis tempos mortos nos aeroportos e o risco da perda de bagagens. Faça férias cá dentro. Haverá coisa melhor e mais cómoda do que entrar no carro em frente de casa e sair em frente da porta do hotel ou do apartamento onde vamos passar férias?

A propósito de carro, por que não escolher sempre um modelo abaixo daquele que ‘normalmente’ iríamos comprar. Em vez de um Mercedes E, um Mercedes C; em vez de um Audi 6, um Audi 4; e assim sucessivamente. E só falo de carros caros pois é onde se pode poupar mais dinheiro.

Se formos para o hotel, por que não experimentar um de três ou quatro estrelas em vez de escolher às cegas um de cinco?

E, se teimarmos em ir de avião, não custará nada viajar em turística em vez de 1.ª ou Executiva, pelo menos nos voos de duração inferior a três horas. Chega-se ao mesmo tempo e paga-se metade.

As novas tecnologias são outro excelente terreno para poupar. Se não capricharmos em ter sempre um computador, um telemóvel, um iPhone ou um iPad de última geração e nos contentarmos com uns modelos ‘ultrapassados’, também pagaremos muitíssimo menos e não ficaremos pior servidos. Também aqui é uma questão de ostentação. Quantas vezes o modelo ‘ultrapassado’ não é tão ou mais eficaz do que o último grito?

E por falar em telemóveis, quantas chamadas fazemos por dia que são perfeitamente desnecessárias? Talvez 90%. E, pensando nos computadores, não poderemos poupar imenso no material de escritório, deixando de fazer prints por tudo e por nada? Basta que, quando vamos dar uma ordem de print, pensemos se ele é mesmo necessário.

Outra norma simples é evitar ligar o ar condicionado. Até porque é prejudicial à saúde, sendo responsável por muitas gripes e outras doenças.

Quando se passa do material de escritório para o mobiliário, é bom pensar que existe um abismo entre comprar nacional ou estrangeiro. E o mesmo sucede quando se trata de equipar uma casa. É indispensável procurar materiais portugueses – azulejos, mosaicos, pavimentos, papéis de parede, torneiras, toalheiros, louças, etc. –, até porque os há de excelente qualidade. Às vezes pensamos que os estrangeiros são melhores por serem mais caros, mas é um engano: o aumento do preço tem apenas que ver com o facto de serem importados.

E já não falo nos luxos e extravagâncias – os perfumes, cremes, desodorizantes, espumas de barbear, after shaves, sais de banho, lacas, etc., etc. – que enchem as prateleiras das nossas casas de banho e que podem ser reduzidos a metade ou um terço, ou substituídos por outros menos dispendiosos.

A propósito, os detergentes e os produtos de limpeza também são uma rubrica onde se pode poupar muitíssimo, pois as diferenças de preço são enormes entre os produtos de marca e os produtos brancos, e a qualidade é semelhante.

Finalmente, é possível seguir uma regra simples: em cada cinco visitas ao cabeleireiro, ou à esteticista, ou à depilação, ou à manicura, ou à massagista, reduzir uma. Não custa nada e representa uma poupança de 20% nessas despesas.

Podia continuar, mas não vale a pena: o leitor já percebeu que pode gastar muito menos do que gasta sem ter de mudar de vida. Basta apenas um pouco de disciplina. Basta ‘racionalizar as despesas’. Eu já fiz a prova e sei do que falo.

Até lhe digo: sentir-se-á melhor. Porque, ao não desperdiçar, ao reduzir o consumo, sabe que está a contribuir, por exemplo, para não estragar mais o planeta. E para não aumentar mais a dívida do país, visto que muito do que consumimos é importado. Simultaneamente, ao preferirmos produtos portugueses, estamos a estimular a produção nacional, a criar emprego e a reduzir a dependência do país relativamente ao exterior.

Como vê, a crise pode contribuir para vivermos melhor – com menos. Não é necessariamente um problema – é uma grande oportunidade para mudarmos alguns hábitos.

Jornal SOL


FDX!

É isto e passar a poupar nas viagens de avião!

Um "jornaleiro" português no seu melhor...



Ele tem razão em muita coisa, há uma outra que não faz sentido, mas na maioria ele tem razão no que diz. Conheço assim uns casos, gente que troca de telemóvel todos os anos, compra iPhones e iPads e não tira ou não sabe tirar proveito deles quando há alternativas bem mais baratas para fazer o mesmo que esses fazem para praticamente todas as necessidades de muita gente, etc...
É isto e andar todos os dias a perder dinheiro (e a poluir sem necessidade) quando bombam aí a mais de 120-130 nas AE's para chegar 5-10 mins mais cedo a casa ou ao destino. Há quem diga que tempo é dinheiro, é verdade, mas hoje em dia nem sabem quanto perdem em andar depressa. Ou trocarem de carro de 4 em 4 anos quando a viatura está em bom estado, que desperdício... :roll:


KonigLowe Escreveu:
OrDoS Escreveu:Então vai e olha, chama os Gregos que não tardam não têm onde cair mortos, pega fogo aí a uns automóveis pelo caminho e a umas casas (mas livra-te de serem tua propriedade!) e não te esqueças de exigir a minha parte do subsídio de férias, agradeço-te qualquer dia :mrgreen:


Ainda assim acho que muitos portugueses não se importavam de estar a cair de mortos com o salário mínimo deles. A Grécia vai estourar porque eles são gente de fibra e insurgem-se contra os políticos (todos) contra o IMF que estão a deixar o país no estado em que o nosso, em breve vai ficar. Nas costas deles - com 1 ano de atraso - vamos ver as nossas.

Este caminho da Troica assinado pelo PS, PSD e CDS só vai resultar em mais desemprego, em mais crise, e de austeridade em austeridade até à saída do Euro.

Estamos em férias - tempo mais que adequado para todas as medidas e mais algumas que apertem ainda mais cinto - porque muita já está de férias - afinal o novo primeiro-ministro viaja em económica e tudo, tempo de estado de graça, mas quando as pessoas já tiverem perdido todas as esperanças, aí sim a verdadeira insurreição civil começará à semelhança dos gregos e dos espanhóis porque também eles nas nossas costas já podem ver o futuro deles.


Aí estou totalmente de acordo, mas como disse, ainda vai demorar muito para isso acontecer...
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Cthulhu_Dawn
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Cthulhu_Dawn » sexta jul 01, 2011 12:31 am

Eu gostava de fazer parte da classe média do Sr. Engº Saraiva...Aparentemente, não é mesmo a que eu conheço..

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KonigLowe
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor KonigLowe » sexta jul 01, 2011 12:34 am

otnemeM Escreveu:Errado. A pergunta que devias fazer era "como estariam os juros se o FMI não tivesse vindo?" ou mesmo "como estariam os juros se o FMI tivesse vindo quando quem nos governava já sabia que só tínhamos dinheiro para mais meio ano?".


Espero mesmo estar errado, e que os nossos juros não ultrapassarem os 30% como os juros dos gregos neste momento, que pediram ajuda externa à mais dum ano. Eu olho para o gráfico dos juros a 10 anos, e desde que o Sócrates se demitiu, do dia seguinte ao pedido de ajuda financeira passando pela à eleição e tomada de novo governo, e vejo uma reta em constante subida, em que em nenhum destes momentos baixou, ao contrário do que se diziam muitas vozes desde o início do ano, que mal pedíssemos ajuda os juros caíam. O tempo dirá quem tem razão, e eu espero mesmo que já amanhã as empresas de rating - esses verdadeiros oráculos da economia mundial que por grande ironia não previram o crash das bolsas em 2008 - venham já amanhã depois das medidas do novo governo virem dizer que a nossa economia é a melhor do mundo para se investir.
Mas livrai-nos do Malamén


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