Somos Uma Geração Perdida?

[raxx7]

Todas as gerações passam pelo mesmo, deve haver aqui quem foi chamado como eu de "geração rasca".

And proud of it!

Já agora, uma palavrinha a respeito dos jovens desempregados.
Com todo o respeito às pessoas que perseguem aquilo que gostam, há, em Portugal (e não só), um grande desajuste entre a procura de profissionais, as vagas disponíveis para formação e as opções dos jovens.
Há demasiadas pessoas a desistir da escola num país que tem uma já excessiva e insustentável dependência em trabalho não qualificadoe demasiadas pessoas a optar por cursos para os quais o mercado de trabalho já está saturado. E, infelizmente, as universidades continuam a aceitá-los porque o seu interesse está mais em ter alunos do que no futuro profissional destes.
O resultado é inevitável: elevado desemprego entre os jovens.

[Mescaline]

Praticamente, qualquer curso universitário desagua num mercado de trabalho saturado.

[JVELHAGUARDA]

eu tenho uma bússola....

sempre é melhor perdida do que rasca, já é uma evolução, isto é sempre assim, muito saudosismo com o passado....

[Sanguessuga]

como dizem os overdose no album deles: progress of decadence

[spiegelman]

Ainda assim está saturado porque as empresas não apostam em políticas de trabalho qualificado e o trabalho qualificado é mal pago. Mesmo para trabalhadores com alguma experiência. Eu ando a tentar ver se mudo de emprego, por uma queestão não de estar mal onde estou mas por uma questão de me sentir estagnado e estar a sentir que preciso de novos desafios profissionais, mas ponho-me à procura de ofertas na minha área de trabalho e, para não falar de precariedade, estamos a falar de uma média de 200 euros a menos do que estou a ganhar agora. E para experiências de mais de 2 ou 3 anos. Ora... SE a estagnação me pagar a casa, estagnação it is.

Agora penso nos jovens licenciados, primeiro emprego, início de vida. sem incentivos nenhuns ao começo de uma vida nova, asem condições para começarem a cosntruir uma vida, uma casa, um projecto profissional ou pessoal, artistico ou o que seja, o que fazem?

Arranjam o que há, continuam na casa dos paizinhos e o pouco que ganham é para irem afastando o tédio e o negro do futuro com viagens, borgas, bebedeiras, o que seja. NO fundo, quem os pode censurar?

Ganham 600, 700 euros, pagar casa custa-lhes no mínimo dos mínimos 250 euros (a dividir um t1 em Lisboa), mais as restantes despesas, comida, água, luz, transportes, e basicamente trabalha para ir para casa e para ir para o trabalho. Com esses 500 euros de despesas mensais pode-se fazer muita coisa a viver na casa dos paizinhos...

Been there, done that.

Mas isto não é um projecto de futuro para uma geração...

[LeadAether [RIP 2010/09/12]]

Mais emprego? Que tal proibir as horas extra e tornar obrigatória a semana das 30 horas, ou menos, e mexer na bandalheira dos contratos a 6 meses? Andamos todos a fazer o trabalho de 2 pessoas, no público e no privado, quando há gente sem emprego? Uns sem dinheiro e outros sem tempo para o gastar? Que merda é esta? Depois lá vêm as comadres do costume dizer que é para atrair investimento externo.

[aBisMo]

Em relação ao emprego/desemprego quero dizer o seguinte:

1 - Apostem em cursos tecnico-profissionais, há mais saídas e a taxa de desemprego após a realização do estágio é bem menor quando comparado com a dos licenciados;
2 - Existem cursos técnicos que são muito bem remunerados e as empresas desesperam por bons profissionais nessas areas, 3 exemplos: tecnicos de frio, pasteleiros, cozinheiros;
3 - As carreiras no sector privado, na maior parte dos casos, são sustentadas pela avaliação de desempenho, que por sua vez influenciam as retribuições mensais, cada empresa opta pelo sistema que lhe ofereça mais garantias de justiça e seja ajustado ao seu proprio negocio;
4 - Em relação aos aumentos, e de uma forma geral, existe um orçamento anual que é feito, sendo da responsabilidade de cada chefe assegurar que esse montante que têm para os aumentos seja distribuido consoante o mérito de cada um dos funcionários;
5 - As empresas acham que pagam sempre acima do que os funcionários merecem/valem, e os funcionários acham sempre a empresa paga pouco para as responsabilidades que eles têm.

[Old_Skull]

Em relação ao emprego/desemprego quero dizer o seguinte:

[LeadAether [RIP 2010/09/12]]

1 - Apostem em cursos tecnico-profissionais

Mas o problema é que, para alguns artistas, "apostar em técnico-profissionais", ou um curso do género, equivale a "ir para lá fazer o que me dá na gana porque a certidão é garantida". Se as pessoas tivessem a mais pequena ideia do que se passa nos cursos CEF (equivalência ao 9.º Ano) e profissionais até lhes caía a dentadura. Escumalha pura. Até mijam no meio da sala.

3 - As carreiras no sector privado, na maior parte dos casos, são sustentadas pela avaliação de desempenho

Sim, nós sabemos o que é ser avaliado no sector privado. Logo à partida já te tiram a folha quando vais à procura de emprego, pelo teu "aspecto". E depois há outras "competências" que também costumam ser muito bem avaliadas, tais como o nível do "bico" que se consegue sacar ao chefe. As empresas privadas, se querem andar a mamar do Estado têm de passar a ter mais obrigações: vínculos ao quadro da empresa, acabar com horas extra, horário fixo de trabalho, limites para os salários dos gestores, multas pesadas em caso de deslocalização, etc.

[aBisMo]

1 - Apostem em cursos tecnico-profissionais

Mas o problema é que, para alguns artistas, "apostar em técnico-profissionais", ou um curso do género, equivale a "ir para lá fazer o que me dá na gana porque a certidão é garantida". Se as pessoas tivessem a mais pequena ideia do que se passa nos cursos CEF (equivalência ao 9.º Ano) e profissionais até lhes caía a dentadura. Escumalha pura. Até mijam no meio da sala.

3 - As carreiras no sector privado, na maior parte dos casos, são sustentadas pela avaliação de desempenho

Sim, nós sabemos o que é ser avaliado no sector privado. Logo à partida já te tiram a folha quando vais à procura de emprego, pelo teu "aspecto". E depois há outras "competências" que também costumam ser muito bem avaliadas, tais como o nível do "bico" que se consegue sacar ao chefe. As empresas privadas, se querem andar a mamar do Estado têm de passar a ter mais obrigações: vínculos ao quadro da empresa, acabar com horas extra, horário fixo de trabalho, limites para os salários dos gestores, multas pesadas em caso de deslocalização, etc.

O problema é que para tudo há subsidios. Há de facto um sub aproveitamento de alguns cursos mas a culpa é de quem os aceita para frequentarem esses ditos "cursos" que mais servem para forjar estatisticas e afins.
Cada empresa tem os seus "bicos" e afins e tens toda a razão. Agora quanto à questão do "aspecto" a conversa já é outra, ou seja, infelizmente temos uma sociedade com uma mentalidade um tanto ao quanto mesquinha, que nos olha de lado, que nos julga pela imagem que temos mas todos nós o fazemos, quer de forma consciente quer inconsciente. Quanto ao aspecto ser um requisito num processo de selacção isso depende da empresa, da sua cultura organizacional e do tipo de função que a pessoa vai desempenhar. Há empresas que não se importam, nem têm qualquer tipo de problemas em contratar pessoas de cabelo comprido, piercings por exemplo, outra já se oponhem. Não há empresas perfeitas.

[Cthulhu_Dawn]

Post interessante, num dos blogs que costumo visitar...

O Príncipe Carlos de Inglaterra encomendou um estudo à Prince's Trust que chegou à conclusão de que a actual geração dos 16 aos 25 anos é uma "geração perdida". O epíteto é utilizado porque as pessoas que hoje estão nesse patamar etário, de um modo geral, ou não têm emprego ou têm um péssimo emprego a nível remuneratório. Em Portugal, o Eurostat fala num desemprego de 19% nessa geração, números a meio da tabela europeia. No entanto, e apesar de os valores de Espanha serem de 44%, aquilo que aqui ao lado é chamado de "geração mil euros", cá significam €500.
Sucede que não pertencer a um grupo de "perdidos" depende da educação e não somente da vida material. Ausência de salário ou um salário ridículo é a realidade da maior parte dos jovens e é sobre isso que tem de ser posta em prática a existência. Independentemente do dinheiro ser um factor essencial de alcance de dignidade, só depende do "jovem" ser estúpido ou não ser, ser humilde ou não ser, ser capaz ou não ser, ter amor próprio ou não ter e por aí em diante. A educação, no caso, significa poupança e prioridades. É que, ao mesmo tempo que estas realidades constroem o perfil maioritário, há pessoas da mesma idade, e não são dois ou três e sim um hábito cultural, a ganhar mais de €1500 e que assumem que a vida em casa dos Pais é para manter, os ipods para comprar, os carros bons para ter, as viagens para fazer. Estas coisas fazem-se quando podem fazer-se, não se fazem porque o básico está garantido pelo banco alimentar contra a emancipação. As pessoas querem tudo e tudo ao mesmo tempo, com certa ingenuidade e egoísmo, como se fosse assim que as coisas acontecem. É evidente que quem não tem estofo para aguentar certo tipo de contrariedades quando elas aparecem, só pode ser considerado "perdido". Deixar que as contrariedades cheguem o mais tarde possível também é uma grande burrice. Com efeito, uma vida austera moral e materialmente não faz mal a ninguém e é o caminho correcto para a conquista saborosa de todos os desejados prazeres, incluindo os materiais.

http://portugaldospequeninos.blogspot.com/2010/01/16-25.html

Apesar de não concordar com o teor geral do post, achei a parte que coloquei a bold engraçada...Especialmente depois do comentário do spiegelman.

[Adsartha]

x2

[gualt3r]

We are, indeed...

[suhsoares]

Não somos uma geração perdida... os outros é que não foram perdidos como nós

Acho que a geração que vem a seguir a nós é que está perdida.

Miúdas que aos 10 anos já querem perder a virgindade, rapazes que bebem um shot e já caem para o lado, berram por Tokio Hotel e ficam hora numa fila pa um concerto que só é realizado na 4ª~feira...


Whatever...

Nós não somos a geração perdida, a próxima é que é

[Cthulhu_Dawn]

Não somos uma geração perdida... os outros é que não foram perdidos como nós

Acho que a geração que vem a seguir a nós é que está perdida.

Miúdas que aos 10 anos já querem perder a virgindade, rapazes que bebem um shot e já caem para o lado, berram por Tokio Hotel e ficam hora numa fila pa um concerto que só é realizado na 4ª~feira...


Whatever...

Nós não somos a geração perdida, a próxima é que é

Acredita que os problemas da próxima geração vão ser bem piores do que esses que aí falas....De qualquer forma, o que descreveste aplica-se a todas as gerações, passadas e futuras. Basta substituir Tokio Hotel por outra coisa qualquer, consoante a altura...