Política - Discussão ou algo do género.

Dustspell
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Dustspell » sexta jul 01, 2011 6:21 pm

KonigLowe Escreveu:
Cthulhu_Dawn Escreveu:Eu gostava de fazer parte da classe média do Sr. Engº Saraiva...Aparentemente, não é mesmo a que eu conheço..


Aprende o que é a classe média baixa e miséria.




Ora pois..Eu que o diga que compro omo para lavar a roupa... :O

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raxx7
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor raxx7 » sexta jul 01, 2011 9:04 pm

KonigLowe Escreveu:Já não é só o BE, que fez campanha eleitoral a falar no renegociamento da dívida a falar nisso. Além do PCP, já há vozes de pessoas até vindas do PSD a dizer o mesmo como é o caso do Nogueira Leite.


Se bem compreendo, a tua alternativa é a renegociação da dívida, certo?

O primeiro problema é que isso não te evita a austeridade que atribuis ao IMF.
Mais que a dimensão da dívida que já acumulámos, o problema é a taxa a que a continuamos acumular e a nossa incapacidade de meter travão nisso.
Mesmo que os nossos credores nos perdoassem parte da dívida, continuariamos a precisar de equilibrar as contas para não voltar à mesma situação.

O cerne das medidas de austeridade do IMF não são medidas temporárias e passageiras. São medidas de fundo.
Algumas são coisas que são desejáveis em qualquer situação: crescimento económico, melhorar a justiça, reduzir as gorduras do Estado, torná-lo mais eficiente.
Outras não são desejáveis mas terão que ser mantidas até que as desejáveis surtam efeito: cortes no Estado social, aumento de impostos.

O segundo problema é que, na prática, só vamos conseguir renegociar a dívida quando estivermos na banca rota.
Os nossos credores são muitos e diversificados. Enquanto houver um mínimo de esperança de eles conseguirem reaver todo o dinheiro que lhes devemos, eles vão-se agarrar a ela.
Só vão aceitar renegociá-la quando virem que ou só lhes pagamos parte ou ficamos mesmo na merda e não lhes conseguimos pagar nada.
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor KonigLowe » sexta jul 01, 2011 11:53 pm

Raxx7, eu não tenho quaisquer ilusões, mesmo que hoje partíssemos do zero e os nossos credores nos dissessem "Oh pá vc's até são uns gaijos porreiros e têm uns campos de golfe bestiais, pronto não devem mais nada, mas agora vejam lá se aprendem e atinam!", aposto que daqui a 10 anos já tínhamos de novo défice. Tenho defendido aqui, e é bom de ver que quem nos enterrou são essas agências de notação financeira que defendem os interesses de lhes paga que é quem nos empresta dinheiro, e claro quanto mais subirem os juros melhor.

Mas não me tenho como ingénuo. Nós somos um país de corruptos, e vivemos numa verdadeira partidocracia em que ora PS ora PSD (com a muleta do CDS) tratam de fazer as suas negocitas com os seus amigos. E como disse o Araújo Pereira "as pessoas morrem e vão para o ceu, os nossos políticos morrem politicamente e vão para Ceo". Resta-me pensar que se lá estivesse um partido de esquerda isso não aconteceria, mas como as pessoas têm medo que o pessoal de esquerda deite abaixo as igrejas isso nunca vou ver para saber - pelo menos nas câmaras do PCP nunca se ouviu falar de casos de sacos azuis.

Mas está-nos no sangue, toda a gente rouba no trabalho se puder, toda se puder trabalha paralelamente, somos uma cambada de chicos-espertos em que a máxima nacional é o "desenrascar" e tentamos ao máximo fugir aos impostos, e como somos portugueses e elegemos políticos portugueses dificilmente algum dia haverá solução.
Mas livrai-nos do Malamén

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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor KonigLowe » sexta jul 01, 2011 11:56 pm

A propósito de se fugir aos impostos:

Segundo a notícia avançada , esta sexta-feira, pela edição electrónica do Diário de Notícias, Francisco José Viegas foi notificado da penhora no dia 24 de Junho e tem 30 dias para regularizar a situação, ou seja, para pagar os 41 863 euros que as Finanças de Cascais consideram que ele deve.
Mas livrai-nos do Malamén

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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor raxx7 » sábado jul 02, 2011 1:27 am

KonigLowe Escreveu:Raxx7, eu não tenho quaisquer ilusões, mesmo que hoje partíssemos do zero e os nossos credores nos dissessem "Oh pá vc's até são uns gaijos porreiros e têm uns campos de golfe bestiais, pronto não devem mais nada, mas agora vejam lá se aprendem e atinam!", aposto que daqui a 10 anos já tínhamos de novo défice. Tenho defendido aqui, e é bom de ver que quem nos enterrou são essas agências de notação financeira que defendem os interesses de lhes paga que é quem nos empresta dinheiro, e claro quanto mais subirem os juros melhor.


Estás errado: quem paga às agências de rating... é quem pede dinheiro emprestado.
Se fores um país ou uma empresa e precisares de um empréstimo, ou pagas às agências de rating para te valiarem ou só consegues empréstimos a juros muito altos.

O que nos leva à questão: o maior malefício que as agências de rating nos fizeram não foi baixar-nos o rating; foi não o terem baixado mais cedo, antes da crise financeira. Aí, talvez tivéssemos tido a iniciativa de reduzir o nosso endividamento atempadamente.
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor The Morning Star » sábado jul 02, 2011 5:05 pm

Ora por estes dias vi e ouvi na TV um jornalista na assembleia da republica a informar que o primeiro-ministro chegou pontualmente as 15 na sua estreia - algo inédito ainda. Isto é absolutamente extraordinário! Os 18 anteriores chegaram sempre atrasados! Realmente os exemplos vêm sempre de cima, os bons e os maus.

Nada a ver:
Dezenas de bandeiras do movimento separatista FLAMA foram colocadas por desconhecidos em vários pontos da Ilha da Madeira. Alberto João Jardim diz que é contra a independência, mas deixou recados ao Estado Português.

Independência da Madeira? Imagem
Violence - The language of the weak...

Pedro Lopes
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Pedro Lopes » domingo jul 03, 2011 11:01 am

O Banco de Portugal colocou no seu site um documento que resume as condições do Programa de Assistência Financeira da UE/FMI.

Penso que é importante a sua consulta para verificarem o contexto em que nos encontramos actualmente.

http://www.bportugal.pt/pt-PT/OBancoeoEurosistema/ProgramaApoioEconomicoFinanceiro/Paginas/Publica%C3%A7%C3%B5es.aspx
Eu fui aprovado nos testes de "stress"!!! E tu??

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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Pedro Lopes » domingo jul 03, 2011 11:33 am

KonigLowe Escreveu:
OrDoS Escreveu:FMI


Ordos não diabolizes o FMI. :D

Pergunta: Alguém sabe o valor dos juros a 10 anos quando o Sócrates se demitiu? Alguém sabe no valor que está agora? Só subiu de 7.3% para mais de 11%. Para quem dizia que mal chamassemos o FMI os juros vinham por aí abaixo... senão calhar as contas estão a sair, assim só um bocadinho furadas!!

OrDoS Escreveu:
Se calhar é melhor fazer como na Grécia


Mas tens dúvidas??? A minha vontade é já ir para a rua e dizer aquele menino ditador o que penso dele e das medidas que quer implantar.


Estás um pouco confuso!

Quando se diz quer a chamada do FMI permite uma redução das taxas as mesmas não dizem respeito ao mercado secundário da divida. Esse há-de continuar em valores muito altos durante muito tempo, pelo menos até final de 2012.

Enquanto não apresentares resultados concretos de consolidação orçamental, o mercado secundário continuará a penalizar as taxas da divida portuguesa nomeadamente se continuarem a existir factores externos de instabilidade como é o caso do problema da Grécia.

Para poderes regressar aos mercados precisas de apresentar resultados e o que tens até agora para apresentar são 3 anos de defice a rondar os 9%.

A redução das taxas que obténs com o financiamento da UE/FMI permite aliviar o custo da liquidez que Portugal precisa para sobreviver. Aliás, desde o ano passado, quando as taxas atingiram os 7% que Portugal devia ter pedido esta intervenção tal como indicou, na altura, Teixeira dos Santos.

Tinha permitido ganhar tempo para implementação de medidas efectivas e poupar muito dinheiro em juros.

Entretanto, este defice do 1º trimestre de 7,7%, beneficia de uma situação conjuntural habitual no inicio de cada ano. O 2º trimestre, ou muito me engano, ou vai ser superior a este valor.

Basta pensarem na muita despesa que os xuxas empurraram para a frente numa lógica irresponsável e aldrabona de controlo das contas públicas e no facto de ser no 2º trimestre que se procedem aos reembolsos de IRS.

Portanto, para se atingir os 5,9% no final deste ano terás sempre de proceder a medidas extraordinárias.

Este corte do subsidio de Natal já tinha sido indicado por mim no ano passado mas não houve coragem para o implementar.

É uma medida que naturalmente muitos consideram injusta mas que só surpreende quem tem andado distraído.

Por aqui estão a ser dados dois sinais claros:

Um sinal para o exterior de que este governo não vai hesitar em cumprir com as obrigações do país e um sinal para dentro de que o rigor e a credibilidade são fundamentais para ultrapassarmos as dificuldades.

Este governo quer que se perceba claramente que nos vamos deixar de sonhos e conversas da treta.

Daí a importância de pequenos gestos como a questão das viagens em económica.

Não importa o dinheiro que se poupa, importa o gesto e a postura perante o país pois, se quando se exigem sacrificios, há determinados pormenores onde o exemplo é fundamental.
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Pedro Lopes
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Pedro Lopes » domingo jul 03, 2011 11:44 am

KonigLowe Escreveu:Resta-me pensar que se lá estivesse um partido de esquerda isso não aconteceria, mas como as pessoas têm medo que o pessoal de esquerda deite abaixo as igrejas isso nunca vou ver para saber - pelo menos nas câmaras do PCP nunca se ouviu falar de casos de sacos azuis.


Estás tão enganado meu rapaz! Mas tão enganado...

Quando toca a dinheiro, o pessoal não se lembra se deve estender a mão esquerda ou a mão direita.

Aliás, o estilo é mais o estilo egipcio. Um mão para a frente e outra atrás das costas.
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Pedro Lopes » domingo jul 03, 2011 11:45 am

raxx7 Escreveu:
KonigLowe Escreveu:Raxx7, eu não tenho quaisquer ilusões, mesmo que hoje partíssemos do zero e os nossos credores nos dissessem "Oh pá vc's até são uns gaijos porreiros e têm uns campos de golfe bestiais, pronto não devem mais nada, mas agora vejam lá se aprendem e atinam!", aposto que daqui a 10 anos já tínhamos de novo défice. Tenho defendido aqui, e é bom de ver que quem nos enterrou são essas agências de notação financeira que defendem os interesses de lhes paga que é quem nos empresta dinheiro, e claro quanto mais subirem os juros melhor.


Estás errado: quem paga às agências de rating... é quem pede dinheiro emprestado.
Se fores um país ou uma empresa e precisares de um empréstimo, ou pagas às agências de rating para te valiarem ou só consegues empréstimos a juros muito altos.

O que nos leva à questão: o maior malefício que as agências de rating nos fizeram não foi baixar-nos o rating; foi não o terem baixado mais cedo, antes da crise financeira. Aí, talvez tivéssemos tido a iniciativa de reduzir o nosso endividamento atempadamente.



Além de que, Portugal, também faz parte integrante (e com as quotas em dia) do FMI.
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Pedro Lopes » domingo jul 03, 2011 11:54 am

spiegelman Escreveu:A minha pergunta é, que não percebo nada de finanças...

Cortar no subsídio de Natal não implica uma inflexão negativa no consumo?

Parte dos impostos não se baseiam em impostos de consumo como o IVA?

Uma inflexão negativa do consumo não implica uma inflexão negativa na entrada de impostos de consumo?

E a pergunta a seguir: Qual é a entrada de IVA extra nos 3 meses do Natal?

A que corresponderá em termos de IVA o corte no consumo e quanto menos de IVA irá entrar devido a esta inflexão no consumo?

Só para dar um exemplo do volume de consumo na semana mais forte que é a do Natal, foi assim no ano passado:

Os portugueses efetuaram oito milhões de levantamentos no valor de €578 milhões nas caixas automáticas da rede Multibanco, entre os dias 20 e 26 de dezembro, informou hoje a SIBS. No mesmo período foram efetuados, nos terminais de pagamento automático, 17 milhões de compras no valor de €782 milhões.

O que dá um total de 1.360 milhões de euros de consumo, ao qual foi aplicada, se não na sua totalidade, a uma boa parte, uma certa taxa de IVA. E Isto numa só semana, a terceira. O Subsídio de Natal normalmente é gasto na primeira semana do Dezembro.

Será que o suposto encaixe de 800 milhões tem em conta a perda de receitas do IVA? Será qe o aumento do IVA prevê compensar esta perda de receitas? Mas com o IVA a aumentar isso também não vai causar uma ainda maior diminuição do consumo?

OU sou eu que não percebo nada disto e esta é uma questão estúpida?


Sem dúvida que esta medida vem acentuar o cenário de recessão em que nos encontramos, mas, a questão é a seguinte:

É fundamental que o país elimine as incertezas e possibilite aos portugueses e aos investidores nacionais e internacionais saberem com que podem contar.

A tomada de medidas como esta, na minha opinião, teria de ser comunicada de imediato por forma a que as pessoas já saibam com o que podem contar.

Da mesma forma, é fundamental que nas próximas semanas se defina onde se vão cortar os 1.000 milhoes de euros de despesa necessários para compensar o buraco orçamental que temos neste momento.

Governar um país com o dedo no ar para ver de que lado vem o vento não é o que necessitamos neste momento.

Precisamos claramente de saber gerir as nossas expectativas.

Não preciso de ter um governo que me diga que estamos em superavit orçamental quando o buraco é astronómico.
Última edição por Pedro Lopes em domingo jul 03, 2011 12:02 pm, editado 1 vez no total.
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Pedro Lopes » domingo jul 03, 2011 12:00 pm

KonigLowe Escreveu:Mas está-nos no sangue, toda a gente rouba no trabalho se puder, toda se puder trabalha paralelamente, somos uma cambada de chicos-espertos em que a máxima nacional é o "desenrascar" e tentamos ao máximo fugir aos impostos, e como somos portugueses e elegemos políticos portugueses dificilmente algum dia haverá solução.


Esta é uma verdade! E acrescento mais: se o pessoal puder viver sem trabalhar, melhor ainda.

Por isso, é que, qualquer solução, tem (teve) de ser imposta por fora. No fundo, o que a Troika pretende implementar, toda a gente sabe que é necessário. Tornava-se era necessário ter alguém externo em quem colocar as responsabilidades.

No entanto, para além desta questão cultural que nos assola desde os tempos dos descobrimentos (pelo menos) coincide ainda com um período de clara fragmentação europeia. Se não caminharmos para o federalismo com eventual perda de soberania por parte de alguns países, dificilmente, nos safamos de tempos muito mais dificeis do que estes em que vivemos.
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Pedro Lopes » domingo jul 03, 2011 12:06 pm

KonigLowe Escreveu:Ao menos hoje, dia de PEC5 2.145.780 pessoas que votaram neste primeiro-ministro estou super satisfeitas com os ventos de mudança e o fim da austeridade. :lol:


Se há coisa que este governo não disse foi que iria terminar a austeridade. Bem pelo contrário. Foi o partido que apresentou o programa mais realista e mais de encontro com as exigências da Troika sendo que Passos Coelho já há muito tempo que se refere à eventual necessidade de medidas adicionais.

Além disso, foi precisamente essa maior realidade do seu programa que o levou a não ganhar a maioria absoluta.

O curioso é que não vejo a esquerda com propostas para ultrapassar esta questão.

Só vejo criticas sobre as medidas que estão a ser implementadas.
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Pedro Lopes » domingo jul 03, 2011 12:10 pm

Audiokollaps Escreveu:Bem feito, a culpa é de quem votou nestes gajos, só temos o que merecemos.

A nova Grécia é já ao virar da esquina... excepto a contestação, porque isso dá muito trabalho.

Arruinar a classe média, cortar nos ordenados, subsídios, pensões, aumentar impostos só irá destruir a economia.

Sem poder de compra não há economia, não há crescimento, não há mais receitas... só há recessão, miséria e Portugal nunca sairá do buraco em que está.



E como aumentas ordenados, subsidios ou pensões quando não tens dinheiro?

A Grécia é um excelente exemplo: reformas aos 55 anos? sectores publicos com 16 meses de ordenado por ano? queriam o quê, milagres?
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Pedro Lopes » domingo jul 03, 2011 12:30 pm

Audiokollaps Escreveu:Expliquem-me lá uma coisa:

Privatizar empresas que dão prejuízo, quer pelas condições de mercado ou pela má gestão, eu compreendo.

Agora, expliquem-me qual a vantagem de privatizar empresas que dão lucro e que acabam por ser fonte de receita para o estado?

O dinheiro que vamos receber são um paliativo e quando acabar, onde vamos buscar receitas?


É como vender os anéis para fazer face a gastos imediatos.



Portanto o ideal é privatizar o que dá prejuízo e nacionalizar o que dá lucro?

Já pensaste que o sector privado, provavelmente, só tem interesse em comprar empresas que dão lucro?

De qualquer forma, as privatizações em causa têm 3 objectivos:

=Receita imediata;
=Deminuição do peso do estado com ganhos em eficiência e em peso da divida publica (já para não falar em clientelismo);
=Captação de investimento estrangeiro (uma vez que em Portugal dificilmente terás dinheiro para responder a estas privatizações).

Por outro lado, a questão dos resultados é discutível. Os CTT, em 2010, distribuíram 56 milhões de euros ao Estado. Só para teres uma ideia, o orçamento da Assembleia da Republica para 2011, só em DESPESAS COM PESSOAL é de 52 milhões de euros.

Portanto, digamos que os CTT servem para pagar os ordenados e a segurança social da Assembleia da Republica.

Sinceramente, considerando, as fraudes e o clientelismo que se vive naquela instituição, sou o primeiro a dizer: vendam aquela merda e, se necessário, cortem nos salários dos parasitas da Assembleia.

De qualquer forma, esta privatização de uma entidade como os CTT não invalida que seja necessário salvaguardar a noção de serviço publico e isso, deve ficar definido no caderno de encargos da privatização. Ou seja, não se pode impedir que a privatização deste serviço impeça, por exemplo, que uma determinada carta chegue a uma aldeia escondida do nosso interior.

Dou-vos um exemplo:

Recentemente intervi na elaboração da resposta a um concurso publico para a prestação de um determinado serviço. Este concurso prevê sanções para a entidade privada pecuniárias e mesmo de resolução do contrato caso não sejam cumpridos determinados niveis de serviço medidos e monitorizados adequadamente.

É um facto que a entidade privada que ganhou o concurso se apetrechou dos meios necessários para que estas exigências sejam cumpridas.

E é um facto que o estado está a poupar alguns milhões de euros e a ter ganhos de eficiência na resolução dos seus problemas.
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