Política - Discussão ou algo do género.

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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Grimner » domingo dez 11, 2011 12:56 pm

Existem mecanismos de rejeição da dívida em termos de lei internacional. Um deles, que já aqui mencionei, é o de dívida odiosa. Que incidentemente foi aquele utilizado pelo Equador para repudiar parcelas. Dentro desse exemplo cai também a decisão Islandesa de não assumir a dívida dos seus bancos. Existem outros, mencionados aqui e com exemplos:

http://auditoriacidada.info/article/aud ... que-%C3%A9

É precisamente por causa desse "não se sabe bem como" que se está em contacto e se vai ter como observadores as pessoas envolvidas nos processos Brasileiro e Equatoriano, bem como coordenação com as iniciativas que surgiram na França, Irlanda e Grécia ( não te sei francamente dizer se em Espanha não há também um processo em curso).


Quanto ao BCE, os moldes em que está constituido, as pessoas que o constituem, e a forma como essas pessoas se movem em concertação com a CE é tudo menos benéfica. Um exemplo recente está na imposição do défice não nos 3% mas em 0.5%, que como imposição irá certamente prolongar toda e qualquer medida de austeridade. O que nem era de estranhar uma vez que o nosso PM andou subtilmente a mudar o discurso. No primeiro corte de subsidios, o de 50% de retenção na fonte, foi anunciado como extraordinário, quando anunciou o corte dos mesmos afirmou ser uma medida a abranger 2 anos, foi deixando cair lenta mas certamente a palavra "temporária" do discurso, bem antes desta imposição de limites do défice terem essencialmente comprovado que os subsidios morreram de forma permanente. Há algo de eminentemente Orwelliano neste tipo de movimentações.

Chamas-lhe wishful thinking, eu chamo-lhe observar as alternativas que deram resultado e tentar aprender com elas. Agora, cruzar os dedos e esperar por um resgate de um organismo que está completamente controlado pelos agentes bancários que causaram a crise, estão a lucrar com ela, e têm todo o interesse em mantê-la, é ter as raposas a guardar a capoeira, e um wishful thinking bem mais gritante. E que está a dar provas de que não funciona.
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Audiokollaps » domingo dez 11, 2011 11:39 pm

EDP: alemã E.ON faz proposta de compra com promessa de desenvolver renováveis em Portugal

A alemã E.ON fez uma oferta vinculativa para compra da participação do Estado português na EDP, empresa avaliada em 8,5 mil milhões de euros, com promessas de investimentos nas energias renováveis, avança a revista alemã Der Spiegel. O valor da oferta não é conhecido.

A mesma publicação refere que, em reunião realizada na quinta-feira, o conselho fiscal da E.ON deu “luz verde” ao presidente executivo, Theyssen, para avançar com a operação, que consiste na compra a Portugal da sua quota de 21,35% na EDP.

O governo PSD/CDS reduziu recentemente a quatro os candidatos à compra da referida quota, dando também preferência aos alemães. Além da E.ON, os outros candidatos escolhidos foram as brasileiras Electrobras e Cemig e a chinesa Three Gorges. Portugal tenciona concluir o processo de privatização da EDP, incluído nas medidas de ajustamento orçamental negociadas com a troika, até ao final deste ano.

A participação da E.ON na EDP é encarada como parte da nova estratégia da maior empresa alemã do ramo para investir mais em energias renováveis em Portugal, nomeadamente na energia eólica e na energia solar. Com a aquisição da EDP, a E.ON pode tornar-se líder do mercado mundial no sector das renováveis. De resto, o facto de a empresa portuguesa operar no Brasil também é relevante.

Segundo a Der Spiegel, a transacção deverá estar concluída ainda este ano e, embora a E.ON suponha que os investidores chineses tenham feito uma proposta mais avultada, a empresa alemã acha que terá hipóteses de ganhar o concurso, graças aos seus planos de investir nas energias renováveis em Portugal.

Assim, se o governo português decidir vender a sua quota na EDP à E.ON, esta poderá deslocar para Portugal os departamentos que estarão envolvidos nos projectos com fontes renováveis, adianta o semanário de Hamburgo. A E.ON recusou-se, até agora, a comentar a notícia.

Os quatro grupos concorrentes à privatização da EDP entregaram na sexta-feira as propostas vinculativas à compra da posição pública na eléctrica, que deverá estar concluído até ao final de Janeiro. Pelo caminho ficaram a indiana Birla, por não satisfazer as condições do governo societário nem o preço, e a japonesa Marubeni, devido a uma avaliação menos satisfatória do projecto estratégico.

Público


Vamos estar atentos a este concurso e à "desvalorização" que a EDP ainda irá sofrer...

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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Brilhando » segunda dez 12, 2011 12:33 pm

Grimner Escreveu:Portanto, o medo da inflação é tornar-nos mais pobres portanto, para fugir a esse caminho vamos empobrecer. Como argumento é um pouco obtuso, até porque mais pobres já estamos a ficar, e com consequências graves no exercício democrático a que claramente evitas responder. Oh, espera, pois, são moralismos de menor importância...

:roll:

Grimner, a inflação não é uma coisa mágica que uns burocratas quaisquer decidem escolher uma percentagem arbitrária para subir ou para descer os preços dos bens e serviços.

A inflação é o aumento da massa monetária em circulação, não correspondente a um aumento de bens e serviços produzidos. Ou seja, vais ter mais notas/moedas a perseguir a mesma quantidade de bens/serviços. Os primeiros beneficiários do dinheiro vão pagando as dívidas/comprando bens e serviços, fazendo pressão sobre os preços, pois a sua oferta permanece igual, os segundos idem, e por aí fora.
Isso no final leva SEMPRE a uma diminuição do poder de compra da unidade monetária e, adivinha, quem sai prejudicado são sempre os mais pobres (e a classe média que vai sendo erradicada pelo caminho). Os outros, os mais ricos e os politicamente ligados, e ainda os endividados (porque podem pagar o valor antigo com as moedas desvalorizadas) são quem sai sempre beneficiados.
Mais ainda, a tua Argentina em franco crescimento é a mais pura das miragens. Ciclicamente ligam as Hewlett-Packards para pagar as dívidas e outras irresponsabilidades e de 10 em 10 anos há um estouro monetário.

Há 10 anos atrás:
Imagem

Mais recentemente, em USD:
Imagem

Com tanta desvalorização monetária, até admira que estes países não sejam os mais ricos do planeta em vez de estarem a caminho do caos monetário.

Imagem
Legenda: a quantidade de notas que precisas para comprar um pão numa situação hiperinflaccionária.

Se queres soluções que efectivamente resultem, acabas com os bancos centrais, que não são mais do que a cartelização legalizada dos bancos (e por alguma razão a sua imposição está no Manifesto do Partido Comunista), acabas com o sistema de reservas fraccionárias, que leva sempre às expansões de crédito e aos ciclos boom+bust em conluio com as políticas de taxas de juros baixas dos Bancos Centrias, e dizes às populações que não podem votar pelos seus "direitos adquiridos" sem estarem garantidos por dinheiro cobrado por impostos, pois os direitos adquiridos são sempre direitos que terceiros têm de pagar.
Se achas que a dívida é onerosa, então repudie-se a dívida mas impeça-se novo endividamento para pagar o que não pode ser pago através de impostos.
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor OrDoS » segunda dez 12, 2011 12:53 pm

Deixo-vos 3 links interessantes para deitar mais umas achas para a fogueira e que só por acaso entram bem na minha linha de pensamento e têm tudo a ver com esta discussão (aconselho vivamente a não deixarem de ler o resumo "gráfico" do efeito da subida e descida das taxas dos impostos no fim do texto do útimo link):


«Finally, A Rich American Destroys The Fiction That Rich People Create The Jobs»

http://www.businessinsider.com/rich-peo ... bs-2011-12


«No, Entrepreneurs Like Steve Jobs Do Not 'Create Jobs' By Inventing Products Like The iPhone»

http://www.businessinsider.com/no-steve ... ne-2011-12


«THE TRUTH ABOUT TAXES: Here's How High Today's Rates Really Are»

http://www.businessinsider.com/history-of-tax-rates
From word to a word I was led to a word...
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Grimner » segunda dez 12, 2011 3:23 pm

Sinteticamente, porque já o afirmei mais que uma vez:

Eu nunca me manifestei em favor de uma inflação, apenas ressalto a inexistência de soluções fáceis. Justificar a contracção brutal com o medo da contracção brutal é um argumento que se anula a si mesmo. Que a inflação é má, acho que nunca ninguém aqui me ouviu defender o contrário. Simplesmente, a persistência numa crise que se alimenta do descontrolo da banca e que alimenta o descontrolo da banca é uma solução pior que as alternativas. Se é que neste momento as há.


E os direitos das pessoas são a razão pela qual existe um estado. Como tal, estão muito bem sem quaisquer aspas.
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Venøm » segunda dez 12, 2011 9:12 pm

Pessoal. Isto é a sério ou anda alguém a gozar conosco?

http://www.eutimes.net/2011/12/china-jo ... d-war-iii/

China ameaça com 3ª Guerra Mundial caso os EUA ataquem o Irão.

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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Audiokollaps » segunda dez 12, 2011 9:42 pm

Venøm Escreveu:Pessoal. Isto é a sério ou anda alguém a gozar conosco?

http://www.eutimes.net/2011/12/china-jo ... d-war-iii/

China ameaça com 3ª Guerra Mundial caso os EUA ataquem o Irão.


Andam a gozar todos dias connosco em Portugal e na União Europeia e tu preocupas-te com o chineses?

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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Audiokollaps » segunda dez 12, 2011 9:44 pm

Stiglitz: "A Europa e o euro caminham para o suicídio"

Em entrevista ao jornal Página/12, o Prémio Nobel de Economia 2001, Joseph Stiglitz, analisa a evolução da crise na zona do euro e afirma categoricamente: os dirigentes europeus não aprenderam nada com a experiência da Argentina


Joseph Stiglitz é um militante contra as receitas de ajuste fiscal que propõem uma “desvalorização interna” pela via da diminuição de salários e da submissão dos devedores aos credores. Há anos atrás, a Argentina padeceu desses males como nenhum outro país, uma situação que conseguiu superar a partir da aplicação de um conjunto de políticas económicas de sinal oposto, como a recomposição da competitividade a partir de uma forte desvalorização, compensada com a expansão do gasto público e a política de rendimentos ao estilo keynesiano, e uma forte reestruturação da dívida externa que repartiu os custos da quebra.

Por isso, Stiglitz tornou-se um defensor do modelo argentino. “Nos anos 90, foi o FMI que orientou a Argentina a aplicar as políticas de austeridade, com resultados desastrosos. Na Zona Euro não aprenderam a lição. Agora de novo, a Europa deveria prestar atenção ao crescimento argentino, que mostra que há vida depois da quebra”, explicou numa conversa exclusiva com o jornal Página/12.

Logo de manhã, um pouco antes de partir para o Chile, o Prémio Nobel de Economia 2001, enquanto saboreava um abundante pequeno-almoço americano ao ar livre, com pão, ovos, bacon e frutas, abordou em profundidade a crise do euro, as saídas possíveis para as economias mais débeis, a incapacidade dos governos da Alemanha e França e das novas administrações de corte “tecnocrata” que surgiram na Itália e na Grécia. Stiglitz recordou a reportagem que o Página/12 fez, em agosto, na cidade alemã de Lindau, onde ocorreu a conferência mundial de Prémios Nobel de Economia. Admitiu que, em relação àquela conversa, a sua perceção a respeito da crise europeia tornou-se mais negativa. “A Europa e o euro caminham para o suicídio”, resumiu.

Também destacou a relativa relevância do contexto internacional favorável para explicar o desempenho económico argentino, referiu-se à inflação e ao giro de rendimentos das multinacionais. Esta semana, Stiglitz reuniu-se com a presidenta, Cristina Fernández. “Tanto Néstor, quando tive a oportunidade de conhecê-lo, como Cristina, me pareceram duas pessoas muito interessantes. Ainda que ela seja mais passional”, relatou.

Menciona que a “Argentina desta vez está fazendo melhor”. Qual a explicação para o bom desempenho da economia nacional e de outros países emergentes?

Na Argentina, o fim do regime da convertibilidade e a quebra geraram um alto custo e um intenso período de queda. Logo depois a economia começou a crescer muito rápido, inclusive na ausência daquilo que muita gente considera serem as “melhores” práticas económicas. Creio que a Argentina, o Brasil e a China adotaram políticas macroeconómicas muito boas, ao aplicar estímulos keynesianos bem desenhados, para alavancar a economia, diversificá-la e melhorar a situação do mercado de trabalho. Além disso, as regulações bancárias em muitos países em desenvolvimento são de melhor qualidade que as dos Estados Unidos e Europa. Em alguns casos, isso deveu-se a que esses países já tinham atravessado grandes crises.

Qual o papel do contexto internacional favorável neste processo?

Vocês beneficiaram do contínuo crescimento económico da China. Neste sentido, pode-se dizer que tiveram sorte.

Refere-se ao chamado “vento de popa”?

Sim, mas para explicar o resultado final sem dúvida é preciso mais do que isso. A Argentina manteve o fluxo de crédito, desvalorizou a sua moeda e impulsionou o investimento em saúde e educação. Também foi importante o crescimento do Brasil. Um fator fundamental, com certeza, foi a reestruturação da dívida, que de fato pode servir como guia em outros processos similares que estão ocorrendo agora na Europa. Essas políticas aplicadas, em conjunto, permitiram ao país começar a melhorar a elevada desigualdade de rendimentos.

O superávit em conta corrente reduz-se à medida que a economia cresce. Um fator que gera uma importante perda de divisas é a remessa de lucros e dividendos das empresas multinacionais. O que a Argentina poderia fazer para enfrentar essa tensão?

Os lucros de algumas empresas têm origem em rendas de tipo monopolista, por causa da falta de competição. Para atacar isso, é preciso introduzir competição, de forma que a magnitude dessas rendas cais. Abrir os mercados pode gerar fortes retornos sociais. Provavelmente alguns dos problemas poderiam ser solucionados com mais competição. Depende muito do setor.

Em que medida os tratados bilaterais de investimentos que a Argentina assinou reduzem a margem de ação para regular as multinacionais?

Muitas ações que podem ser tomadas em termos de regulação podem terminar em demandas judiciais, argumentando que foram introduzidas mudanças nos termos do contrato. É preciso sair desses acordos e, além disso, lutar nos tribunais especializadas. A política económica não deve ser ditada por esses convénios.

A CRISE EUROPEIA

Por que a crise se instalou na Europa e não se vislumbra uma saída?

Creio que o problema fundamental é que a conceção geral da União Europeia foi errada. O Tratado de Maastricht estabeleceu que os países deveriam manter deficits baixos e uma proporção reduzida da dívida em relação ao PIB. Os líderes da UE pensaram que isso seria suficiente para fazer o euro funcionar. No entanto, Espanha e Irlanda tinham superávit antes da crise e uma boa proporção de dívida em relação ao PIB e, mesmo assim, estão com problemas. Alguém poderia pensar que, em função dos acontecimentos recentes, a UE teria se dado conta de que essas regras não eram suficientes. Mas os seus líderes não aprenderam isso.

A que se refere?

Agora propõem o que chamam de uma “união fiscal”, o que, na verdade, é só a imposição de maior austeridade. Reclamar austeridade agora é uma forma de assegurar-se que as economias colapsem. Creio que o esquema que a Alemanha está a impor ao resto da Europa vai conduzir à mesma experiência que a Argentina teve com o FMI, com austeridade, PIB caindo, magras receitas fiscais e, por isso, a suposta necessidade de reduzir mais o déficit.

Isso gera uma queda em espiral, que conduz a mais desemprego, pobreza e aprofunda as desigualdades. O déficit fiscal não foi a origem da crise, mas sim foi a crise que acabou gerando o déficit fiscal.

Que papel desempenha o Banco Central Europeu neste processo?

O BCE torna as coisas ainda mais complicadas, porque tem o mandato de se preocupar somente com a inflação, quando, em troca, o crescimento, o desemprego e a estabilidade financeira importam muito mais agora. Além disso, o BCE não é democrático. Podem decidir políticas que não estão de acordo com o que os cidadãos querem. Basicamente, representa os interesses dos bancos, não regula o sistema financeiro de forma adequada e há uma atitude de estímulo aos CDS (Credit Default Swaps) que são instrumentos muito envenenados. Isso também é uma prova de que os bancos centrais não são independentes, mas sim políticos.

Como explicar o facto de a Alemanha e a França estarem a empurrar os europeus para esse abismo?

Creio que eles querem fazer as coisas corretas, mas têm ideias económicas erradas.

Estão errados ou, na verdade, representam interesses de determinados setores?

Creio que ambas as coisas. Por exemplo, é claro que estão colocando os lucros dos bancos acima das pessoas. Isso é claro para o caso do BCE, mas não creio que seja claro para Nicolas Sarkozi ou Angela Merkel – presidente da França e chanceler de Alemanha, respetivamente. Creio que eles estão convencidos. Podem estar protegendo os bancos, mas o fazem porque acreditam que, se os bancos caem, a economia cairá. Por isso digo que tem um olhar errado, além do que não creio que estejam colocando os interesses dos gregos ou dos espanhóis no topo da agenda. Esse é outro problema, a falta de solidariedade. Eles dizem que não é uma “união de transferência de dinheiro”. De fato, o é, mas a transferência de dinheiro vai da Grécia para a Alemanha.

A união monetária é um problema em si mesmo?

Sim, é um problema. Não há suficiente similitude entre os países para que funcione. Com a união monetária eles ficaram sem um mecanismo de ajuste, como é a modificação dos tipos de câmbio. É como ter importado um padrão ouro nessa parte do mundo. Se tivessem um banco central com um mandato mais amplo que contemplasse, além da inflação, o crescimento e o desemprego, com uma cooperação fiscal real e assistência através das fronteiras, então seria concebível o funcionamento da união monetária, e ainda assim seria difícil. No atual esquema, pode funcionar, mas com um enorme sofrimento de muita gente

Que análise faz da aparição de governos tecnocráticos, como o de Mario Monti, na Itália, ou o de Lucas Papademus, na Grécia?

O principal problema é ter criado um marco económico a partir do qual a democracia ficou subordinada aos mercados financeiros. É algo que Merkel sabe muito bem. As pessoas votam, mas se sentem chantageadas. Deveria se reformular o marco económico para que as consequências de não seguir os mercados não sejam tão severas.

Em agosto, disse que o euro não tinha que desaparecer. Qual é sua posição agora?

Naquele momento eu era mais otimista. Pensava que os líderes iam se dar conta de que o custo de dissolver o euro era muito alto. Mas desde aquele momento, a confrontação com o mercado piorou e a incapacidade dos governos europeus tornou-se evidente. Em lugar de aprender com os erros, estão repetindo-os. Creio que realmente querem sobreviver, mas demonstraram falta de entendimento de economia básica, o que me faz ter mais dúvidas.

É possível ter um euro a duas velocidades, como alguns economistas propõem?

Um euro a duas velocidades é uma das formas de rutura do euro. Isso pode ser possível, a solução pode ser a criação de duas moedas com mais solidariedade entre elas. A moeda única contribuiu para o problema. Não era inevitável o estouro, mas aconteceu. Quando se reconhece que os mercados têm quotas de irracionalidade, talvez seja melhor manter mais autonomia monetária.

Disse que a reestruturação da dívida é boa para as finanças públicas europeias e citou o exemplo da Argentina. Mas nosso país também desvalorizou. Acredita que a Grécia precisa adotar essa medida?

Essa é a pergunta fundamental. A Grécia vai ter que reestruturar sua dívida, isso é algo que todos aceitam agora, ao contrário do que ocorria há um ano. Se tivessem encaminhado as coisas de outra maneira há dois anos, a reestruturação poderia ter sido evitada. Em troca, impuseram a austeridade. Agora, a pergunta é: dada a reestruturação, isso será suficiente para recompor o crescimento económico? Acredito que a resposta, para a Grécia, é não. A menos que tenham algum tipo de ajuda externa, inclusive depois da reestruturação, estarão sob um regime de austeridade. Por isso o PIB vai cair ainda mais. Não há competitividade e há duas maneiras de consegui-la.

Uma é através de uma desvalorização interna, mas se os salários caem, a demanda cai mais ainda e torna mais fraca a economia. Por outro lado, se a Grécia sai do euro e desvaloriza, a transição será difícil e complexa, mas uma vez que o processo tenha acabado, o fato de a Grécia fazer limite com a União Europeia será um impulso para a recuperação. Novos bancos se instalariam e haveria mais comércio.



Entrevista por Tomás Lukin e Javier Lewkowicz, Página/12

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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Venøm » segunda dez 12, 2011 10:00 pm

Audiokollaps Escreveu:
Venøm Escreveu:Pessoal. Isto é a sério ou anda alguém a gozar conosco?

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China ameaça com 3ª Guerra Mundial caso os EUA ataquem o Irão.


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Claramente não leste o que lá está escrito.
Se isso é real podes crer que se os EUA resolverem atacar o Irão que te vai afectar a ti e de que maneira. Não só vais entrar em Guerra com a Russia e a China, ambos aliados do Irão, como a NATO te obriga a apoiar os EUA como europeu que és. Se isso se concretizar, salvo seja porque ainda estou a achar essa noticia de um teor muito sensacionalista e duvidável, vamos todos conhecer o que é miséria a sério.

No entanto só é de uma pessoa se preocupar se realmente os EUA resolverem atacar o Irão, e no fundo o que a China e a Russia estão a transmitir é que os americanos não podem andar pelo mundo a fazer o que lhes apetece feitos cowboys com falsos pretextos como fizeram no Iraque. (Deixaram o país num estado miserável). Eles, segundo esse artigo só estão a dizer que "Se se armam em espertos nós paramos-vos, venha quem vier (3ª guerra mundial).

A minha duvida é se isto é sensacionalista ou verídico porque não vejo isto em mais jornal nenhum , e se fosse muito provavelmente estavam os rednecks dos republicanos, esses cristãos oprimidos a uivar por guerra. Então com atrasados mentais como o Rick Perry a candidatar-se... Ui... O mundo está a dar as ultimas, já tenho dúvidas em relação a não nos matarmos todos em 2012...

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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Grimner » segunda dez 12, 2011 10:20 pm

Empresa alemã disponível para transferir activos da unidade de energias renováveis para Portugal.
O Governo alemão está a apoiar a E.ON na privatização da Energias de Portugal, sendo que Angela Merkel manteve recentemente uma conversa com o primeiro-ministro de Portugal, onde terá destacado os benefícios da oferta da empresa alemã.

A notícia é avançada hoje pelo “Financial Times”, que dá conta que a E.ON, na sua oferta, mostra-se disponível para trazer para Portugal alguns dos activos da área das energias renováveis. Um argumento que, defende a empresa alemã, pode ajudar a economia portuguesa nesta altura de crise.

O jornal britânico adianta que a oferta da E.ON está a ser apoiada pelo Governo de Ângela Merkel, o que pode ser visto como uma tentativa de Berlim beneficiar com o programa de austeridade que está a ser implementado em Portugal. Diz a mesma fonte que, contudo, a E.ON ficou satisfeita com o apoio do seu governo e mostra-se preocupada com as ofertas da brasileira Eletrobras e da chinesa Three Gorges.

Além de transferir activos para Portugal, a E.ON terá também mostrado a abertura para investir em Portugal em projectos de energia renovável em conjunto com a EDP.

Ainda de acordo com o FT, a oferta vinculativa que a E.ON entregou sexta-feira avalia a EDP em 8,5 mil milhões de euros, o que representa 1,81 mil milhões de euros pelos 21,35% que vão ser privatizados.

O Negócios noticia hoje que as ofertas por esta fatia do capital da EDP oscilaram entre 2,3 a 2,7 mil milhões de euros.




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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Grimner » segunda dez 12, 2011 10:29 pm

Venøm Escreveu:Pessoal. Isto é a sério ou anda alguém a gozar conosco?

http://www.eutimes.net/2011/12/china-jo ... d-war-iii/

China ameaça com 3ª Guerra Mundial caso os EUA ataquem o Irão.



Este tipo de ameaças são ecos à imagem e semelhança da Guerra Fria. Em termos de Realpolitik a ex- U.R.S.S. e os E.U.A. fizeram essas afirmações uns contra os outros vezes sem conta. Por várias vezes a América atacou aliados Soviéticos e chineses (com maior expressão nas guerras da Coreia e Vietname) e formalmente fizeram ameaças e manobras militares, mas na prática a reacção do outro lado não foi muito mais que a venda de armas aos países atacados. Ou o inverso, quando a U.R.S.S. invadiu o Afeganistão e os americanos armaram os futuros talibans. Um cenário de guerra neste momento não é mirabolante (até mesmo dentro da Europa a coisa já esteve mais longe de descambar nisso), mas as guerras frias têm este condão pragmático de se fazer uma consideração dos custos que neste momento seriam incomportáveis para qualquer país. Nem à China nem à América nem sequer à Russia interessa particularmente uma guerra com outra super potência neste momento, e diria que os chineses, que são detentores de boa parte da dívida americana, têm bons motivos para o não fazer.
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Venøm » segunda dez 12, 2011 10:49 pm

Grimner Escreveu:
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http://www.eutimes.net/2011/12/china-jo ... d-war-iii/

China ameaça com 3ª Guerra Mundial caso os EUA ataquem o Irão.



Este tipo de ameaças são ecos à imagem e semelhança da Guerra Fria. Em termos de Realpolitik a ex- U.R.S.S. e os E.U.A. fizeram essas afirmações uns contra os outros vezes sem conta. Por várias vezes a América atacou aliados Soviéticos e chineses (com maior expressão nas guerras da Coreia e Vietname) e formalmente fizeram ameaças e manobras militares, mas na prática a reacção do outro lado não foi muito mais que a venda de armas aos países atacados. Ou o inverso, quando a U.R.S.S. invadiu o Afeganistão e os americanos armaram os futuros talibans. Um cenário de guerra neste momento não é mirabolante (até mesmo dentro da Europa a coisa já esteve mais longe de descambar nisso), mas as guerras frias têm este condão pragmático de se fazer uma consideração dos custos que neste momento seriam incomportáveis para qualquer país. Nem à China nem à América nem sequer à Russia interessa particularmente uma guerra com outra super potência neste momento, e diria que os chineses, que são detentores de boa parte da dívida americana, têm bons motivos para o não fazer.

Sim, e pelo que estou a ver agora esta tensão toda foi porque os EUA andavam a espiar o Irão com um UAV que por azar avariou-se e caiu em território Iraniano.

E pronto, agora anda o Obama a pedinchar que devolvam e o Irão a dizer "Vão po caralho, é nosso!". E como têm as costas quentes é mesmo gozar com as costas dos americanos "Ai queres? 5€!"

Agora a Russia e a China andam a pedir ao Irão que lhes dê acesso à tecnologia do UAV americano.

Ta aqui uma Source em Russo, mas que fica legivel se passarem pelo Google Translate:
http://www.vz.ru/news/2011/12/8/545108.html
As reported by the newspaper VIEW, according to media reports, American downed Iranian military reconnaissance aircraft invisible CIA was used to collect information on Iran's nuclear facilities, as well as the training camps of militants "of Hezbollah."On Tuesday it was announced that the U.S. spy plane RQ-170 performed the task of American intelligence , but the nature of the device was not specified. Earlier, Pentagon spokesman John Kirby expressed concern that Iran's military might to seize the data about the secret techniques of the American UAVs.
On Sunday, Iranian television channel «Press-TV» spread the information that the Iranian air defense forces in the east of the country shot down an unmanned U.S. aircraft.
The coalition of the International Security Assistance Force in Afghanistan (ISAF) later said that the drone, the destruction of which on Sunday announced in Iran, could be lost during the last week in the job in Afghanistan.
How to write a military expert Vladislav Shurygin: "Management of UAV is its main vulnerable heel. To communicate with control centers, and managed, UAVs must have "thick" radio channels, which are protected from external influence is extremely difficult. They can score a noise, but this is the most primitive solution. Much more serious option is to capture anti-UAV control. To do this, to break the encryption system and the control signals, drowning out the signal control center, to take control of the UAV to its signal. "
Meanwhile, on Monday in the Western press materials, according to which the Iranian electronic warfare drone shot down an American Lockheed Martin RQ-170 Sentinel, and "planted" it, using the set of "motor depot" , which Russia recently supplied to the IRI.



E agora andam os Iranianos a fazer Reverse Engeneeiring e andam os americanos todos fodidos:
Iranian Armed Forces to Simulate US RQ-170 Drone

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TEHRAN (FNA)- A senior parliamentarian underlined Tehran's advanced technological capabilities and possibilities, and said the Iranian Armed Forces intend to simulate the design and reproduce the US RQ-170 Sentinel stealth aircraft that they downed in Eastern Iran last week.

"Relying on their scientific capabilities, the Armed Forces will be able to simulate the RQ-170 aircraft soon," Vice-Chairman of the parliament's National Security and Foreign Policy Commission

Hossein Ebrahimi told FNA on Sunday.

"Iran enjoys different possibilities and precious technologies that the enemies are not aware of," he added.

Ebrahimi stressed the importance and preciousness of the drone for Iran, and said understanding and using the technology of the stealth drone and its systems is the best thing Iran can do at present.

On Saturday, another Iranian lawmaker said Tehran has the needed technology to decode the intelligence gathering systems of the drone.

"Since the hi-tech drone was downed, Americans have been seriously worried about the intelligence inside its systems, but they should know that the Islamic Republic of Iran will decode the intelligence and data existing in the drone systems by means of its highly-advanced technology," member of the parliament's National Security and Foreign Policy Commission Seyed Hossein Naqavi told FNA.

He reiterated that decoding the intelligence in the RQ-170 spy aircraft will provide the Islamic Republic of Iran's Armed Forces with vitally important information.

The unmanned surveillance plane lost by the United States in Iran was a stealth aircraft being used for secret missions by the CIA, US officials admitted earlier this week.

The aircraft is among the highly sensitive surveillance platform in the CIA's fleet that was shaped and designed to evade enemy defenses.

The mission of the downed drone remains unclear. The RQ-170 has been used by the CIA for highly sensitive missions into other nations' airspace, including months of surveillance of the compound in Pakistan in which Osama bin Laden was hiding before he was killed in a May raid by Special Operations forces.

Current and former US defense officials said even the US military cannot use such a highly sophisticated stealth aircraft as it is in relatively short supply and is only flown by the CIA.

Iran announced last Sunday that its defense forces downed the aircraft through a sophisticated cyber attack.

The drone is the first such loss by the US.

The RQ-170 has special coatings and a batwing shape designed to help it penetrate other nations' air defenses undetected. The existence of the aircraft, which is made by Lockheed Martin, has been known since 2009, when a model was photographed at the main US airfield in Kandahar, Afghanistan.

Source: http://english.farsnews.com/newstext.php?nn=9007276901

E agora o Obama vem pedir com jeitinho enquanto o Irão se ri à gargalhada:

The US has asked Iran to return a surveillance drone downed earlier this month, Barack Obama disclosed on Monday.Obama was asked about the missing drone during a joint press conference with the Iraqi president Nouri al-Maliki to mark the withdrawal of troops from Iraq by the end of the month.

"We have asked for it back. We'll see how the Iranians respond," Obama said but ended with a smirk, an acknowledgement that Iranian co-operation was highly unlikely.

It is the first time that the US has formally acknowledged that Iran has the drone.

Obama declined to answer a question about whether US national security had been undermined by the loss of the drone to Iran. "With respect to the drone inside of Iran, I'm not going to comment on intelligence matters that are classified," he said.

Tehran said on Sunday it had reverse engineered the drone in order to extract important technical information about how it is put together.

The US insists the drone malfunctioned and was not shot down.

General Hossein Salami, deputy head of the Iranian Revolutionary Guard, said on Sunday that Iran would not be handing it back because it amounted to a violation of its air space and was a hostile act.

Although Obama asked for its return, this appeared to be a formality and there is little sign that it is going to develop into a major international crisis comparable to the 1960 stand-off when Russia downed the U2 spyplane.

But tensions have been growing between Iran and the US. Israel has threatened to attack Iranian nuclear installations to prevent it achieving a nuclear weapon capability. The Obama administration has said it is reluctant to be dragged into another war.

The visit by Maliki to the White House is intended to highlight again the exit of US troops. The president announced, amid great fanfare, the withdrawal of all combat troops from Iraq last year, then again in October and again yesterday. There will be another burst of publicity when the last trooper crosses the border from Iraq into Kuwait.

One of Obama's big campaign promises was to end the war in Iraq, even though the timetable for withdrawal had already been put into place in 2008 by George W Bush. But Obama can claim in the 2012 re-election campaign that he fulfilled his pledge.

White House press spokesman Jay Carney offered a taste of this when he said: "This is a momentous visit because, as you know, the Iraq war – a war that we've been engaged in for eight and a half years – is over. And after eight and a half years of sacrifice, America's war in Iraq is coming to an end. Since President Obama took office, nearly 150,000 US troops have been removed from Iraq and hundreds of bases have been shut down. In the next two weeks the final US forces will cross the border. For the first time in over eight years no US troops will be preparing to deploy to Iraq. We will have no bases in Iraq. The war is over and the troops are coming home."

Obama was asked if he still thought, as he had said on the campaign trail, that it was a "dumb" war. Given the American war dead, he diplomatically shuffled by this, saying: "I think history will judge the original decision to go into Iraq."

On Syria, Maliki, who is politically closer to the Iranian government than to Washingotn, refused to back US calls for the removal of Syrian president Bashir al-Assad, who has signed a defence pact with Tehran. Obama agreed that there were what he called "tactical differences" between the US and Iraq in their approaches to Syria.

Maliki insisted it was not the role of the Iraqi government to call on another leader to stand down and he hoped there would be a peaceful resolution in Syria.

Source: http://www.guardian.co.uk/world/2011/de ... -spy-drone

E acho que é tudo, como a China e a Russia estão de olho no prémio, é normal que realmente andem a dizer aos americanos que se ponham no caralho.

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Cthulhu_Dawn
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Cthulhu_Dawn » segunda dez 12, 2011 11:27 pm

Grimner Escreveu:
Venøm Escreveu:Pessoal. Isto é a sério ou anda alguém a gozar conosco?

http://www.eutimes.net/2011/12/china-jo ... d-war-iii/

China ameaça com 3ª Guerra Mundial caso os EUA ataquem o Irão.



Este tipo de ameaças são ecos à imagem e semelhança da Guerra Fria. Em termos de Realpolitik a ex- U.R.S.S. e os E.U.A. fizeram essas afirmações uns contra os outros vezes sem conta. Por várias vezes a América atacou aliados Soviéticos e chineses (com maior expressão nas guerras da Coreia e Vietname) e formalmente fizeram ameaças e manobras militares, mas na prática a reacção do outro lado não foi muito mais que a venda de armas aos países atacados. Ou o inverso, quando a U.R.S.S. invadiu o Afeganistão e os americanos armaram os futuros talibans. Um cenário de guerra neste momento não é mirabolante (até mesmo dentro da Europa a coisa já esteve mais longe de descambar nisso), mas as guerras frias têm este condão pragmático de se fazer uma consideração dos custos que neste momento seriam incomportáveis para qualquer país. Nem à China nem à América nem sequer à Russia interessa particularmente uma guerra com outra super potência neste momento, e diria que os chineses, que são detentores de boa parte da dívida americana, têm bons motivos para o não fazer.


A haver uma espécie de "wild card" será Israel e a sua perspectiva muito peculiar daquilo que será um Irão nuclear. Aliás, quem acompanha algumas das noticias que não se limitam à crise do Euro e ao casal Markozi, tem a noção que, de há um ano para cá, há uma "guerra surda" entre Israel e o Irão.
A haver alguma coisa nos próximos tempos será, eventualmente, porque alguém em Tel-Aviv dará a ordem e o resto virá por reacção. Da parte dos "suspeitos do costume" (EUA, Fed. Russa e China), ainda por mais com dois deles, em ambiente pré-eleitoral, não há grande interesse em alterar o status quo.

Em relação ao drone, este artigo também tem algum interesse: Iran has America's Super Spy Drone. So what?

JVELHAGUARDA
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor JVELHAGUARDA » terça dez 13, 2011 1:57 am

http://www.agenciafinanceira.iol.pt/emp ... -1728.html

"Tinha lançado a 11 de Fevereiro a primeira pedra da fábrica de baterias para carros eléctricos da Nissan em Cacia", fizeram tudo isto sem ter assegurado a fábrica, politica de show off deu nisto. :?

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HFVM
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor HFVM » terça dez 13, 2011 1:45 pm

Taxa de desemprego subiu para 12,9%

http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/notic ... m-portugal


Alguém duvida que isto chegará facilmente aos 15%?
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