Posta aqui que assim ele sobe? wtf.

[aetheria]

Ai, acho isso extraordinário, ter cds fechados.
Ouço mais online apenas porque em casa não tenho espaço a sós para o fazer, mas quando tenho, vou aos itens físicos.
É o sentido de posso em pleno, que implica o toque, o manuseamento.
Quando vejo os manuais dos meus alunos imaculados e intocados digo-lhes que espero que não façam o mesmo com os namorados/as. Não precisam de maltratar,mas tocar e sentir é amar e o mesmo com livros, discos, cds...

[Passenger]

Ai, acho isso extraordinário, ter cds fechados.

Também não consigo, não me faz qualquer sentido ter só para "exibir" ou pela posse. Se estragar, paciência, foi bem apreciado.

[Passenger]

Sim, é o que ando a fazer, mas não é bem isso que eu quero dizer. Por exemplo, Amorphis, ao longo deste anos todos vai saindo um album de Amorphis, eu gosto, eu compro. Depois sai um album de Rotting Christ, eu gosto, eu compro. Outra banda que adoro (qualquer), tem um album novo, adoro, compro. Ao fim de 20/25 anos tenho a discografia completa. Mas ao fim de 20/25/30 anos, quando me apetece ouvir um album dessa banda vou directo aos primeiros albuns, nao me apetece ouvir os do meio, apesar de quando os comprei ter gostado. Por exemplo, no caso de Amorphis, no album Skyforger, quando saiu achei-o uma maravilha. Mas em 2022 quando quero ouvir Amorphis vou sempre buscar o Thousands Lakes ou o Elegy, nao me puxa ouvir o Skyforger apesar de ser extraordinário (minha opiniao, claro). É tudo uma questão temporal, num ano compra-se porque se adora, mas 10/20 anos depois ouve-se os clássicos da nossa juventude e não os do meio. E sendo assim o Skyforger permanece quase como novo. E com outras bandas se passa o mesmo. É neste ponto que quero me focar. Isso se passa tambem convosco?

Os clássicos são sempre os clássicos, são poucas as bandas que ainda conseguem surpreender ao fim de anos de carreira... Depois, é também toda a carga emocional por trás dos clássicos, digo eu...

[p41nk1ll3r]

Eu compro mais agora do que comprava há uns anos, fruto de agora ganhar mais. Mas muito raramente abro. Nem tanto por achar mais prático ouvir pelo PC mas por não ter espaço onde vivo para guardar os discos nem para ter a minha aparelhagem. Neste momento tenho 6 a 8 estantes de CDs para montar em casa da minha mãe, para poder arrumar o que comprei nos últimos 2 anos. Também estou a começar a pender mais para vinis que para CDs, mas têm o mesmo destino.

[GoncaloBCunha]

Por aqui o ritmo de compras tem-se mantido constante ano após ano. Compro imensas coisas em 2ª mão, maioritariamente no Discogs.
Mas uma coisa é certa, artigos novos são todos abertos e ouvidos. Os leitores de CD cá em casa não têm descanso!

Relativamente à interessante questão abordada acima de irmos tendencialmente buscar os clássicos para ouvir...é natural. Há uma ligação emocional com esses títulos, que ouvimos em fases cruciais das nossas vidas. Se fossemos mais novos, o que sai hoje em dia tornar-se-ia nos nossos clássicos no futuro.

[aetheria]

Depois, é também toda a carga emocional por trás dos clássicos, digo eu...

Relativamente à interessante questão abordada acima de irmos tendencialmente buscar os clássicos para ouvir...é natural. Há uma ligação emocional com esses títulos, que ouvimos em fases cruciais das nossas vidas. Se fossemos mais novos, o que sai hoje em dia tornar-se-ia nos nossos clássicos no futuro.

Julgo que é isto.

Por vezes, acontece-me o contrário também. Fico imenso tempo sem ouvir algo de que gosto muito... é que, por ter ouvido tanto, é como se tema que entre na exaustão, no esvaziamento, não sei se me faço entender...

[p41nk1ll3r]

Depois, é também toda a carga emocional por trás dos clássicos, digo eu...

Relativamente à interessante questão abordada acima de irmos tendencialmente buscar os clássicos para ouvir...é natural. Há uma ligação emocional com esses títulos, que ouvimos em fases cruciais das nossas vidas. Se fossemos mais novos, o que sai hoje em dia tornar-se-ia nos nossos clássicos no futuro.

Julgo que é isto.

Por vezes, acontece-me o contrário também. Fico imenso tempo sem ouvir algo de que gosto muito... é que, por ter ouvido tanto, é como se tema que entre na exaustão, no esvaziamento, não sei se me faço entender...

Diria mais que o que se exausta é o sentimento que os temas puxam. Mas é qual ondas, volta sempre.

[Psychoneurosis]

Falando por mim o tempo para ouvir música vs quantidade de música disponível a que tenho / temos acesso é bastante diferente de hoje em dia de quando albuns como o "Tales..." foram lançados. Na altura arranjava um album ou outro de quando em quando, então era normal dissecar os albuns de uma ponta à outra, e ainda hoje em dia, os conheço de trás para a frente e de frente para trás. Há medida que essas bandas iam lançando albuns, iam-me perdendo por este ou aquilo motivo, ao ponto de há uns quantos anos ter deixado de ir comprando / sacando o que iam lançando, porque lá está, era raro pegar em albuns novos em detrimento dos albuns mais antigos. Hoje em dia são raras as bandas que continuam a lançar albuns desde a altura que comecei a ouvir som, que continuam a lançar albuns que me deixam minimamente curioso, para ir ouvir o album novo. Curioso ou não, algumas bandas, vão fazendo tours especiais desses mesmos albuns "clássicos" e nem já isso me puxa ir ver ao vivo, salvo lá está raras excepções. Mesmo a definição de clássico pode alterar acho eu de pessoa para pessoa, e de geração em geração, o que acho perfeitamente normal, no entanto e claro, há albuns que são intemporais e atravessam todas as gerações. Outra coisa engraçada é albuns que não gostava e que passei a gostar com a idade e o inverso. Acho que o mesmo se aplica ao "físico", quando comprava um album de longe a longe era normal dissecar tudo, desde artwork, letras, até agradecimentos para ver se sacava o nome de uma banda que não conhecia e tentava arranjar (ingenuidade mas se a banda que tinha comprado e gostava, achava que se agradecessem a outra banda o mais provável era também gostar), hoje em dia e embora tudo aquilo que compro rode, por este ou aquele motivo, às vezes dou por mim só a reparar em certos pormenores, algum tempo depois de ter recebido o album.

[Zyklon]

Mais fixe que comprar e não abrir só mesmo:
- Criar coleções "fastfood", que não mais é que comprar o mais possivel no menor tempo possivel e usar as redes sociais para as mostrar.
- Comprar edições e não ter suporte para as ouvir, tenho apanhado artolas deste calibre principalmente com a febre atual das tapes.

Voltando ao "comprar e não abrir"...epah não me fodam, nem curiosidade para verem o artwork?!
Eu bem sei que algum é super manhoso, mas cumcaralho :\

[Vooder]

hummm. estou a ver que tenho estado a ser um saco de pancada por ter dito que já não abria cd's que vêm selados.
Sem ter necessidade de me explicar, mesmo assim vou tentar rebater o meu ponto:
- Como disse no outro post, a magia de abrir e dissecar o booklet do cd para mim já não existe. É um facto triste mas assumo-o;
- Cada vez compro menos cd's e mais vinis (que mesmo selados abro-os e ouço-os ), mas quando compro cd's é já quase apenas completar colecções mesmo que já conheça a música de cor, algumas vezes até conheço perfeitamente o booklet;
- Raramente ouço música no leitor de cd's, ouço no spotify ou em vinil;
- Por vezes (cada vez menos é verdade) compro apenas para ajudar a banda (quase sempre portuguesas), e às vezes nem gosto assim tanto....

Se queriam fazer analogias, pelo menos faziam com filmes em dvd por exemplo e não com comida lol... Basicamente é como comprar um filme, uma série, um livro, wtv, quando gosto compro físico, mesmo que já tenha visto um filme n vezes ou ter visto uma série que se calhar vou ver uma ou duas vezes na vida. Percebem a ideia?

Já quanto ao regressar aos clássicos, como o Gonçalo quis dizer, os clássicos de cada um por norma são o que ouvimos na adolescência....
"Diz-me o que "ouves" e adivinho a tua idade"...

[Soulforged]

Já quanto ao regressar aos clássicos, como o Gonçalo quis dizer, os clássicos de cada um por norma são o que ouvimos na adolescência....
"Diz-me o que "ouves" e adivinho a tua idade"...

Agora com essa fizeste-me lembrar um vídeo que vi uma vez no youtube (daqueles vídeos a armar ao sabichão, com explicações psicológicas/filosóficas para curiosidades da vida), em que a teoria defendida era que o que nós realmente gostamos e ouvimos para o resto da vida é a música que ouvimos e gostamos quando temos 13 anos. Na altura, comecei logo a pensar "o que raio é que eu ouvia com 13 anos? ah, já me lembro, aquelas chungarias todas que passavam nas rádios e que toda a gente ouvia na altura... " Sabia lá eu o que era Metal, naquele tempo... Tinha já 14 anos quando comecei a descobrir Nirvana, que se tornaram a minha banda preferida, mas apesar disso, hoje olhando para trás, apercebo-me que mesmo deles nunca fui um verdadeiro fã, a prova é que ainda hoje só conheço aquela meia dúzia de músicas que quase todos conhecem... Só aos 16 comecei a ouvir Metal, e mesmo isso, apesar do gosto pelo género tenha sido "amor à primeira audição", o processo de entrar no mundo deste tipo de música foi um processo lento e gradual, e que ainda hoje não está completo e acho que nunca estará, continuo a descobrir coisas novas que muitas vezes de novas nem têm nada. De resto, acho que foi assim para a maioria de nós. E mais ainda, ao longo deste processo tenho descoberto e interessado-me por algumas coisas que, apesar de diferentes do Metal, não teria lá chegado se não tivesse chegado ao Metal primeiro.
Tudo isto para dizer que explicações simplistas devem-se tomar sempre com um grão de sal, como dizem os Ingleses...

[Soulforged]

- Por vezes (cada vez menos é verdade) compro apenas para ajudar a banda (quase sempre portuguesas), e às vezes nem gosto assim tanto....

Isso, embora respeite a ideia, nunca fiz. Embora tenha gosto e até orgulho em comprar música Portuguesa, era incapaz de comprar algo sabendo de antemão que não ia apreciar muito, só para fazer o jeito à banda. Não só pelo desperdício de dinheiro, mas mesmo por questão de princípio: não acho que estaria a fazer grande favor à música Portuguesa apoiando coisas que não achasse nada de especial, quando há tanta coisa boa por aí. E como evidentemente, a qualidade de uma banda é sempre subjectiva, aí tudo muito simples, quem lhes vir qualidade, que os apoie.

[Soulforged]

Respondendo agora à pergunta original, por aqui as compras de cd´s ainda não morreram, mas estão em estado vegetativo. Acho que já fez uns 2 anos, ou a caminho disso, que não compro nada. Há uns bons anos atrás, era raro o mês em não deixasse uns 50 paus ou mais na Fnac. Num dos últimos dias de 2021 fiz-lhes uma visita, depois de ter passado imenso tempo sem lá por os pés, com ideia de trazer 2 cd´s bem específicos, se lá estivessem. Quando cheguei à secção de cd´s, apeteceu-me perguntar se tinham sido assaltados... Que pobreza franciscana... Aquilo que em tempos era uma parte dedicada só aos cd´s de Metal, onde demorava para aí meia hora a verificar o que havia, agora divide o espaço com quase todos os outros cd´s, passando a parte do Metal a ser uma minúscula prateleira onde se demora 2 minutos a ver o que há.
De qualquer forma, hoje em dia quase toda a música que ouço é via youtube, e eu que sempre fui um defensor da qualidade de som do cd, e sempre olhei com desconfiança para a crescente hegemonia de um formato inferior como o mp3, já cheguei a dar por mim a ouvir directo da net um álbum que tenho em cd... Mas ainda assim, acabo por ouvir quase só coisas que não tenho em cd, e também já nem tenho leitores de cd em estado funcional, sem contar com a drive do pc e leitor do auto rádio. No entanto, pretendo alterar isso no futuro (ando a dizer isso há anos... )

Outra facto interessante é que o tempo que passo hoje em dia apenas a ouvir música, sem nenhuma outra actividade em simultâneo, é praticamente zero, quando antigamente não era assim.

Quanto ao que se disse antigamente sobre álbuns clássicos vs álbuns recentes, pela minha experiência pessoal, embora dê para ter uma ideia da qualidade de um álbum logo nas primeiras audições, para saber verdadeiramente até que ponto eu gosto de um álbum ou não, é preciso tempo. Anos, normalmente bastantes.

[Vooder]

- Por vezes (cada vez menos é verdade) compro apenas para ajudar a banda (quase sempre portuguesas), e às vezes nem gosto assim tanto....

Isso, embora respeite a ideia, nunca fiz. Embora tenha gosto e até orgulho em comprar música Portuguesa, era incapaz de comprar algo sabendo de antemão que não ia apreciar muito, só para fazer o jeito à banda. Não só pelo desperdício de dinheiro, mas mesmo por questão de princípio: não acho que estaria a fazer grande favor à música Portuguesa apoiando coisas que não achasse nada de especial, quando há tanta coisa boa por aí. E como evidentemente, a qualidade de uma banda é sempre subjectiva, aí tudo muito simples, quem lhes vir qualidade, que os apoie.

Sobre isso esqueci-me de dizer que essas compras foram sempre em gigs. Mesmo que não fosse o meu tipo de som, se em palco até tinha gostado mesmo sem ser metal, algumas vezes (nem sempre) acabava por comprar.
Lembro-me de comprar da primeira vez que vi estas bandas e antes de nunca ou pouco as ter ouvido: Uxu calhus, Besta, Olive tree, Uaninauei, Dawnrider, Midnight Priest, e para os mais velhos... Celtic Dance, só para citar alguns que me lembro agora.

[p41nk1ll3r]

e para os mais velhos... Celtic Dance

Como assim...