Política - Discussão ou algo do género.

[Brunhu]

http://www.dn.pt/inicio/economia/interior.aspx?content_id=2488502

http://www.dn.pt/inicio/economia/interi ... id=2488874

Isso dos trabalhadores era algo que já tinha ouvido falar, mas falava-se em "apenas" 300%. Outras das regalias é terem a oportunidade de, em dia próprio para eles, poderem usufruir também dessa regalia dos 50%.

[JRM]

http://www.dn.pt/inicio/economia/interior.aspx?content_id=2488502

http://www.dn.pt/inicio/economia/interi ... id=2488874

Isso dos trabalhadores era algo que já tinha ouvido falar, mas falava-se em "apenas" 300%. Outras das regalias é terem a oportunidade de, em dia próprio para eles, poderem usufruir também dessa regalia dos 50%.

E eu confirmo isso até porque tenho amigos a trabalhar no Pingo Doce.

[Grimner]

Bruxelas diz que o Pingo Doce não violou regras, mas Bruxelas também quer impor à Europa um tratado perfeitamente ilegal do ponto de vista constitucional, pelo que me estou bem pouco cagando para o que eles dizem.

Uma violação de ética dentro das regras não deixa de ser uma violação de ética, que irá prejudicar tremendamente os fornecedores, e por arrasto a economia e produtividade nacionais.

A capacidade de pagamento a quintuplicar do dia feriado só volta a lançar questões sobre as margens de lucro do PD para o conseguir. E algo que a notícia não menciona é que, além da coerção praticada sobre quem ( legitimamente e legalmente, se quiserem entrar por esse campo) quis ( e não pôde, e isso sim, é ilegal) fazer greve, a campanha de 50% aos empregados não só é discriminatória ( uma vez que só se aplica aos funcionários que trabalharam no dia 1) como não é benesse alguma. Baixar o preço dos produtos aos empregados, em vez de lhes subir os salários ( se podem perder dinheiro em campanhas destas, porque não podem aumentar os salários?) é, na sequência do banco alimentar para os trabalhadores carenciados que a JM tentou instituir o ano passado, uma forma de pleno retorno. Se eu gasto o meu salário a comprar os produtos da empresa onde trabalho, essencialmente trabalho por géneros.

E uma desvalorização do trabalho em si.

[Brunhu]

Pois.. aumentos salariais.... mas isso existe?

Posso-te dizer que onde trabalho, em 8 anos fui aumentado uma vez e a razão para tal foi o facto de ter sido pai. Houve um pouco de bom senso nisso, vá lá.
De resto nada, e não é por falta de bater o pé e dar murros na mesa. Agora, ganho também em "géneros", ou seja, tempo para tratar das minhas coisa pessoais.

Para mau pagador, mau empregado! Tenho muita pena que assim seja.

[Enigma]

Fdx! Ainda bem que foste aumentado, agora por essa razão?! é claro que o dinheiro te faria ainda mais falta (não é isso que está em causa obviamente), agora acho incrível o empregador pagar consoante a situação pessoal e familiar (que só a cada um diz respeito!) de cada funcionário.

[spiegelman]

Essa da união europeia achar que não houve violação das leis da concorrência e dos trabalhadores receberem a 500% vem escamotear mais o problema.

Já se disse aqui que as questões dos trabalhadores, apesar de importantes, não são as mais importantes deste caso. Muito menos a questão da concorrência. Quando uma multa por dumping é de 30.000€ e a faturação nesse dia rondou um milhão de euros, siga para dumping que o que interessa é ganhar quota de mercado.

A questão é que, de novo, quem paga isto são os agricultores, os pescadores, os produtores de leite.

a economia comporta-se como se o que contasse fosse apenas o consumidor final e as coisas nascessem por milagre em prateleiras de supermercado ou balcões bancários

[Brunhu]

Fdx! Ainda bem que foste aumentado, agora por essa razão?! é claro que o dinheiro te faria ainda mais falta (não é isso que está em causa obviamente), agora acho incrível o empregador pagar consoante a situação pessoal e familiar (que só a cada um diz respeito!) de cada funcionário.

É algo que nunca me disseram directamente, mas numa discussão sobre um merdas que aqui trabalhava e que ganhava comissão sobre o que eu fazia, depois de eu questionar o salário dele, a resposta foi: Não queira comparar os encargos que ele tem (esse merdas tinha 3 filhos e fazia de menino riquinho) com os que você tem.... deu para confirmar essa teoria.
Nesse caso, depois de quase foder a boca a esses merdas no local de trabalho, lá consegui pressioná-los de tal forma que lá concluíram que o gajo só dava prejuízo (há 4 anos).
Acabaram por mandá-lo embora, ficaram com o louros, deixaram de ter um gasto mensal de €1200 + impostos e nem um cêntimo a mais me foram capazes de aumentar...

Mas pronto, como um gajo não pode andar a brincar aos desempregados, tenho que andar aqui a engolir sapos para não me passar de vez.

[Enigma]

Brunhu: Estou a perceber a situação. É a típica posição tuga do empregador com uma postura meio sobranceira meio arrogante, a dar ares de pseudo-moralista. Infelizmente, é o que temos no nosso país.

[Brunhu]

Brunhu: Estou a perceber a situação. É a típica posição tuga do empregador com uma postura meio sobranceira meio arrogante, a dar ares de pseudo-moralista. Infelizmente, é o que temos no nosso país.

Pois, mas o que passa sempre é que empregado português é que é mau. Esquecem-se é que o patrão português é o culpado disso!!

[Audiokollaps]

Como se a UE tivesse alguma legitimidade em afirmar o que é legal/ilegal ou ético/não-ético.

É só ver o que a UE fez ao pequenos produtores europeus e o que fez ao produtores não comunitários (África por ex.)

[raxx7]

A pergunta aqui é saber se é isso que queremos para a nossa economia, uma oligarquia da distribuição em vez de um mercado equilibrado em que as pessoas achem que vale a pena ter uma quinta, uma vacaria, um barco de pesca.

Neste momento tens um sector primário e secundário asfixiado pelas políticas europeias e aqueles que podia safar a coisa, o sector terciário, espetam com políticas de mercado agressivas que obrigam o sector primário e secundário a pagar.

Não é tanto uma questão de sector primário/secundário vs terciário, mas sim de bens/produtos transacionáveis vs não transacionáveis.
O problema da distribuição não é ser um serviço, mas ser um serviço não transacionável.
Mas a conclusão é a mesma: é preciso haver condições para actividades de bens/serviços transacionáveis(quintas, pesca, turismo), nem que há custa de actividades de bens/serviços não transacionáveis (ie, distribuição).
Porque de uma forma ou de outra, os empregos do Pingo Doce não vão fugir para Espanha.

[JVELHAGUARDA]

"Mário Soares quer que PS rompa com troika!
Em 1983, Mário Soares era primeiro-ministro, à frente do governo do Bloco Central. Nessa altura, o FMI emprestou 750 milhões de dólares e impôs cortes nos salários da Função Pública, aumentos de preços e cortes nos subsídios de Natal!!!"
Porque não rompeu nessa altura o dr. Mário Soares com o FMI??


Morais Sarmento, como outros tem culpas no cartório, no conjunto de decisores mediocres e na proliferação da gestão danosa, que conduziu o pais à falência e no 3º pedido de intervenção externa mas, aguardo para ver, de onde virá o dinheiro para o crescimento?? Vai-se manter os mesmos modelos sociais, económicos, etc, dos ultimos 30 anos, que nos conduziram até aqui ou, vão inventar novos...

[Grimner]

Pergunta antes para onde vai o dinheiro todo que está a sair em forma de juros e resgates ( para os quais há sempre magicamente dinheiro) e porque é que não são usados nessas mesmas reformas.

[JVELHAGUARDA]

Vai para quem emprestou o dinheiro, que usa o mercado como lhe convém, não efectua caridade, isso não é novidade.

Se depois não é usado nessas reformas, é porque andaram a fazer, vida de ricos, com o dinheiro dos outros, se não sabiam ou, fizeram contratos como as PPP, dai o 3º resgate, não se aprendeu nada.

Agora vamos voltar a fazer tudo de novo, para atingir crescimento, sem efectuar reformas profundas, em todos os sectores. Claro que o ideal é um ponto de equilibrio mas, onde se encontra isso num pais falido, como o nosso e outros, onde os problemas estruturais e as dividas contraidas, são muitas e parecem não ter fim á vista?

[Grimner]

:roll: Vai para quem emprestou o dinheiro, que usa o mercado como lhe convém, não efectua caridade, isso não é novidade.

Se depois não é usado nessas reformas, é porque andaram a fazer, vida de ricos, com o dinheiro dos outros, se não sabiam ou, fizeram contratos como as PPP, dai o 3º resgate, não se aprendeu nada.

Agora vamos voltar a fazer tudo de novo, para atingir crescimento, sem efectuar reformas profundas, em todos os sectores. Claro que o ideal é um ponto de equilibrio mas, onde se encontra isso num pais falido, como o nosso e outros, onde os problemas estruturais e as dividas contraidas, são muitas e parecem não ter fim á vista?

Já afirmei e reafirmei a minha posição, e por acaso hoje ate o Tsipras a afirmou de igual forma.

O mercado não fa caridade connosco e tudo bem, nem se está aqui a pedir a caridade seja de quem for.

O problema é que nós fazemos caridade para o mercado. Que foi, ao fim e ao cabo tão ou mais responsável que os estados, e com a conivência dos governos, e a eles nós entregámos, a fundo perdido, dinheiro que chegue para cobrir 6 anos de subsídios de férias e natal na função pública foi enterrado NUM banco que toda a gente sabe que foi fraudulento, e em que a factura ( apenas despesa, sem receita) vem para o contribuinte. Não só cá. Os 5 maiores bancos americanos tiveram de lucro tanto quanto o "resgate" da troika. E não perderam nada com a crise que criaram, porque foram resgatados em biliões pelo estado americano. E o ciclo continua e mantém-se, e ainda em Espanha o mês passado se anunciaram cortes de 10 mil milhões na saúde e educação. Um mês depois, anuncia-se uma injecção de capital de 10 mil milhões para salvar um banco.

É uma lógica viciada e insustentável. Resgata-se os bancos, agravando os défices e depois pede-se dinheiro aos mesmos. A banca e o mercado especulativo perdem rigorosamente zero, porque há sempre dinheiro para os retirar da falência.

Se é eticamente errado; se economicamente inviável; se é matematicamente estúpido assumir parcelas brutais de dívida corrupta para ressarcir as mesmas entidades de onde essa corrupção proveio... sendo esse dinheiro muito melhor utilizado em reformas estruturais, que devem forçosamente incluir a banca, estamos a pagar porquê e para quê?